Segunda Guerra Mundial

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Chapolin Gremista
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Nazismo, Fascismo e Segunda Guerra Mundial

Mensagem por Chapolin Gremista » 14 Nov 2022, 02:33

NOTÍCIAS
GOLPE DA CERVEJARIA
11/11/1923: Adolf Hitler é preso pela tentativa de golpe
O Putsch ou Golpe da Cervejaria foi um episódio que marcou a história do fascismo alemão, estabelecendo Hitler como principal líder da extrema-direita alemã após sair da prisão.

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Completam-se 99 anos do Putsch da Cervejaria, uma tentativa de golpe de Estado frustrada na Alemanha em 1923. Disputando a liderança da extrema-direita alemã, Hitler invadiu uma palestra de Gustav Von Khar na cervejaria Bürgerbräukeller e acendeu o estopim da tentativa prematura de tomada de poder pelos nazistas. O alvo da ocasião era o governo da Baviera, no sudeste do país.

Sem o apoio da burguesia de conjunto na ocasião, a tentativa foi controlada pela polícia, deixando um saldo de 20 mortos, 4 policiais e 16 nazistas. Hitler fugiu, mas foi preso dois dias depois, em 11/11/1923. Durante o julgamento, que ganhou enorme visibilidade na imprensa burguesa, o líder nazista teve palco privilegiado diante da população alemã. Condenado a 5 anos de prisão, Hitler cumpriu apenas 9 meses e durante esse período escreveu seu manifesto Mein Kampf, onde antecipou a estratégia que viria a triunfar 10 anos depois: “A democracia deve ser destruída por suas próprias forças”.

Apesar de contar com apoio de alguns setores da burguesia, a classe dominante alemã ainda não se havia decidido por apostar nos nazistas para combater a poderosa classe operária do país. Um importante exemplo de como a extrema-direita é limitada pela falta de apoio da burguesia. E, ao mesmo tempo, de como a chegada do fascismo ao poder passa necessariamente pelo aval do setor mais importante dos capitalistas. Quando a burguesia alemã precisou, entregou o governo de bandeja para os nazistas.

Outro ponto importante de se ter em conta na situação atual é que o fato da extrema-direita sofrer uma derrota isso não significa que ela está acabada. No Brasil pós-eleições de 2022, parte da esquerda tem tratado o bolsonarismo como um fenômeno do passado e apoiado a repressão do Estado burguês contra figuras ligadas a Bolsonaro, seus apoiadores nas redes sociais e até manifestantes insatisfeitos com a derrota eleitoral. A revolta contra o sistema político, sentimento especialmente vivo na população nos períodos de crise econômica, acaba sendo absorvida pela extrema-direita diante da confusão política da esquerda.

Ao se apresentar como fiadora do falido sistema burguês, a esquerda se apresenta para o povo como aliada dos seus inimigos. É importante lembrar que a repressão da burguesia contra a extrema-direita não costuma ser muito duradoura e, assim que preciso, a disputa interna da direita se transforma em lua de mel. Invariavelmente, todas as arbitrariedades do Estado se voltam contra a esquerda e os trabalhadores.



https://causaoperaria.org.br/2022/11-11 ... -de-golpe/
Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

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Nazismo, Fascismo e Segunda Guerra Mundial

Mensagem por Chapolin Gremista » 18 Nov 2022, 04:00

NOTÍCIAS
EM PERNAMBUCO
Grupo nazista mostra a necessidade da autodefesa no campo
Frente à ofensiva da burguesia, é preciso organizar os trabalhadores para defender os seus interesses enquanto classe

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OBrasil passa por uma polarização importante e, nesse cenário, o papel de todos os organismos e entidades de esquerda, bem como do partido operário, é unificar a luta dos trabalhadores urbanos e rurais à nível internacional. A polarização é o momento social no qual as classes em consciência começam a se posicionar no tabuleiro e, assim sendo, começam a agir em prol das ideias que os norteiam de forma organizada ou não.

A direção do MST-PE publicou uma nota para descrever os ataques feitos por um grupo fascista na madrugada do último sábado (12) no Centro de Formação Paulo Freire, localizado no assentamento Normandia. Por volta das três da madrugada, um grupo nazista entrou no centro e vandalizou o local, pichando suásticas e a palavra “mito”. Além disso, aumentaram a força do ataque queimando a casa da coordenadora do Centro.

Esse centro já vendo sendo alvo predileto de agrupamentos fascistas já há algum tempo, tanto em redes sociais como em ações de fato. Em 2019, no primeiro do governo Bolsonaro, o grupo moveu uma ação de despejo contra o centro, algo que foi derrotado e não teve prosseguimento.

O centro é uma conquista da luta rural pela emancipação dos trabalhadores do campo contra os latifundiários. O local foi conquistado por duras lutas travadas e, em 19 de maio de 1987, foram adquiridos 556 hectares para Reforma Agrária. O local, então, foi intensamente desenvolvido pelo MST e conta hoje com mais de 52 alojamentos e um auditório para mais de 1000 pessoas, sendo considerado como um do maiores centros de educação do Nordeste.

O local é referência em ensino e possui parcerias com universidades e outros centros científicos, como UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Um dos principais cursos lá ministrado, dentre uma infinidade, é o curso Pé no Chão (Curso Técnico de Práticas em Agroecologia).

Ao invés de limitar-se a uma nota, a direção do MST deve criar comitês de autodefesa dos trabalhadores rurais, unidos a grupos de autodefesa dos trabalhadores urbanos. É preciso, neste momento de enorme polarização, intensificar a organização camponesa. O MST sabe, por experiência e teoria, que as conquistas somente se dão através de muita luta, e a luta organizada e consciente é a única capaz de proteger os trabalhadores e formá-los para enfrentar a ascensão fascista.

Os comitês de auto defesa são importantes e formam o caminho inicial da organização de trabalhadores. Justamente por isso é fundamental criar as condições necessárias para armar os comitês e formar soldados que defenderão firmemente os interesses dos trabalhadores contra os patrões.


https://causaoperaria.org.br/2022/grupo ... -no-campo/
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Nazismo, Fascismo e Segunda Guerra Mundial

Mensagem por Chapolin Gremista » 23 Nov 2022, 02:41

NOTÍCIAS
CAVANDO A PRÓPRIA SEPULTURA
Os capitalistas brasileiros vão deter o fascismo?
Como diz o ditado “crie corvos e te comerão os olhos”. Ao defender as instituições burguesas, como se estas fossem defensoras das democracia, parte da esquerda comete erro infantil

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Matéria de Eduardo Guimarães publicada no Brasil 247 sob o título “STF luta conscientemente contra o nazismo” é mais um tiro no próprio pé da esquerda que defende o conceito de ‘democracia militante’, “princípio idealizado na Alemanha há mais de oito décadas pelo filósofo alemão Karl Loewenstein. Esse princípio visa impedir que estados nacionais naufraguem no nazifascismo” ─ defende o jornalista.

O tal princípio da “’democracia militante’ defende que o sistema democrático tenha mecanismos de defesa para garantir sua própria sobrevivência — entre eles, a restrição de direitos políticos de pessoas que atentem contra a democracia e a repressão a atividades que façam o mesmo”.

De início, essa doutrina lembra o falso paradoxo da intolerância, de Karl Popper, que reza que é preciso que nós, os tolerantes, sejamos intolerantes com os intolerantes. Os mecanismos de defesa para a democracia garantir sua própria sobrevivência foram oportunamente transformados em censura, o que é totalmente antidemocrático. No Brasil, por ordem monocrática de um ministro do STF, Alexandre de Moraes, virou crime o uso legítimo, democrático, de se questionar a lisura da eleição, se tornou crime duvidar das urnas eletrônicas, ainda que a humanidade não tenha criado um sistema à prova de fraude.

O artigo de Guimarães cita a “preocupação [da grande imprensa] com os “excessos” do STF ao cassar a “liberdade de expressão” de nazibolsonaristas, mas isso se deve à visão ainda turva que ainda vitima a nossa mídia corporativa”. Na verdade, essa afirmação não está correta. A grande imprensa tem apoiado os desmandos do Supremo, um setor apenas demonstrou preocupação quando empresários passaram a ser molestados pelos togados. Figuras como Roberto Jefferson ou Allan dos Santos continuam a ser tratadas como párias pelos jornalões, que mais querem é ver suas caveiras.

Quem controla a verdade?
Desde quando o STF é o guardião da democracia? Os onze ministros dessa corte não têm mandato para tal, não foram eleitos pelo voto popular. Vejamos: uma corte que não se manifesta quando um presidente da República, em ano eleitoral, aprova uma PEC para distribuir dinheiro, ferindo a Constituição, está defendendo a democracia? Bolsonaro quase virou a eleição a seu favor com a compra descarada de votos e o Supremo não cassou a medida.

Alexandre de Moraes, fechou as redes sociais do PCO (em ano eleitoral) quando deveria, no máximo (e já seria uma censura), remover um determinado conteúdo específico, não todas as páginas. Até vídeos falando sobre futebol não podem ser exibidos. Vídeos, como aulas, palestras, que ainda estão sendo produzidos não podem ser exibidos, o que constitui censura prévia, tudo em nome da defesa da democracia. Acredita quem quer.

