O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - CONCLUÍDO

[Jôpiras]

Muito legal a história, tô salvando cada capítulo no meu computador.

[Antonio Felipe]

(Eu insisto: a louca da escada chama-se Eduviges!)

Eu uso a tradução brasileira, onde ela é chamada de Edwiges.

[Antonio Felipe]

Mais um capítulo saindo

Capítulo 35 – Não se Pode Fazer Consertos na Vila

Cheguei a uma conclusão em tanto tempo na vila: aqui não podemos fazer consertos, nem qualquer coisa ao ar livre! Porque sempre tem um moleque folgado para nos importunar! Mas antes de falar disso, preciso recordar algumas coisas.

Há algumas semanas, aquela senhora, a gloriosa Glória esteve aqui procurando apartamento na vila. E acabou encontrando, do lado do imóvel que a velhota gagá tinha locado, no alto da escada do primeiro pátio. Entre idas e vindas, ela se mudou com a sobrinha, Paty. Eu pensava que ela era filha da Glória, só fui descobrir a verdade após conversar com ela. E de fato, me enamorei dessa senhora.

Até fomos ao cinema. Eu senti que ela tinha por mim uma certa afeição. Entretanto, eu queria avançar mais, queria algo mais. E sei que ela queria também. Mas eu não pude. Não pude mesmo. Senti um peso enorme nas minhas costas, quando estava aproximando meu rosto do seu, para beijá-la, no cinema. Não sei, mas parece que era como se Maribel estivesse-me dizendo para não avançar. Era como se existisse um laço nos unindo, uma coisa sobrenatural que não se rompeu, embora Bel estivesse morta. Detive-me a ser amigo de Glória. E uma conversa que tivemos revelou algumas coisas a seu passado:

Estávamos na casa dela, Paty já dormia, tínhamos voltado do cinema. Então lhe perguntei:
- Bem...Por que motivo você veio morar nesta vila?
- Vim por que fica próximo do meu trabalho. E assim economizo com o transporte. Não tem sido fácil custear minha vida e de Paty desde que...
- Desde que...?
- Desde que os pais dela morreram.
- Eles morreram?
- Sim. Morreram em um cruzeiro, há oito anos. Faziam sua segunda lua-de-mel, isso poucos meses depois de Paty ter nascido.
- Em um cruzeiro? Nossa...
- Foi terrível. Nunca imaginaria velar minha irmã tão cedo. Era tão jovem, estava imensamente feliz com o matrimônio e com a maternidade. Era um sonho para ela! Tinha a vida que sempre sonhou...
- E então a Paty ficou com você.
- Sim. Não houve alternativa, ela só tinha a mim.
- E o que você conta a Paty quando ela pergunta dos pais?
- Falo que eles estão com o papai do céu, coisas assim...Mas por que pergunta?
- Porque vivi a mesma coisa. Minha mulher morreu no parto da Chiquinha.
- Que horror! Deve ter sido uma grande dor...
- Foi terrível...Bem, mas você nunca se casou?
- Não. Nunca casei. Tive uns namorados de vez em quando...Não sei se suportaria a vida a dois, dividindo a mesma casa, as mesmas coisas...Fora que cuidar da minha sobrinha exige muito de mim.
- Certo...

Senti que não poderia avançar mais. Só me restava admirar sua beleza.

Fora que aconteceram muitas confusões aqui na vila depois disso. Paty acabou encantando Chaves e Quico e isso gerou muita briga. Além disso, as crianças causaram uma algazarra, ao inventar de tacar bolo na cara dos outros. Cheguei até a apanhar da Glória, depois que a Chiquinha – muito ciumenta – resolveu cobrir o rosto da Glória de glacê, além de ter dito que isso era ordem minha. Resolvido o incidente, fiquei bem machucado – a mulher bate pra valer – e as crianças acabaram enganando a Glória, que pensou que eu tinha morrido...

E a história dos consertos? Bem, isso ocorreu depois que fui ajudar Glória a resolver um problema no apartamento. Fizeram uma obra lá e deixaram um buraco enorme. Fui tentar ajudar e no final das contas, acabei levando tijoladas na cara, por culpa do Chaves. Tive que ir ao dentista para colocar uma ponte, senão ia perder alguns dentes.

