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Passada a indefinição sobre a data do carnaval de 2021 — a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) decidiu nesta segunda-feira que os desfiles, previstos para fevereiro, vão ocorrer em julho de 2021, caso haja vacina — as escolas de samba do Rio de Janeiro se preparam para abrir seus barracões.
Presidente da Vila Isabel, Fernando Fernandes diz que o trabalho da agremiação na Cidade do Samba, hoje às moscas, começa em dez dias, com todos os cuidados sanitários para evitar a propagação do novo coronavírus.
— Vamos começar organizando o espaço com o menor número de funcionários possível e fazer o protótipo de fantasias. Já está tudo desenhado — diz ele, que acredita que o tempo será suficiente para preparar a festa.
Para Gabriel David, presidente da Beija-Flor, o ideal é que os trabalhos no barracão comecem em janeiro de 2021, com todo o material comprado. Ele diz que ainda está estudando os protocolos de segurança a serem tomados, mas diz acreditar que não haverá aglomeração, já que o barracão é espaçoso :
— O espaço no barracão é grande, acredito que será mais uma realocação de algumas áreas para que haja o distanciamento. Acho que a maior questão não é o trabalho na Cidade do Samba, mas os ensaios. Eles precisam de aglomeração e isso me preocupa. Nosso objetivo é começá-los em maio, mas não sabemos se até lá a população estará vacinada. No pior dos cenários, conseguimos fazer os ensaios no mês de junho. Para colocar a escola na Avenida é preciso ensaio de rua.
Outra preocupação dos carnavalescos é com os recursos para fazer a festa, já que ainda não há nem sinal de subvenções e patrocínios.
Por causa da falta de verba, o presidente da São Clemente, Renatinho Gomes diz que sequer tem condições de abrir o barracão da agremiação. Para ele, o resultado das eleições municipais vai impactar o futuro das escolas.
— É preciso ter uma definição de qual vai ser o prefeito. Se for um, vai ser uma coisa; se for outro, vai ser diferente. Não tem verba nenhuma até agora. Quero abrir meu barracão, mas eu não tenho um tostão — lamenta.
O presidente da Beija-Flor prevê que a festa vá custar ainda mais do que no ano passado, quando o governo estadual repassou 1,5 milhão a cada escola do Grupo Especial por meio da Lei do ICMS.
— Por conta dos protocolos que serão necessários implantarmos para os funcionários, devido à Covid-19, as escolas terão um custo mais elevado, então precisamos de um aumento do dinheiro. Ainda falta a Liesa explicar o planejamento da verba — diz.
Segundo o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, o governo do Estado já se manifestou em oferecer financiamento através de lei de incentivo.
— Sem subvenção. Teremos a lei de incentivo do ICMS, a venda de ingressos e o direito de transmissão de televisão — diz.