Os falsos exterminadores de nazistas
Eduardo Guimarães comete um erro primário ao acreditar que o STF esteja lutando conscientemente contra o nazismo, isso não está acontecendo nem mesmo por acaso.

As instituições burguesas não combatem o nazismo, na verdade, são seu sustentáculo quando a burguesia decide lançar mão dessa ferramenta contra a classe trabalhadora: a extrema-direita.

Façamos uma pequena pausa para olharmos o cenário internacional: a burguesia está combatendo o nazismo na Ucrânia, ou mandando armas e dinheiro? O golpe na Ucrânia foi todo patrocinado pela burguesia. Milícias nazistas foram treinadas e financiadas pelos ‘ocidentais civilizados’ e essas milícias foram incorporadas ao exército ucraniano, o mesmo movimento que se observou na Itália de Mussolini e na Alemanha de Hitler.

A extrema-direita não está sendo combatida pela burguesia em nenhum lugar do mundo, muito menos no Brasil. Se a extrema-direita chegou ao poder foi por apoio do imperialismo com a participação bovina das instituições brasileiras, das Forças Armadas ao Supremo, conforme já havia dito Romero Jucá em seu famoso áudio vazado sobre o golpe em andamento: “com Supremo, com tudo”.

Nunca é demais lembrar: ferindo a Constituição, o Supremo Tribunal Federal votou pela prisão de Lula quando ainda cabiam a ele recursos. As forças armadas exigiram a prisão, a grande imprensa veiculou essa exigência. Após a soltura de Lula, dois anos depois, e a anulação das condenações, uma vez que Sergio Moro, como todos já sabiam, estava conspirando contra o ex-presidente, a grande imprensa começou uma campanha sórdida contra Lula, tentando dizer que este não seria inocente, mas que os processos é que teriam sido anulados, mesmo sabendo que o acusador é quem deve apresentar provas contra um réu, coisa que nunca aconteceu. Toda essa manobra só fez fortalecer a extrema-direita.

Alarmismo
Guimarães tenta comparar o que está acontecendo no Brasil com os eventos na “Alemanha do período entre 1923 e 1933, quando o nazismo sequestrou corações e mentes”. E essa afirmação contém uma dupla falsidade: 1) a atuação das milícias nazistas na Alemanha foi infinitamente superior à dos bolsonaristas até o momento; e 2) dizer que os nazistas sequestraram ‘corações e mentes’ é culpar a população, a classe trabalhadora, pelo nazismo.

Conforme foi publicado no Dossiê Causa Operária – edição número 1 –, na “Alemanha, as massas trabalhadoras tinham uma longa e profunda relação política com a social-democracia e o Partido Comunista, justamente os partidos que o fascismo tratou de perseguir e destruir (…) o fascismo, que é um fenômeno [da burguesia] que se apoia nas classes médias, tratou de destruir a democracia operária, o que é o mesmo que dizer que esfacelou a organização histórica das massas trabalhadoras. Logo de início, 60 mil sindicalistas foram presos e mortos (…) Há quem afirme que foi esse o início do Holocausto – os militantes comunistas e socialistas encheram os campos de concentração”.

Pois bem, foi a burguesia, a partir do golpe, que aplicou um duro ataque aos sindicatos ao praticamente acabar com a contribuição sindical. É o STF que está perseguindo um partido revolucionário e tradicional da esquerda brasileira, não são os eleitores bolsonaristas.

A esquerda, com o medo do avanço do fascismo, em vez de combatê-lo, dá forças a quem está chocando o ovo da serpente.

https://causaoperaria.org.br/2022/os-ca ... -fascismo/
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Nazismo, Fascismo e Segunda Guerra Mundial

Mensagem por Chapolin Gremista » 25 Nov 2022, 22:06

NOTÍCIAS
HISTÓRIA
Quem são os nazistas ucranianos ?
O que acontece é que essa gente massacrou pelo menos quatro milhões de seus compatriotas e conceberam a arquitetura da solução final

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─Thierry Meyssan, Voltaire ─ Como a maior parte dos analistas e comentadores políticos ocidentais, eu ignorava a existência de neo-nazis ucranianos até 2014. Aquando do derrube do Presidente eleito, eu morava na Síria e acreditei que se tinha tratado de grupúsculos violentos que haviam irrompido na cena pública para dar uma mão aos elementos Pró-Europeus. No entanto, a partir da intervenção militar russa, progressivamente descobri inúmeros documentos e informações sobre esse movimento político que representava, em 2021, um terço das Forças Armadas ucranianas. Este artigo apresenta uma síntese a propósito.

Bem no início desta história, quer dizer, antes da Primeira Guerra Mundial, a Ucrânia era uma grande planície que sempre tinha sido sacudida entre as influências alemã e russa. Nessa altura, não era um País independente, mas uma província do império czarista. Estava povoada por Alemães, Búlgaros, Gregos, Polacos (Poloneses-br), Romenos, Russos, Checos, Tártaros e por uma grande minoria judaica que se acredita descender do antigo povo kazar.

Um jovem poeta, Dmytro Dontsov, apaixonou-se pelos movimentos artísticos de vanguarda, considerando que eles conseguiriam tirar o seu país do atraso social. Tendo o império czarista caído no imobilismo desde a morte da grande Catarina, enquanto o império alemão era o centro científico do Ocidente, Dontsov escolheu Berlim contra Moscovo (Moscou-br).

Quando a Grande Guerra estourou, ele transformou-se em agente dos Serviços Secretos alemães. Emigrou para a Suíça onde publicou, por conta dos seus patrões, o Boletim das Nacionalidades da Rússia em várias línguas, apelando ao levantamento das minorias étnicas do Império Czarista a fim de provocar a sua derrota. Foi este o modelo que foi escolhido pelos Serviços Secretos ocidentais para organizar o « Fórum dos Povos Livres da Rússia » este Verão, em Praga [1].

Em 1917, a Revolução bolchevique inverteu a situação. Os amigos de Dontsov tomaram partido pela revolução russa, mas ele permaneceu pró-alemão. Na anarquia que se seguiu, a Ucrânia foi dividida de facto por três regimes diferentes: os nacionalistas de Symon Petliura (que se impuseram na zona hoje controlada pela administração Zelensky), os anarquistas de Nestor Makhno (que se organizaram como a Novorossia, a terra que havia sido desenvolvida pelo Príncipe Potemkin e que nunca conhecera a servidão), e os bolcheviques (especialmente no Donbass). O grito de guerra dos partidários de Petliura era « Morte aos judeus e aos bolcheviques! ». Eles perpetraram inúmeros pogroms mortíferos.

Dmytro Dontsov regressou à Ucrânia antes da derrota alemã e tornou-se o protegido de Symon Petlyura. Ele participou brevemente na Conferência de Paz de Paris, mas, por alguma razão desconhecida, não permaneceu na sua delegação. Na Ucrânia, ele ajudou Petliura a aliar-se à Polónia para esmagar os anarquistas e os bolcheviques. Depois da tomada de Kiev pelos bolcheviques, Petliura e Dontsov negociaram o Tratado de Varsóvia (22 de Abril de 1920): o Exército polaco comprometeu-se a repelir os bolcheviques e a libertar a Ucrânia em troca da Galícia e da Volínia (exactamente como o governo Zelensky negoceia hoje entrada da Polónia na guerra em troca das mesmas terras [2]). Ora, esta nova guerra foi um fiasco.

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Vladimir Jabotinsky, nascido em Odessa, ideólogo do sionismo revisionista. Para ele Israel era uma terra sem povo, para um Povo sem terra.
Para reforçar o seu campo, Petlyura negociou em segredo com o fundador dos Batalhões Judaicos do Exército britânico (a « Legião Judaica ») e na altura administrador da Organização Sionista Mundial (OSM), Vladimir Jabotinsky. Em Setembro de 1921, os dois homens acordaram unir-se contra os bolcheviques em troca do compromisso de Petliura em proibir as suas tropas de continuar os pogroms. A Legião Judaica devia tornar-se a « Gendarmaria Judaica ». No entanto, apesar dos seus esforços, Petliura não conseguiu acalmar as suas tropas, sobretudo porque o seu colaborador mais chegado, Dontsov, continuou a encorajar sempre o massacre de judeus. No fim, descoberto o acordo, a Organização Sionista Mundial virou-se contra o regime de Petliura. Em 17 de Janeiro de 1923, a OSM criou uma comissão de inquérito sobre as actividades de Jabotinsky. Este recusou vir explicar-se e demitiu-se das suas funções.


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Simon Petlioura apoderou-se do Norte da Ucrânia. Protetor dos nacionalistas integralista, ele sacrificou a Galícia e a Volhynia para combater os bolcheviques.
Petlioura fugiu para a Polónia, depois para a França, onde foi assassinado por um judeu anarquista da Bessarábia (atual Transnístria). Durante o julgamento, este assumiu o seu crime e alegou ter vingado as centenas de milhar de judeus assassinados pelas tropas de Petliura e Dontsov. O julgamento teve um grande impacto. O tribunal absolveu o assassino. Foi nessa ocasião que foi fundada a Liga Contra os Pogroms, futura Licra (Liga Internacional Contra o Racismo e Antissemitismo).

