DANILO GENTILI

The Noite com Danilo Gentili: de segunda a sexta a partir da meia-noite.

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DANILO GENTILI

Mensagem por Chapolin Gremista » 07 Jul 2022, 17:47

Demitido do SBT
Caso Léo Lins: o bolsonarismo é contra a liberdade de expressão
Após piada, humorista foi demitido da SBT, emissora profundamente ligada ao bolsonarismo

ImagemO humorista Leo Lins – Foto: Reprodução

Nesta última semana, o humorista Leo Lins, que participava do programa “The Noite com Danilo Gentili”, foi demitido do SBT devido a uma piada feita por ele em um de seus shows de stand-up.

A piada feita era a seguinte:

“Eu acho muito legal o Teleton, porque eles ajudam crianças com vários tipos de problema. Vi um vídeo de um garoto no interior do Ceará com hidrocefalia. O lado bom é que o único lugar na cidade onde tem água é a cabeça dele. A família nem mandou tirar, instalou um poço. Agora o pai puxa a água do filho e estão todos felizes”.

O vídeo que retrata a piada de Leo Lins viralizou na internet durante dias, tendo sofrido muitas críticas devido ao teor da piada. Após essa pressão, o canal de Silvio Santos encerrou o contrato com o comediante e o removeu da sua programação.

Após a demissão e a polêmica envolvendo o caso, a AACD (Associação de Auxílio a Crianças Deficientes) comentou o caso, no tweet abaixo:



Demitido por fazer seu trabalho

Nos dias atuais, devido a uma perseguição política muito intensa e uma tentativa de silenciar todo mundo, já é possível presenciar coisas inexplicáveis, como parlamentares que são cassados por causa de coisas que falaram (muitas vezes até fora do parlamento), partidos políticos que têm suas redes derrubadas por defenderem nelas determinadas posições políticas e, agora, o humorista que é demitido por fazer piada, o que é, literalmente, o trabalho dele.

Ainda que se possa questionar se a piada feita por Lins é boa ou ruim (um debate válido a respeito de qualquer piada), ou se ela é de bom ou de mau gosto, não é possível apoiar que uma piada feita por um humorista possa levar à sua demissão. É um total contrassenso, o qual leva ao estabelecimento de uma verdadeira censura dentro dos ambientes reservados para o humor.

Convém destacar também que a piada não foi feita durante a programação do SBT, mas sim em um show solo de Léo Lins, sem nenhum vínculo com o canal. É possível especular, também, que o problema verdadeiro do SBT com relação à piada seja a menção do programa Teleton, que pertence à emissora e já figura entre os programas mais tradicionais do canal.

E não para por aí, o site Diário do Centro do Mundo, que seria uma página supostamente de esquerda, chegou a sugerir que Leo Lins deveria ser preso porque sua piada teria incorrido no crime de incitar à segregação de pessoas deficientes, uma colocação totalmente absurda.

Como Leo Lins é um humorista geralmente associado com o bolsonarismo, esse setor atrasado da esquerda pequeno-burguesa celebra sua demissão, procura promover seu linchamento virtual e até faz campanha por sua prisão. Uma ação totalmente equivocada e que induz a um aumento da censura e da perseguição contra o povo.

Uma defesa de ocasião

Outra coisa que fica evidente com este caso é o oportunismo da posição de certos setores do bolsonarismo, que se colocam como defensores da liberdade de expressão e até da liberdade em si.

Silvio Santos, que é um defensor e propagandista de Bolsonaro, não teve a mesma atitude diante de um humorista em seu próprio canal. Diante de alguma pressão e da perspectiva de ter seus interesses materiais prejudicados, ele rapidamente censurou e demitiu um humorista que fez uma piada que não caiu no gosto do chamado “politicamente correto”.

Isso é a prova de que a defesa que os bolsonaristas fazem da liberdade de expressão é uma defesa de ocasião, um posicionamento meramente oportunista, que é motivado pelo fato de os bolsonaristas estarem sendo momentaneamente perseguidos pelo STF e tendo seus direitos de expressão cassados.

