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Edgar Vivar estará na Costa Rica em campanha por hospital veterinário
Falar de Edgar Vivar é falar do Chaves e de seus personagens mais queridos, como o Senhor Barriga, Nhonho, entre outros. O ator estará na Costa Rica em novembro, em um jantar para incentivar a criação do primeiro hospital veterinário do país.
Sua presença em nosso país é notícia para a criação do primeiro hospital veterinário. O que pensa disso? É sua primeira visita em mais de 20 anos.
Sim, não vou à Costa Rica há mais de 20 anos, agora vou de uma maneira muito emotiva e com uma causa nobre. Fui a San José trabalhar com a vizinhança e depois fui convidado para o primeiro Teleton. Isso faz mais de duas décadas e agora tenho a oportunidade de saudar a todos os meus amigos ticos.
Quando foi sua visita?
Fomos pela primeira vez à Costa Rica em 1979. Isso faz 36 anos.
Lembra de algo?
Claro, do céu azul da Costa Rica, de sua gente e sua educação. De sua comida, do gallo pinto e da olla de carne. Tenho muitos bons amigos ticos. É um país onde não há exército. Tem uma estabilidade econômica invejável, que nós mexicanos não temos. Paraíso natural.
Onde se presentaram em 1979?
Foi em um local fechado...
Ginásio Nacional?
Foi ali. Espero aproveitar este espaço que me dão para convidar o público tico que tem esse coração tão grande a ajudar essa iniciativa, essa cruzada, e fazer o primeiro hospital veterinário público da Costa Rica. Os animaizinhos precisam de atenção médica.
Li que você preside uma fundação de ajuda aos cães.
Não a presido, mas sou parte dela, pois tenho pouco tempo. Somos parte de um grupo de personagens com vida pública onde há atores, cantores e muita gente ajudando. Todos nos unimos para dar voz aos animais desde a nossa trincheira.
O México tem hospital veterinário?
Claro que sim. Me parece louvável que exista gente na Costa Rica que busque fazer esse sonho realidade. Existe gente que ama seus animais e não tem recursos para atendê-los.
Em relação à vizinhança, como depois de 40 anos ou mais o Chaves e seus personagens seguem impactando a mente do público e dando alegria aos seus corações?
Eu sou o principal surpreendido, essa é a verdade. Não sei dar minhas razões e a última palavra quem tem é o público. É um programa televisivo cuja única missão que tinha era divertir. Nada mais. Só queríamos brindar uma diversão sadia sem recorrer às palavras ruins ou vulgaridades. Eu deixei de fazer televisão e mais aqui no México porque os programas ficaram vulgares. Muita gente talvez não goste. Bom, vivemos numa democracia.
Entre Chespirito e Eugenio Derbez, quem é melhor?
Cada um tem seu estilo. A comédia de Derbez é muito interessante e de outro estilo, apela à inteligência da pessoa.
Chaves mudou sua vida?
Completamente.
Em diversos momentos do dia, como se sente: Senhor Barriga, Nhonho ou Botijão?
(risos) Não, nada disso, agora sou eu. Esses personagens foram parte de minha vida por 25 anos e já estão guardados no livro de memórias. Já estamos em outra coisa.
A partida de Roberto Gómez Bolaños impactou sua vida? Lhe afetou muito?
Sim, claro que me afetou muito. É uma perda enorme para o México e para todos. Uma perda emocional enorme. A um ano de distância de sua partida, sinto saudades. Tive a honra de me despedir de alguma forma.
Alguma lembrança?
Muitas, entre outras, esta: fui trabalhar no Brasil e lhe levei um vídeo onde muitos brasileiros o saudavam. Coloquei uma dessas câmeras GoPro e gravei todas as saudações, lhes prometi que ele as receberia.
E como reagiu Chespirito?
Não era um homem que fazia elogios, mas era bom conversador e utilizava bem a linguagem. Bom em falar. Me disse: "siga fazendo" bem. Isso foi muito bonito e o levo em meu coração.