Não só os nacionalistas foram vencidos, mas os anarquistas também. Os bolcheviques triunfaram em todo o lado e escolheram, não sem debate, juntar-se à União Soviética.

Dmytro Dontsov editou revistas literárias que exerceram um fascínio sobre a juventude. Ele continuou a promover uma Europa Central dominada pela Alemanha e aproximou-se do nazismo cada vez mais à medida que este crescia. Cedo designou a sua doutrina como o « nacionalismo integral » ucraniano. Ao fazê-lo, fazia referência ao poeta francês, Charles Maurras. Com efeito, à partida a lógica dos dois homens era idêntica : eles buscavam em sua própria cultura os meios de afirmar um nacionalismo moderno. No entanto, Maurras era germanófobo, enquanto Dontsov era germanófilo. A expressão « nacionalismo integral » ainda hoje é reivindicada pelos adeptos de Dontsov, que cuidam, após a queda do IIIº Reich, de refutar o termo «nazismo» com o qual os Russos o qualificam, não sem razão.

De acordo com ele, o « nacionalismo ucraniano » caracteriza-se por :
« afirmação da vontade de viver, de poderio, de expansão » ( promove « O direito das raças fortes em organizar os povos e as nações para reforçar a cultura e a civilização existentes »)
« o desejo de combater e a consciência do seu extremismo » (louva a « violência criadora da minoria de iniciativa »)

As suas qualidades são :
« o fanatismo » ;
« a imoralidade ».

Em última análise, virando as costas ao seu passado, Dontsov tornou-se um admirador incondicional do Führer. Os seus discípulos fundaram, em 1929, a Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN) em torno do Coronel Yevhen Konovalets. Este qualificou Dontsov de « o ditador espiritual da juventude da Galícia ». No entanto, uma querela opôs Dontsov a um outro intelectual, a propósito do seu extremismo que obrigava a fazer a guerra contra todos, quando subitamente Konovalets foi assassinado. A OUN (financiada pelos Serviços Secretos alemães) dividiu-se então em duas. Com os «nacionalistas integralistas» reservando a OUN-B em nome do discípulo preferido de Dontsov, Stepan Bandera.

Durante os anos de 1932-33, os comissários políticos bolcheviques, maioritariamente judeus, aumentaram um imposto sobre as colheitas, como nas outras regiões da União Soviética. Combinado com importantes e imprevisíveis acasos climáticos, esta política provocou uma gigantesca fome em várias regiões do URSS, incluindo a Ucrânia. Ela é conhecida sob o nome de « Holodomor ». Contrariamente ao que diz o historiador nacionalista integralista Lev Dobrianski, não se tratava de um plano de extermínio dos Ucranianos pelos Russos, já que outras regiões soviéticas foram atingidas, mas uma gestão inadequada dos recursos públicos em tempos de crise climática. A filha de Lev Dobrianski, Paula Dobrianski, tornou-se uma das assessoras do Presidente George W. Bush. Ela travou uma luta sem piedade para fazer excluir das universidades ocidentais os historiadores que não aderiram à propaganda do seu pai [3].

Em 1934, Bandera organizou, enquanto membro dos Serviços Secretos nazis e Chefe da OUN-B, o assassinato do Ministro polaco do Interior, Bronisław Pieracki.

A partir de 1939, os membros da OUN-B, constituindo uma organização militar, a UPA, foram treinados na Alemanha pelo Exército alemão, depois ainda na Alemanha, mas pelos seus aliados japoneses. Stepan Bandera propôs a Dmytro Dontsov tornar-se o chefe da sua organização, mas o intelectual recusou, preferindo desempenhar um papel de liderança em vez do de mero comandante operacional.

Os « nacionalistas integralistas» aplaudem a invasão da Polónia, decorrente do Pacto germano-soviético. Como demonstrou Henry Kissinger, que não pode ser suspeito de pró-sovietismo, não se tratava para a URSS de anexar a Polónia, mas de neutralizar uma parte dela a fim de se preparar para o confronto com o Reich alemão. Pelo contrário, para o Chanceler Hitler, tratava-se de iniciar a conquista de um « espaço vital » na Europa Central.

Desde o princípio da Segunda Guerra Mundial, sob indicações de Dmytro Dontsov, a OUN-B bateu-se ao lado dos Exércitos nazis contra os judeus e os soviéticos.

A colaboração entre os «nacionalistas integralistas» ucranianos e os nazis prosseguiu com massacres permanentes da maioria da população ucraniana, acusada de ser judia ou comunista, até à « libertação » da Ucrânia pelo III° Reich no Verão de 1941 ao grito de « Slava Ukraїni ! » (Glória à Ucrânia), o grito de guerra utilizado hoje pelo governo Zelensky e pelos democratas dos EUA. Nessa altura, os « nacionalistas integralistas » proclamaram a «independência » da União Soviética na presença de representantes nazis e do clero grego ortodoxo, não em Kiev, mas em Lviv, segundo o modelo da Garde Hlinka na Eslováquia et dos Ustachis na Croácia. Eles formaram um governo sob a liderança do Providnyk (guia) Stepan Bandera, do qual o seu amigo Yaroslav Stetsko foi o Primeiro-Ministro. Estima-se em 1,5 milhão de pessoas a sua base de apoio na Ucrânia. Quer dizer que os « nacionalistas integralistas » foram sempre muito minoritários.

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Celebração da Ucrânia independente com os dignitários nazis. Por trás dos oradores, os três quadros expostos são os de Stepan Bandera, de Adolf Hitler e de Yevhen Konovalets.
Os nazis dividiram-se entre, por um lado, o Comissário do Reich para a Ucrânia, Erich Koch, para quem os Ucranianos eram sub-humanos, e, por outro, o Ministro dos Territórios Ocupados do Leste, Alfred Rosenberg, para quem os « nacionalistas integralistas » eram verdadeiros aliados. Finalmente, em 5 de Julho de 1941, Bandera foi deportado para Berlim e colocado na Ehrenhaft (cativeiro honroso), ou seja, em prisão domiciliar como uma alta personalidade. No entanto, tendo os membros da OUN-B assassinado os chefes da facção rival, a OUN-M, os nazis sancionaram Stepan Bandera e a sua organização, em 13 de Setembro de 1941. Foram deportados 48 dos seus dirigentes para um campo de prisioneiros, em Auschwitz (que não era ainda um campo de extermínio, mas apenas uma prisão). A OUN-B foi reorganizada sob comando alemão. Foi nesse momento que todos os nacionalistas ucranianos assumiram o seguinte juramento : « Filho fiel da minha Pátria, ingresso voluntariamente nas fileiras do Exército de Libertação Ucraniano e, com alegria, eu juro que combaterei fielmente contra o bolchevismo pela honra do povo. Fazemos este combate ao lado da Alemanha e dos seus aliados contra um inimigo comum. Com fidelidade e submissão incondicional, eu creio em Adolf Hitler como dirigente e comandante supremo do Exército de Libertação. Estou disposto a dar minha vida pela verdade, em todos os momentos ».

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O juramento de fidelidade ao Führer Adolf Hitler dos membros da OUN.
Os nazis anunciaram que se havia descoberto muitos corpos em prisões vítimas de « judeus bolcheviques ». Além disso, os « nacionalistas integralistas » celebraram a sua «independência» assassinando mais de 30. 000 judeus e participando activamente na leva dos judeus de Kiev para Babi Yar, onde 33.771 foram fuzilados em dois dias, 29 e 30 de Setembro de 1941, pelo Einsatzgruppen do SS Reinhard Heydrich.

Nesta agitação, Dmytro Dontsov desapareceu. Na realidade, dirigira-se a Praga e tinha-se colocado ao serviço do arquitecto da solução final, Reinard Heydrich, que acabava de ser nomeado vice-governador da Boémia e Morávia. Heydrich organizou a Conferência de Wannsee onde se planeou a « solução final das questões judaicas e ciganas » [4]. Depois, ele criou o Instituto Reinard Heydrich em Praga a fim de coordenar o extermínio sistemático de todas essas populações na Europa. O Ucraniano Dontsov, que residia agora em Praga no maior luxo, tornou-se imediatamente seu administrador. Ele é, portanto, um dos principais arquitectos do maior massacre da História. Heydrich foi assassinado em Junho de 1942, mas Dontsov conservou as suas funções e os seus privilégios.

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Reinhard Heydrich falando no castelo de Praga. Ele estava encarregado de dirigir a Boémia-Morávia. No entanto, a sua verdadeira função era coordenar a « solução final » das questões judaicas e ciganas. Dmytro Dontsov entrou na sua equipa, em 1942, e supervisionou os massacres em toda a Europa até à queda do Reich. O castelo de Praga foi o teatro da reunião da Comunidade política europeia contra a Rússia, em Outubro último.
Stepan Bandera e o seu adjunto Yaroslav Stetsko foram colocados em prisão domiciliar na sede da Inspecção-Geral dos Campos de Concentração, em Oranienburg-Sachsenhausen (a 30 km de Berlim). Eles endereçavam cartas aos seus partidários e aos dirigentes do Reich com toda a liberdade e não sofriam de quaisquer privações. Em Setembro de 1944, quando o Exército do Reich recuava e os partidários de Bandera começaram a se rebelar contra ele, os dois líderes foram libertados pelos nazis e reintegrados nas suas funções anteriores. Bandera e Stetsko retomaram a luta armada contra os judeus e os bolcheviques.

