
O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - CONCLUÍDO
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado HOJE, 30/05
Bom texto Antônio, não deu na picaretagem, então é hora de tentar na carpintaria 



- Antonio Felipe
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado HOJE, 30/05
69. Não se Pode Nem Fazer Carpintaria na Vila!
Ah... Como seria bom se eu pudesse fazer o que é preciso ser feito sem qualquer tipo de transtorno. Um exemplo: carpintaria. Tive a oportunidade de fazer um servicinho como carpinteiro par a conseguir uma graninha. O que aconteceu? O moleque Chaves veio se meter nos meus afazeres e em um descuido meu, conseguiu machucar o braço com as ferramentas. Resultado? Fui obrigado a levá-lo ao hospital. Depois de muito choro, o garoto saiu do hospital com um dos braços engessado. Foi por pouco que ele não teve o braço quebrado, apenas uma fratura simples. Mas o suficiente para ele ficar com gesso em quase todo o braço esquerdo. Era uma boa oportunidade para ele aprender a deixar de ser tão atrapalhado.
Falei bem. Era uma boa oportunidade. Passado. O passado é história. O presente é que nada mudou e o futuro é sombrio. Isto por que, duas semanas depois, continuo fazendo o serviço de carpintaria. A paz é apenas um desejo. Na realidade, ela não existe de fato. Não bastasse o Kiko ficar se intrometendo, o Chaves, mesmo com braço quebrado, segue me estorvando. E o pior não é isso: com tamanha incomodação, me distraio e acabo martelando os dedos. Mal consigo segurar o lápis para escrever estas linhas... Melhor parar um pouco.
(alguns dias depois)
De volta. Já com os dedos recuperados. Mas ainda tentando arrumar o que se estragou por aqui. Isto por que as crianças resolveram brincar com minhas ferramentas de carpintaria e, na onda da brincadeira, o Kiko pegou uma cadeira de sua casa para serrar. Resultado? A Dona Florinda achou que eu fiz isso de propósito e quem teve que consertar a cadeira foi eu (depois de um sopapo, é claro). Para isso, tive que fazer uma cola. E claro que tudo resultou em confusão, sendo que inclusive me queimei com a cola quente.
Eu já tinha descoberto que pintar móveis na vila era uma fria. Agora, nem carpintaria posso fazer.
Próximo capítulo: Água e Fogo
Ah... Como seria bom se eu pudesse fazer o que é preciso ser feito sem qualquer tipo de transtorno. Um exemplo: carpintaria. Tive a oportunidade de fazer um servicinho como carpinteiro par a conseguir uma graninha. O que aconteceu? O moleque Chaves veio se meter nos meus afazeres e em um descuido meu, conseguiu machucar o braço com as ferramentas. Resultado? Fui obrigado a levá-lo ao hospital. Depois de muito choro, o garoto saiu do hospital com um dos braços engessado. Foi por pouco que ele não teve o braço quebrado, apenas uma fratura simples. Mas o suficiente para ele ficar com gesso em quase todo o braço esquerdo. Era uma boa oportunidade para ele aprender a deixar de ser tão atrapalhado.
Falei bem. Era uma boa oportunidade. Passado. O passado é história. O presente é que nada mudou e o futuro é sombrio. Isto por que, duas semanas depois, continuo fazendo o serviço de carpintaria. A paz é apenas um desejo. Na realidade, ela não existe de fato. Não bastasse o Kiko ficar se intrometendo, o Chaves, mesmo com braço quebrado, segue me estorvando. E o pior não é isso: com tamanha incomodação, me distraio e acabo martelando os dedos. Mal consigo segurar o lápis para escrever estas linhas... Melhor parar um pouco.
(alguns dias depois)
De volta. Já com os dedos recuperados. Mas ainda tentando arrumar o que se estragou por aqui. Isto por que as crianças resolveram brincar com minhas ferramentas de carpintaria e, na onda da brincadeira, o Kiko pegou uma cadeira de sua casa para serrar. Resultado? A Dona Florinda achou que eu fiz isso de propósito e quem teve que consertar a cadeira foi eu (depois de um sopapo, é claro). Para isso, tive que fazer uma cola. E claro que tudo resultou em confusão, sendo que inclusive me queimei com a cola quente.
