Táxi e aplicativos de transporte

Uber , 99 , Táxi.Rio , SP Táxi , etc.

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Táxi e aplicativos de transporte

Mensagem por E.R » 25 Set 2023, 03:22

NOTÍCIAS
https://oglobo.globo.com/opiniao/editor ... -clt.ghtml

Uma decisão recente da 4ª Vara da Justiça de Trabalho de São Paulo condenou o aplicativo de transporte Uber a pagar multa de R $1 bilhão e a reconhecer vínculo empregatício com todo motorista que o use.

Movida pelo Ministério Público do Trabalho de São Paulo, a ação pretende enquadrar na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) uma ocupação que se caracteriza pela flexibilidade e deveria ser regida por outras regras.

Não se trata de questionar a legitimidade da demanda dos motoristas de aplicativos, muitas vezes sujeitos a jornadas extenuantes, sem garantia de cobertura previdenciária, direitos trabalhistas ou qualquer tipo de proteção social.

Mas a Justiça trabalhista precisa entender a nova realidade. Não é de hoje que o mundo digital alterou a forma como se trabalha, pondo em xeque regras adotadas noutros tempos, para outro tipo de trabalho.

É certo que alguma garantia social precisa existir para novos mercados de trabalho, como os formados pelos motoristas ou pelos entregadores que prestam serviço por meio de aplicativos. Mas isso não significa vinculá-los à velha CLT.

Não é por acaso que tribunais de segunda instância ou o Tribunal Superior do Trabalho (TST) têm derrubado decisões como a da Justiça paulista.

Qualquer um que tenha carro e deseje auferir renda como motorista pode usar a plataforma da Uber ou das empresas concorrentes (99, etc).

Não há vínculo empregatício exclusivo de uma empresa com seus motoristas. Instaurar um vínculo convencional, com jornada diária fixa, os impediria de trabalhar apenas nos horários de maior procura, quando as corridas são mais caras, beneficiando-se da maior demanda.

Quando a Espanha tentou fazer algo do tipo, não deu certo, pois os próprios motoristas preferiram manter a flexibilidade. O maior erro é imaginar que existem patrões e empregados no trabalho por aplicativo.

Logo que surgiu, a Uber impôs desafios ao modelo tradicional de transporte individual. A primeira reação veio de taxistas. Ao fim, eles tiveram de se adaptar. A oferta de corridas por aplicativo se consolidou e é hoje adotada não apenas por Uber e congêneres, mas por táxis em quase todas as cidades.

Criou-se no mercado uma competição saudável, em que é possível escolher o tipo de veículo, avaliar o motorista e pagar preços compatíveis com a oferta e a demanda num determinado momento. Tudo isso foi pioneirismo da Uber.

No primeiro semestre, o governo criou um grupo de trabalho com representantes de motoristas e empresas de aplicativo para formular uma proposta de regulamentação do trabalho no setor.

Foi uma iniciativa bem-vinda. O Ministério do Trabalho informou que pretende chegar a um acordo até o o final deste mês. Se obtiver sucesso, será fundamental que depois o Congresso debata a proposta. Caberá aos parlamentares adequar a legislação brasileira aos novos tempos. E, ao Judiciário, entender que o mundo mudou.
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Mensagem por Пауло Витор » 25 Set 2023, 12:14

Isso não é ruim pra empresa e sim para os motoristas que dependem dela pra sobreviver, pois pra cortar custos, a Uber irá colocar carros autônomos para suprir essa demanda.
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Mensagem por Barbano » 28 Set 2023, 17:10

Пауло Витор escreveu:
25 Set 2023, 12:14
Isso não é ruim pra empresa e sim para os motoristas que dependem dela pra sobreviver, pois pra cortar custos, a Uber irá colocar carros autônomos para suprir essa demanda.
Vai nada.

Dificilmente essa decisão vai prosperar em instâncias superiores. Caso prospere, vão tentar se adequar ou, se não for viável financeiramente, vão pular fora do Brasil.

Uber é empresa de tecnologia. Até testaram carros autônomos em outros países, mas o investimento que teriam que fazer em frota autônoma (que ainda nem é uma tecnologia consolidada) no Brasil seria absurdo. O que viabiliza a empresa é a precariedade atual, não vão querer investir em frota própria.

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Mensagem por E.R » 24 Out 2023, 04:25

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Mensagem por Barbano » 24 Out 2023, 08:20

Isso aí é ótimo para as plataformas afastarem a tese de vínculo empregatício. Com o motorista e os passageiros podendo negociar o valor da corrida, o app se torna realmente apenas um intermediador.
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Mensagem por E.R » 24 Out 2023, 08:34

O que mais está acontecendo é o seguinte : a pessoa tem um amigo ou parente que é motorista de aplicativo, e aí combina com essa pessoa (por WhatsApp ou Telegram) um determinado horário para ir em um lugar e aí paga essa pessoa o valor de uma corrida e o motorista fica como se fosse um motorista particular e fica com todo o dinheiro pra ele (sem a intermediação da empresa de aplicativo).