Mas já era tarde demais. O Reich afundou-se. Os Anglo-Saxões recuperaram Dontsov, Bandera e Stetsko. O teórico do nacionalismo integralista foi transferido para o Canadá, enquanto os dois praticantes dos massacres foram para a Alemanha. O MI6 e o OSS (predecessor da CIA) reescreveram suas biografias, fazendo desaparecer o seu envolvimento nazi e a sua responsabilidade na Solução Final.

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Stepan Bandera durante o seu exílio, celebrando a memória de Yevhen Konovalets.
Bandera e Stetsko foram instalados em Munique para organizar as redes stay-behind (retaguarda-ndT) anglo-saxónicas na União Soviética. A partir de 1950, eles dispunham de uma grande estação de rádio, a Radio Free Europe, que partilhavam com os Irmãos Muçulmanos de Said Ramadan (o pai de Tariq Ramadan). A rádio era financiada pelo National Committee for a Free Europe, uma emanação da CIA da qual o Director, Alan Dulles, era membro, assim como o futuro Presidente Dwight Eisenhower, o magnata da imprensa Henry Luce e o realizador Cecil B. DeMilles. O especialista de guerra psicológica e futuro protetor dos Straussianos, Charles D. Jackson, era o presidente.

Vladimir Jabotinsky, esse, depois de ter vivido na Palestina, refugiou-se em Nova Iorque. Benzion Netanyahu (o pai do actual Primeiro-Ministro israelita) juntou-se a ele. Os dois homens redigiram os textos doutrinários do « sionismo revisionista » e a Enciclopédia Judaica.

Bandera e Stetsko deslocavam-se muito. Eles organizaram operações de sabotagem em toda a União Soviética, e particularmente na Ucrânia, assim como o lançamento aéreo de panfletos. Para isso, criaram o Bloco das Nações Anti-bolcheviques (ABN) que reunia os seus homólogos da Europa Central [5]. O agente duplo britânico, Kim Philby, informava os Soviéticos sobre as ações dos banderistas com antecedência. Bandera encontrou-se com Dontsov no Canadá para lhe pedir que assumisse a chefia da luta. Uma vez mais, o intelectual recusou, preferindo consagrar-se aos seus escritos. Ele mergulhou então num delírio místico inspirado nos mitos dos vikings varangianos. Anunciava o combate final dos cavaleiros ucranianos contra o dragão russo. Bandera, por sua vez, aliou-se ao líder chinês Chiang Kai-Shek que conheceu em 1958. Mas foi assassinado no ano seguinte em Munique pelo KGB.

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Exéquias do criminoso contra a Humanidade, Stepan Bandera.

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Tchang Kaï-Chek e Iaroslav Stetsko durante a fundação da Liga anti-comunista mundial.
Iaroslav Stetsko prosseguiu a luta através da Radio Free Europe e da ABN. Ele foi aos Estados Unidos para testemunhar perante a Comissão das actividades não-americanas do Senador Joseph MacCarthy. Em 1967, fundou com Tchang Kaï-Chek, a Liga anti-comunista mundial [6]. A Liga incluía muitos ditadores Pró-EUA do mundo inteiro e duas escolas de tortura, no Panamá e em Taiwan. Klaus Barbie, que assassinou Jean Moulin em França, depois Che Guevara na Bolívia, fez parte dela. Em 1983, Stetsko foi recebido na Casa Branca pelo Presidente Ronald Reagan e participou, com o Vice-Presidente George Bush Sr, nas cerimónias das « Nações Cativas » (quer dizer povos ocupados pelos Soviéticos) de Lev Dobrianski. Por fim, morreu em 1986.

Mas a história não termina aqui. A sua esposa, Slava Stetsko, assumiu a chefia das suas organizações. Ela também percorreu o mundo para apoiar todas as lutas contra os Russos e os Chineses, ou melhor, contra os comunistas. Quando a URSS foi dissolvida, limitou-se a mudar o título da Liga para Liga Mundial pela Liberdade e Democracia, denominação que ainda hoje tem. Então consagrou-se retomar a acção na Ucrânia.

Slava Stetsko concorreu às primeiras eleições da Ucrânia independente, em 1994. Ela foi eleita para a Verkhovna Rada, mas tendo sido destituída de sua nacionalidade pelos Soviéticos, não pôde tomar assento. Pouco importa, ela fez com que o Presidente ucraniano Leonid Kuchma viesse às instalações da CIA, em Munique, e ditou-lhe passagens da nova Constituição. Ainda hoje, esta estipula no seu Artigo 16: « preservar o património genético do povo ucraniano implica a responsabilidade do Estado ». A discriminação racial nazi continua, pois, a ser proclamada pela Ucrânia como nos piores momentos da Segunda Guerra Mundial.

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Slava Stetsko inaugurando a sessão de 2002 da Verkhovna Rada.
Slava Stetsko foi reeleita nas duas épocas seguintes. Ela presidiu com solenidade às cerimónias de abertura das sessões de 19 de Março de 1998 e de 14 de Maio de 2002.

Em 2000, Lev Dobriansky organizou uma grande conferência em Washington com muitos funcionários ucranianos. Ele convidou o straussiano Paul Wolfowitz (antigo colaborador de Charles D. Jackson). No decorrer dessa reunião, os « nacionalistas integralistas » colocaram-se ao serviço dos straussianos para destruir a Rússia [7].

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Dmitro Yarosh durante a fundação da Frente anti-imperialista contra a Rússia com os jiadistas. Actualmente ele é Conselheiro especial do Chefe das Forças Armadas ucranianas.
Em 8 de Maio de 2007, em Ternopol, por iniciativa da CIA, os « nacionalistas integralistas » da Autodefesa do Povo Ucraniano e os islamistas criaram uma «Frente Anti-Imperialista» anti-russa sob a presidência conjunta do Emir da « Ichquéria », Dokka Umarov e de Dmytro Yarosh (o actual Conselheiro especial do Chefe das Forças Armadas ucranianas). Organizações da Lituânia, da Polónia, da Ucrânia e da Rússia participaram nesta reunião, entre os quais separatistas islamistas da Crimeia, da Adigueia, do Daguestão, da Inguchétia, da Cabardino-Balcária, do Carachaevo-Cherquéssia, da Ossétia e da Chechénia. Impossibilitado de aí se deslocar devido a sanções internacionais, Dokka Umarov teve a sua declaração lida. Retrospectivamente, os Tártaros da Crimeia não conseguem explicar a sua presença nesta reunião, senão pelo seu passado ao serviço da CIA contra os Soviéticos.

O Presidente Pro-EUA, Viktor Iuchenko, criou um Instituto Dmytro Dontsov, no seguimento da « revolução laranja ». Iuchenko é um exemplo do branqueamento anglo-saxónico. Sempre fingiu não ter nenhuma relação com os nacionalistas integralistas, mas o seu pai, Andrei, foi guarda num campo de extermínio nazi [8]. O Instituto Dmytro Dontsov será fechado em 2010, depois reaberto após o Golpe de Estado de 2014. O Presidente Viktor Iuchenko, pouco antes do fim do seu mandato, elevou o criminoso contra a Humanidade Stepan Bandera ao título de « herói da Nação ».

Em 2011, os nacionalistas integralistas conseguiram fazer aprovar uma lei proibindo a comemoração do fim da Segunda Guerra Mundial porque havia sido vencida pelos Soviéticos e perdida pelos banderistas. Mas o Presidente Viktor Yanukovych recusou promulgá-la. Furiosos, os « nacionalistas integralistas » atacaram o cortejo dos antigos combatentes do Exército Vermelho, espancando os velhos. Dois anos mais tarde, as cidades de Lviv e Ivano-Frankivsk aboliram as cerimónias da Vitória e proibiram qualquer manifestação de regozijo. O Presidente Viktor Iushenko, pouco antes do fim do seu mandato, elevou o criminoso contra a humanidade Stepan Bandera ao título de « Herói da Nação ».

Em 2014, os Ucranianos da Crimeia e do Donbass recusaram-se a reconhecer o governo saído do Golpe de Estado. A Crimeia, que se havia declarado independente antes do resto da Ucrânia, reafirmou-o uma segunda vez e aderiu à Federação da Rússia. O Donbass procurou um compromisso. Os « nacionalistas ucranianos », liderados pelo Presidente Petro Poroshenko, deixaram de ali manter os serviços públicos e atacaram a população. Em oito anos, eles assassinaram, pelo menos, 16.000 pessoas perante a indiferença geral.

Foi também a partir do Golpe de Estado de 2014, que as milícias nacionalistas integralistas foram incorporadas nas Forças Armadas Ucranianas. No seu regulamento interno, elas obrigam todo o combatente a ler as obras de Dmytro Dontsov, nomeadamente o seu livro intitulado Nacionalismo.