Eu já tinha descoberto que pintar móveis na vila era uma fria. Agora, nem carpintaria posso fazer.
Próximo capítulo: Água e Fogo
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- Antonio Felipe
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado HOJE, 30/05
70. Água e Fogo
Praticamente toda a vila sentiu na pele duas sensações bem distintas nessa última semana. Foram duas situações bem próximas do absurdo – aliás, como muito que geralmente ocorre nesta vila tão louca – mas que merecem registro.
No começo da semana, o Chaves resolveu brincar de “cavaleiro”, algo assim, e ficava falando sozinho. Discussão para lá, discussão para cá, ele começou a “falar com as portas”, só que no caso, estava discutindo com os outros que haviam lhe perguntado se ele estava louco. Também, a pessoa ficava dentro de sua casa e ele ali fora, berrando que nem um louco, para ninguém. Todo mundo achou que o Chaves tinha perdido mais um parafuso. E eis que o Kiko e a Chiquinha tiveram a brilhantíssima idéia: jogar água nele, achando que isso o curaria de sua “loucura”. Como, eu não sei, mas numa inacreditável coincidência, foi o Professor Girafáles e a Dona Florinda que acabaram molhados. Isso que a água já tinha rolado por todo canto antes. Só depois que entendi exatamente o que estava acontecendo e esclareci a história com o Chaves. Ah, essas crianças... Como se água resolvesse loucura, quando muito um pouco de pepsicologia.
Dois dias depois, uma catástrofe. A luz da vila simplesmente se foi, bem no dia de jogo de futebol pela televisão! Eu achei que a televisão tinha quebrado, nem tinha pagado ela ainda e na raiva, acabei jogando a TV no chão, chutei, pisei, arrebentei a TV! Foi um ato insano, mas não consegui conter minha raiva! Descobri depois que não tinha luz na vila por causa do idiota do Kiko, que resolveu brincar com um ferro, causando um curto-circuito, o que fez os fusíveis da vila queimarem. Nisso apareceu até o gordo Barriga na vila. Mais e mais confusão e eu resolvi tentar um truque para não pagar o aluguel: provocar outro curto-circuito. Bem, quase deu certo. Não fosse a besta do Kiko se meter e tomar um choque. Como, não sei, mas todo mundo tomou choque, de mãos dadas, inclusive Dona Florinda, Chiquinha, Seu Barriga e eu.
Só sei que depois do choque, apaguei. O que aconteceu nesse meio-tempo eu soube pela dona Rosa. Ela contou que chegou à vila e o Chaves foi correndo lhe pedir ajuda. Ele tinha chutado uma bola na caixa de fusíveis, que caiu – e aí a luz se foi mesmo – e fez o choque parar. Mas todo mundo desmaiou. Ela então chamou uma ambulância, que veio aqui e nos reanimou. Segundo ela, eu demorei um pouco para voltar – os demais voltaram sem problemas – e que os médicos ficaram preocupados. Já fiquei todo temeroso pela minha saúde... Bom, foi apenas um susto.
Água e fogo nessa semana que passou. Ô semaninha difícil!
Próximo capítulo: La Tienda del Chavo
Praticamente toda a vila sentiu na pele duas sensações bem distintas nessa última semana. Foram duas situações bem próximas do absurdo – aliás, como muito que geralmente ocorre nesta vila tão louca – mas que merecem registro.
No começo da semana, o Chaves resolveu brincar de “cavaleiro”, algo assim, e ficava falando sozinho. Discussão para lá, discussão para cá, ele começou a “falar com as portas”, só que no caso, estava discutindo com os outros que haviam lhe perguntado se ele estava louco. Também, a pessoa ficava dentro de sua casa e ele ali fora, berrando que nem um louco, para ninguém. Todo mundo achou que o Chaves tinha perdido mais um parafuso. E eis que o Kiko e a Chiquinha tiveram a brilhantíssima idéia: jogar água nele, achando que isso o curaria de sua “loucura”. Como, eu não sei, mas numa inacreditável coincidência, foi o Professor Girafáles e a Dona Florinda que acabaram molhados. Isso que a água já tinha rolado por todo canto antes. Só depois que entendi exatamente o que estava acontecendo e esclareci a história com o Chaves. Ah, essas crianças... Como se água resolvesse loucura, quando muito um pouco de pepsicologia.