Depois do êxodo da vizinhança e a partida de Roberto Gómez, porque Quico, Chiquinha, Dona Florinda e o Professor Girafales não pediram perdão?
Eu respeito as decisões de meus companheiros. Creio que é algo muito pessoal de cada um. Ressalto que não custa trabalho se dar bem com as pessoas. Eu me dou bem com todos, de verdade. Nos falamos esporadicamente.
Acredita que Carlos Villagrán falou demais de Florinda Meza?
Creio que cada um é livre de falar o que sinta. O homem deve ser dono de seu silêncio, pois do contrário é escravo do que diz.
O que lhe fazia mais feliz: Senhor Barriga, Nhonho ou o Botija?
Lhe pergunto: você tem filhos?
Não, não tenho.
Por isso posso te dizer que é difícil saber que filho se quer mais. São personagens inesquecíveis e são parte de mim.
Depois de Roberto, você é o mais prolífico na carreira? Já que segue sendo ator e fazendo dublagens...
Ter saído no programa me ajudou muito, me deu notoriedade. A decisão de não continuar fazendo os personagens não me afeta, pois já não posso seguir fazendo o Nhonho, ou a cada vez que fazia, a peruquinha ficava maior. Para mim é uma etapa de minha vida que está encerrada. Eu faço coisas diferentes. Na próxima semana, por exemplo, vou a Lima para a estreia de um filme. No Peru, faço uma temporada de teatro e aqui [no México] faço dublagem, inclusive cinema. Faço muitas coisas como ator. Edgar Vivar, ou seja, eu, me considero mais um ator que um personagem.
Você é médico. Exerceu a profissão?
Exerci por dois anos. Quando comecei a trabalhar com Roberto, estava fazendo residência. Quando comecei na TV, quatro ou cinco meses depois me graduei. Quando começaram as turnês e o trabalho de ator tomou muito tempo, tive que deixar a medicina.
Resolveu seu problema de saúde?
Claro que sim, me sinto muito melhor. Perdi mais de 100 quilos.
Vi você em um reality show onde transformam seu carro. Gostou?
Claro. Gostou muito de carros, é um passatempo, mas não tenho muitos, só dois. Não gosto de dirigir, tenho motorista.
Vive no Distrito Federal (do México)?
Sim.
Visitou a tumba de Chespirito?
Sim.
O que sentiu?
Uma sensação de nostalgia e esperança. Eu sei que está melhor agora e creio que se tornou universal.
É verdade que faziam shows privados na Colômbia e Equador e que iam em aviões de luxo?
Não é verdade. É uma especulação.
O que recorda da Bruxa do 71 e Seu Madruga?
Angelines Fernández foi uma excelente atriz catalã que chegou ao México já sendo famosa. Tive uma grande relação com ela e foi a primeira dama do teatro. Ali foi onde Roberto a conheceu e a convidou para o projeto. Usou uma grande arma para chegar ao grande público. Ela havia trabalhado com Cantinflas. Seu Madruga e a mesma Angelines trabalharam em um filme com Cantinflas. Desde esse momento surgiu Chespirito. Ramón Valdés se tornou um ícone no Brasil.
Muitos estudos foram feitos sobre o Chaves. Análises sociocientíficas que dizem que impactava negativamente as pessoas, mas por outro lado é um êxito. O que pensa disso?
Você deu a resposta. As pessoas têm a decisão pessoal de ver ou não. Foi objeto de estudos e discussões, mas as pessoas seguem vendo. O programa nunca tratou de ser didático nem de ensinar, só de divertir. Os personagens foram criados com dois lados, um brilhante e outro escuro, como somos todos os seres humanos.
Finalmente, em uma palavra, como resume o êxito da vizinhança?
Isso sim é difícil. Boa e difícil pergunta. Inesquecível.
Administrador desde 2010, no meio CH desde 2003.