Com isso tudo, a Glória ficou assustada de morar na vila e acabou se mudando. Disse que não iria conseguir suportar a loucura do cortiço e conseguiu um apartamento em uma vila vizinha.

E voltando aos consertos, fui tentar serrar uma tábua no pátio e acabei com os dedos machucados e com mais uma confusão para agüentar. Fora que tentei ainda pintar uma cadeira e só tive problemas. Não se pode fazer consertos na vila...Ou são as crianças que ficam me torrando a paciência, ou é a velha do 14 que me transtorna.

Além de tudo, o aluguel vai completar três meses atrasado...Não sei como pagar, vou ter que inventar uma história para enganar o gordo. Acho que vou apelar para o sentimentalismo.

Próximo capítulo: Devo, Não Pago...Invento uma Catapora!

[E.R]

Muito bom ! Tá bem com o espírito da série.

Queria ler também sobre os peixinhos coloridos do Seu Madruga e sobre o gato que ele matou.

[Antonio Felipe]

Muito bom ! Tá bem com o espírito da série.

Queria ler também sobre os peixinhos coloridos do Seu Madruga e sobre o gato que ele matou.

Isso vai estar no próximo capítulo

[João]

Caramba, Purcino, que demais!
Eu não sei se já disse isso, mas adoro quando há essas ligações do diário com episódios da série, ainda mais quando é complementado com fatos que não são ditos na série, como por exemplo a justificativa pra Glória sair da vila, os pais da Paty e por aí vai.
Parabéns por esse excelente projeto, torcemos que continue atualizando com freqüência!

[Antonio Felipe]

E hoje à tarde teremos mais um capítulo novo

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Uma coisa interessante que talvez vocês já tenham notado: quem passa pela vila sempre está praticamente sozinho no mundo. Nunca está completo. Ramón não tem a mulher, a Chiquinha não tem mãe, a Florinda não tem o marido, Quico não tem pai, a Bruxa não tem o marido...

[E.R]

Só o Nhonho que tem pai e mãe. Só que a mãe vive visitando a "velha" Espanha.

Aliás, bem que você podia fazer um episódio com a mãe do Nhonho. Você podia fazer assim, o "barriga de paletó" tem grande amizade pelo Madruga e quem o obriga a cobrar o aluguel do pai da Chiquinha é a a mulher do "presunto com patas", que é executiva e materialista. Daí suavizava mais a figura do Seu Barriga, que sem dúvidas, tem um excelente caráter e sempre foi amigo do Seu Madruga, fica a sugestão.

[Barbano]

Uma coisa interessante que talvez vocês já tenham notado: quem passa pela vila sempre está praticamente sozinho no mundo. Nunca está completo. Ramón não tem a mulher, a Chiquinha não tem mãe, a Florinda não tem o marido, Quico não tem pai, a Bruxa não tem o marido...

Bem semelhante aos personagens Disney...

Ninguém tem pai, mãe... é Tio Patinhas, sobrinhos do Pato Donald, sobrinha da Margarida, sobrinhos do Mickey, etc.

[Antonio Felipe]

Só o Nhonho que tem pai e mãe. Só que a mãe vive visitando a "velha" Espanha.

Aliás, bem que você podia fazer um episódio com a mãe do Nhonho. Você podia fazer assim, o "barriga de paletó" tem grande amizade pelo Madruga e quem o obriga a cobrar o aluguel do pai da Chiquinha é a a mulher do "presunto com patas", que é executiva e materialista. Daí suavizava mais a figura do Seu Barriga, que sem dúvidas, tem um excelente caráter e sempre foi amigo do Seu Madruga, fica a sugestão.

Mas assim mesmo ele não convive com a mãe.