Dois dias depois, uma catástrofe. A luz da vila simplesmente se foi, bem no dia de jogo de futebol pela televisão! Eu achei que a televisão tinha quebrado, nem tinha pagado ela ainda e na raiva, acabei jogando a TV no chão, chutei, pisei, arrebentei a TV! Foi um ato insano, mas não consegui conter minha raiva! Descobri depois que não tinha luz na vila por causa do idiota do Kiko, que resolveu brincar com um ferro, causando um curto-circuito, o que fez os fusíveis da vila queimarem. Nisso apareceu até o gordo Barriga na vila. Mais e mais confusão e eu resolvi tentar um truque para não pagar o aluguel: provocar outro curto-circuito. Bem, quase deu certo. Não fosse a besta do Kiko se meter e tomar um choque. Como, não sei, mas todo mundo tomou choque, de mãos dadas, inclusive Dona Florinda, Chiquinha, Seu Barriga e eu.
Só sei que depois do choque, apaguei. O que aconteceu nesse meio-tempo eu soube pela dona Rosa. Ela contou que chegou à vila e o Chaves foi correndo lhe pedir ajuda. Ele tinha chutado uma bola na caixa de fusíveis, que caiu – e aí a luz se foi mesmo – e fez o choque parar. Mas todo mundo desmaiou. Ela então chamou uma ambulância, que veio aqui e nos reanimou. Segundo ela, eu demorei um pouco para voltar – os demais voltaram sem problemas – e que os médicos ficaram preocupados. Já fiquei todo temeroso pela minha saúde... Bom, foi apenas um susto.
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- Ruuki
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado TERÇA, 01/06
Muito bom o Episódio!
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado TERÇA, 01/06
O Portal Chaves está off-line por problemas de domínio, mas deve voltar nos próximos dias 

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- Antonio Felipe
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado TERÇA, 01/06
71. La Tienda Del Chavo
Vários fatos inusitados tomaram a atenção desta vila nos últimos tempos. Alguns para bem, outros para mal. O primeiro deles foi o que o Chaves resolveu para fazer para ganhar algum dinheiro: criar uma banquinha para vender refrescos. Isso ele fez com o dinheiro que ganhou fazendo favores à Dona Clotilde. Bem, o refresco não era da melhor qualidade, mas achei a idéia muito interessante. O garoto parece ter tino comercial. Conheço isso de longe. É uma boa oportunidade para ele aprender sobre negócios e para ganhar seu próprio dinheiro e assim não ficar dependendo apenas dos outros para sobreviver.
Claro que esse tipo de idéia vem sempre acompanhada de certa inveja de algumas pessoas. Como o Kiko, por exemplo, que na sua ânsia natural de querer ser mais e melhor do que os outros, inventou de criar a sua banquinha também, mais bonita e mais estruturada. Tudo para fazer inveja ao Chaves. Contudo, o castigo vem a cavalo. Na saída da vila, o Senhor Barriga tropeçou na tenda do Chaves e derrubou tudo: caixotes, baldes com os sucos, tudo. Prejuízo absurdo para o pobre garoto, que mal tinha começado seu pequeno negócio. O Barriga, solidário, deu-lhe um dinheiro para repor os danos. E acreditem: o Kiko resolveu fazer o mesmo! Derrubou suas coisas, foi chorar e pedir dinheiro ao gordo, que, vejam só, deu-lhe o cartão de um psiquiatra! Gostei dessa... Um bom golpe no ego do bochechudo.
