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O adiamento por (pelo menos) 15 dias da reabertura dos espaços culturais da cidade do Rio de Janeiro, fechados pela pandemia, contrariou a expectativa do setor, aflito após quase seis meses de faturamento zero.
— É difícil entender por que um cinema, onde a entrada e a permanência do público é totalmente monitorada, terá de ficar mais duas semanas fechado, enquanto bares, restaurantes, igrejas e atrações turísticas podem funcionar, mesmo sem ter esse controle — compara o presidente do Sindicato dos Exibidores do Rio de Janeiro, Gilberto Leal. — Queremos este voto de confiança da Prefeitura. Os cinemas podem servir de modelo para outras atividades.
Redes como Cinemark e Kinoplex e grupos como o Estação seguiriam a previsão do Sindicato de reabertura no fim do mês.
O atraso afeta também os distribuidores, que se planejam de acordo com a volta das atividades dos estúdios no exterior.
— O planejamento depende de diversos fatores. Se um blockbuster entra, eu preciso lançar na sequência para evitar o risco de pirataria — destaca Jorge Assumpção, diretor de programação da Paris Filmes.
— Ficamos num impasse : os exibidores não têm a confirmação dos filmes e as distribuidoras não sabem com quantas salas poderão contar.
Está programada nacionalmente a campanha Juntos Pelo Cinema, para conscientizar o público de que todos os cuidados anti-Covid estão sendo tomados.
Gilberto Leal, do sindicato dos exibidores, ainda aguarda uma reunião com a Secretaria Municipal de Cultura (SMC) para apresentar os protocolos adotados, como a marcação automática com distanciamento entre poltronas e a organização de entrada e saída das sessões.
Em nota, a SMC informou que vem realizando reuniões com diversos setores, inclusive com os profissionais do cinema, para discutir o retorno das atividades culturais.
A Vigilância Sanitária lembrou que a decisão de prorrogar a Fase 5 foi tomada pelo comitê científico, e que novas liberações serão divulgadas assim que forem definidas.
Redes como Cinemark e Kinoplex se comprometem a cumprir uma série de protocolos para poderem reabrir.
As salas teriam lotação de até 50%, com distanciamento de, pelo menos, duas poltronas, e uso obrigatório de máscara, com exceção da hora em que o espectador estiver em seu lugar consumindo alimentos ou bebidas.
Está previsto um maior intervalo entre as sessões, para que haja desinfecção completa do espaço, assim como funcionários com EPI e demarcação de filas com espaçamento de 1 metro entre os clientes.
Haveria também estímulo à venda de ingressos on-line e mais terminais de autoatendimento.