UNE, a mais nova parceira do imperialista IREE
Principal organização estudantil do Brasil firma parceria com instuto dominado pelos golpistas
Bruna Brelaz, presidente da UNE, já procurava se aproximar de Walfrido Warde, diretor do IREE – Reprodução
Oinstituto golpista IREE firma mais uma parceria com setores importantes da esquerda nacional. Foi a vez de a União Nacional dos Estudantes, principal organização estudantil do país e que deveria ser responsável por mobilizar a juventude, ser cooptada por um instituto que tem ligações com a Global Americans, um think tank ligado ao imperialismo norte-americano, responsável pelas incursões golpistas na América Latina.
Nos últimos anos, a UNE tem adotado uma política absurdamente direitista, agindo como um setor de desmobilização de toda a juventude brasileira. Durante todo o período da pandemia, a UNE foi uma das organizações mais empenhadas na defesa da política do “fique em casa”, enquanto centenas de milhares de estudantes eram atacados pela direita. Defenderam o Ensino à Distância (EAD) e chegaram a defender a volta às aulas em meio à pandemia, uma política genocida promovida pelo PSDB. À época, não houve nenhuma tentativa de mobilizar os estudantes para resolver a crise da pandemia, deixando-os totalmente abandonados.
Do outro lado, está o instituto porta-voz da política imperialista, que tem em suas fileira de funcionários figuras como Sérgio Etchegoyen e Raul Jungmann, que trabalharam no governo de Temer e foram peças do golpe de estado de 2016. É com esse tipo de golpista que Guilherme Boulos se juntou, assinando embaixo que é um político da esquerda à serviço do imperialismo.
O IREE atua como um mecanismo para cooptar esses setores da esquerda para trabalharem quase que diretamente para os Estados Unidos. O instituto está ligado ao NED, uma espécie de fachada legal da CIA, responsável por centenas de golpes de estado ao redor do mundo. Essa política externa norte-americana de promover golpes nos países mais pobres é conhecida e o seu modus operandi é justamente esse de usar políticos conhecidos da esquerda, mas que não possuem nenhuma ligação com o movimento operário de fato, como é o caso de Boulos.
Esse tipo de vínculo com o imperialismo pode ser visto em uma parcela muito grande da esquerda brasileira e não é de se surpreender que a UNE também entre nessa furada. O antigo presidente da UNE, Iago Montalvão, foi o principal responsável pela política direitista de ficar em casa enquanto os estudantes passavam dificuldade. Agora, com a presidenta eleita no ano passado, numa eleição farsesca realizada virtualmente e com uma participação minúscula, a situação é ainda pior. A atual presidenta, Bruna Brelaz, destacou-se ao longo do ano passado pela sua defesa entusiasta da frente ampla com a direita golpista, saindo em conversas com figuras como Fernando Henrique Cardoso. O contato íntimo com o PSDB fez com que a UNE, e juntamente o PCdoB (que compõe a direção da organização), convidasse esses golpistas do PSDB para os atos da esquerda. A política absurda foi denunciada amplamente pela nossa imprensa e, com a ajuda do próprio PCO, o PSDB foi finalmente expulso dos atos.
O acordo firmado é mais uma demonstração do direitismo da UNE, entregando-se nos braços do imperialismo norte-americano. Uma organização que já atuava contra a luta da juventude, agora assina embaixo que está mais interessada em em ser uma serviçal da política da direita.
A juventude do PCO, a Aliança da Juventude Revolucionária, defende a reconstrução da UNE pela base, como uma organização efetivamente encabeçada pelos estudantes comprometidos com uma luta, ao lado dos trabalhadores. Uma organização que deve atender ao interesse da classe operária, da juventude, não pode estar comprometida e ser composta por elementos do imperialismo, o principal inimigo dos trabalhadores mundialmente.
https://www.causaoperaria.org.br/artigo ... ista-iree/