E os dias foram passando e o Chaves ali, vendendo seus sucos. O pior foi para mim, em dado momento, que acabei refém do Chaves. Eu queria me esconder da Dona Florinda, que queria me bater, e do Senhor Barriga, que queria que eu lhe pagasse o aluguel. Fiquei num mato sem cachorro, preso no portão Se fosse para casa, a Florinda me pegava. Se saísse à rua, o Barriga me interceptava. E naquele portão, o moleque ficou me chantageando, fazendo-me comprar seus refrescos para não me dedar. Aquilo me deu uma raiva tremenda...
O pior de tudo ocorreu uns dias depois. Não sei por que, fiquei tomando de uma insônia terrível. Fiquei dias sem pregar os olhos. Passei noites e noites em claro, sem conseguir dormir e quando o fazia, era por muito pouco tempo. A minha insônia era tamanha que me deixava num cansaço inacreditável, sendo que perdi até minha força. A Dona Clotilde se dispôs a ajudar e comprou um xarope para dormir. Mas as malditas crianças se meteram, achando que aquilo era uma “bruxaria”. O que eu não contava era que o Chaves fosse derramar aquilo em um dos seus sucos. Tomei o suco e... fui tomado pelo sono de maneira quase instantânea. Fiquei cambaleante pela rua até que me levaram para casa. Só fui acordar dois dias depois. No caso, ontem. Sinto-me mais disposto. Mas o pior foi para o Chaves. Naquela confusão, ele deixou abandonada sua banquinha e várias pessoas tomaram seus refrescos. Pior: tomaram aquele refresco com o remédio. Resultado: gente entorpecida dormindo na rua. Não restou alternativa ao Chaves senão fechar. Pena.
Agora é me preparar, pois o gordo vai vir por aí de novo.
Próximo capítulo: O Despejo
Vários fatos inusitados tomaram a atenção desta vila nos últimos tempos. Alguns para bem, outros para mal. O primeiro deles foi o que o Chaves resolveu para fazer para ganhar algum dinheiro: criar uma banquinha para vender refrescos. Isso ele fez com o dinheiro que ganhou fazendo favores à Dona Clotilde. Bem, o refresco não era da melhor qualidade, mas achei a idéia muito interessante. O garoto parece ter tino comercial. Conheço isso de longe. É uma boa oportunidade para ele aprender sobre negócios e para ganhar seu próprio dinheiro e assim não ficar dependendo apenas dos outros para sobreviver.
Claro que esse tipo de idéia vem sempre acompanhada de certa inveja de algumas pessoas. Como o Kiko, por exemplo, que na sua ânsia natural de querer ser mais e melhor do que os outros, inventou de criar a sua banquinha também, mais bonita e mais estruturada. Tudo para fazer inveja ao Chaves. Contudo, o castigo vem a cavalo. Na saída da vila, o Senhor Barriga tropeçou na tenda do Chaves e derrubou tudo: caixotes, baldes com os sucos, tudo. Prejuízo absurdo para o pobre garoto, que mal tinha começado seu pequeno negócio. O Barriga, solidário, deu-lhe um dinheiro para repor os danos. E acreditem: o Kiko resolveu fazer o mesmo! Derrubou suas coisas, foi chorar e pedir dinheiro ao gordo, que, vejam só, deu-lhe o cartão de um psiquiatra! Gostei dessa... Um bom golpe no ego do bochechudo.
E os dias foram passando e o Chaves ali, vendendo seus sucos. O pior foi para mim, em dado momento, que acabei refém do Chaves. Eu queria me esconder da Dona Florinda, que queria me bater, e do Senhor Barriga, que queria que eu lhe pagasse o aluguel. Fiquei num mato sem cachorro, preso no portão Se fosse para casa, a Florinda me pegava. Se saísse à rua, o Barriga me interceptava. E naquele portão, o moleque ficou me chantageando, fazendo-me comprar seus refrescos para não me dedar. Aquilo me deu uma raiva tremenda...
