Saúde e Medicina

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Mensagem por E.R » 04 Mar 2023, 20:32

NOTÍCIAS
https://valor.globo.com/brasil/noticia/ ... -sus.ghtml

Pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) já podem passar por consultas on-line no Hospital Universitário Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro, a primeira unidade de saúde pública do Brasil a oferecer esse tipo de serviço, após a aprovação de lei que torna definitiva a chamada telesaúde.

A promulgação da lei nº 14.510 autoriza o serviço de forma definitiva, desde que haja consentimento do paciente e indicação do especialista.
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Arieel
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Mensagem por Arieel » 12 Mar 2023, 20:03

NOTÍCIAS

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Mensagem por Fola » 15 Mar 2023, 21:00

Se eu disser que fiquei triste com essa notícia, seria hipocrisia da minha parte...

Como eles mesmos gostam de dizer, "CPF cancelado!" :garg: :corona:
NOTÍCIAS
Influencer que tomava diariamente versão para animais de ivermectina 'morre inesperadamente' nos EUA

Americano que virou 'guru' de negacionistas antivacina usava a medicação havia 12 anos

Na manhã de 3 de março, Danny Lemoi postou normalmente no Telegram para os seus seguidores. Durante a última década, o influencer americano tomou diariamente uma dose da versão para animais – mais concentrada do que a produzida para humanos – de ivermectina, criada para combater vermes em bois e cavalos. Em 2021, quando a ivermectina se tornou um tratamento alternativo popular para Covid-19 entre os antivacina, sem qualquer comprovação científica, Danny lançou o que viraria um dos maiores canais do Telegram dedicados a promover seu uso, incluindo instruções sobre como administrar ivermectina a crianças.

Horas depois, Danny morreu.

Mas, apesar da morte de Danny, os administradores do seu canal estão promovendo a desinformação, mesmo quando seguidores compartilham seus próprios efeitos colaterais preocupantes de tomar ivermectina e alguns questionam a segurança da droga. A Food and Drug Administration (FDA, agência que regula medicamentos nos EUA) disse que o uso de ivermectina para tratar ou prevenir o Covid-19 é desinformação e alertou contra isso. A FDA afirmou ainda que nenhum medicamento para animais deveria ser usado por humanos.

De acorco com o "Vice News", vários seguidores de Danny têm relatado efeitos colaterais da "terapia". Como um deles, que postou na última sexta-feira (10/3):

"Estou com 4 meses agora (de uso da ivermectina) e todo o inferno está desabando, a dor atingiu minha a região ciática, dores nas canelas, síndrome das pernas inquietas, panturrilhas doloridas e dor nos ossos."

"Minha esposa toma ivermectina há 3 meses. Ela está sendo tratada para hepatite autoimune, problemas de tireoide e vértebras. Ela teve algum herxing sério. Hoje ela tem enxaqueca, vômitos e fortes dores de estômago. Alguém tem alguma ideia de como ajudar?", postou outro seguidor no mesmo dia, na rede social.

Danny havia afirmado que os efeitos colaterais negativos eram devidos ao "herxing", um termo que descreve uma resposta ruim para os que tomam antibióticos.

O influencer, que era operador de equipamento pesado em Foster (Rhode Island, EUA), "faleceu inesperadamente" em 3 de março, de acordo com um obituário online postado por sua família na semana passada. O obituário não deu detalhes sobre a causa daorte.

No canal do Telegram, os administradores deram a notícia da morte a seus seguidores: "Embora fosse óbvio que Danny tinha o maior coração, não sabia que seu coração estava literalmente trabalhando demais e crescendo além da sua capacidade, quase dobrando de tamanho do que deveria ter sido", escreveram os administradores, acrescentando: "Nós entendemos que isso vai levantar dúvidas para aqueles que o estavam seguindo".

Os administradores acrescentaram que Danny havia feito testes em seu coração no ano passado, mas os resultados não mostraram motivo de preocupação.

