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JF CH
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Mensagem por JF CH » 14 Dez 2021, 20:25

Não é o primeiro erro ridículo que eles cometem.
JF CH
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F42 escreveu:
18 Abr 2021, 21:26
com todo o perdão da palavra e com toda a certeza que eu serei punido, piada é a cabeça da minha piroca! porra mano, eu tive que adicionar seu nome como "pseudo" pré candidato a moderação lá no datafórum e você agora fala que é piada? o que vc tem na sua cabeça, mano?
piadaitaliano/

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Mensagem por Chapolin Gremista » 14 Dez 2021, 20:49

É um jornal feito por trabalhadores, não por tomadores de toddynho que acham que o comunismo vai tomar o celtinha 60x deles.

O que importa é o conteúdo.
Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

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Mensagem por Nezz » 14 Dez 2021, 21:16

Chapolin Gremista escreveu:
14 Dez 2021, 20:49
É um jornal feito por trabalhadores
Ser trabalhador não é desculpa pra ser analfabeto
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Mensagem por Chapolin Gremista » 14 Dez 2021, 21:19

Você é um analfabeto político e a gente perdoa.
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Mensagem por Nezz » 14 Dez 2021, 21:29

Chapolin Gremista escreveu:
14 Dez 2021, 21:19
Você é um analfabeto político e a gente perdoa.
E você é um gênio revolucionário que sabe mais que todos nesse fórum, eu suponho :rolleyes2:
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Mensagem por Chapolin Gremista » 14 Dez 2021, 21:36

Não, mas acho bem idiota e infantil tentar desqualificar a noticia por causa de um erro de português. Passar um corretor e já era, foda-se, mermão, bola pra frente. Coisa de piá de apartamento essa postura. :tchau:
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Mensagem por Nezz » 23 Fev 2022, 12:13

Dólar opera em queda e cai abaixo de R$ 5 pela primeira vez desde julho:

https://g1.globo.com/economia/noticia/2 ... olar.ghtml
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Mensagem por Chapolin Gremista » 25 Fev 2022, 06:12

Bandeira Vermelha n°95
Inflação pode ser pior que o esperado
Governo golpista está levando o País à miséria

Todas as estimativas apresentadas, que, diga-se de passagem, não são exclusivas do ano de 2022, representam uma consequência direta da política acentuadamente direitista e neoliberal que vem sendo implantada desde o golpe contra a presidente Dilma Rousseff.

https://www.causaoperaria.org.br/rede/b ... -esperado/
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Mensagem por Chapolin Gremista » 08 Mai 2022, 17:32

Inflação
Com golpe, real perdeu 30% de seu poder de compra
Com golpe de estado população fica cada dia mais pobre

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Inflação – Foto: Reprodução

Após o golpe de estado imposto pelo imperialismo no Brasil a inflação oficial do país vem crescendo de forma descontrolada. Em 2018, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) registrado no país foi de 3,75% – taxa que saltou para 10,06% em 2021. Já nos 12 últimos meses até março deste ano, chegou a 11,30%, implicando em mais um ano de preços descontrolados.

De março de 2017 a março de 2022 o real perdeu 31,32% de seu valor e poder de compra. O que isso quer dizer? Que com o mesmo valor, agora conseguimos comprar apenas dois terços do que comprávamos em 2017. Isso quer dizer que os R$100,00 que você comprava em comida agora valem apenas R$ 69,68.

Cabe lembrar que a inflação não é a mesma para todas as classe sociais, e que este índice é apenas um média, em geral os produtos consumidos pela parcela mais pobre da população foram os que mais subiram.

Para os mais pobres, o aumento dos preços dos alimentos e do gás de cozinha consumiu boa parte da renda no início deste ano. Em São Paulo, segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) o valor da cesta básica em abril é de R$ 803,99 quer dizer que o trabalhador paulistano que ganha um salário mínimo de R$ 1.212,00 compromete 71% dos seus ganhos apenas para se alimentar.

Se convertemos em hora de trabalho, o trabalhador de São Paulo, remunerado pelo salário mínimo precisou trabalhar 145 horas e 56 minutos para adquirir apenas uma cesta básica. Em março de 2022, o tempo de trabalho necessário foi de 138 horas e 10 minutos, e, em abril de 2021, de 126 horas e 31 minutos.

