Dias escreveu:
Incrível como tudo é baseado em velho-do-saquismo. "Se o Haddad/Ciro tivesse ganhado, ia acontecer isso isso e aquilo, e o Brasil ia se tornar uma Venezuela." Já nos debates o Ciro falava que queria fazer uma reforma que alterasse o modelo de regime de repartição pra capitalização. Mas quem se informa pela Jovem Klan não entende isso, pois dependem de uma fonte de (des)informação, onde tem pulhas como Augusto Nunes, que possuem um modus operandi macartista de instigar medo na população, por isso distorcem a informação transmitida para conseguir o que querem.
Quem fala isso não se baseia no que diz a Jovem Pan (se você quer entrar nesse mérito, a esquerda se baseia em fontes isentas como DCM, Brasil247, CartaCapital e afins. Ou seja, seis por meia dúzia), mas sim nos programas de governo de ambos e no que os partidos de ambos fizeram quando estiveram no governo.
E o plano econômico de ambos, basicamente, era um Dilma II ou um Milagre Econômico II: estimular o desenvolvimento através de gastos públicos. Só faltou especificar de onde ia tirar o dinheiro, já que o país está quebrado. As opções existentes seriam: a) imprimir dinheiro (exatamente o que é feito na Venezuela e na Argentina, gerando inflações astronômicas - motivo pelo qual suas respectivas moedas valem menos que papel higiênico); b) gerar mais dívida (que no brasil já está na casa dos bilhões ou dos trilhões); ou c) aumentar impostos (ainda mais). Basicamente o que é feito desde que o Brasil existe e sempre deu totalmente errado. Diante disso, como levar a sério a hipótese de Ciro contrariar sua base eleitoral para defender regime de capitalização para previdência?
O plano de governo do Haddad previa explicitamente
controle social dos meios de comunicação, nome bonitinho para censura. Coisa que foi repetidamente tentada pelo PT enquanto esteve no governo. Exatamente o que foi feito pela Venezuela, que cassou todas as emissoras de oposição. Queria que pensassem o quê, que seria um governo estilo ancapistão?
Sim, o governo Bolsonaro fez várias merdas economicamente, defendendo privilégios para militares na reforma da Previdência, Guedes deixando o Real desvalorizar e defendendo nova CPMF e, principalmente, imprimindo dinheiro via auxílio emergencial fazendo a inflação disparar. Mas, baseado nas experiências passadas, não há nada de absurdo em dizer que com Ciro ou Haddad estaria ainda pior, pois eles defendem políticas como estas multiplicadas por 1000.
Dias escreveu:
Pra cada merda que o Lula disse sobre o coronavírus, tem umas 300 merdas que o Bolsonaro fala. Até a esquerda reconheceu que o velho cachaceiro falou merda, mas a direita aplaude quando Bolsonaro fala suas merdas de sempre sobre os mortos sobre o coronavírus, que somos um "país de maricas", que "a vida não tem preço, mas...", "lamento, quer que eu faça o quê?". Bolsonaro é presidente. Lula não é mais presidente. O que o Bolsonaro fala, afeta a imagem do país no exterior. O que o Lula fala, não afeta ou afeta pouco. Sem falar na sua péssima forma de conduzir o país em plena pandemia, provocando aglomerações, não usando máscara, e tomando remédios sem eficácia comprovada. Enfim, dá pra escrever um livro. Mas aí podem falar "não concordo com ele, pois é, ele fala besteira" e eu serei obrigado a não concordar porque quando essas frases repercutem na imprensa, nenhum desses que "não concordam" se manifestam.
Reconheceu aonde? A esquerda passa pano pro Lula adoidado, segue considerando ele como líder supremo. Ciro tá aí fazendo aliança com ele para as eleições municipais. A mesma esquerda que diz combater o machismo passa pano pro Lula falando em "mulheres de grelo duro". A mesma esquerda que diz combater homofobia passa pano pra Lula falando que Pelotas é "exportadora de viado". A mesma esquerda que diz que o Bolsonaro é genocida passa pano pra Lula dizendo que a pandemia foi uma bênção para a esquerda...
E, eu me manifesto sem nenhum problema: Bozo falou merda ao chamar o Corona de gripezinha. Falou merda com a história da pólvora. Falou merda com a idiotice de "país de maricas". Falo sem problemas, e tenho moral para isso. A esquerda, que criou os fundamentos da crise atual e transformou o Brasil externamente em um "anão diplomático" que fazia alianças econômicas com alguns dos regimes mais asssassinos do mundo, não tem moral nenhuma para criticar.
Dias escreveu:
Sobre o "aparelhamento da máquina estatal" pelo PT, Bolsonaro indicou um ministro só porque ele é evangélico, quis mexer na PF pra proteger o catarrento dele das investigações, indica pessoas sem nenhuma capacidade técnica ou política ou militares pra ocupar ministérios, quis indicar Eduardo Bolsonaro pra embaixada nos Estados Unidos e afirmou COM TODAS AS PALAVRAS QUE PRETENDIA BENEFICIAR ELE! E pra completar, que tal o Vereador da República, Carlos Bolsonaro? Se o PT tivesse no poder, teria aparelhamentos. Mas o que temos agora? Aparelhamentos.
Então é sempre no "Bolsonaro é ruim, mas o outro é pior". E assim fazem a cabeça de muita gente a acreditar que o governo atual não é ruim, é bom, porque podia ser pior.
Claro que tem aparelhamento estatal no governo do Bolsonaro. Exatamente por isso é tão importante brigar o máximo possível para reduzir o Estado e tirar o poder dos governantes de fazer merdas como estas. Justamente o contrário do que a esquerda sempre pregou e prega até hoje. Exatamente por isso perdeu a eleição para um mané estatista como o Bolsonaro, que soube capitalizar a onda antiesquerdista e abraçou essas ideias em seu programa de governo (ainda que, na hora do vamos ver, se cague de medo de pôr em prática o prometido). E a esquerda até hoje não entende (ou finge que não entende) porque perdeu, preferindo dizer que foi pelas fake news (que a esquerda sempre foi campeã em espalhar).
E o discurso "Bolsonaro é ruim mas com o outro seria pior" é exatamente igual ao da esquerda, que, até o último dia dos governos do PT, falava sempre da "herança maldita do FHC" e desde o primeiro dia de governo passou a culpar o Temer de tudo de ruim que acontecia no Brasil. Nada de novo.