O pior de tudo ocorreu uns dias depois. Não sei por que, fiquei tomando de uma insônia terrível. Fiquei dias sem pregar os olhos. Passei noites e noites em claro, sem conseguir dormir e quando o fazia, era por muito pouco tempo. A minha insônia era tamanha que me deixava num cansaço inacreditável, sendo que perdi até minha força. A Dona Clotilde se dispôs a ajudar e comprou um xarope para dormir. Mas as malditas crianças se meteram, achando que aquilo era uma “bruxaria”. O que eu não contava era que o Chaves fosse derramar aquilo em um dos seus sucos. Tomei o suco e... fui tomado pelo sono de maneira quase instantânea. Fiquei cambaleante pela rua até que me levaram para casa. Só fui acordar dois dias depois. No caso, ontem. Sinto-me mais disposto. Mas o pior foi para o Chaves. Naquela confusão, ele deixou abandonada sua banquinha e várias pessoas tomaram seus refrescos. Pior: tomaram aquele refresco com o remédio. Resultado: gente entorpecida dormindo na rua. Não restou alternativa ao Chaves senão fechar. Pena.
Agora é me preparar, pois o gordo vai vir por aí de novo.
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- Ruuki
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado HOJE, 03/06
Episódio muito bom!
Gostei que o Sr. Barriga deu o cartão do psicólogo ao Kiko, ele é muito metido a besta, sempre querendo ser o melhor!
Estou anciosa para os capítulos finais!
Gostei que o Sr. Barriga deu o cartão do psicólogo ao Kiko, ele é muito metido a besta, sempre querendo ser o melhor!
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado HOJE, 03/06
Eu acho que o Seu Madruga nem sabe o significa da palavra "entorpecida" 

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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado HOJE, 03/06
Do jeito que ele é, nem sabe com o que se "come"
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado HOJE, 03/06
Excelente capítulo, principalmente quando o Seu Madruga fica "preso no portão".
Paty

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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado HOJE, 03/06
72. O Despejo
O gordo veio. E com ele, uma notícia terrível. A pior de todas. Dessa vez, não eu tinha escapatória. Eu tinha que deixar a vila. O Senhor Barriga não queria mais saber de vir à vila e não receber o aluguel apenas de mim. Era um dinheiro que estava lhe faltando e por isso, preferia que esta casa ficasse vaga para alguém que pagasse pontualmente.
Apesar de conviver com aquele martírio há tanto tempo, apesar de já ter passado pelo trauma de um despejo há um tempo, a notícia que o Senhor Barriga trouxe foi chocante. Principalmente por que eu não tinha para onde ir com minha filha. Era um beco sem saída. Não havia o que fazer. Era chegada a hora de partir desta vila para algum lugar – qual? – não sabia.
Então, comecei o processo de encaixotar as minhas coisas, com o Barriga nos vigiando. Não foi fácil. Os meninos vieram ajudar e só causaram confusão. O Chaves me fez perder vários pratos, alguns do tempo em que eu era casado com Maribel. Mexendo nos objetos da casa, eu percebi do quanto eu me desfiz nos tempos que passaram. Eu tinha tanta coisa. E tudo foi se perdendo ao longo do tempo, ou foi penhorado, para que eu pudesse dar de comer à minha filha. Entretanto, eu não podia imaginar que um momento tão traumático quanto o do despejo pudesse causar uma nostalgia.
Sim, nostalgia. Isso por que, mexendo nas gavetas, os meninos encontraram um álbum de fotos antigos. Confesso que há muito não abria aquele álbum, que já estava escondido em algum canto de minha memória. Eis que toda uma história veio à tona. Uma foto minha com a Chiquinha, quando ela recém tinha nascido... Belo momento, aquele. Mesmo com toda a tristeza, eu precisava me manter são e cuidar daquele toquinho de gente que ficava em meus braços, tomando leite sem parar. Na outra foto, minha avozinha. Ah, Dona Neves... Ela que tanto me ajudou nos momentos tristes. E com ela, vem a saudade de minha mãe...
Outras tantas fotos enfeitam este álbum... Ainda me arrependo de não ter guardado nenhuma boa foto de Maribel. Naquele momento de choque, quando ainda tentava digerir a sua morte, desfiz-me de todas as suas fotos, exceto uma, que está desgastada pelo tempo. Aliás, prefiro não falar disso, já estou com os olhos mareados.
