Metrô SP: sucateamento para privatizar
Metrô de SP, o mais moderno da América Latina e um dos maiores do mundo em quantidade de passageiros, não prioriza modernização do serviço
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A Linha 1-Azul do Metrô paulista teve na manhã de sexta-feira (18) uma paralização parcial por motivo de falha de fornecimento de energia, entre os trechos Tucuruvi e Luz. O trecho ficou sem circulação de trens entre 4:00h e 7:00 da manhã, conforme noticiado pela página na internet do Metrô CPTM. Apesar da paralização ter sido parcial toda a operação da Linha 1, que é a linha que tem maior número de paradas, 23, foi afetada. Além disso, devido aos entroncamentos com outras linhas, também foram afetadas as operações das linhas 2-Verde e 3-Vermelha. Após a extinção do defeito a normalização do tráfego de pessoas ainda demorou algum tempo.
Segundo o Metrô, 88 ônibus do sistema PAESE (Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência) foram disponibilizados pela empresa para transportar os passageiros do trecho afetado, porém houve grande tumulto e os ônibus não foram suficientes para atender sequer uma pequena parte dos passageiros prejudicados. O gerente de operações do Metrô, Antônio Márcio Barros Silva, informou (Globo), que a falha ocorreu ao ser energizada a linha por via remoto, a empresa precisou ligar o sistema elétrico manualmente, o que levou muito tempo.
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No dia anterior (17) o ramal já tinha apresentado outros problemas e houve falhas de origem não explicada com trens, segundo o gerente, nas estações Liberdade e Parada Inglesa por volta do meio dia. A falha do dia 18 foi devido a mal funcionamento da automatização do sistema CBTC de energização das linhas, que está em operação desde 2010 e o gerente alegou que o sistema ainda estava em teste. Segundo o Wikipedia, “em 2010, o Metrô de São Paulo foi considerado o melhor sistema de transporte sobre trilhos da América Latina pelo The Metro Awards, sendo o primeiro da região em ter uma estação equipada com portas de plataforma (2010), sistema CBTC para sinalização e controle de trens (2010)”. Já dissemos várias vezes neste Diário que imprensas como a Globo não costumam ser “precisas” quando a notícia é de interesse da população.
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Em 2019 as linhas do metrô transportavam 5,3 milhões de pessoas por dia. Houve uma queda do número de passageiros, momento em que poderia se ter feito mais inspeções, obras e serviços preventivos, como esse do sistema de automatização CBTC. Este procedimento deixaria o sistema preparado para o aporte no número de passageiros. O serviço metroviário de SP tem administração mista, empresas privadas e estatais. Entre 2019 até este ano, período em que o governo golpista de Bolsonaro, que mentiu dizendo que ia “mudar tudo isso aí”, adotou a política econômica neoliberal mais agressivamente que nos governos petistas, notou-se investimento em queda por parte do governo e além disso 1.300 funcionários foram demitidos do sistema de transporte metroviário.
Mais uma vez dizemos, como já foi noticiado neste Diário diversas vezes, um serviço tão essencial quanto o transporte de passageiros numa cidade movimentada como São Paulo, deveria ser totalmente controlado pelo estado, mesmo que no sistema capitalista, pois haveria mais investimentos em modernização, segurança e prevenção do que em empresas privadas. O alvo da iniciativa privada é somente o lucro. Contudo, como analisamos, o ideal seria um estado totalmente socialista, pois também se nota baixo investimento e despreocupação com o progresso no sistema neoliberal, cuja prioridade é favorecer o sistema financeiro em detrimento da sociedade.
O metrô de São Paulo é um reflexo tanto do habitual desenvestimento do setor privado quanto do desvio de investimentos dos governos neoliberais para favorecimento do mercado financeiro, que não produz nada só consome o dinheiro que deveria ser usado para o desenvolvimento das cidades. O aumento do investimento pelo estado impreterivelmente geraria um lucro muito maior do que o observado no baixo investimento, pregado pelo neoliberalismo. Porém haveria necessidade de maior distribuição desse lucro, o que não é o objetivo das políticas neoliberais.
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