Isso é muito diferente da defesa que o PCO, por exemplo, faz da liberdade de expressão. Um partido revolucionário, que é um partido de princípios e com um programa, deve sempre se posicionar contra quaisquer tentativas de silenciar ou punir algum cidadão por causa de algo que ele falou. Seja ele um grande esquerdista, um direitista, um bolsonarista, um humorista, um artista, um parlamentar etc. Essa é a característica de uma defesa baseada em princípios: ela vale para todas as situações.

O Partido da Causa Operária, neste caso, se posiciona contra a demissão do humorista e totalmente contra o seu linchamento virtual e a tentativa de enquadrá-lo em qualquer tipo de crime. Os artistas e humoristas precisam ter ampla liberdade para dizerem e expressarem o que eles bem entendem em suas apresentações, sejam elas musiciais, exibições de quadros, humorísticas etc.

Responsabilidade da esquerda

A esquerda pequeno-burguesa tem grande responsabilidade no clima de perseguição e censura que se instaurou no Brasil. É por causa de casos como esse, em que um humorista faz uma piada desagradável e logo vários setores se levantam pedindo sua prisão, e também ao tentar silenciar deputados bolsonaristas através do STF, que agora o próprio Supremo Tribunal Federal veio para cima do PCO e bloqueou suas redes sociais devido a postagens que não estão de acordo com sua opinião.

A defesa da ampla e irrestrita liberdade de se expressar deve ser feita independente de quem for a vítima da perseguição. Toda e qualquer censura ou abuso do Estado burguês contra algum setor irá, inevitavelmente, se virar contra a classe operária e seus representantes.

https://www.causaoperaria.org.br/rede/d ... expressao/
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Mensagem por Dias » 07 Jul 2022, 18:19

Censura é o cacete, o SBT é uma empresa privada e tem todo o direito de demitir quem quiser e não se associar a alguém que faz piada envolvendo uma campanha apoiada pela própria emissora.
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Mensagem por Chapolin Gremista » 07 Jul 2022, 20:36

Claro que foi censura. Me estranha o Danilo Gentili apoiar isso quando recentemente estavam perseguindo o filme dele. Mas é como o artigo diz: bolsonaristas não são contra a censura, só são quando é contra eles.
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Mensagem por E.R » 08 Jul 2022, 01:25

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Mensagem por Barbano » 08 Jul 2022, 10:49

Chapolin Gremista escreveu:
07 Jul 2022, 20:36
Claro que foi censura. Me estranha o Danilo Gentili apoiar isso quando recentemente estavam perseguindo o filme dele. Mas é como o artigo diz: bolsonaristas não são contra a censura, só são quando é contra eles.
Onde que o Danilo apoiou? Pelo contrário, ele apoiou o Leo Lins:

https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia ... migo-84429

Mas ele não é dono da emissora, é tão contratado quanto o Leo. Você esperava o que, que ele pagasse a multa e rescindisse seu contrato em solidariedade?
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Mensagem por Chapolin Gremista » 13 Jul 2022, 17:16

Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

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Mensagem por Chapolin Gremista » 15 Jul 2022, 17:53

Censura
Cuidado com a boca, senão, rua!
Esse olho foi considerado impróprio e foi removido conforme nossas regras e diretrizes. Leia mais no texto abaixo

ImagemLéo Lins, Danilo Gentili e Rafinha Bastos são exemplos de humoristas censurados – Foto: Reprodução

No tempo da censura, em que a justiça burguesa ou os grandes capitalistas sentem-se à vontade para amordaçar qualquer um que fizer absolutamente qualquer comentário que vá contra a ditadura dos grandes monopólios, até mesmo uma piada pode ser motivo para a caça às bruxas.