Mas o que eu não podia imaginar, em nenhuma hipótese, era que uma foto poderia salvar minha casa. Foi olhando uma das fotos que o Senhor Barriga decidiu deixar a mim e à Chiquinha nesta casa. Motivo? Era a foto de uma das lutas que eu participei, isso há uns dez anos atrás. Segundo ele, aquela luta salvou-lhe a pele. Ele tinha uma dívida a pagar e acabou apostando tudo... no meu adversário. Eu perdi essa luta. Ele não foi para a cadeia por minha causa. E assim, disse que eu lhe devia a vida. Achei estranha essa conversa, visto que nunca soube que ele gostasse de lutas. Bom, isso não importa. Tenho minha casa. Se essa justificativa do Barriga é real, não sei. Mas parece que mesmo perdendo algumas lutas, você vence.
Próximo capítulo: Uma Sociedade
O gordo veio. E com ele, uma notícia terrível. A pior de todas. Dessa vez, não eu tinha escapatória. Eu tinha que deixar a vila. O Senhor Barriga não queria mais saber de vir à vila e não receber o aluguel apenas de mim. Era um dinheiro que estava lhe faltando e por isso, preferia que esta casa ficasse vaga para alguém que pagasse pontualmente.
Apesar de conviver com aquele martírio há tanto tempo, apesar de já ter passado pelo trauma de um despejo há um tempo, a notícia que o Senhor Barriga trouxe foi chocante. Principalmente por que eu não tinha para onde ir com minha filha. Era um beco sem saída. Não havia o que fazer. Era chegada a hora de partir desta vila para algum lugar – qual? – não sabia.
Então, comecei o processo de encaixotar as minhas coisas, com o Barriga nos vigiando. Não foi fácil. Os meninos vieram ajudar e só causaram confusão. O Chaves me fez perder vários pratos, alguns do tempo em que eu era casado com Maribel. Mexendo nos objetos da casa, eu percebi do quanto eu me desfiz nos tempos que passaram. Eu tinha tanta coisa. E tudo foi se perdendo ao longo do tempo, ou foi penhorado, para que eu pudesse dar de comer à minha filha. Entretanto, eu não podia imaginar que um momento tão traumático quanto o do despejo pudesse causar uma nostalgia.
Sim, nostalgia. Isso por que, mexendo nas gavetas, os meninos encontraram um álbum de fotos antigos. Confesso que há muito não abria aquele álbum, que já estava escondido em algum canto de minha memória. Eis que toda uma história veio à tona. Uma foto minha com a Chiquinha, quando ela recém tinha nascido... Belo momento, aquele. Mesmo com toda a tristeza, eu precisava me manter são e cuidar daquele toquinho de gente que ficava em meus braços, tomando leite sem parar. Na outra foto, minha avozinha. Ah, Dona Neves... Ela que tanto me ajudou nos momentos tristes. E com ela, vem a saudade de minha mãe...
Outras tantas fotos enfeitam este álbum... Ainda me arrependo de não ter guardado nenhuma boa foto de Maribel. Naquele momento de choque, quando ainda tentava digerir a sua morte, desfiz-me de todas as suas fotos, exceto uma, que está desgastada pelo tempo. Aliás, prefiro não falar disso, já estou com os olhos mareados.
Mas o que eu não podia imaginar, em nenhuma hipótese, era que uma foto poderia salvar minha casa. Foi olhando uma das fotos que o Senhor Barriga decidiu deixar a mim e à Chiquinha nesta casa. Motivo? Era a foto de uma das lutas que eu participei, isso há uns dez anos atrás. Segundo ele, aquela luta salvou-lhe a pele. Ele tinha uma dívida a pagar e acabou apostando tudo... no meu adversário. Eu perdi essa luta. Ele não foi para a cadeia por minha causa. E assim, disse que eu lhe devia a vida. Achei estranha essa conversa, visto que nunca soube que ele gostasse de lutas. Bom, isso não importa. Tenho minha casa. Se essa justificativa do Barriga é real, não sei. Mas parece que mesmo perdendo algumas lutas, você vence.