O americano começou a tomar a versão da ivermectina projetada para animais diariamente em 2012, depois que foi diagnosticado com a doença de Lyme, de acordo com um relato detalhado do seu histórico médico que ele deu em um podcast em novembro passado. Ele disse então que cinco meses depois de tomar o medicamento pela primeira vez, abandonou todos os outros tratamentos e acreditava que a ivermectina havia "regenerado" seu músculo cardíaco.

Os efeitos colaterais do uso de ivermectina podem incluir náusea, vômito, diarreia, hipotensão, reações alérgicas como urticária ou coceira, tontura e convulsões. A pessoa também pode entrar em coma ou até morrer. O Missouri Poison Center também alertou que tomar grandes doses de ivermectina que se destina a animais pode levar ao desenvolvimento de problemas cardíacos.

https://extra.globo.com/blogs/page-not- ... -eua.ghtml
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Mensagem por João Lucas Simão » 15 Mar 2023, 23:19

Um remédio para tratamento de animais levou um animal a morte.

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Mensagem por Fola » 25 Mai 2023, 20:42

Notícias como essa alegram o meu dia! :garg: :feliz: :joia:
NOTÍCIAS
Defensores de “tratamento precoce” contra covid-19 são condenados a pagar R$ 55 milhões por danos morais coletivos e à saúde

Justiça acolheu ações do MPF contra associação Médicos pela Vida e outros réus; uma condenação foi de R$ 45 mi e a outra de R$ 10 mi

Ao julgar duas ações ajuizadas pelo Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal no Rio Grande do Sul condenou os responsáveis pela publicação de material publicitário intitulado Manifesto Pela Vida. O grupo, que se identificava como “médicos do tratamento precoce Brasil”, estimulava o consumo dos medicamentos que fariam parte de suposto “tratamento precoce”. O material era divulgado à população em geral, inclusive, com a indicação de médicos que prescreviam o tratamento do denominado “kit covid”.

Nas sentenças, a Médicos Pela Vida (Associação Dignidade Médica de Pernambuco - ADM/PE), e as empresas Vitamedic Indústria Farmacêutica, Centro Educacional Alves Faria (Unialfa) e o Grupo José Alves (GJA Participações) foram condenados solidariamente ao pagamento de R$ 55 milhões por danos morais coletivos e à saúde, nos limites de suas responsabilidades. Em uma das ações (5059442-62.2021.4.04.7100), o montante do pagamento imposto pela Justiça foi de R$ 45 milhões e, na outra (5020544-77.2021.4.04.7100), a condenação foi no valor de R$ 10 milhões.

No informe publicitário, a associação – com sede no Recife (PE), mas que também é integrada por médicos registrados no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) - citava os possíveis benefícios do intitulado “tratamento precoce” para a covid-19, citando expressamente os medicamentos. Tal referência, no entanto, é realizada sem qualquer indicação de possíveis efeitos adversos que podem decorrer da utilização desses medicamentos, além de possivelmente estimular a automedicação, uma vez que era indicado por associação médica.

Segundo o MPF, a publicação contraria a legislação e ato normativo que tratam da propaganda e publicidade de medicamentos. Resolução da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa), por exemplo, determina que as informações sobre medicamentos devem ser comprovadas cientificamente, o que não é o caso daqueles elencados no manifesto quando aplicados a casos de covid-19.

Para o julgador, ficou comprovada a cumplicidade entre a Vitamedic e a Associação Médicos Pela Vida, tendo a empresa farmacêutica financiado a propaganda irregular, investindo R$ 717 mil nessa publicidade, conforme, inclusive, admitido pelo diretor da Vitamedic - fabricante do medicamente ivermectina - durante depoimento na CPI da Covid no Senado Federal.