Esta matéria certamente não seria aceita pela Censura Nacional e seu conteúdo é altamente proibido – não contem a ninguém que vocês leram isto.

Recentemente, o humorista Léo Lins foi desligado do SBT, que era a emissora em que trabalhava, em razão de uma piada que o canal de televisão considerou “ofensiva”.

A caça às bruxas que a burguesia imperialista está fazendo em nosso País conta com o apoio da esquerda pequeno-burguesa identitária, que entra em histeria por qualquer coisa e entra de cabeça na campanha da burguesia pela censura. E, vamos combinar, também porque os identitários são muitos chatos.

Na piada que escandalizou o SBT, o humorista disse:

“Eu acho muito legal o Teleton, porque eles ajudam crianças com vários tipos de problema. Vi um vídeo de um garoto no interior do Ceará com hidrocefalia. O lado bom é que o único lugar na cidade onde tem água é a cabeça dele. A família nem mandou tirar, instalou um poço. Agora o pai puxa a água do filho e estão todos felizes”.

No humor negro, há a presença, além da quebra de expectativa característica do humor, de elementos mórbidos, que são extremamente sérios e que muitas vezes causam histeria ao ser tratados. Pode-se não achar graça por quaisquer motivos que sejam, mas é uma piada como qualquer outra e os humoristas devem ter todo o direito de utilizar esse subgênero do humor.

A ditadura do politicamente correto, que é a expressão da chatice da pequeno-burguesia, está perseguindo todo mundo que fizer piadas – inclusive aquelas que não são de humor negro. A demissão do Léo Lins escancara isto: no Brasil, está virando crime contar piadas, falar palavrão ou falar qualquer coisa que a esquerda pequeno-burguesa não goste.

E o que esse setor da esquerda gosta ou deixa de gostar é o que a Globo manda. Ou seja, se você tiver um padrão moral de comportamento que a Globo não goste, você corre risco de ser demitido. É um completo absurdo.

O humorista Léo Lins não foi o primeiro – e, pelo andar da carruagem, certamente não será o último – a ser crucificado por uma piada. Vários outros já foram perseguidos dos mais diversos modos, seja pelos monopólios capitalistas, seja pelo judiciário.

Rafinha Bastos também foi vítima dessa mesma perseguição por conta de uma piada. No extinto programa CQC, ele comentou sobre a cantora Wanessa que, à época, estava grávida: “Comeria ela e o bebê”. Tal piada bastou para que o Ministério Público o investigasse, para que ele fosse demitido da Band e fosse condenado a pagar 150 mil reais à cantora.

Danilo Gentili foi outro comediante que foi alvo da ditadura do judiciário. Ele chegou a ser condenado a 6 meses de prisão em regime semiaberto, em razão de ter pegado uma notificação extrajudicial da deputada Maria do Rosário, rasgá-la, colocá-la dentro das suas calças e chamar a deputada de “puta” (ao esconder o início da palavra “depu – tada”).

Obviamente, um gesto extremamente desrespeitoso por parte do apresentador. Mas não é isso que está em questão: o que está em questão é precisamente o direito de as pessoas opinarem, xingarem e proferirem seus pensamentos (ou seja, tanto a liberdade de expressão, quanto a de opinião). E, quanto mais babaca se possa considerar tal ou qual opinião, nenhum tipo de palavra fere o direito de ninguém: apenas as ações podem o ferir.

Voltemos a falar sobre o caso Léo Lins. Ele, que agora foi demitido pela emissora do Silvio Santos, sempre trabalhou com este subgênero do humor e, independentemente se o leitor o considera engraçado ou não, pois isso é um juízo subjetivo; ele tem o direito de fazer piada com o que bem entender.

Uma das obras escritas pelo humorista chama-se Livro dos Insultos, em que elenca uma série de apelidos cômicos aos mais diversos tipos de pessoa; outro livro escrito por ele faz referência ao acidente radiológico de Césio-137 em que, na trama, um sapo se contaminou com ele, sofreu mutação e sofre bullying. O livro se chama Sapo Césio: uma História de Vida Contagiante.

