Acabo de assistir o quarto episódio e vou dizer minhas impressões. Vai ficar grande, mas vale a pena ler.
Sem dúvida, o principal fato desse episódio é a criação do Chaves! O Chespirito olhando as crianças e lembrando da infância para criar o Chaves, a forma como o Chespirito conheceu o Carlos Villagrán e o Edgar Vivar...muito bem feito! A série foi fiel à realidade em muitos aspectos.
Mas não foi fiel em alguns pontos importantes. E aqui está o maior erro desse episódio: colocar a criação de Chaves em 1971, o que já foi desmentido várias vezes. No caso de Acapulco ser em 1978, também foi erro histórico, mas ainda poderiam alegar que quiseram juntar a criação do episódio com as histórias de fundo dos atores para dar mais dramaticidade à série. Ok mas, desta vez (em colocar Chaves como sendo de 1971), não há nenhuma justificativa ou desculpa para isso! Foi um grande erro da série e que pode contribuir para essa Fake News continuar sendo espalhada.
Outro ponto que não é fiel à realidade é dizerem que o Carlos Villagrán/Marcos Barragán não era ator antes de Chaves. Ele era sim, embora fosse o mais inexperiente do grupo. Vai ver, colocaram isso na série porque o Roberto e a Florinda disseram isso em algumas entrevistas, mas estavam enganados.
No início do episódio, vemos o Rubén conversando sobre sua saída do programa com o Chespirito. E durante a conversa, eles falam dos Chinfladitos. Mas em nenhum momento anterior da série mostraram ou falaram do Chinfladitos. Nós, que somos fãs e assistimos as séries CH, sabemos do que eles estão falando, mas muitos leigos em CH podem não entender. Deviam ter mostrado antes um pouco do quadro dos Chinfladitos na série para que todo o público pudesse saber exatamente do que o Chespirito e o Rubén estão falando.
A série vai colocando a Florinda/Margarita como alguém que se metia na vida dos outros. Até acho que a Florinda realmente ficava se metendo, pelos relatos que já vi do elenco, mas estou curioso para ver como vai ser o momento da traição. Isso porque, pelas informações que nós temos, a Florinda, apesar de se meter, não ficava correndo atrás do Roberto a ponto de “tomar” ele da esposa. Foi ele que decidiu acabar com o casamento e ficar com ela. Vamos ver se a série vai ser fiel nesse ponto.
O Juan Lecanda, ator que faz o Carlos Villagrán/Marcos Barragán, está atuando muito bem. Na cena da mesa, enquanto o Roberto faz o seu discurso, o Marcos Barragán não fala mas fica olhando com uma cara de “não gosto mais desse aí”, achei muito boa essa interpretação. Todos atuam bem aliás, mas o Juan me impressionou.
Algo que eu não sei se é bom ou ruim (e que também ocorreu nos episódios anteriores, mas eu ainda não tinha falado sobre isso) são as cenas da infância do Chespirito serem em preto e branco. À primeira vista, pensei que isso foi uma homenagem a televisão e ao cinema antigos, que eram em preto e branco. Essa homenagem seria até boa. Mas fica destoante a série ser colorida na vida adulta do Chespirito e na infância ser em preto e branco. E fica parecendo que o mundo inteiro era em preto e branco na década de 1930, não era bem assim né?
Sobre a dublagem desse episódio: tem um momento que o Chespirito fala que vai criar um episódio sobre um menino e um “vendedor de globos”. Globos??? “Globo” é balão em espanhol. Erro da dublagem, não traduziram isso, que vacilo!

E a dubladora da tia do Chespirito me pareceu “fora” da personagem em alguns momentos. Sem contar isso, a dublagem ainda passa.
De uma forma geral, é um bom episódio, mas que tem erros cruciais. Chaves ser de 1971 então nem se fala.