Segundo o magistrado, tendo sido “configurada a interposição de pessoa ilícita, fica evidenciado que o ‘manifesto pela vida’ foi mecanismo ilícito de propaganda de laboratório fabricante de medicamento, servindo a ré do triste papel de laranja para fins escusos e violadores de valor fundamental, a proteção da saúde pública”.

Ao justificar o valor imposto nas sentenças, o magistrado assevera, ainda, que “a só e pura publicidade ilícita de medicamentos, pelos riscos do seu uso irracional, já representa abalo na saúde pública e sua essencialidade impõe a devida reparação”.

Atuação da Anvisa – Ao analisar a participação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no caso, a Justiça Federal reconheceu a atuação equivocada do órgão, que se esquivou a todo tempo de aplicar a sua própria norma sobre publicidade de medicamentos.

A Justiça Federal reconhece a omissão da Anvisa ao não ter atuado a associação para aplicar as penalidades previstas no caso, porém também afirma que o valor de indenização da sentença supera o que poderia ser imposto pela Agência, assim sendo, o julgador entendeu ter perdido objeto a parte em que o MPF pediu para que a Anvisa tomasse as providências cabíveis para exercer seu poder de polícia e punir a publicidade indevida.
Fonte - https://www.mpf.mp.br/rs/sala-de-impren ... -e-a-saude
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Mensagem por Пауло Витор » 26 Mai 2023, 09:32

:no:

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Mensagem por Barbano » 26 Mai 2023, 16:12

Muito bom. Milhares de pessoas podem ter perdido a vida por ter dado ouvido a esses negacionistas. Tá barato até.

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Mensagem por Пауло Витор » 27 Mai 2023, 12:07

A questão é que se fosse um grupo realmente mal-intencionado a punição seria branda, o sistema pune severamente as pessoas que atrapalha os planos deles, como foi o caso do Alex Jones.

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Mensagem por Fola » 27 Mai 2023, 20:25

Paulo Vitor CH escreveu:
27 Mai 2023, 12:07
A questão é que se fosse um grupo realmente mal-intencionado a punição seria branda, o sistema pune severamente as pessoas que atrapalha os planos deles, como foi o caso do Alex Jones.
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Mensagem por E.R » 06 Jun 2023, 00:09

Depois que o Lula venceu a eleição, o consórcio da imprensa e o Google pararam de atualizar os números.

Mas pesquisando está mais ou menos assim :
NOTÍCIAS
Mortes - Covid 19 :

1. Estados Unidos - Mais de 1 milhão de mortes (1.111.342)
2. Rússia - 807.084 (alguns sites dizem que foi 396.378)
3. Brasil - 702.907
4. Índia - 530.775
5. México - 334.013
6. Peru - 219.493
7. Reino Unido - 207.695
8. Itália - 188.322
9. Alemanha - 168.583
10. Indonésia - 161.789
11. França - 161.397
12. Irã - 144.933
13. Colômbia - 142.748
14. Argentina - 130.472
15. Espanha - 121.213
16. Polônia - 119.610
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Mensagem por Fola » 18 Jun 2023, 17:26

'Ativismo antivacina é uma força assassina', diz cientista americano

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O americano Peter Hotez leva uma vida dupla há alguns anos. Em uma delas, é o médico e cientista que sempre quis ser, responsável pelo desenvolvimento de vacinas para o mundo inteiro. Na outra, é um soldado na luta contra grupos antivacina e anticiência, uma função que jamais pensou em exercer.

"O ativismo antivacina não é mais um fenômeno apenas teórico ou relacionado às redes sociais. É uma força assassina", diz Hotez, codiretor do Centro de Desenvolvimento de Vacinas do Hospital para Crianças do Texas e responsável pela produção de uma vacina de baixo custo contra a Covid.

Hotez defende que o Brasil invista na criação de uma indústria farmacêutica própria, para não ficar tão dependente de multinacionais na próxima pandemia -que, na visão dele, deve ocorrer nesta década. Ele também diz ser necessário insistir nos reforços vacinais contra a Covid, sem baixar a guarda diante das variantes do coronavírus.