Sentindo o poder de compra diminuir, mais de 60% da população teve que cortar gastos nos últimos seis meses, segundo uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no final de abril. E mais de 30% teve que fazer cortes “grandes ou muito grandes” nas despesas. Segundo a mesma pesquisa o impacto da inflação foi sentido nos últimos seis meses por 95% da população, para 87%, os preços subiram “muito” nos últimos seis meses, 76% dos brasileiros afirmaram que a situação financeira foi prejudicada pela inflação (as mais afetadas são as pessoas sem escolaridade; com renda de até um salário mínimo; e moradores do Nordeste), 66% dos entrevistados disseram acreditar que a inflação vai aumentar nos próximos seis meses e 81% disseram avaliar que a situação econômica atual é tão grave ou mais grave que crises econômicas anteriores.

Neste sentido, é necessário levantar a palavra de ordem de Lula Presidente e na campanha eleitoral tratar dos problemas reais da população, como um aumento emergencial da 50% e reajuste automático a cada 3% de inflação.

https://www.causaoperaria.org.br/rede/d ... de-compra/
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Mensagem por Chapolin Gremista » 12 Mai 2022, 04:31

Governo Ilegítimo
Sob Bolsonaro e Guedes, inflação já ultrapassa 12% em um ano
A política econômica de Bolsonaro serve apenas para privilegiar a concentração de renda nas mãos dos mais ricos

ImagemBolsonaro e Guedes, inimigos dos trabalhadores – Foto: ABr (Reprodução)

—Brasil 247 — O desastre da política econômica de Jair Bolsonaro (PL) e do ministro da Economia, Paulo Guedes, levou o Brasil a ter a maior variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, para um mês de abril desde 1996, há 26 anos.

Enquanto a variação para o mês de abril em 1996 foi de 1,26%, o IPCA teve alta de 1,06% em abril deste ano, após alta de 1,62% em março, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quarta-feira, 11. No ano de 2022, o IPCA acumula alta de 4,29%.

No acumulado em 12 meses, a inflação saltou para 12,13%, a maior inflação para o período de 1 ano desde outubro de 2003, quando houve acúmulo de 13,98%. Diante do resultado de abril, já são 8 meses seguidos com inflação acima de 10%.

O IBGE pesquisou os grupos “Alimentação e bebidas” (2,06%), “Transportes” (1,91%), “Saúde e cuidados pessoais” (1,77%), “Artigos de residência” (1,53%), “Vestuário” (1,26%), “Despesas pessoais” (0,48%), “Comunicação” (0,08%), “Educação” (0,06%) e “Habitação” (-1,14%) — apenas este último registrou deflação em abril, diante da queda no custo da energia elétrica no país, pois a partir de 16 de abril, passou a vigorar a bandeira tarifária verde, sem cobrança extra na conta de luz. A habitação, no entanto, teve inflação de 1,15% no mês anterior.

Combustíveis

De acordo com a análise do IBGE, a alta de preços dos combustíveis foi a que mais pressionou a inflação em abril, pois, juntos, os combustíveis sofreram uma alta de 3,20% na passagem de março para abril, representando 0,25 ponto porcentual do IPCA no mês.

Segundo o pesquisador André Almeida, “a gasolina é o subitem com maior peso no IPCA (6,71%), mas os outros combustíveis também subiram. O etanol subiu 8,44%, o óleo diesel, 4,74% e ainda houve uma alta de 0,24% no gás veicular”.

No período de um ano (12 meses), os combustíveis acumulam alta de 33,24% — a gasolina de 31,22%, o etanol, de 42,11%, o diesel, de 53,5%, e o gás veicular de 45,18%. Já o gás de botijão subiu 3,32% em abril e acumula alta de 32,34% em 12 meses. Isso é resultado da política de preços da Petrobras, o Preço de Paridade Internacional (PPI), que dolariza o preço dos combustíveis vendidos no Brasil, que aumenta em decorrência do mercado internacional.

Alimentação

Os alimentos de consumo no domicílio também puxou a alta do IPCA de abril, com 2,59%. No setor, as altas que mais se destacam são o leite longa vida (de caixa), com 10,31%; a batata-inglesa, com 18,28%; o tomate, com 10,18%; o óleo de soja, com 8,24%; o pão francês, com 4,52%; e as carnes, com 1,02%.

Os mais afetados são os mais pobres. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que calcula a inflação para famílias de baixa renda, subiu 1,04% em abril, contra 1,71% em março, sendo a maior variação para um mês de abril desde 2003, quando foi registrado alta de 1,38%. Em 2022, o INPC acumula alta de 4,49%. Nos últimos 12 meses, a alta é de 12,47%.

https://www.causaoperaria.org.br/artigo ... em-um-ano/
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Mensagem por Chapolin Gremista » 14 Mai 2022, 07:56

Perda Salarial
Em três anos a renda média do trabalhador cai R$ 200
Desde o golpe de 2016 a classe trabalhadora vem pagando pela crise na economia enquanto os ricos concentram ainda mais a renda

ImagemGolpe tem corroído ganhos do trabalhador – Reprodução

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), nos últimos três anos o rendimento médio do trabalhador caiu 7,2%.