Outra piada que gerou muita polêmica foi uma piada com o acidente da Chapecoense, em que o avião que levava os jogadores do time caiu, levando à morte 71 pessoas, ao compará-lo com uma outra morte, a do ex-jogador do São Paulo Daniel: “Pelo menos ele morreu depois de comer coisa boa. Não foi como os jogadores da Chapecoense, que era comida de avião”. Em relação a esta tragédia, Léo Lins também disse, referindo-se à expressão “pão na chapa”, que, quando ele caía no chão, virava um “pão na Chape”.

Além disso, o comediante comentou sobre o terremoto no Japão que, ao fazer um quebra-cabeças com o mapa do país, agora seria mais fácil resolver, pois bastaria colocá-lo numa caixa e balançar. Ele também fez piada com violência doméstica, ao dizer que, quando sua ex-namorada saísse de A Fazenda – reality show em que a então namorada do humorista o traiu –, colocaria o Dj Ivis (preso por agredir a esposa) para tocar em um show de reencontro e que queria “encontrar com ela, conversar, olhar olho no olho, dar um soco na costela”.

O humorista é famoso pelas piadas de humor negro, sendo, inclusive, várias vezes processado e condenado na justiça por elas – certa vez ele foi processado por fazer piada com gordos. Esse tipo de processo penal escancara o quão antidemocrático está virando o País: além de solaparem a liberdade de expressão, estão criminalizando o humor.

Como se vê por esses exemplos, a obra do autor é majoritariamente voltada ao humor negro. E, nos tempos da ditadura do politicamente correto, é cada vez mais difícil fazer piadas de qualquer tipo. Não se pode mais fazer piadas com temas sensíveis, sob a pena de ser demitido ou processado. É a Santa Inquisição moderna contra o humor – vale lembrar que uma característica da censura não é censurar todo mundo, porque isso é difícil, mas sim, através de casos exemplares, pôr medo de igual punição em todo conjunto da sociedade e realizar uma verdadeira censura prévia.

É preciso denunciar esta campanha reacionária em favor da criminalização de ideias (o chamado crime de opinião) e, agora, até mesmo da criminalização de piadas, visto que o próprio Léo Lins já sofreu diversos processos por suas sátiras. No fim, quem deve decidir se as piadas do Léo Lins têm ou não têm graça é o público, não os monopólios de comunicação.

Mas vamos terminando a matéria por aqui, porque ela já está excessivamente longa e, se continuarmos por mais tempo, a qualquer momento, o DOI-CODI do STF pode chegar e ver essa matéria sendo escrita. Do jeito que está a perseguição à opinião e ao humor, vai sobrar até para Nossa Senhora das Graças.

https://www.causaoperaria.org.br/rede/p ... senao-rua/
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Mensagem por E.R » 20 Jul 2022, 09:34

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Mensagem por E.R » 22 Jul 2022, 04:10

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Mensagem por E.R » 02 Ago 2022, 06:27

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Mensagem por Chapolin Gremista » 11 Ago 2022, 23:13

Que vão às favas!
Tem humorista que não deveria aparecer na TV
Capacho da Rede Globo desde o berço quer ditar o que pode ou não ser dito em uma piada

ImagemBruno Mazzeo em sua melhor oportunidade de ser engraçado: calado – Foto: Reprodução

Bruno Mazzeo, um dos funcionários vitalícios da Família Marinho, empregado no Projac desde a puberdade, escolheu como tema da vez para suas piadas a liberdade de expressão. Disse Mazzeo: “tem piada que não se deve fazer hoje na TV porque não se deve fazer na vida”. Pela primeira vez, ri com alguma coisa que o cidadão falou — ri de alguém ser tão idiota assim. Eis que, no entanto, não era uma piada: Bruno Mazzeo falava a sério.

