O flagelo do desemprego toma conta na categoria bancária
Os banqueiros, somente no mês de março, fecharam mais 212 postos de trabalho na categoria bancária. Na média, são cerda de 10 mil demissões anuais
Agências fechadas – Foto: Reprodução
Os bancários estão sofrendo amargamente com a política dos banqueiros e seus governos quando o quesito é o desemprego. Dados apresentados, recentemente, pelo Ministério do Trabalho através do Novo CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), mostram que no mês de março, do presente ano, foram fechados mais 212 postos de trabalho. Ou seja, houveram, nesse período, 2.892 admissões contra 3.103 demissões. Ressaltando que esses 212 fechamentos de postos de trabalho significam que os banqueiros diminuíram esse quantitativo do número geral de trabalhadores bancários.
Os dados do Novo CAGED ainda revelam que os bancários estão sendo substituídos por outros profissionais que não ligados a serviços bancários, como por exemplo, trabalhadores na área de tecnologia da informação, na sua maioria terceirizados. Foram 11,7 mil contratados, sendo que, desse número, 3 mil correspondem a bancários convocados pela Caixa Econômica Federal, aprovados no concurso de 2014 e empossados conforme ordem judicial.
A política neoliberal, implementada pelos abutres capitalistas nacionais e, principalmente, internacionais, fez com que a categoria bancária diminuísse o seu quantitativo espantosamente. Em 1990, eram 732 mil bancários em todo o País. Hoje, esse número chega a apenas 473 mil, uma diminuição de 259 mil trabalhadores em 31 anos, o que significa uma média de 8 mil fechamentos de postos de trabalho bancários por ano durante todo esse período.
Esses dados são extremamente contraditórios em comparação com o número da população brasileira que, em 1990, contava com 149 milhões de habitantes e que hoje chega a mais de 213,3 milhões. Decerto que os banqueiros vigaristas irão se utilizar das mais diversas justificativas para explicar o inexplicável, sendo uma delas a questão tecnológica; que hoje tudo é digital, que a maioria dos atendimentos são feitos por sistema eletrônico etc. Entretanto, todos os bancários, tanto aqueles que ocupam postos nas agências, quanto os que trabalham nos setores administrativos, sabem muito bem que a carga de trabalho, por conta de falta de pessoal, mais do que triplicou.
Ademais, não é só o bancário que sente os efeitos dessa política criminosa dos banqueiros. A população, que precisa ser atendida em uma agência bancária, come o pão que o diabo amassou em filas quilométricas, passando horas na espera por atendimento, consequência da falta de funcionários.
Não é por um acaso que a categoria bancária está no topo da lista de trabalhadores que apresentam o maior índice de adoecimento ocasionado pela atividade laboral. Doenças essas tanto físicas, quanto psíquicas.
Diante desse quadro de total hecatombe provocada pela política dos banqueiros e dos seus serviçais nas instituições do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário), os bancários se preparam para mais uma campanha salarial. Nesse sentido, as direções sindicais, diante da ofensiva reacionária da direita golpista, precisam organizar uma gigantesca mobilização para lutar, além das demais reivindicações, pela estabilidade no emprego. Uma pauta de fundamental importância para a categoria bancária no próximo período.
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