A queda foi de R$ 2.748 para R$ 2.548. No entanto, esses números, apesar de apresentarem uma grande degradação na qualidade de vida das pessoas, não dizem tudo, a realidade é bem pior. Esse é um rendimento médio, não podemos nos esquecer que 30,5 milhões de brasileiros ganham de ½ a 2 salários mínimos e alta dos preços atinge com ainda mais força quem ganha menos. Hoje, o preço do botijão de gás consome 10% do salário mínimo.

A grande imprensa comemora que o mercado de trabalho está “voltando à normalidade de antes da pandemia”. A ‘normalidade’ de antes da pandemia era desemprego e informalidade, fruto do golpe de Estado de 2016.

Para a burguesia os ataques aos direitos trabalhistas só fizeram aumentar de maneira escandalosa a concentração de renda, enquanto a esmagadora maioria da população passa necessidades.

Está mais do que na hora de os sindicatos e centrais sindicais saírem às ruas para lutar pelos direitos da classe trabalhadora, não dá para ficar esperando apenas pelas eleições, ou que um eventual governo Lula promova milagres, sem mobilização não haverá vitórias.

https://www.causaoperaria.org.br/artigo ... cai-r-200/
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Mensagem por E.R » 15 Mai 2022, 21:05

NOTÍCIAS
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Mensagem por Chapolin Gremista » 15 Mai 2022, 22:08

Sobre a questão da inflação venezuelana.
ECONOMIA
Com inflação em queda e taxa de câmbio estável, agora Venezuela busca recuperar salários
Maduro prometeu revisar acordos coletivos de várias categorias; proposta também está presente no Foro de Diálogo Social

ImagemPresidente Nicolas Maduro durante discurso do 1º de maio, em Caracas - Yuri CORTEZ / AFP

Fim da hiperinflação, projeções positivas de crescimento, taxa de câmbio estável e inflação mais baixa da última década. São esses os elementos que dominam o debate sobre a economia da Venezuela nos primeiros meses de 2022 e fazem com que a prometida recuperação econômica volte a ser tema de discussão entre diversos setores do país.

Em meio a visões céticas e otimistas, o debate ganhou novos contornos no final do mês de abril e no início de maio, quando anúncios feitos pelo presidente Nicolás Maduro e a instalação de mesas de diálogo entre governo, empresários e sindicatos prometeram avançar em um dos pontos fundamentais para superar a crise: a recuperação dos salários.



Apesar do salário mínimo ter passado por um aumento de mais de 1700% no início de março, saindo de 7 para 130 bolívares (cerca de 29 dólares), um reajuste maior do que a inflação, a Venezuela segue tendo o menor salário mínimo da América Latina, fruto de uma intensa crise iniciada em 2014 que gerou uma desvalorização da moeda nacional, uma hiperinflação que durou quatro anos e uma redução drástica dos ingressos devido à queda no preço internacional do petróleo e às sanções econômicas impostas pelos EUA.

Segundo dados da CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), o salário mínimo no país sofreu uma redução de mais de 80% entre 2014 e 2020. Já a inflação anual ficou em 284,4%, de acordo com o Banco Central da Venezuela (BCV).

Foi pensando neste quadro econômico que, diante de uma multidão de apoiadores reunidos em Caracas no último dia 1º de maio para celebrar o Dia Internacional do Trabalhador, o presidente Nicolás Maduro prometeu iniciar um processo de revisão de todos os acordos coletivos do país para "gerar riqueza com bolívares orgânicos e caminhar para a recuperação do salário mínimo e dos pisos salariais de todos os trabalhadores do país".

Além disso, o mandatário anunciou outras medidas que pretendem fortalecer a capacidade aquisitiva da população "em meio a essa guerra econômica imperialista". Entre elas estão a criação de um bônus de 10 mil bolívares (cerca de 2.253 dólares) para os aposentados, a inauguração de um banco digital para o pagamento de benefícios sociais aos trabalhadores e um pacote de ajustes trabalhistas para distintas categorias, desde trabalhadoras domésticas até motoboys, que será debatido pelo Legislativo.