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado HOJE, 03/06
Churros, Churros! Olha os Churros!
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado HOJE, 03/06
73. Uma Sociedade
Quando a coisa aperta, ela acaba sempre dificultando o lado mais fraco. Mas às vezes quem geralmente está por cima também acaba sofrendo as conseqüências. A falta de dinheiro, quem diria, não é exceção minha. A dificuldade que tenho de conseguir emprego me deixa com as finanças apertadas e nem sempre consigo suprir as necessidades básicas. Só que o interessante é que isso começou a causar problemas também para a Dona Florinda. Claro que não na mesma medida, mas os efeitos são claros. Desde que Frederico morreu, a Dona Florinda recebe uma pensão, por ser viúva. Ao que parece, esse dinheiro da pensão diminuiu de valor com o tempo e, por isso, a Florinda está numa situação financeira menos favorável do que há alguns anos, quando ela se gabava de ter dinheiro para que seu filho fizesse o lhe desse na telha. Não posso me sentir feliz com isso, mas não deixo de ter uma pequena pontinha de satisfação, já que agora ela não pode encher a boca pra falar de mim como antes.
Mesmo assim, com todo esse problema, resolvi fazer uma proposta à velha do 14: uma sociedade. E no que se daria essa sociedade? Simples: ela, uma cozinheira de mão cheia, faria churros para que eu vendesse na rua. Ela entende da cozinha. Eu entendo do comércio. É uma sociedade conveniente a ambos e traria um lucro muito bom. E assim acordamos.
Só que nada sai perfeito nesta vila. Primeiro, foram as crianças que resolveram se meter no negócio. Kiko e Chaves resolveram dar uma de cozinheiros e acabaram causando um estrago enorme na casa de Dona Florinda. Depois, fiz uma mesinha especial para acomodar os churros e assim vendê-los. Na hora que fui levá-la á Florinda para que ela opinasse, sem mais nem menos, ela jogou toda uma massa de churros na minha cabeça. Que raiva que me deu! Senti vontade de a fazer engolir a mesa!
Passado isso, finalmente os churros ficaram prontos para a venda. Só que eu não contava que a velha ia me fazer usar um uniforme ridículo! Chapéu, avental, luva e espanador! Fiquei como um palhaço com aquilo! E lá fui eu vender os churros. Mas não foi fácil. Ninguém parava para olhar, ninguém parecia querer saber de comer churros açucaradinhos. E quando vinha alguém comprar – o Nhonho, no caso – perdia o cliente por causa do Chaves. Só que o pior estava por vir. Tive uma necessidade urgente de, digamos, eliminar algumas coisas. Já não me agüentava ali na rua! Não tive outra escolha a não ser pedir para o Chaves cuidar da banquinha. E lá fui eu correndo para eliminar as tais coisas. Depois, já aliviado, fui para a banquinha e o que vejo? Nada de churros! Fiquei feliz demais, achando que o Chaves tinha feito um grande negócio vendendo churros. Mas eu estava enganado. O moleque comeu tudo! E o pior, fiquei sem um trocado para dar à Dona Florinda! Então ela veio me cobrar. A dor no coração foi absurda. Como ela iria acreditar que eu não tinha vendido nada e que o Chaves tinha comido tudo? Não tive outra escolha. Disse que eu tinha comido os churros.
Para minha surpresa, Dona Florinda já sabia. O Chaves tinha contado para ela. Florinda até me felicitou por ter tomado as dores do garoto. Não sabia o que pensar. Foi um momento inacreditável.
Depois desse dia, fiquei mais algum tempo vendendo churros para Dona Florinda. Ia todo dia a um lugar diferente e, assim, consegui tirar um bom dinheiro. No final de um mês, conseguimos um lucro considerável. Mas acabamos por desfazer a sociedade. Florinda disse que estava cansada de fazer churros. Bem, foi um pouco frustrante. Mas o importante é que tive um mês de calmaria, sempre me irritar com a Dona Florinda. Só não consigo parar de pensar em churros... E pensar que não comi nenhum...