No dia 23 de junho, Hotez estará no Brasil para uma palestra na USP e outra no 1º Congresso Anual Unidos pela Saúde, que será realizado de 22 a 24, em São Paulo.

*

*Folha -* Após mais de três anos de pandemia da Covid-19, quais são os principais desafios em relação ao coronavírus?

*Peter Hotez -* Nas próximas semanas, temos a variante XBB do coronovírus. Ainda há transmissão ocorrendo. Por isso, tenho incentivado as pessoas a, se tiverem disponibilidade, obter reforços vacinais específicos para a variante ômicron.

Mais adiante, alguns modelos sugerem alguma sazonalidade para a Covid, de modo que, a cada inverno, poderemos ter aumento de casos. É diferente no hemisfério Sul, mas, no hemisfério Norte, assim como tomamos a vacina contra a gripe a cada outono, devemos tomar a imunização contra a Covid.

Para o longo prazo, lembro que a Covid é o terceiro coronavírus importante do século 21. Tivemos a síndrome respiratória aguda grave (Sars) em 2002 e a síndrome respiratória do Oriente Médio (Mers) em 2012. Acredito que, a cada seis ou sete anos, veremos um coronavírus epidêmico ou pandêmico.

*Folha -* Quanto ainda devemos nos preocupar com variantes do coronavírus?

*Peter Hotez -* É difícil prever, mas não devemos ser complacentes em relação à próxima variante XBB. Ainda é possível que a gente veja um coronavírus muito grave, e por isso é importante continuar com os reforços vacinais.

*Folha -* As vacinas contra a Covid-19 precisam ser aprimoradas?

*Peter Hotez -* Em geral, as vacinas contra a Covid-19 têm feito um bom trabalho ao reduzir internações e mortes. A decepção com as vacinas de RNA mensageiro [mRNA] é que sua durabilidade não é muito longa [exemplos são as vacinas da Pfizer/BioNTech, da Moderna e da CanSinoBio].

Por isso nós desenvolvemos uma alternativa [no Centro de Desenvolvimento de Vacinas do Hospital para Crianças do Texas, da Faculdade Baylor de Medicina]. Utilizamos uma tecnologia mais antiga, de proteína recombinante, a mesma usada para produzir vacina contra hepatite B no Brasil.

Essa vacina que desenvolvemos já teve 100 milhões de doses administradas na Índia e na Indonésia. Essa pode ser uma boa maneira de avançar com os reforços vacinais, em vez de depender do mRNA a cada poucos meses. E o Brasil tem capacidade de produzi-la localmente.

*Folha -* Avanços na qualidade das vacinas são caros?

*Peter Hotez -* Não acho que o dinheiro seja o maior problema. Nós fizemos uma vacina que considero tão boa quanto as da Pfizer e da Moderna e conseguimos produzi-la por dois a três dólares por dose.

Claro que é preciso investir em pesquisa e desenvolvimento, mas não existe uma relação proporcional entre recursos gastos e qualidade da vacina. É possível produzir vacinas de boa qualidade a baixo custo.

*Folha -* Ainda assim, houve grande desigualdade no acesso à vacina durante a pandemia. O que pode ser feito para superar esse problema?

*Peter Hotez -* Uma questão é a desigualdade na distribuição das vacinas. E, para enfrentar isso, acho muito importante não depender exclusivamente das empresas farmacêuticas multinacionais.

Não que as farmacêuticas sejam vilãs. Mas frequentemente se diz que apenas as grandes multinacionais têm capacidade de fabricar vacinas para o mundo todo e que por isso dependemos delas.

Eu discordo. Deveríamos ter mais vacinas produzidas localmente. Olhando para o futuro, considerando que é provável que enfrentemos outro grande coronavírus, é importante desenvolver um ecossistema de produção local de vacinas no Brasil. Não só para o próprio Brasil mas também para seus vizinhos.