Em Abril de 2015, a Verkhovna Rada declarou os membros da Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN) « combatentes da independência ». A lei foi promulgada pelo Presidente Poroshenko em Dezembro de 2018. Os antigos, Waffen SS tiveram direito retrospectivamente a uma pensão de aposentadoria e a todo o tipo de benefícios. A mesma lei criminalizou qualquer alegação segundo a qual os militantes da OUN e os combatentes da UPA colaboraram com os nazis e praticaram limpeza étnica de judeus e polacos. Publicado na Ucrânia, o presente artigo enviar-me-ia e a vós também para a prisão só por tê-lo lido.

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Inauguração de uma placa comemorativa do criminoso contra a Humanidade, Dmytro Dontsov, na fachada da agência de imprensa do Estado, Ukrinform. Durante a cerimónia, o Director-geral da Ukrinform garantiu que Dontsov tinha fundado, em 1918, a primeira agência de imprensa ucraniana, UTA, da qual Ukrinform é a sucessora.
Em 1 de Julho de 2021, o Presidente Volodymyr Zelenski promulgou a lei sobre os povos autóctones da Ucrânia que os coloca sob a protecção dos Direitos do homem. Como regra geral, os cidadãos de origem russa não podem mais invocá-los perante os tribunais.

Em Fevereiro de 2022, as milícias « nacionalistas integralistas », que formavam um terço das Forças Armadas do país, planearam uma invasão coordenada da Crimeia e do Donbass. Foram impedidas pela operação militar russa destinada a aplicar a Resolução 2202 do Conselho de Segurança das Nações Unidas para abreviar o calvário das populações de Donbass.

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A adjunta do Primeiro-Ministro canadiano, Chrystia Freeland, manifesta o seu apoio ao Presidente Zelensky junto com os membros da secção canadiana da OUN. Actualmente, a Srª Freeland é candidata ao secretariado geral da OTAN.
Em Março de 2022, o Primeiro-Ministro israelita, Nafatali Bennett, rompendo com o « sionismo revisionista » de Benjamin Netanyahu (filho do secretário de Jabotinsky), sugeriu ao Presidente Volodymyr Zelensky que subscrevesse as exigências russas e que desnazificasse o seu país [9].

Encorajado por este apoio inesperado, o Ministro russo dos Negócios Estrangeiros (Relações Exteriores-br), Serguei Lavrov, ousou trazer à tona o caso do Presidente judeu ucraniano, dizendo : « O povo judeu, em sua sabedoria, disse que os antissemitas mais ardentes são geralmente judeus. Todas as famílias têm a sua ovelha negra, como diz o ditado ». Foi demais para os Israelitas que ficam sempre inquietos quando se tenta dividi-los. O seu homólogo de então, Yaïr Lapid, lembrou que os judeus nunca organizaram o holocausto de que foram vítimas. Encurralado entre a sua consciência e as suas alianças, o Estado hebreu repetiu à saciedade apoiar a Ucrânia, mas recusou enviar-lhe o mínimo armamento. Por fim, o Estado-Maior decidiu e o Ministro da Defesa, Benny Gantz, cortou qualquer possibilidade de um apoio aos sucessores dos assassinos de judeus .

Os Ucranianos são os únicos nacionalistas que não se batem nem pelo seu povo, nem pela sua terra, mas por uma única ideia : aniquilar os judeus e os Russos .

Fontes principais :
Ukrainian Nationalism in the age of extremes. An intllectual biography of Dmytro Dontsov, Trevor Erlacher, Harvard University Press (2021).
Stepan Bandera, The Life and Afterlife of a Ukrainian Nationalist. Fascism, Genocide, and Cult, Grzegorz Rossoliński-Liebe, Ibidem (2014).

https://causaoperaria.org.br/2022/quem- ... cranianos/
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Dias
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Nazismo, Fascismo e Segunda Guerra Mundial

Mensagem por Dias » 28 Dez 2022, 21:41

São Paulo elegeu pra deputado federal alguém que se orgulha de ter tido avô nazista.

"Está vendo como às vezes é bom ser burro?" - Chaves

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Nazismo, Fascismo e Segunda Guerra Mundial

Mensagem por Fola » 11 Jan 2023, 18:15

Comparar prisão de bolsonaristas a campos de concentração é banalizar Holocausto, diz entidade

Em nota, Confederação Nacional Israelita pede respeito aos 6 milhões de mortos, vítimas do Holocausto e dizem: "Não compare o incomparável"

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou, por meio de nota, as comparações feitas por bolsonaristas presos na Academia da Polícia Federal – acusados de atos terroristas – com os campos de concentração na Europa, onde milhares de inocentes foram torturados e mortos durante os horrores do Holocausto.

Segundo a entidade, as alusões são “completamente indevidas” e que o atual momento não pode ser comparado com os trágicos episódios do nazismo, que culminaram no extermínio de 6 milhões de judeus”.

As críticas da confederação se referem a publicações, viralizadas em redes sociais por ativistas políticos da extrema direita, inclusive parlamentares, que criticam a forma com que mais de 1500 pessoas, retiradas de acampamentos montados em frente dos Quartéis-generais do Exército há dois meses, foram tratadas pela Polícia Federal, responsável pelas prisões.

“Essas comparações, muitas vezes com fins políticos, são um desrespeito à memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes. A Conib, inclusive, criou uma campanha contra a banalização do Holocausto, para que possamos entender melhor as verdadeiras dimensões dos fatos e assim contribuir para um melhor entendimento do presente”, conclui a nota.

Em um vídeo de 2 minutos, a Conib mostra fotos fortes, de judeus aglomerados em campos de concentração. Entre elas, 1 milhão de crianças.

A mensagem final pede que as pessoas não façam exatamente o que bolsonaristas têm feito nas redes sociais, insistentemente:

“Antes de sair comparando situações do cotidiano com o Holocausto, pare e pense: e se fosse com a sua família? Não compare o incomparável. Não banalize o Holocausto. Não explore o genocídio para ganho político. Fazer da crueldade algo corriqueiro gera um mundo onde a maldade é soberana e todos são vítimas em potencial, inclusive você”.

Nas filmagens, uma sobrevivente do Holocausto, identificada apenas como Sra. Rita, diz que perdeu tantos amigos e 42 pessoas da família.

Fundada em maio de 1948, a Conib é a instituição que representa, atualmente, 120 mil judeus, sendo a segunda maior entidade com este foco na América Latina. Um dos pilares da instituição é o combate à intolerância e ao antissemitismo, a defesa da justiça social e do diálogo inter-religioso.

Leia a nota da Conib na íntegra:

“Conib condena alusões ao Holocausto no momento atual

A CONIB, Confederação Israelita do Brasil, repudia comparações completamente indevidas do momento atual com os trágicos episódios do nazismo que culminaram no extermínio de 6 milhões de judeus no Holocausto. Essas comparações, muitas vezes com fins políticos, são um desrespeito à memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes. A CONIB inclusive criou uma campanha contra a banalização do Holocausto, para que possamos entender melhor as verdadeiras dimensões dos fatos e assim contribuir para um melhor entendimento do presente”

https://www.metropoles.com/direitos-hum ... z-entidade
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Nazismo, Fascismo e Segunda Guerra Mundial

Mensagem por João Lucas Simão » 11 Jan 2023, 19:12

9° ano chegou. Vamos ver como vai ser contado nas aulas de história...

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Nazismo, Fascismo e Segunda Guerra Mundial

Mensagem por Chapolin Gremista » 06 Fev 2023, 05:42

NOTÍCIAS
CRIMINOSOS DE GUERRA
Putin denuncia nazismo ucraniano no aniversário do Holocausto
Presidente russo também afirmou que crimes na Ucrania mostram que liçoes da história estao sendo esquecidas

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Opresidente da Rússia, Vladimir Putin, mandou um telegrama para participantes e organizadores de eventos que tratam do Dia Internacional da Lembrança das Vítimas do Holocausto e do 78º aniversário da libertação pelo Exército Vermelho das pessoas que eram mantidas presas no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. Na mensagem estava escrito o seguinte: “O esquecimento das lições de história leva à repetição de terríveis tragédias. Prova disso são aqueles crimes contra civis, limpeza étnica e ações punitivas organizadas na Ucrânia por neonazistas. É contra este mal que nossos soldados estão agora combatendo com coragem e ombro a ombro”.

O mandatário também destacou que as tentativas de redefinir o papel da Rússia no conflito pode ter como consequência o retorno de uma ideologia assassina: “Devemos entender claramente que qualquer tentativa de redefinir a contribuição do nosso país na Grande Vitória significa realmente justificar os crimes do nazismo, abre caminho para o ressurgimento de sua ideologia assassina”.

https://causaoperaria.org.br/2023/putin ... olocausto/
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Nazismo, Fascismo e Segunda Guerra Mundial

Mensagem por Chapolin Gremista » 18 Fev 2023, 23:18

NOTÍCIAS
SIMBOLO DA UCRÂNIA
Stepan Bandera, nazista da Ucrânia e campeão do “Ocidente”
Os heróis ucranianos-nazis da “independência nacional” desempenharam um papel importante nos longos preparativos para a actual era americana da Ucrânia

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ODiario.info
Stepan Bandera, nazi ucraniano, combatente com Hitler e assassino em massa de dezenas de milhares de judeus e resistentes comunistas, está a tornar-se cada vez mais o herói dos “democratas” do Ocidente. Quando não o esquece, a imprensa falsifica a sua história, transformando o carrasco num nacionalista glorioso; de qualquer modo não era ele, em 1945, um agente americano? O que demonstra que existe um paraíso para os nazis.