Próximo capítulo: A Sobrinha de Dona Clotilde
Quando a coisa aperta, ela acaba sempre dificultando o lado mais fraco. Mas às vezes quem geralmente está por cima também acaba sofrendo as conseqüências. A falta de dinheiro, quem diria, não é exceção minha. A dificuldade que tenho de conseguir emprego me deixa com as finanças apertadas e nem sempre consigo suprir as necessidades básicas. Só que o interessante é que isso começou a causar problemas também para a Dona Florinda. Claro que não na mesma medida, mas os efeitos são claros. Desde que Frederico morreu, a Dona Florinda recebe uma pensão, por ser viúva. Ao que parece, esse dinheiro da pensão diminuiu de valor com o tempo e, por isso, a Florinda está numa situação financeira menos favorável do que há alguns anos, quando ela se gabava de ter dinheiro para que seu filho fizesse o lhe desse na telha. Não posso me sentir feliz com isso, mas não deixo de ter uma pequena pontinha de satisfação, já que agora ela não pode encher a boca pra falar de mim como antes.
Mesmo assim, com todo esse problema, resolvi fazer uma proposta à velha do 14: uma sociedade. E no que se daria essa sociedade? Simples: ela, uma cozinheira de mão cheia, faria churros para que eu vendesse na rua. Ela entende da cozinha. Eu entendo do comércio. É uma sociedade conveniente a ambos e traria um lucro muito bom. E assim acordamos.
Só que nada sai perfeito nesta vila. Primeiro, foram as crianças que resolveram se meter no negócio. Kiko e Chaves resolveram dar uma de cozinheiros e acabaram causando um estrago enorme na casa de Dona Florinda. Depois, fiz uma mesinha especial para acomodar os churros e assim vendê-los. Na hora que fui levá-la á Florinda para que ela opinasse, sem mais nem menos, ela jogou toda uma massa de churros na minha cabeça. Que raiva que me deu! Senti vontade de a fazer engolir a mesa!
Passado isso, finalmente os churros ficaram prontos para a venda. Só que eu não contava que a velha ia me fazer usar um uniforme ridículo! Chapéu, avental, luva e espanador! Fiquei como um palhaço com aquilo! E lá fui eu vender os churros. Mas não foi fácil. Ninguém parava para olhar, ninguém parecia querer saber de comer churros açucaradinhos. E quando vinha alguém comprar – o Nhonho, no caso – perdia o cliente por causa do Chaves. Só que o pior estava por vir. Tive uma necessidade urgente de, digamos, eliminar algumas coisas. Já não me agüentava ali na rua! Não tive outra escolha a não ser pedir para o Chaves cuidar da banquinha. E lá fui eu correndo para eliminar as tais coisas. Depois, já aliviado, fui para a banquinha e o que vejo? Nada de churros! Fiquei feliz demais, achando que o Chaves tinha feito um grande negócio vendendo churros. Mas eu estava enganado. O moleque comeu tudo! E o pior, fiquei sem um trocado para dar à Dona Florinda! Então ela veio me cobrar. A dor no coração foi absurda. Como ela iria acreditar que eu não tinha vendido nada e que o Chaves tinha comido tudo? Não tive outra escolha. Disse que eu tinha comido os churros.
Para minha surpresa, Dona Florinda já sabia. O Chaves tinha contado para ela. Florinda até me felicitou por ter tomado as dores do garoto. Não sabia o que pensar. Foi um momento inacreditável.
Depois desse dia, fiquei mais algum tempo vendendo churros para Dona Florinda. Ia todo dia a um lugar diferente e, assim, consegui tirar um bom dinheiro. No final de um mês, conseguimos um lucro considerável. Mas acabamos por desfazer a sociedade. Florinda disse que estava cansada de fazer churros. Bem, foi um pouco frustrante. Mas o importante é que tive um mês de calmaria, sempre me irritar com a Dona Florinda. Só não consigo parar de pensar em churros... E pensar que não comi nenhum...
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