É um ecossistema que envolve diversos componentes. Significa mais apoio ao Butantan, ao Bio-Manguinhos e à iniciativa privada. Mas também mais apoio às universidades. É muito importante capacitar as pessoas para a fabricação de vacinas.

*Folha -* Durante a pandemia, qual foi o maior erro, a maior conquista e a maior lição?

*Peter Hotez -* A tecnologia de mRNA acabou se saindo melhor do que muitos de nós esperávamos, mas foi um erro depender demais dela e não explorar alternativas.

E uma grande decepção foi o aumento do ativismo antivacina. Eu vou lançar em breve um novo livro que se chama "The Deadly Rise of Anti-Science" [a ascensão mortal da anticiência]. Espero poder traduzi-lo para o português, porque isso também foi um problema no Brasil quando o então presidente [Jair] Bolsonaro se recusava publicamente a tomar vacina.

Combater o ativismo antivacina será outro aspecto muito importante daqui em diante. Isso já é uma grande parte do que eu faço. Tenho uma vida dupla. Eu fabrico vacinas para o mundo -e esse sempre foi o plano. Mas tem a parte inesperada de enfrentar o ativismo antivacina. Nunca pensei que precisaria fazer isso.

O ativismo antivacina não é mais um fenômeno apenas teórico ou relacionado às redes sociais. É uma força assassina. Nos Estados Unidos, 200 mil pessoas perderam a vida por se recusarem a receber a vacina contra a Covid. Isso foi terrível. Uma perda de vida desnecessária.

É uma força letal, mas não o apresentamos dessa maneira. Em vez disso, usamos eufemismos. Chamamos de desinformação ou infodemia. Mas não é isso. É organizado. É intencional. É bem financiado, é motivado politicamente e está matando pessoas.

*Folha -* Como combater a retórica anticiência quando líderes como Donald Trump e Bolsonaro endossam esse tipo de pensamento?

*Peter Hotez -* Essa é a questão mais importante. A versão resumida da resposta é: "eu não sei". Por que digo que não sei? Porque esse problema está além da área científica, médica ou da saúde. É uma empreitada política; portanto, precisamos de especialistas em política, cientistas políticos, sociólogos e economistas para nos ajudar.

Alguns colegas dizem ser necessário debater mudanças nos algoritmos das redes sociais. Mas isso é uma parte pequena do problema. É uma medida que não chega ao cerne do problema, que é o fato de isso ter se tornado um monstro político.

*Folha -* Movimentos antivacina e anticiência existem há muito tempo. Por que eles representam um risco maior hoje?

*Peter Hotez -* Vejo duas razões. Uma é o alcance da internet e das notícias a cabo. A outra é o apoio que esses movimentos têm recebido nos mais altos níveis do governo. Isso torna a situação atual única, porque só agora o ativismo anticiência e antivacina se tornou parte da plataforma política.

Temos que descobrir como consertar isso. Como médico e cientista, eu não me importo com posições políticas; todos têm direito às suas opiniões políticas -desde que a gente consiga desvincular o elemento anticiência disso, porque está causando a morte de muitas pessoas.

*Folha -* A sua luta contra os movimentos antivacina também não começou ontem. O sr. sente que está ganhando a batalha?

*Peter Hotez -* Creio que, em certa medida, estamos vencendo a batalha sobre o autismo. Eu me envolvi nisso porque tenho quatro filhos adultos, incluindo a Rachel, que tem autismo e deficiências intelectuais.

Alguns anos atrás, escrevi um livro chamado "Vaccines Did Not Cause Rachel's Autism" [vacinas não causaram o autismo da Rachel], que rebatia uma acusação comum dos grupos antivacina: eles afirmam que as vacinas causam autismo, o que não é verdade. Após o livro, eu me tornei inimigo número um desses grupos.