A declaração foi dada na série “Comediantes que Amamos”, da Viva (vulgo Rede Globo de Televisão). E não poderia ser diferente: se há alguma coisa na televisão brasileira que simbolize o humor sem graça e a censura moralista é a Globo.

Mazzeo nos explica que “o humor evolui junto com a sociedade, a partir do momento em que a sociedade evolui em alguns comportamentos, em alguns entendimentos de erros históricos” e que não há “nada mais justo que o humor acompanhar essa sociedade”. A que vem tamanha baboseira?

Ora, o que está em debate hoje, tanto no humor, quanto na imprensa e na política, é a seguinte pergunta: liberdade de expressão tem limite? Dito de outra forma, Léo Lins tem o direito de fazer uma piada sobre deficientes físicos nordestinos? Monark tem o direito de defender a liberdade de organização da extrema-direita? O Partido da Causa Operária tem o direito de falar que as eleições de 2018 foram fraudadas?

Bruno Mazzeo procura fugir do debate. Para não ter de falar que é a favor de o Estado censurar humoristas, jornais e partidos políticos, como bem fez a ditadura militar, o empregado da Rede Globo direciona o debate para “os bons costumes”. Isto é, concedido o direito de cada um falar o que bem quiser, seria moralmente adequado falar tal coisa? Será que um comediante pode falar que a mulher tem pés pequenos para chegar mais perto do fogão ou isso estaria em desacordo com os “valores” da sociedade?

O problema dessa discussão é que ela é absolutamente relativa. Quem determina quais são os “valores” vigentes? A Santa Inquisição não dizia atuar em nome de seus interesses, mas sim em defesa da moral da época. Assim como a ditadura militar, a ditadura hitlerista ou qualquer outro regime que tenha usado a censura e a perseguição política em ampla escala.

No caso de Bruno Mazzeo, é fácil de se perceber onde fica o Vaticano da nova moralidade. Basta olhar para a trajetória do ator.

Embora muito carente de qualquer talento humorístico ou mesmo criativo, Mazzeo certamente teve no “Cilada” (2005-2009) o seu auge. O programa, que consistia em esquetes narrados pelo próprio Bruno Mazzeo, mostrava, sob um olhar debochado, uma série de situações da vida cotidiana consideradas constrangedoras. Muitas das cenas seriam hoje censuradas pela própria Rede Globo.

Tomemos como exemplo o episódio “Praia”, exibido em 2006, que começa com uma longa troca de ofensas, incluindo palavrões. Durante o esquete, um vendedor ambulante oferece a própria mãe a um turista estrangeiro e a câmera faz questão de dar vários “closes” na bunda da mulherada de biquíni. Bruno Mazzeo ainda ensina várias formas de os homens conseguirem alguma vantagem sexual com as mulheres:

“A técnica de passar o bronzeador nas costas da mulher é, até hoje, a mais popular forma de paquera na praia. Em segundo lugar, vem a técnica do afogamento, onde o homem finge que está afundando na água para ser salvo por uma salva-vidas gostosa. Por último, vem a técnica kamikaze, que consiste em escolher aleatoriamente uma bunda de mulher virada para cima e depois mergulhar de cara”.

O apelo a bundas, praia, biquínis e mulheres bonitas não era, nem de longe, uma ousadia de Bruno Mazzeo, mas simplesmente aquilo que era comum de se ver na televisão da época. Em uma propaganda do mesmo ano, a atriz Juliana Paes, a musa da Antártica, aparece se esticando para alcançar um copo de cerveja, ao mesmo tempo em que sua saia ameaça desamarrar e todos os homens da cena começam a torcer para que se arrebente e exponha os glúteos da atriz.

