Horácio Gómez
Horácio Gómez Bolaños nasceu na Cidade do México, em 28 de julho de 1930. Era um homem “muito esperto e bom para os negócios”, segundo seus amigos. Mas seu talento foi, de certa forma, ofuscado pelo enorme gênio de seu irmão Roberto.
No início de sua infância, viveu com seus pais e irmãos em uma casa localizada na rua Mier y Pesado. Pouco tempo depois, Francisco Gómez Liñares – seu pai – viria a falecer, deixando Elsa Bolaños Cacho e os filhos com dívidas. Apesar disso, a viúva enfrentou a situação valentemente e começou a trabalhar, numa tarefa muito pouco comum para uma mulher: construtora, engenheira e mestre de obras.
Na época, a família morava em frente ao Colégio Brígida Alfaro, onde Roberto e Horacio estudavam juntos.
A família Gómez Bolaños se mudou posteriormente para a rua Juan Sánchez Azcona, na fronteira da Colônia do Valle com a Colônia Narvarte e depois passariam a viver na Adolfo Prieto, perto de San Borja.
Em 18 de setembro de 1945, reuniu-se com um grupo de rapazes, no Parque Mariscal Sucre. Estavam acomodados no parque sem fazer nada, quando alguém teve a ideia de fundar um clube e dar-lhe um nome. A ideia fora aceita por todos e logo fizeram uma eleição para decidir o nome do grupo. Após várias discussões, o nome escolhido foi “Aracuán”, sugerido por Horácio. Eram cinco os rapazes que estavam reunidos neste dia: Aarón Mercado, Roberto “Guácara”, Chespirito, Horácio Gómez e Antonio Gabilondo. Estes foram os primeiros sócios do clube, que pouco tempo depois teria muito mais associados.
O Clube Aracuán foi a mais importante das associações que já existiram na Colônia do Valle e seu nome ficará marcado para sempre na história da Colônia. Foram os “Aracuanes” que organizaram os Primeiros Jogos Esportivos da Colônia do Valle, em 1950, que tiveram, entre outros, o mérito de substituir as brigas entre as associações por jogos e esportes.
Quando se casou, Horacio voltou à sua amada Colônia do Valle para viver com sua esposa na rua Manuel López Cotilla. Deixaria de morar na Colônia após uma drástica transformação ocasionada pela construção de várias estradas. Em virtude da mudança, escapou para os Jardins de San Mateo.
Horacio sempre foi um grande irmão para Roberto. Por ser um homem muito organizado, tornou-se uma espécie de “administrador” de Chespirito.
Sua carreira artística foi iniciada por acaso, pois na realidade nunca quis ser ator. Quando conquistou a fama, contribuía na produção dos programas de Chespirito. Começou fazendo pequenos papéis em alguns quadros dos programas do irmão. Depois, foi se adaptando e passou a atuar em papéis mais importantes nos programas e filmes de Chespirito. Participou dos filmes “El Chanfle 2” (1982) e “Charrito” (1984), ambos dirigidos e protagonizados por seu irmão. Em Chaves, interpretava Godinez, o garoto retraído, simples e comum que não entendia nada das aulas e em Chapolin fazia alguns personagens secundários. Nos filmes e seriados, começou a aparecer mais a partir de 1979, depois da saída de Carlos Villagrán e Ramón Valdés do elenco. Horácio também havia trabalhado como roteirista das histórias em quadrinhos das séries CH, na década de 1970.
No final do ano de 1999, aos 69 anos de idade, Horácio precisava se apoiar em uma bengala, devido a uma fratura que havia sofrido no fêmur. Junto com seu sobrinho Roberto Gómez Fernández, estava animado na preparação da homenagem que se faria a seu irmão em 1º de abril de 2000. Infelizmente, não pôde participar da grande festa, pois faleceria em 21 de novembro de 1999, vítima de um infarto no coração.
“Vai ser estranho”, comenta Carlos Ruiz Sánchez Pontón, um grande amigo seu desde o colégio. “Agora que ele não está mais, pode inclusive ser ameaçada a continuidade das reuniões dos Aracuanes”.
Suas cinzas repousam na igreja de Czestochowa, nas Lomas de Chapultepec, em Cidade do México.
Texto: Arkantos, com informações de Mundo Chespirito.