O problema é que, à medida que estávamos vencendo essa batalha sobre autismo, os grupos antivacina disseram: "Ok, se Hotez vencer a batalha do autismo, encontraremos outra frente". E essa frente é a ideia de "liberdade médica". Ou seja, vencemos uma batalha, mas estamos perdendo uma batalha maior, na política, contra a extrema direita.

*Folha -* Interessante o sr. mencionar isso, porque Bolsonaro insistiu muito na ideia de liberdade médica.

*Peter Hotez -* Exato. A mudança aconteceu antes do Bolsonaro e do Trump. Começou cerca de dez anos atrás. Com o tempo, essa abordagem se tornou uma espécie de marca registrada dos regimes autoritários, que inclui atacar a ciência e os cientistas.

*Folha -* Qual a sua reação quando alguém, em conversa com o sr., sustenta mitos sobre vacinas?

*Peter Hotez -* No passado, há cerca de dez anos, se um pai ou uma mãe não quisesse vacinar o filho, era possível explicar os diferentes motivos pelos quais é importante se vacinar. Na maioria das vezes, eles acabavam aceitando.

Agora é diferente. Mesmo que eu apresente argumentos, eles podem até concordar, mas ainda assim não se vacinam.

RAIO-X

Peter J. Hotez, 65

Doutor em medicina pela Universidade Cornell (EUA), é diretor da Escola Nacional de Medicina Tropical e professor no Baylor College of Medicine (EUA), onde também é codiretor do Centro de Desenvolvimento de Vacinas do Texas Children's Hospital. É autor, entre outros livros, de "Prevenindo a Próxima Pandemia" (Artmed, 2021) e "The Deadly Rise of Anti-Science" (no prelo).
Fonte - https://www.acessa.com/noticias/2023/06 ... icano.html
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Mensagem por E.R » 19 Ago 2023, 02:59

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Mensagem por E.R » 25 Out 2023, 16:18

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https://valor.globo.com/brasil/noticia/ ... enda.ghtml

A taxa de testes positivos para Covid-19 aumentou no Brasil nas últimas semanas, conforme três relatórios independentes divulgados recentemente e dados brutos de novos casos relatados ao Ministério da Saúde.

O motivo da alta de casos é a circulação da subvariante da ômicron, a XBB.1.5.

A variante XBB.1.5 foi detectada pela primeira vez no mundo em janeiro de 2022 e que ela se espalhou rapidamente — em junho deste ano, a variante já havia sido identificada em 112 países.

Mesmo que ela seja cerca de 40% mais transmissível do que a média das outras variações, Organização Mundial da Saúde (OMS) observou que essa cepa não está associada a uma mudança potencial na gravidade da doença.

A média móvel de 21 de outubro apontou 6.728 novos casos, ante 1.242 da semana anterior. O patamar mais recente não era visto desde 22 de abril.
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Mensagem por E.R » 20 Nov 2023, 02:58

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Mensagem por Chapolin Gremista » 26 Fev 2024, 00:20

NOTÍCIAS
EPIDEMIA DE DENGUE
DF: taxa de ocupação de leitos de UTI chega perto de 100%
Em 25 de janeiro, o governador do Distrito Federal decretou estado de emergência

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De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, divulgados nessa sexta-feira (23), a taxa de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) ultrapassou 97%.

Ibaneis Rocha (MDB), governador direitista da capital federal, afirmou que “tanto os hospitais da rede pública quanto os da rede privada entraram em colapso” por conta da epidemia de dengue na cidade.


Em 25 de janeiro, o governador do Distrito Federal decretou estado de emergência por meio de publicação no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). Segundo os dados mais recentes, também da Secretaria de Saúde, já foram notificados mais de 84 mil casos prováveis de dengue, número maior do que o que foi registrado em todo o ano de 2022. Além disso, já foram registrados 38 óbitos decorrentes da doença.

https://causaoperaria.org.br/2024/df-ta ... to-de-100/
Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

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