"Democracia" imperialista
Nos EUA, censura contra livros atinge seu auge desde 2000
Dentre as obras censuradas nas bibliotecas de escolas públicas, encontram-se livros socialistas e comunistas
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É preciso denunciar a demagogia dos Estados Unidos que pregam a “democracia” para o mundo através de sua política imperialista de intervenção, criticando regimes que, segundo eles, são “autoritários”. Dentro dessa lógica, é preciso refletir o que seriam regimes autoritários para um país que censura o conhecimento, como os EUA. Tomando como referência os últimos acontecimentos, essa é uma pergunta válida, já que a política nazista na Ucrânia não é uma questão de caráter autoritário para o imperialismo norte-americano. Dessa forma, podemos entender que a política estadunidense é autoritária e está mais próxima de uma ditadura.
A censura ao conhecimento, sobretudo na plataforma de livros, não é uma política nova, podendo ser lembrada na história em momentos de ditadura e repressão como em maio de 1933, quando nazistas, ou seja, grupos de extrema-direita realizaram uma grande queima de livros em praça pública em toda a Alemanha. Podemos lembrar também, desta vez no Brasil, quando Vargas, durante a ditadura do Estado Novo, queimou os livros de Jorge Amado, literata ligado ao partido comunista na época.
De acordo com a ALA, pelo menos 1.597 livros foram alvos de censura desde 2000. A maioria dos títulos trata de temas como a luta pelos direitos democráticos das mulheres trabalhadoras, dos negros e da população LGBT. Obras literárias como ‘Gender Queer‘, de Maia Kobabe, ‘Lawn Boy‘, de Jonathan Evison foram atacados por serem romances que trazem personagens referentes aos grupos mencionados.
A censura, contudo, não para por aí. Dentre as obras censuradas nas bibliotecas de escolas públicas, encontram-se livros socialistas e comunistas. Este é um indício forte que nos leva a entender que a política de censura é, definitivamente, um ataque direto à classe trabalhadora e sua ideologia revolucionária sobre a superação das contradições impostas pelo sistema capitalista, e a tomada do poder pelo proletariado. O alvo da censura atinge, principalmente, as camadas populares, ou seja, a população que constitui as bases das organizações dos trabalhadores, estes que são o corpo da luta contra o imperialismo em todo o mundo.
Nesse contexto, a esquerda progressista precisa estar atenta à política de censura emplacada por setores conservadores no mundo. Estes setores, com a demagogia de acabar com o “mal” e imputar o tal “senso comum”, têm a finalidade de reprimir ideologias revolucionárias, que favorecem aos trabalhadores, como o comunismo, enquanto a extrema-direita desfila seu ódio animalesco, conservando cegamente a exploração dos empresários.
Colocada a situação, a esquerda deve compreender que nenhum tipo conhecimento pode ser classificado para o campo do sagrado, isto é, assumindo a forma de puro saber, como algo que se impõe ignorando qualquer qualidade crítica do indivíduo. Esta é a forma animalesca que a extrema-direita costuma conceber o conhecimento, no intuito de criar justificativas para boicotar a ideologia revolucionária do comunismo. Por outro lado, é tarefa da esquerda conceber o conhecimento de forma crítica, transformando-o em munição para conscientizar criticamente as classes menos favorecidas, na busca de ações organizadas para a derrubada dos empresários capitalistas do controle do Estado. Isto é, lutando contra todo e qualquer tipo de censura.
Portanto, é preciso saber que a política de censura está para o fim de atacar as organizações populares dos trabalhadores, e impedir a difusão do comunismo como ideologia que desmascara os privilégios, os crimes, os roubos e a exploração dos conservadores e dos grandes capitalistas da direita.
https://www.causaoperaria.org.br/rede/i ... esde-2000/