A guerra na Ucrânia foi lançada pela Rússia após oito anos de agressão ucraniano-ocidental (2014-2022) contra a população de língua russa do Leste Ucraniano. As suas 14.000 mortes, na sua maioria civis, tinham interessado tão pouco os nossos principais meios de comunicação social como os do Iraque, Sérvia, Afeganistão e Síria, atacados desde 1991 pelos Estados Unidos na sua busca global de controlo do petróleo e gás e de outras matérias-primas, sob a cobertura da NATO sujeita a comando único norte-americano desde a sua fundação (1950). A coligação ocidental, que desde o início ridicularizou o objectivo oficial russo de “desnazificação” anunciado em Fevereiro de 2022 – em conformidade com os “princípios políticos” consagrados no Protocolo da Conferência de Potsdam (1 de Agosto de 1945) – afirma estar a agir contra a Rússia em nome da “democracia” (o novo nome do “Mundo Livre” da era soviética). À medida que a guerra se prolongava, o “Ocidente” fez evoluir o conceito de “democracia” e “encobriu” a veneração do Estado ucraniano “aliado” pelos seus criminosos de guerra e de antes da guerra. Assim, erige o nazi ucraniano Stepan Bandera (1909-1959) em arauto da “independência ucraniana”: uma ligeira falha que lhe perdoa tal como perdoa à “democracia” ucraniana pós-Maidan a promoção de agrupamentos nazis e os espancamentos que o bilionário Zelenski, digno sucessor do bilionário Poroshenko, administra ao povo ucraniano: destruição do código do trabalho, dos horários aos salários, e a proibição dos partidos e jornais da oposição, exigida pelos “investidores” norte-americanos.


Bandera só se tornou um “herói nacional” depois da “Revolução Laranja” americana de 2004, e especialmente depois do golpe de Estado de Maidan organizado por Washington em Fevereiro de 2014 contra um intolerável governo ucraniano, legal mas pró-russo. A sua orquestradora, a Secretária de Estado Adjunta para os Assuntos Políticos, Victoria Nuland, uma madona neoconservadora do National Endowment for Democracy (CIA) e russofóbica (e sinófóba) compulsiva, está à frente do seu posto ucraniano desde 1993, sob gestão democrata e republicana (excluindo a presidência Trump). Confessou em 13 de Dezembro de 2013 perante o National Press Club, numa conferência financiada pelo grupo petrolífero Chevron, e depois em 15 de Janeiro de 2014 perante a Comissão de Política Externa do Senado, que o governo americano tinha, desde a queda da URSS, “gasto cinco mil milhões de dólares” para conseguir o triunfo da “democracia” na Ucrânia e que a Chevron tinha em 5 de Novembro do ano anterior assinado um acordo para um investimento de dez mil milhões de dólares em sondagens que acabariam com a “dependência do país em relação à Rússia” . A Sra. Nuland, cantineira dos putschistas de Maidan, fabricou desde então os governos ucranianos e presidiu, com o resto do aparelho de Estado, ao rearmamento da Ucrânia até aos dentes, que Washington integrou de facto nas operações da NATO desde Julho de 2021.


A intimidade dos EUA com o nazismo ucraniano em geral precedeu a queda da URSS. O seu interesse na caverna Ali Baba ucraniana, como o de todos os imperialismos, nunca cessou desde a “abertura” da Rússia czarista, que lhe tinha cedido a sua economia moderna e concentrada, da banca às matérias-primas. Como o Reich ocupou por muito tempo a frente da cena ucraniana, especialmente desde a Primeira Guerra Mundial, os bancos americanos acompanharam os do Reich no período entre guerras. Mas no papel secundário então ditado pela primazia alemã.


Porque o Reich, a primeira potência a reconhecer a Rússia em 1922, tinha vantagem na Rússia soviética, tratada como pária pela “comunidade internacional” imperialista. Mesmo na Ucrânia, que tinha arrancado em 1918 (até à sua derrota em Novembro) à Rússia, assediada entre 1918 a 1920 em todas as frentes por catorze potências imperialistas, e que os bolcheviques reconquistaram após 1920. Ao reconhecer o Estado soviético, Berlim recuperou a sua capacidade de incomodar, “com a cobertura” do Vaticano: auxiliar do Reich desde o final do século XIX e ainda mais depois de 1914, a Cúria encarregou o clero católico alemão de levar a cabo a espionagem militar preparatória para o novo assalto projectado.

Os nazis bandeiristas no período anterior à guerra

Foi neste contexto que Bandera cresceu, produto típico do uniatismo da Galícia oriental (Ucrânia ocidental), arma de guerra da Igreja Romana contra a Ortodoxia desde 1595-96. Filho de um padre uniate, foi criado como os seus pares no ódio fanático aos polacos, russos, judeus e opositores, sob a autoridade de Andrei Szepticky, o bispo uniate de Lemberg (Lwow em polaco, Lvov em russo, Lviv em ucraniano) nomeado em 1900. Russofóbico, polonófobo e anti-semita violento, Szepticky deveia, como todos os seus antecessores, converter os Ortodoxos do Oriente, missão ligada à conquista germânica. No início serviu Viena, dominante da Galícia Oriental, depois, como Pio X preferiu, a partir de 1907, os poderosos Hohenzollerns aos moribundos Habsburgs, o bispo acompanhou até à sua morte (Novembro de 1944) “Drang nach Osten” (”impulso para Leste”) do Reich, imperial, “republicano” e hitleriano.

O Reich, que desde antes de 1914 financiava o “autonomismo ucraniano” contra a Rússia, transformou a Ucrânia num bastião militar durante a Primeira Guerra Mundial. Ampliou depois a acção na Galícia oriental, devolvida em 1921 pela França anti-soviética à Polónia reaccionária. Desde 1929 Berlim alimentava a “Organização dos Nacionalistas Ucranianos” (OUN), que Stefan Bandera (com 20 anos), “chefe da organização terrorista ucraniana na Polónia”, tinha fundado com os seus leais tenentes Mykola Lebed e Yaroslav Stetsko. Participaram na campanha anti-soviética sobre a “fome genocida na Ucrânia”, descrita em 1987 pelo fotógrafo e sindicalista canadiano Douglas Tottle, pioneiro no estudo do nazismo ucraniano. Lançada pelo Reich e pelo Vaticano no Verão de 1933, ou seja, depois de a excelente colheita de Julho ter posto fim à fome, e zelosamente repercutida por todos os seus aliados, dos quais a Polónia, com Lwow como centro, preparou ideologicamente a conquista da Ucrânia. Berlim e o Vaticano tinham-se comprometido, num dos dois artigos secretos da Concordata do Reich de Julho de 1933, a conduzi-la em conjunto.


Os banderistas prestaram também na Polónia grandes serviços, não apenas contra os judeus, mas também contra o Estado. Bandera e Lebed assassinaram em 15 de Junho de 1934 – ano culminante dos atentados alemães contra chefes de Estado e ministros – o Ministro do Interior polaco Bronisław Pieracki, apesar de este, tal como os seus chefes, Pilsudski e Beck, estar em êxtase perante o “amigo alemão”. Os nazis de OUN desempenhavam na Galicia Oriental, escreveu Grzegorz Rossolinski-Liebe em 2014 na sua tese de referência sobre Bandera, o mesmo papel que o ustashes croatas de Ante Pavelitch, os nazis eslovacos do Partido Hlinka, os Guardas de Ferro romenos e outros nazis da Europa Oriental: recheados de marcos, tinham todos “abraçado o fascismo, o anti-semitismo, o suprematismo racial, o culto da guerra e toda uma série de valores de extrema-direita”. A fim de não ofender os seus “amigos” alemães, Varsóvia comutou a pena de morte de Bandera e Lebed, que tinha sido promulgada (apenas) em 1936, em prisão perpétua. Os ocupantes alemães libertaram-nos após a invasão de Setembro de 1939.

Os nazis banderistas na Segunda Guerra Mundial

Desde então, o OUN uniata, poderoso na Ucrânia eslovaca e polaca (ausente na Ucrânia soviética), foi o lacaio do Reich. Foi subdividido em 1939-1940 em OUN-M e OUN-B, respectivamente dirigidos por Andrei Melnik e pelo trio Bandera-Lebed-Stetsko, divididos apenas pelo seu desacordo, de fachada, sobre a “independência ucraniana”: Melnik já não falava dela, Bandera acarinhava pelo verbo a “independência” que o Reich não queria a preço algum.
Os dois OUN ajudaram a Sipo-SD (a Gestapo) e a Abwehr a preparar a ocupação da Polónia, e depois da URSS. Os seus membros povoaram as “academias de polícia (alamãs)” da Polónia ocupada e aumentaram a sua devastação após Barbarossa: ao lado da Wehrmacht, liquidaram imediatamente 12.000 judeus na Galícia oriental, e nunca mais pararam. Como supletivos da Sipo-SD, torturaram e exterminaram sem descanso com a bênção dos clérigos uniate, incluindo Szepticky, o abençoador do banditismo da 14ª Legião das Waffen SS Galícia (1943-1944) e de outros lugares. Nos Einsatzkommandos, nas prisões, campos de concentração e noutros locais, ambos os OUN massacraram os “inimigos da nação ucraniana”: ucranianos “não leais”, judeus de todas as nacionalidades, russos e polacos não judeus, incluindo os 100.000 de Volhynia, feito de Bandera que perturba a actual (falsamente) idílica relação Varsóvia-Kiev. Na Polónia e na URSS, até à completa libertação soviética da Ucrânia (Lvov, Julho de 1944), estes campeões da “limpeza étnica” desempenharam na “destruição dos judeus” o papel de “Estados satélites [do Reich] por excelência” (Croácia e Eslováquia). O conflito oficial, muito secundário, entre Berlim e os banderistas sobre a “independência” ucraniana, valeu a Bandera e Stetsko a prisão em “campo de honra” em Sachsenhausen (a 30 km de Berlim) em 1942. Lebed, em fuga, dirigiu o “Exército Insurreccional Ucraniano” (UPA) em seu nome: formado em 1942 a partir destas polícias auxiliares da Wehrmacht e das SS, o UPA liquidava os inimigos comuns.