Como inclusive disse no capítulo 8:

O que ouvi hoje é algo inacreditável...o zelador da vila, Zenon, contou-me que tem um filho, de 1 ano. Ele trabalhava na casa de uma executiva de grande empresa mexicana. Ela acabou tendo relações com Zenon e acabou engravidando. Então, a mulher o demitiu e não disse que estava embaraçada. O menino nasceu e apenas há 3 dias, Zenon soube da existência dele. A executiva veio à vila, trazendo o garoto, dizendo que iria viajar para trabalhar nos Estados Unidos e não teria tempo de cuidar dele. O zelador terá agora que criar o filho sozinho. Ele está desolado e ao mesmo tempo feliz. Diz não acreditar como pode existir alguém tão vil, tão egoísta. Eu também não acredito nisso. Pobre homem.

Na minha concepção, ela renega o filho, pois não admite ter tido um filho com um empregado. Mas vou pensar em alguma coisa para que ela apareça.

[Antonio Felipe]

Terceiro capítulo da semana!

Capítulo 36 – Devo, Não Pago...Invento uma Catapora!

Na hora do aperto, a gente faz o que pode. Nas horas mais difíceis, quem pode, consegue contornar a situação, usando dos meios mais diversos para isso. E modéstia à parte, eu sempre tive um bom poder de persuasão. Já enrolei muita gente para pode conseguir algumas coisas. E agora isso volta a acontecer. O aluguel está atrasado há três meses. Não tenho dinheiro mesmo para pagar o aluguel. O pouco que consigo é para comer e para comprar algumas coisas básicas. Não dá para juntar dinheiro e pagar o gordo. E pensando bem...Com tantos apartamentos aqui, e ao preço que está o aluguel, não faz muita diferença para ele que apenas um locatário não pague. Mas mesmo assim ele segue me cobrando. E tenho que dar a volta no Barriga, não há o que fazer.

Dessa vez, tenho que partir para o sentimentalismo. O Zenon sempre foi muito emocional. Creio que desta vez ele vai cair direitinho, se eu fizer a coisa certa e a Chiquinha colaborar. Sim, a Chiquinha. Vou inventar uma catapora. Vou dizer que minha filha está com quarenta e tantos de temperatura, que ela está muito, muito doente, com uma doença bem contagiosa. E nada melhor que uma catapora para enganar o gordo. Vai dar certo.

(alguns dias depois...)

Bem, a coisa deu quase certa. Isso porque o gordo não me cobrou o aluguel, mas também todo mundo acreditou que a Chiquinha estava doente. Mas o diabo é que a menina resolveu importunar todo mundo com sua falsa doença e acabou criando muita, mas muita confusão. Não deu outra, a farsa acabou sendo descoberta. Mas o Barriga não me cobrou mais, porque ele acabou com catapora, vejam só! E eu também! E a Chiquinha, o Quico, a Florinda, até o Professor Girafáles. Isso porque a Chiquinha já estava com a doença, só que os sintomas não tinham aparecido ainda. Ela pegou isso de uma outra menina lá da escolinha. Só quem não pegou catapora foi o Chaves, sorte dele. E azar, pois o menino até queria ficar doente para ir no hospital e poder comer três vezes ao dia.

(e mais alguns dias depois...)

Eu voltei a matar. Matei sem piedade alguma. E o mais incrível, matei com a minha muleta de toureiro, como nos velhos tempos. Matei e tornaria a matar de novo, se fosse preciso. Matei um maldito animal que estava me importunando. E de certa forma, me vinguei da velha burrona do 14. Sim, eu matei. Matei o gato dela!

E por que fiz isso? Porque o desgraçado estava comendo os peixinhos coloridos que eu comprei para minha casa! Há muito tempo queria colocar um sopro de vida naquela casa, algo que pudesse ser agradável para mim e para a Chiquinha. E o que acontece? Vem o maldito gato que o Professor Girafáles deu pra Florinda e come meus peixinhos! Custei para comprar aqueles peixes, que fizeram a alegria da minha casa, enfim.

Mas como bom caçador e como bom matador, com a experiência de quem foi aplaudido por matar touros na Plaza de Los Toros, saí à caça do assassino de peixes. Lá fui atrás do bichano. Ele estava no segundo pátio. Eu o encurralei. E por fim dei cabo no bicho. Dei-lhe uma muletada certeira na cabeça. Não houve escapatória para o gato. Foi uma morte rápida e limpa, como deveria ser. Assunto encerrado.