"O segundo semestre deste ano será duas vezes melhor do que o que vimos nos últimos meses, vamos sem dúvida recuperar o estado de bem-estar social do socialismo bolivariano graças à classe trabalhadora, ao povo e, também, temos que dizer, aos empresários patriotas que acreditaram na Venezuela", disse Maduro.

A proposta de revisão de acordos coletivos e pisos salariais também foi levantada durante o Foro de Diálogo Social, que instalou mesas de negociações entre governo, entidades patronais e representantes sindicais, com apoio técnico da Organização Internacional do Trabalho (OIT), no dia 26 de abril.

ImagemVice-presidenta da Venezuela participa de mesa de negociação / Ministério das Relações Exteriores da Venezuela

Entre os objetivos dos diálogos, cuja segunda rodada deve ocorrer nos próximos meses, estão a revisão do salário mínimo, a devolução de empresas expropriadas e possíveis mudanças na legislação trabalhista do país. Carlos Fernández, presidente da maior entidade patronal da Venezuela, a Fedecâmaras, chegou a afirmar, em entrevista à Union Radio, que as primeiras conversas entre os 120 participantes do Foro “foram muito exitosas”, mas que qualquer anúncio sobre aumentos salariais irá depender do “aumento da produtividade nacional”.

Em entrevista ao Brasil de Fato, a economista Judith Odreman disse acreditar que a ampliação de monopólios empresariais e a fuga de mão de obra qualificada, consequência da onda migratória que o país sofreu nos últimos anos, levaram a um processo de “divisão desigual da renda”, que gerou distorções nos salários.

Entretanto, para a especialista, os diálogos entre setores econômicos e governamentais aliados aos indicadores econômicos que se mantém estáveis são fatos positivos que devem ser enxergados dentro do contexto atual do país.

"O governo Maduro tem feito esforços nesse sentido para recuperar os salários, e as negociações ocorrem diante deste quadro onde há escassez de mão de obra qualificada, relações de produção capitalistas, dificuldades fiscais e concentração de monopólios, que levam a essa situação de distorção salarial”, explica.

A possibilidade de recuperação dos salários a curto prazo por meio dos diálogos instalados é contestada por Ronald Balza, professor de Economia da Universidade Católica Andrés Bello (UCAB). Para o economista, a falta de transparência do governo sobre indicadores econômicos como crescimento do PIB, rendimento de setores estratégicos e relações com o setor privado geram “insegurança” para os agentes econômicos e são impeditivos para redistribuição da renda no país.

"Suponhamos que eu seja o dono de uma empresa e vou contratar os trabalhadores, pagando o que eu quero e como eu quero. Isso não pode ser assim. Há limites para o salário mínimo que devem ser aceitáveis para as empresas, negociados com os trabalhadores e sustentados pela administração pública. Agora a OIT vem à Venezuela e então o governo diz que, agora sim, os salários vão melhorar. Eu não acredito nisso até que eles publiquem esses dados e estejam dispostos a discutir com esses dados em mãos”, afirma.

Inflação e dolarização: obstáculos para melhorar os salários

Em seu discurso durante o ato de 1º de maio, Maduro se referiu ao último aumento no salário mínimo e disse que a medida foi apenas o começo da recuperação. “O aumento de todos os pisos salariais está sustentado na riqueza real do país, em bolívares orgânicos que não geram inflação, com base na recuperação da economia", afirmou o presidente.

Ainda que o salário mínimo tenha sido elevado para 29 dólares e que, somado ao bônus para alimentação, chegue aos 39 dólares, o valor ainda é baixo.

Apesar de o país ter encerrado o ciclo de hiperinflação, apresentado em março a menor inflação mensal da última década e ter alcançado certa estabilidade cambial frente ao dólar (a cotação atual do bolívar é de 4,54 para 1 dólar), os anos de gigantescos aumentos nos preços e os efeitos das sanções econômicas que dificultam a entrada de divisas seguem corroendo o poder de compra dos venezuelanos.

A oposição ao governo venezuelano reforça os desafios pelos quais passará o governo de Maduro. O Observatório Venezuelano de Finanças (OVF), organismo não governamental ligado à oposição, aponta que o custo da cesta básica para o mês de março foi de 187 dólares e o salário mínimo atual só conseguiria arcar com 10,5% dos produtos listados.

Já Odreman afirma que se a inflação dos próximos meses de 2022 se mantiver em um dígito e se a taxa de câmbio continuar estável, o cenário pode ser cada vez mais favorável ao poder aquisitivo dos venezuelanos.

“Existe uma expectativa de que as pessoas possam continuar se mantendo com um nível de salários entre os 30 e os 50 dólares, principalmente se houver um novo aumento. Com isso uma pessoa pode se manter, ainda que não seja suficiente para a cesta básica que uma população requer”, diz.

