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Adriano, o Imperador, vai ter que dar explicações à Polícia Civil sobre a compra de uma motocicleta avaliada em R$ 35 mil e registrada no nome de Marlene Pereira de Souza, mãe de Paulo Rogério de Souza Paz, o Mica, chefe do pó dos morros da Chatuba, Fé, Caracol e Sereno, na Penha.
A decisão é do promotor Alexandre Murilo Graça, da 17ª Promotoria de Investigação Penal, que tomou conhecimento do caso com a publicação da matéria do jornalista Leslie Leitão, no jornal O DIA de hoje.
Na portaria 01/2010, o promotor determina que, além de Adriano, sejam ouvidos Marlene, funcionários da concessionária onde a moto foi comprada. O Ministério Público solicitou ainda que o Detran forneça informações sobre a histórico da moto e se Marlene possui habilitação para dirigir esse tipo de veículo.
Paulo Rogério de Souza Paz, o Mica, completa 32 anos amanhã. Boa parte de sua vida foi dedicada ao crime. Chefe do tráfico dos morros da Fé, Chatuba, Caracol e Sereno, na Penha, ele se tornou um dos bandidos mais procurados pela polícia carioca. Tem dez anotações em sua ficha criminal e sete mandados de prisão, sendo três deles por homicídio. Um currículo que credencia o criminoso a fazer parte do rol de ‘pessoas ruins’, como citou o Imperador no domingo, ao fazer o gol da vitória sobre o Vasco e mostrar a inscrição ‘Que Deus perdoe essas pessoas ruins’.
A Chatuba, que vive sob a ditadura de Mica, é onde o craque e sua noiva, Joanna Machado, brigaram, causando enorme desequilíbrio emocional ao jogador. Também é lá que o Imperador costuma se refugiar para rever amigos e relembrar a infância.
Em julho de 2008, Adriano comprou uma motocicleta avaliada em R$ 35 mil que foi registrada em nome da mãe de Mica. Apesar de ela, então com 64 anos, jamais ter tirado a Carteira Nacional de Habilitação.
Na época, o craque rubro-negro, na verdade, comprou duas motos zero-quilômetro, modelo Hornet 600, uma de cor vermelha e outra preta, em loja de Vicente de Carvalho.
O pagamento, feito com o cartão de crédito de Adriano Leite Ribeiro - como mostra a nota de compra à qual ‘O DIA’ teve acesso - foi feito por um ex-amigo do craque, identificado como Marcos.
O subgerente da loja na ocasião, identificado como André Luiz, e outra funcionária, de nome Fernanda, no entanto, tiveram de ir à casa do Imperador, na Barra da Tijuca, para pegar a assinatura do craque na fatura do cartão.
Procurado, André Luiz, que já não trabalha mais na agência, preferiu se esquivar do assunto: “Não me lembro de Adriano. Tenho 500 clientes com este nome, não tem como lembrar” disse, por telefone.
Outro funcionário, que pediu para não ser identificado, mas que continua na loja, disse lembrar. “O Adriano comprou as motos aqui e tivemos de ir à casa dele para assinar, mas não me recordo para quem ele deu a moto”, afirmou.
Ambas as motos foram para emplacamento no Detran de Duque de Caxias menos de uma semana após a compra. A Hornet de cor preta, licenciada em 14 de julho, ficou em nome de Marlene Pereira de Souza, mãe do traficante Mica, e ganhou a placa KYR-1480. A de cor vermelha, pela qual Adriano pagou R$ 37 mil, ganhou a placa KXB-1788 e ficou em nome do jogador, que na época defendia o São Paulo.
As duas já não pertencem a seus primeiros proprietários. O documento do veículo revela que Marlene, dez meses mais tarde, em 26 de maio de 2009, transferiu a moto que Adriano comprou para um morador de Duque de Caxias. Ele, então, deu entrada num financiamento.
Ontem, a reportagem de ‘O DIA’ tentou falar com Adriano, por meio de sua assessoria de imprensa, para saber sobre o registro do veículo em nome da mãe do bandido. No entanto, o artilheiro, que treinou na Gávea, não deu entrevistas.
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para a imprensa. Será que é vingança ?