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Próximo capítulo: Chega o Leiteiro!

[Mestre Maciel]

Purcino, vai com calma, hehehehe. Tá rendendo atualização no Portal Chaves todo dia, rs.

Inspiração é isso aí! Quando ela desponta, tem que aproveitá-la o máximo. Parabéns, Purcino!

[E.R]

Aeeeeeeeee, muito bom !

No próximo capítulo, fale sobre como o leiteiro deu o emprego temporário ao Seu Madruga.

[Antonio Felipe]

E seguem os capítulos!

Capítulo 37 – Chega o Leiteiro!

E quem diria, eu consegui um emprego! Sim, um emprego! Não é uma coisa que se diga, nossa, como é bom, como é gratificante esse emprego...Mas é algo que vai me render alguns trocados – mais do que com os bicos que eu andava fazendo de vez em quando. E o emprego que eu consegui é algo que nunca tinha me passado pela cabeça fazer. Ser leiteiro. Sim, leiteiro.

Consegui essa ocupação por que o leiteiro oficial que passa pela vila e nas vilas vizinhas teve que se ausentar por algumas semanas. Como eu compro o leite dele de vez em quando e sabendo que eu estou desempregado, o homem resolveu me oferecer esse bico. Bem, não seria nada se não fosse a amizade que eu consegui com o cara depois de ter feito alguns favores...Mas, voltando ao trabalho, não é algo estafante (graças a Deus) e até tem me rendido algo mais. Tenho que sair bem cedo de casa, vou até um depósito onde eles recebem o leite que vem da fazenda, lá pego uns três engradados, mais ou menos, e trago eles para casa. Depois, é só ir aos cortiços para oferecer o leite. Bom é que posso tirar alguma coisa de cada garrafa que vendo.

E vendo essa lucratividade, tive uma idéia. Uma idéia um tanto desonesta, eu sei, mas que pelo menos vai me fazer ganhar um dinheiro a mais. Coloco água no leite. Mas o golpe não é dado assim, só colocando água direito no leite. Porque assim o pessoal iria descobrir com muita facilidade. Para a coisa sair perfeita, eu pego uma garrafa vazia, coloco pouco mais ou menos meio litro de água, coloco o resto de leite e para que o líquido fique mais espesso, eu coloco umas colheres de leite em pó. Leite este que eu consegui lá mesmo, no depósito. Eles me deram alguns pacotes, depois de um dia de boas vendas. Era o que eu precisava. Assim, o leite fica bom e sem um gosto muito aguado. E ninguém percebe que é leite viciado!

Só para registrar a última confusão da hora: há uns dias atrás, as crianças resolveram brincar de escolinha. E a Chiquinha deu pra ficar rabiscando minha janela com giz. Não deu outra, mandei eles limparem. Só que no final das contas, o Barriga acabou vindo me cobrar o aluguel e ele ficou todo sujo e molhado por causa da confusão que as crianças fizeram. E para completar, a Chiquinha escreve na janela: “proibido escrever nessa janela”. Ah...

(alguns dias depois...)

Já acabou meu período como leiteiro. Consegui lucrar bem, até que o golpe da água no leite deu certo. Só quem descobriu isso mesmo foi o Senhor Barriga, por culpa da boca muito grande que a Chiquinha tem. Mas ele aceitou ficar quieto, para não me prejudicar. Deu alguma confusão na vila com o leite, já que a Chiquinha e o Chaves quiseram alimentar uns cachorros fedorentos com o meu leite. A menina até queria adotar uns cachorros, vejam só! Pelo menos consegui ganhar um bom dinheiro. Há realmente males que vêm para o bem.

Próximo capítulo: A Louca da Escada

[E.R]

Legal !



Pra falar da Louca da Escada, fale também sobre a festa da qual ela participou e também explique porque ele resolveu sair da vila.


Fotos de referência /color]
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