Além da deterioração do poder de compra dos trabalhadores, a Venezuela passa por um processo de dolarização forçada, consequência dos anos de hiperinflação e desvalorização da moeda local. O problema vem sendo enfrentado com cautela pelo governo para que os preços e o câmbio se mantenham estáveis.

Medidas como injeções de dólares na economia por parte do Banco Central e a criação de um imposto para pagamentos com moedas estrangeiras, o chamado IGTF, que visam controlar a taxa de câmbio e incentivar o uso de bolívares nas transações cotidianas respectivamente, parecem dar os primeiros resultados.

Segundo um estudo do OVF, os pagamentos em bolívares aumentaram 3,7% no mês de abril com relação ao mês anterior, representando 53,2% de todas as transações comerciais realizadas no país. "Isso se explica fundamentalmente pela entrada em vigor do imposto sobre grandes transações financeiras, cujo efeito mais importante foi penalizar o uso do dólar como forma de pagamento", aponta o órgão.

A dolarização também experimentou uma retração no pagamento dos salários já que, de acordo com o OVF, 63% das remunerações do país em abril foram pagas em moeda norte-americana, quantia menor do que os 69% registrados em março.

Para Balza, o combate à inflação cabe exclusivamente ao governo, que deveria ser capaz de gerar ingressos e criar reservas para se financiar sem a necessidade de emitir moeda. O economista vai além e diz que a estratégia não deve se limitar ao combate ou à permissão do uso de dólares, mas sim possibilitar um maior volume de circulação, seja em moeda nacional ou estrangeira, para gerar mais transações.

"A inflação não vai ser corrigida com controle de preços, nem com controle de câmbio, nem eliminando o bolívar e dolarizando a economia, ao contrário, a estabilidade de preços vai ocorrer quando o governo parar de financiar seus gastos com bolívares. Portanto não temos que dolarizar ou desdolarizar a economia, temos que facilitar a existência de transações”, afirma.

Crescer: quanto, para onde e para quem?

Apesar das dificuldades geradas pelas sanções norte-americanas e do fato de a retomada da produção petroleira ainda ser modesta, organismos internacionais seguem projetando bons índices de crescimento para a economia da Venezuela.

Após o banco de investimentos Credit Suisse afirmar que o país poderia crescer até 20% neste ano, a CEPAL estimou que o PIB venezuelano deve ter um crescimento de 5% em 2022, o maior entre todos os países da América do Sul e o 3º maior em toda a América Latina.

O professor Ronald Balza acredita que, de fato, o país pode crescer aos níveis indicados pelos organismos internacionais a depender dos índices de referência que as projeções são feitas e dos investimentos que ocorram na economia venezuelana este ano. Apesar disso, o economista afirma que esse crescimento não será revertido em melhoria salarial para todas as categorias.

“Quando qualquer instituição faz uma projeção e fala em 20% ou 5%, devemos perguntar qual foi o PIB que eles calcularam para o ano de 2022. A recuperação é possível, mas sobre uma melhoria nos salários que seja fruto desse crescimento, eu acredito que só será possível em algumas atividades, para alguns níveis de renda e para algumas especialidades de trabalho, não para todas”, diz.

Para Odreman, no entanto, o governo deve aproveitar a estabilidade nos indicadores da inflação e do câmbio para ampliar a demanda interna reativando a produção nacional, não apenas na indústria petroleira, mas principalmente em áreas da economia que gerem empregos e que não estejam ligadas ao setor rentista, como os ramos alimentícios, manufatureiros e da construção civil.

“Eu sou otimista em relação ao crescimento do país, nós já estamos vendo isso pouco a pouco. Sou mais otimista em relação ao ano de 2023, se a pandemia nos deixar e o panorama geopolítico mundial melhorar, o país vai apresentar números muito, muito bons”, afirma a economista.

https://www.brasildefato.com.br/2022/05 ... r-salarios
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Mensagem por E.R » 15 Mai 2022, 22:37

A situação econômica da Venezuela é "tão boa" que vem um monte de venezeuelanos querendo morar no Brasil e em outros países da América do Sul.

A previsão é de quase 9 milhões de venezuelanos morando em outros países da América Latina até o final desse ano - https://agenciabrasil.ebc.com.br/intern ... es-em-2022
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Mensagem por Jezebel do Canto e Mello » 15 Mai 2022, 22:50

Meu poder de compra cada vez mais diminui, pior que eu acho que com o Lulinha eleito as coisas vão piorar...
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