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Antes de ser Girafales, Rubén Aguirre era um “mais um executivo na Televisa”
Havia uma vez um engenheiro agrônomo que era um executivo de um canal de televisão e um dia, recebeu uma proposta de Roberto Gómez Bolaños, que a levou a se tornar o Professor Girafales.
Rubén Aguirre conversou com a MDZ Radio, da Argentina, durante o programa Tormenta de Ideas, sobre a que disse ser uma etapas mais felizes de sua vida, quando fez parte do elenco de Chaves.
Como vê o tempo em que foi feito o Chaves?
Foi um tempo muito próspero, bonito, alegre, com companheiros muito bons. Passei muito bem e foi a última coisa que fiz.
Como foi conhecer Chespirito sendo você o chefe?
Eu era mais um executivo da Televisa, encarregado de receber as propostas de novos programas. Quando uma história me parecia viável, bonita e boa, a apresentava aos meus chefes e às vezes havia uma uma espécie de filtro.
Imaginava no que se tornaria essa proposta?
Não começamos com o Chaves, a primeira ideia foi de um programa que se chamava El Ciudadano e quando decidi que ele mesmo [Chespirito] faria, se chamou El Ciudadano Gómez. Depois fizemos Chespirotadas, não foi grande coisa, mas teve êxito no México. Logo fizemos Os Supergênios da Mesa Quadrada e depois vieram Chapolin e Chaves, que transcenderam a outros países.
Como começou a trabalhar com Chespirito?
Eu conheci Chespirito alguns anos antes do Chaves. Em Supergênios eu já era o Professor Girafales, éramos quatro que debatíamos assuntos da atualidade, mas quando fez o Chaves, me disse: “agora quero que volte a fazer [Girafales], mas agora com crianças”. Tornamos ele mais amável, sem deixar de ser sempre exigente com o que eu pedia aos alunos. Para humanizar a coisa e dar-lhe uma aparência distinta, estabeleceu-se o romance com Dona Florinda. Isso nos fez mais queridos, tanto a ela como a mim.
Você se baseou em algum professor da infância para criar o Professor Girafales?
Claro, a frase do “ta, ta, ta” eu copiei de Wenceslao Rodríguez, um professor que tive no secundário. Nunca mais o vi, já deveria estar morto quando comecei o programa. Eu tinha 13 ou 14 anos quando ele nos dava aula, hoje tenho 80 e o Girafales eu fiz com 34.
No Chaves, tudo estava no roteiro?
Tudo estava friamente calculado. Quando alguém tinha alguma ideia, comentávamos a Bolaños. Se ele gostava, ensaiávamos primeiro, mas nunca improvisávamos. No México chamamos de morcilla (a improvisação) e estão totalmente proibidas as morcillas.
Todos os personagens que Chespirito criou são anti-heróis. Havia uma ideologia por trás disso?
Havia talento e muita bondade em seu modo de ser, sempre foi um bom homem.
Por que alguns protagonistas brigaram com Chespirito?
O motivo principal foi a ambição. “Eu sou maior que você” ou “devo ganhar mais”, o que ocorre sempre nesse tipo de grupos. A Carlos Villagrán ofereceram um contrato fabuloso na Venezuela, e era lógico que deixaria o programa.
No que Horácio Gómez, o Godinez, colaborava?
Era o irmão de Chespirito, era o administrador, fazia esse pequeno papel, mas na realidade manejava todos os assuntos financeiros do grupo.
Godinez era fanático por futebol?
Sim, e Roberto também, deixava qualquer coisa para ver seu time, o América.
E você?
Eu não gosto de futebol, não gosto muito. Quando criança, como cresci no norte, joguei muito beisebol. Me choca como dão cotoveladas no nariz de um jogador e depois levantam as mãos como dizendo “eu não fui”. Mete um gol e se agarram as nádegas, quisera ver um goleiro que leva um gol e que dê a mão ao jogador e diga “que bárbaro, que belo gol”.
Como era sua relação com os atores, além dos personagens?
Éramos uma família. Ramón Valdés era tão engraçado no programa como fora dele, sempre tinha piadas muito agradáveis para contar, era um bom companheiro.
Ouça a entrevista:
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Texto: Rádio MDZ, traduzido por Antonio Felipe