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Dona de marcas como Skol, Brahma e Antarctica, a Ambev, quer ir além das suas cervejas.
A empresa vai criar uma nova unidade de negócios para desenvolver novas bebidas alcoólicas como vinho, gin e vodca.
Esse é mais um movimento na diversificação de sua atuação.
Há alguns anos a companhia investiu na área de sucos com a compra da marca carioca Do Bem.
Atualmente, a área de cervejas tem peso importante para o faturamento da companhia no Brasil. Nos primeiros seis meses deste ano, as cervejas somaram cerca de 76% do volume vendido e 85% da receita líquida, que somou ao todo de R$ 15,7 bilhões.
Em comunicado, a Ambev disse que a nova unidade de negócios, chamada Future Beverages and Beyond Beer (Bebidas do futuro e além da cerveja, em tradução livre), vai se dedicar exclusivamente ao desenvolvimento de bebidas alcoólicas diferentes de cerveja.
A nova unidade, que começa a operar nas próximas semanas, contará com portfólio de oito produtos, marcas já lançadas no Brasil mas que operavam de forma separada. Entre elas está a Beats, que é considerada uma bebida mista unindo cerveja, vodca e gin com sabores variados.
Há ainda o gin Isla e a Mike´s, uma vodca com suco de limão.
Entre os vinhos, há versões em lata com a marca Somm e Blasfemia, além do vinho em garrafa Dante Robino.
Todas essas marcas já são fabricadas no Brasil, exceto os vinhos, que são produzidos na Argentina. A operação será comandada por Daniela Cachich, que ocupava o cargo de vice- presidente de marketing da PepsiCo Foods Brasil, onde atuou por cinco anos. Essa nova divisão vai operar em toda a América do Sul. A Ambev ainda é a responsável por distribuir a Pepsi no país.
Os analistas lembram que a criação da nova unidade representa também alternativa de crescimento em relação ao tradicional modelo de gestão do 3G (gestora que comanda a cervejaria), calcado em aquisições. Isso porque, dizem, o mercado de cerveja já está maduro e sem oportunidade de fusões.
Assim, o consultor Adalberto Viviani destacou ainda que a ampliação de mix de produtos da Ambev ajuda a elevar o tíquete médio da operação em um momento de alta no consumo de bebidas destiladas.
Ele cita que todas as bebidas dessa nova divisão possuem embalagens e momentos de consumo que combinam com a distribuição de cerveja, ajudando na redução de custos com logística.
- Com essas novas categorias, a empresa pode fazer uma execução melhor no ponto de venda, gerando mais resultados. Com essas novas áreas, a empresa não fica restrita apenas na inovação de nichos como o de cervejas especiais e puro malte - disse ele.
Outro analista do setor lembrou que a estratégia da Ambev é buscar novos públicos, como a companhia fez nos últimos anos com o lançamento de cervejas premium e artesanais.
No primeiro semestre deste ano, o portfólio premium cresceu aproximadamente 35% e já responde por cerca de 20% do faturamento de cervejas.