Outro episódio que talvez possa causar ainda mais escândalo nos dias de hoje foi gravado no ano de 2009: “Mulher com filho”. O esquete se resume ao personagem interpretado por Bruno Mazzeo chamar o filho de sua parceira de “pentelho” e a reclamar que ela, por causa dos compromissos do garoto, nunca tem horário disponível para ter relações sexuais. Por fim, podemos ainda citar o episódio “Carnaval”, de 2006, em que Bruno Mazzeo ridiculariza uma suposta mulher — que na verdade era um travesti — que entra no banheiro masculino e faz uso do mictório.

A fala de Mazzeo sobre a “evolução da sociedade” deve ser entendida, portanto, como uma tentativa de explicar a sua própria involução no humor. Esforçando-se hoje para se enquadrar no “politicamente correto”, o ator se sentiu na obrigação de explicar porque, naquela época, suas piadas atentavam contra o que hoje não seria “bem visto”: “eu não vou me culpar por ter feito e nem me arrepender delas, porque eu acho que naquele momento, daquela sociedade, ela funcionava”.

O problema dessa explicação é que não há uma “mudança na sociedade” de 2006 para os dias de hoje. A sociedade brasileira é, fundamentalmente, a mesma das últimas décadas. O negro é tratado como lixo, as mulheres são oprimidas e exploradas sexualmente, o operário trabalha como um condenado e vive na miséria… Enfim, não há “evolução” alguma. Que mudança deveria haver, portanto, no humor?

A verdadeira mudança, que fez com que Mazzeo abandonasse as bundas, as piadas sobre homossexuais e tudo que tornavam seu programa minimamente interessante, é a mudança na orientação política do seu Vaticano — a Rede Globo. Isto é, apesar de a sociedade ser fundamentalmente a mesma, os patrões de Bruno Mazzeo decidiram, nos últimos anos, que determinados temas seriam “tabu”. E isso, por sua vez, por motivos puramente políticos: como o imperialismo, na atual etapa, está se esbaldando na demagogia identitária, proibir piadas que seriam supostamente ofensivas para os identitários seria uma necessidade por parte da Globo.

Essa mudança é flagrante. No caso da exposição de corpos femininos, basta lembrar da Globeleza, a mulher que desfilava praticamente nua na Rede Globo durante o carnaval. Após muita pressão da direita conservadora, sobretudo evangélica, a Globo decidiu “vestir” a Globeleza, utilizando, para isso, a demagogia identitária de que “mulher não é objeto”. As propagandas de cerveja que iam no mesmo sentido também desapareceram.

Em 2021, o jornal O Globo publicou um artigo de título “Profissão-mãe”. O texto, assinado por uma tal Diretora Executiva do Instituto Identidades do Brasil, é uma demagogia sem fim com a maternidade e certamente pediria cadeia para Bruno Mazzeo caso “Mãe com filho” viesse ao ar nos dias atuais.

Se Bruno Mazzeo acha que o humor precisa mudar, é por um motivo bem simples: caso não se adeque às bulas papais da Família Marinho, vai parar no olho da rua. Não se trata de “acompanhar” a sociedade, mas sim de seguir aonde o dinheiro vai.

Quando o ator diz que “tem piada que não se deve fazer na TV”, ele quer dizer: “tem piada que a Família Marinho não deixa fazer”. Sendo assim, como nada temos a ver com a Família Marinho — pelo contrário, que se dane essa máfia criada pela ditadura militar —, deveríamos dizer: todas piadas devem ser feitas em qualquer lugar. O humorista que se priva de fazer uma piada porque o patrão não quer não é um humorista, é um capacho. Esse sim que não merece aparecer em lugar nenhum.

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Mensagem por E.R » 18 Ago 2022, 22:20

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Mensagem por Homessa » 07 Set 2022, 20:08

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Mensagem por E.R » 24 Out 2022, 21:37

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Mensagem por Chespolin Chavolorado » 25 Out 2022, 14:01

No Fórum Chaves desde 27/01/2020: 3 anos
Chapeta escreveu: É, pois é, é que eu não tomei banho desde que voltei pra casa de madrugada, aliás, bonito o quarto da sua irmã.

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