FLASH escreveu: ↑13 Set 2024, 07:46
A questão vai além de ser só "fã de dublagem".
Comercialmente, é um tiro no pé.
Redublagem dava certo antigamente porque era feita enquanto a TV ainda tinha o monopólio da atenção e o poder de injetar goela abaixo 500 reprises em horários diferentes.
Aí o que começa a ser chato fica regular, aceitável e, depois, marcante.
Não estamos mais em 2010.
Hoje a mídia é pulverizada e as pessoas escolhem o que assistir.
Se redublar, vai espantar o fã clássico, que com certeza vai preferir continuar acessando IPTVs e DVDs piratas pra rever a obra com a dublagem que cresceu ouvindo.
SBT reprisou TANTO os mesmos episódios com dublagem MAGA que hoje é impossível você não lembrar de uma cena sem a dublagem.
A única estratégia que funcionaria pra acostumar o público com uma redublagem seria mandar dublar as primeiras temporadas do programa Chespirito.
Ora, episódios inéditos, dublagem inédita.
O público ia passar a se acostumar com essa nova dublagem, aí aos poucos o SBT poderia soltar um ou outro episódio dos anos 70 redublado.
O problema é que o mesmo SBT acostumou os fãs a se limitarem a uma parte da obra original, em vez de abrir portas pro restante.
E sobre a questão dos "erros" da MAGA, só posso dizer que quem ignora o conceito de adaptação não está apto a palpitar sobre erro em dublagem.
Num programa humorístico, o objetivo é fazer o público entender a piada, como numa equação onde um termo pode ser substituído por outro que gere o mesmo resultado.
O fã médio preguiçoso do Brasil que não quer saber da história do México não vai pesquisar o nome das celebridades mexicanas, seus programas e tudo mais, mas todos saberão quem foi o Jô Soares ou a Maitê Proença.
Adaptar nomes também, pelo menos nos anos 80-90, era algo perfeitamente compreensível.
Com a TV de tubo e um péssimo sinal, teve gente que cresceu por anos achando que Chaves era uma obra nacional.
Agora, fazer referência interna onde não cabe, isso é anti ético e anti profissional, é querer fazer uma "marcação artística" numa obra que não lhe pertence e já está pronta.