Bandera e Stetsko teriam sido libertados do seu hoteleiro “bunker de honra” em Setembro de 1944, contaram eles mais tarde à CIA. Em Julho de 1944, uma grande parte dos assassinos em massa tinham deixado a Ucrânia nas carruagens alemãs. Berlim fundou para os seus nazis ucranianos o “Conselho Supremo de Libertação Ucraniano” (UHVR), depois, em Novembro de 1944, um “Comité Nacional Ucraniano” com uma maioria de banderistas. Alta prova de “resistência nacional e anti-Nazi”! A captura soviética de Berlim precipitou-os para Munique, centro histórico do nazismo interno e da expansão do Deutschtum desde o período entre guerras, que na Primavera de 1945 se tornou uma das capitais da zona de ocupação norte-americana. Dos “250.000 ucranianos” instalados em 1947 “na Alemanha, Áustria e Itália”, chamados “deslocados”, “um grande número eram membros comprovados ou simpatizantes do OUN”.


Os restantes criminosos da OUN-UPA tinham permanecido na Galícia Oriental agora soviética onde, clandestinamente, ainda massacraram, sob o incentivo dos seus clérigos uniate: “na Ucrânia Ocidental”, “dezenas de milhares” deles mataram “35.000 quadros do exército e do partido soviético entre 1945 e 1951″, dirigido pelos seus amigos estrangeiros, não só alemães, mas também norte-americanos.

Da lenda pós-Estalinegrado da luta pela independência nacional aos artigos no Le Monde em Janeiro de 2023

Com a derrota do Reich a desenhar-se após Estalinegrado, a OUN-UPA começou a inventar uma história de ‘resistência’: chave da actual propaganda russofóbica, esta lenda foi espalhada por todo o ‘Ocidente’ quando o bando Bandera se tornou oficialmente ‘aliado’ contra a URSS. Assim se desenvolveu o mito de uma “resistência dos nacionalistas ucranianos” tão anti-Nazi como anti-Bolchevique, e que é agora mantida pela grande imprensa “ocidental”. Nos dias 7 e 8 de Janeiro, Le Monde dedicou dois artigos a Bandera, esse ingénuo herói da independência ucraniana. O primeiro, “Stepan Bandera, l’antihéros ukrainien glorifié après l’agression russe” (Stepan Bandera, o anti-herói ucraniano glorificado após a agressão russa), levava a indulgência a tal ponto que, talvez devido às numerosas reacções, foi publicado um segundo artigo. O título era mais envolvente “Guerra na Ucrânia: o mito Bandera e a realidade de um colaborador dos nazis”, mas não o conteúdo: Bandera “lutava por todos os meios para libertar a Ucrânia dos sucessivos jugos da Polónia e da União Soviética”. Apenas colaborou com a “Alemanha Nazi” para este nobre objectivo, o que o fez ver em Hitler “um possível aliado para lançar a revolução nacional ucraniana contra o opressor soviético que tinha orquestrado, entre outras atrocidades, a grande fome de 1932-1933, o Holodomor, dizimando 3 a 5 milhões de ucranianos. Tinha portanto muitas desculpas.


Os dois artigos, recheados de grandes falsidades e de falsidades por omissão, fazem de Bandera “um símbolo de resistência e unidade nacional”, um herói complexo e “contestado”. Este qualificativo provocou a indignação de Arno Klarsfeld, que está agora alarmado com a glorificação “ocidental” dos nazis ucranianos: “Le Monde está a tornar-se um jornal tendencioso e enganoso: Bandera não é uma figura “controversa”, ele participou activamente no Shoah. Como qualificaria Goering o Le Monde? Também ele “controverso”? vergonha para um jornal sério!!! é realmente vergonhoso”. A 15 de Março de 2014, o jornal ainda admitia que o golpe de Estado de Maidan tinha colocado os nazis à frente da Ucrânia. Certamente, com a sua Russofobia herdada do órgão do Comité des Forges, Le Temps, o seu antecessor: “A extrema-direita ucraniana, alvo inesperado para Moscovo. A visibilidade em Maïdan dos grupúsculos neo-nazis, ultra-minoritários, alimenta a propaganda russa contra o novo poder em Kiev”. Então, tem fundamento ou não? A ciência histórica já desde 1987 tinha avançado, com Tottle, sobre a “fome genocida”, sobre os massacres e sobre as fraudes da OUN-OPA sobre as suas actividades de 1929 a 1945. Rossolinski-Liebe, cuja segurança pessoal foi ameaçada pelo pós “revolução laranja” na Ucrânia e cujas conferências foram proibidas, completou o quadro sobre o criminoso absoluto Bandera. O artigo no Le Monde de 8 de Janeiro menciona a sua tese, sem nada dizer, percebe-se, sobre o seu conteúdo.

Os heróis ucranianos-nazis da “independência nacional” desempenharam um papel importante nos longos preparativos para a actual era americana da Ucrânia. No seu objectivo de conquista mundial, os EUA incluíram a Rússia em geral, e a Ucrânia em particular, mas tiveram de se contentar aqui com um papel menor na era alemã da “Europa”. O capital financeiro norte-americano tinha estado, desde 1919, associado aos capitais alemães na Europa de Leste. A sua grande imprensa, nomeadamente Hearst, porta-voz dos círculos germano-americanos, participou na campanha sobre a “fome genocida na Ucrânia” a partir de 1935 – cinquenta anos antes do alvoroço reaganista sobre o “Holodomor” (o seu novo nome). O fim da Segunda Guerra Mundial marcou o tempo, se não da sucessão do Reich, então para a colaboração com os herdeiros do Reich com vista, em particular, da conquista da Ucrânia.

A estratégia norte-americana de conquistar a Europa inteira foi revelada entre o compromisso territorial de Ialta, em Fevereiro de 1945, odiado desde o início, e a decisão final, em 1947-1948, de liquidar não só a zona de influência soviética, mas com ela também o Estado soviético. A tarefa foi confiada a Frank Wisner e George Kennan. Wisner, advogado de negócios de Wall Street, tinha sido enviado à Roménia em 1944 pelo advogado de negócios Allen Dulles, chefe da OSS-Europa desde Novembro de 1942, em Berna: era necessário evitar um futuro soviético para este país, campeão dos massacres anti-semitas, negociando com as suas elites que neles tinham estado envolvidas. Kennan, diplomata, tinha passado a sua carreira desde 1931 em Riga (Letónia) e depois em vários postos, a combater contra a URSS. O Departamento de Estado confiou portanto a este tandem, no âmbito da CIA (sucessora oficial do OSS) fundada em Julho de 1947, a aplicação da Directiva 10/2 do Conselho Nacional de Segurança de 18 de Junho de 1948, que prescrevia a liquidação geral do socialismo europeu. Vedeta da Guerra Fria, Kennan, razoável depois da reforma, avisou em vão Washington contra a expansão da NATO para Leste, contra a Rússia, após 1991.

A Ucrânia ocupava um papel central nesta linha, e Washington apoiou-se sobre a experiência da Alemanha (Ocidental) retomada como aliada imediatamente após a derrota (como depois da Grande Guerra). O historiador Christopher Simpson descreveu desde 1988 a incrível recuperação-reciclagem, por parte da OSS e seus sucessores (”Unidade de Serviços Estratégicos” e mais tarde da CIA) dos criminosos de guerra europeus, principalmente alemães e ucranianos. Harry Rositzke, desde 1945 chefe em Munique das “operações secretas no interior da URSS” dos nazis ucranianos – e um agente leal que não mencionou qualquer nome – admitiu em 1985: “Sabíamos perfeitamente o que estávamos a fazer. A base da tarefa era de se servir fosse de que escória fosse, desde que fosse anti-comunista”. Os historiadores americanos Breitman e Goda, especialistas na “Shoah” e colaboradores regulares do Departamento de Estado, completaram o dossier em 2010.

