“Chaves” revela seu segredo que o mantém nos primeiros lugares na audiência
Se falou muito da presença na televisão de Roberto Gómez Bolaños em seu programa “CHESPIRITO”, porém pouco se sabe realmente dos resultados que obteve ao
largo de quase 18 anos de estar no ar no México e em diversos países da América Latina.
De entrada resulta difícil assimilar a conta e imaginar às 300 milhões de pessoas que vêem e desfrutam deste programa, pioneiro em muitos aspectos. E é precisamente Roberto Gómez Bolaños quem se remonta ao passado e comenta: “em estes momentos estamos em primeiro lugar dentro do grupo de programas deste tipo em 15 países da América Latina e, pois que posso dizer – diz modestamente – estou muito agredecido com Televisa por dar-me a oportunidade de produzir esta série; se estou nos primeiros lugares é porque temos trabalhado muito – tanto atores como produção – para fazer o melhor e de maior qualidade. E com isso quero dizer desde roteiros, cenários, vestuário, etc”.
“CHESPIRITO NÃO ESCREVE PARA CRIANÇAS”
“Muita gente crê que este programa se escreve especialmente para as crianças; resulta muito engraçado, porque quem mais vê são os adultos… não digo com isso que não seja para crianças, porém creio que o adulto capta com maior força o significado de cada personagem, pois todos são muito humanos. Chaves por exemplo, é muito terno ainda que leve comicidade, transmite humildade, sinceridade, etc”.
Cada personagem que Roberto Gómez Bolaños apresenta em seu programa, está baseado na realidade porém como uma caricatura; também estão acentuados os defeitos ou as virtudes. Neste caso, ele dá a ideia de cada caracterização aproveitando algum defeito do artista, como sua gordura ou altura. Porém finalmente, é o ator quem lhe dá vida e o alimenta de qualidades, pelo que acrescenta: “quando me ocorreu a ideia do Professor Girafales, me baseei na estatura de Rubén Aguirre, porém ele agregou uma série de características, como o típico “Ta… Ta… Ta”, que diz ao se enojar e surgiu um dia que se travou e lhe ocorreu de fazer assim… achamos engraçado e deixamos… essas são coisas que mais recorda o público”.
E já que fala do público, como responde a estes 18 anos de êxito quando se apresenta pessoalmente em suas turnês?
“É impressionante – diz contente – sentimos muito gosto de estar em países tão distintos e em todos temos chegado como convidados de honra; nos recebem chefes de estado, presidentes, ministros, governadores, e em todos os lugares, com os braços abertos. Sem dizer que temos recebido presentes significativos, que de recordarmos, dão vontade até de chorar de emoção”
Quanto tempo mais seguirá no ar Chespirito?
“Até que o corpo aguente, como dizia Luis Sandrini – rindo -. Não sei, eu vivo de meus personagens não somente economicamente, mas humanamente. São como meus herdeiros e me dão energia. Quando escrevo os roteiros, trato de fazer com realidade e que não transmitam só alegria. Creio que a televisão mexicana é muito importante e em especial, desejo seguir mantendo-me no gosto do público do México, porque é meu país e porque o quero”.
Publicado pelo jornal El Siglo de Torreón, em 7 de dezembro de 1987.
Notícia original em spoiler:
http://www.forumchaves.com.br/blog/2013 ... ncia-1987/