Washington teve grande necessidade do Vaticano que, salvador em massa de criminosos de guerra por via do clero europeu, manteve a sua colaboração com os herdeiros do Reich mas adaptou-a ao seu alinhamento com os Estados Unidos, senhores da “Europa Ocidental” e grandes angariadores de fundos (para uso doméstico, italiano e internacional). A Cúria continuou a gerir o seu viveiro uniate de Lvov, através de prelados e padres clandestinos. A Szepticky, que morrera em Novembro de 1944, sucedeu o chefe banderista Ivan Bucko, antigo “bispo auxiliar de Lvov” (desde 1929), que tinha estado envolvido nos preparativos de Barbarossa e da fracassada “re-Cristianização” dos russos. Washington acolheu desde o verão de 1945 este “perito do Vaticano em questões ucranianas [com] opiniões radicalmente anti-russas” como “Visitante Apostólico dos Rutenianos do Exército Ucraniano” (OUN-UPA), chefe dos “Ucranianos na Europa Ocidental” em Roma até 1971.

Já em Julho de 1944, pouco antes da entrada do Exército Vermelho em Lvov, os massacradores do “Supremo Conselho Ucraniano de Libertação” (UHVR), incluindo prelados, tinham tratado, sob a asa romana, “com os governos ocidentais”. Os aliados-rivais britânicos e norte-americanos colaboraram com os grupos dirigidos, por um lado, por Bandera-Stetsko (80% da mão-de-obra ucraniana nos “campos de deslocados na Austrália, Canadá, Grã-Bretanha, Estados Unidos e outros países ocidentais no final dos anos 40″) e, por outro lado, por Lebed e o prelado uniate Ivan Hrinioch, oficial de ligação com o Vaticano.

Os norte-americanos tinham desde Maio de 1945 recuperado e instalado, perto de Munique, o general nazi (membro do NSDAP) da Wehrmacht Reinhard Gehlen como espião em chefe: chefe dos “serviços secretos militares alemães na frente oriental” na URSS ocupada (Fremde Heere Ost, FHO), Gehlen, responsável pelos “interrogatórios”, tinha dirigido os colaboradores soviéticos em todas as regiões ocupadas, incluindo a Ucrânia, e tinha construído desde 1942 o exército Vlassov. Estes soldados do Exército Vermelho, que se juntaram à Wehrmacht para não perecerem, formaram bandos criminosos que prestaram, na URSS e mesmo contra a Resistência Francesa em 1943-1944, os mesmos serviços que os nazis uniates. Gehlen, grande criminoso de guerra, recebeu em 1945 imensas responsabilidades: espionagem de inteligência e de agressão contra a URSS, mas também acção anticomunista na zona americana. Adenauer, que tanto o apreciava, confiou-lhe os serviços secretos quando a RFA foi fundada no Outono de 1949: o grande nazi Gehlen encabeçou assim o Bundesnachrichtendienst (BND) até à sua reforma em 1968. Dada a experiência alemã adquirida desde os anos 30, a sua contribuição na Ucrânia foi decisiva. Rodeado exclusivamente por antigos nazis, incluindo os seus antigos adjuntos na URSS ocupada, Gehlen manteve assim sem interrupção a colaboração germano-ucraniana.

Londres e Washington colaboraram e competiram na utilização de Bandera e dos seus esbirros. Washington foi mais discreto, mas permitiu que os banderistas (maioritários) e outros membros da OUN se reconstituíssem em Munique e arredores. Os aliados-rivais recusaram, sob qualquer pretexto, entregar Bandera e outros criminosos de guerra ucranianos “refugiados” à URSS, que reclamava o seu julgamento desde o início de 1946. Os americanos ajudaram Bandera a instalar-se em Munique desde Agosto de 1945, forjaram-lhe documentos de identidade (em nome de Stefan Popel) e outros documentos falsos, incluindo um de “internado nos campos de concentração nazis de 15 de Setembro de 1941 a 6 de Maio de 1945 [e] libertado do campo de concentração de Mauthausen”, uma das lendas da imprensa “ocidental” de hoje. Alojaram-no e forneceram-lhe muitas facilidades, incluindo um conjunto de cartões de jornalista, inclusive para um jornal “francês”.

A CIA confiou a Gehlen e à sua BND a tarefa de “lidar” com o comprometedor Bandera, ao serviço de “operações” militares na Ucrânia – ainda hoje classificadas. Bandera reportava directamente a Heinz Danko Herre, antigo segundo comandante de Gehlen na Fremde Heere Ost, que foi destacado para o exército Vlassov entre outras coisas e que, como “conselheiro principal” de Gehlen na BND, adorava Bandera: “Conhecemo-lo há cerca de 20 anos, e ele tem mais de meio milhão de apoiantes dentro e fora da Alemanha”. Washington arrastou o pedido de visto de estadia de Bandera nos Estados Unidos desde 1955, mas o BND queria colocar o seu querido Bandera em contacto directo com os nazis ucranianos na América, imigrados às dezenas de milhares desde finais dos anos 40: a cumplicidade entre a CIA e o Departamento de Justiça dos EUA tornou possível violar a lei que proíbe a imigração de nazis. “Os responsáveis da CIA em Munique” acabaram por aceitar “a concessão do [chamado] visto em 1959″, mas Bandera não pôde chegar aos Estados Unidos: um agente da KGB executou-o em Munique a 15 de Outubro de 1959, “tendo os soviéticos decidido que não podiam permitir-se a ressurreição da aliança entre a espionagem alemã e os fanáticos ucranianos” (Breitman e Goda). Eis por que o actual ‘herói nacional’ da Ucrânia ‘independente’ não expandiu as suas actividades ao lado de lá do Atlântico.

Washington, mais uma vez em colaboração com a BND, continuara as suas actividades na Ucrânia e arredores, incluindo a Checoslováquia, com “a CIA a fornecer dinheiro, aprovisionamentos, formação, serviços radio e lançamento em para-quedas de agentes treinados” da UPA. Nos próprios Estados Unidos, a CIA promoveu outros aliados banderistas em arautos da “democracia” ucraniana, tais como Mykola Lebed, um “notório sádico e colaborador dos alemães”, que no início de 1945 tinha feito contacto com Allen Dulles em Berna: promoveu a imigração deste “chefe responsável de assassínios em massa de ucranianos, de polacos e de judeus”, denunciado por imigrantes da Europa oriental, instalou-o em Nova Iorque como “residente permanente”, e depois fez naturalizar este chefe da propaganda “nacional ucraniana” nos EUA. Desde 1955, “foram lançadas de avião tarjetas sobre a Ucrânia, e emissões de rádio chamadas Nova Ukraina foram difundidas a partir de Atenas para consumo ucraniano”. Todos os países da NATO foram mobilizados para este fim.

Quando o fiasco húngaro de Novembro de 1956 tinha detido a acção militar na Europa de Leste (e levado à loucura o obsessivo Wisnan Ber), floresceu uma chamada “associação sem fins lucrativos” (financiada, como o resto, pela CIA), chamada Prolog, encarregada de inundar a Ucrânia de propaganda anti-soviética. Hrinioch, o segundo no comando de Lebed, chefiou a sua antena em Munique, a “Ukrainische Gesellschaft für Auslandsstudien” (Sociedade Ucraniana para Estudos Estrangeiros). Em “1957, Prolog emitiu 1.200 programas de rádio à razão de 70 horas por mês, e distribuiu 200.000 jornais e 5.000 tarjetas. Organizou a distribuição de “livros de escritores e poetas ucranianos nacionalistas”, incluíndo na Ucrânia soviética, “até ao fim da Guerra Fria”. Financiava “a viagem de estudantes e académicos ucranianos a conferências académicas, a festivais internacionais da juventude” e outros eventos: no seu regresso, os subvencionados prestavam contas à CIA. Prolog era a única “conduta para as operações da CIA dirigidas à República Soviética Ucraniana e os seus quarenta milhões de cidadãos ucranianos”.

Na década de 1960, banderistas americanos, incluindo Lebed, fizeram a sua conversão pública ao filosemitismo, denunciando sistematicamente “os soviéticos pelo seu anti-semitismo”, tema muito em moda nos dias de hoje. O aristocrata católico polaco-norte-americano Zbigniew Brzezinski, pilar desde os anos 50 da subversão permanente da URSS e da cisão Ucrânia-Rússia, preconizou em 1977, como conselheiro de segurança nacional de Jimmy Carter, a extensão deste magnífico programa. Nos anos 80, entre Carter e Ronald Reagan, Prolog diversificou em direcção a “outras nacionalidades soviéticas, que incluíam dissidentes soviéticos judeus, suprema ironia”, segundo Breitman e Goda. Táctica genial, depois de décadas de hostilidade ou indiferença para com os judeus europeus, uma vez que a propaganda “ocidental” transformou uma URSS antes odiada como judeu-Bolchevique em símbolo do anti-semitismo.
As operações americano-alemãs-ucranianas-nazis contra a URSS e a Europa de Leste, denominadas “Cartel” e depois “Aerodynamic ” e na década de 1980 “Qrdynamic”, “Pddynamic” e “Qrplumb”, nunca tinham parado. O estudo de Breitman e Goda terminou em 1990, “no limiar do colapso” da URSS: tudo estava então pronto, na Ucrânia, para a fase seguinte, gerida pela Sra. Nuland e os seus seguidores.

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Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

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Nazismo, Fascismo e Segunda Guerra Mundial

Mensagem por Chapolin Gremista » 25 Fev 2023, 03:16

Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

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