E sobre a questão de alimentos, tem algumas pessoas que fazem comida e contratam um motorista para fazer todas as entregas em um determinado horário, e a pessoa combina de comprar a comida com a pessoa também via WhatsApp ou Telegram.

E se quiserem aumentar absurdamente o preço das entregas, vai ter muita empresa saindo do iFood e voltando a vender comida apenas pelo telefone, porque para o consumidor pode ficar impraticável.

Alguns restaurantes já cobram valores bem altos para a entrega (como Abraccio e Outback, que compram 14 reais só pela entrega, fora outros lugares que são ainda mais caros).

O Rappi eu acho que tem grande chance de sairem do Brasil, pois pedir comida por esse aplicativo já é absurdamente caro, com essa lei que o Luiz Marinho quer impor, acho que as pessoas vão desistir de pedir comida no Rappi.
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Mensagem por Barbano » 24 Out 2023, 08:57

Quase todo pedido que eu faço pelo iFood é entregue com motoboy do próprio estabelecimento.

Os maiores prejudicados com esse tipo de medida são os estabelecimentos pequenos, que não conseguem contratar um motoboy próprio, pois a demanda de entregas é baixa. Mas já tem várias terceirizadas oferecendo esse tipo de prestação de serviço, como a Bee Delivery. Por mais que o governo imponha dificuldades, esse tipo de serviço está consolidado e não vai morrer. O prejudicado vai ser o consumidor, que vai acabar pagando a conta.
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Mensagem por E.R » 24 Out 2023, 09:13

Aqui no Rio é bem dividido, alguns restaurantes e lanchonetes realmente tem seus próprios entregadores, mas outras não tem (e a entrega é sempre por um entregador vinculado ao iFood).

Tem algumas lanchonetes que só usam entregador próprio para fazer entregas dentro do próprio bairro, para outro bairro aí só o entregador do iFood mesmo.

Geralmente os lugares que aceitam pagamento em dinheiro tem entregador próprio (mas tem restaurantes como o próprio Outback, que tem entregador próprio, mas você tem que pagar pelo APP, pois não aceita pagamento em dinheiro).

Antigamente, quando existia o Uber Eats, era bom pois alguns restaurantes aceitavam o pagamento em dinheiro. E depois que acabou, vários desses restaurantes só aceitam agora pagamento antecipado pelo APP.

Achava o Uber Eats bem melhor que o Rappi, por exemplo.
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Mensagem por E.R » 12 Dez 2023, 19:41

NOTÍCIAS
https://oglobo.globo.com/economia/notic ... acao.ghtml

A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) — que representa empresas como a Uber, 99 e Buser — informou que o governo federal e os apps de transporte de passageiros chegaram a um acordo sobre a remuneração mínima e a contribuição previdenciária dos motoristas.

Porém, apenas quando tiver um acordo, o texto poderá ser enviado ao Congresso.

O consenso é sobre o pagamento de R$ 30 por hora trabalhada — ou seja, pelo tempo rodado, e não pelo tempo em que o motorista fica logado no app à espera das corridas.

Já a contribuição ao INSS será de 20 % para as empresas, e de 7,5%, para os trabalhadores, incidindo sobre 25 % do rendimento dos trabalhadores.

Dessa maneira, com a remuneração de R$ 30, as alíquotas seriam aplicadas sobre R$ 7,50.

O GLOBO tentou contato com a Federação Nacional dos Sindicatos dos Motoristas de Aplicativos, mas não obteve retorno.
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Mensagem por E.R » 05 Mar 2024, 04:59

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Mensagem por E.R » 14 Mar 2024, 12:59

NOTÍCIAS
https://www.uol.com.br/carros/colunas/p ... -menos.htm

Profissionais que trabalham no Uber e na 99 estimam que as corridas vão ficar mais caras.

E o principal temor da categoria em relação ao projeto é de que as plataformas passem a pagar apenas o valor mínimo ao condutor.

Ou seja, motoristas ganhariam menos dinheiro e os passageiros pagariam mais caro.
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Mensagem por Barbano » 14 Mar 2024, 16:49

É relação de oferta e demanda. Não adianta a Uber querer pagar salário mínimo porque não vai conseguir preencher o quadro de prestadores de serviço.

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Mensagem por E.R » 14 Mar 2024, 18:34

Por isso que é melhor deixar como está.

Se o governo quiser, poderia criar um aplicativo de carros próprio ligado ao governo e os motoristas que quisessem se filiar a um sindicato e pagar previdência, INSS e tudo que o Luiz Marinho falou, que entrassem para ser motoristas apenas desse serviço de aplicativo novo, ligado ao governo federal e apoiado pela CUT.
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Mensagem por E.R » 19 Mar 2024, 04:35

NOTÍCIAS
https://www.gazetadopovo.com.br/economi ... otoristas/

A regulamentação do trabalho por aplicativos, apresentada em projeto de lei complementar pelo governo de Lula (PT), contém "paradoxos" e "incongruências", além de restringir a autonomia dos motoristas, segundo avaliação de especialistas.

O advogado e consultor Eduardo Pastore vê um "grande paradoxo" no texto, que começa definindo o trabalhador como autônomo, mas, a partir do terceiro artigo, passa a regular a relação como se fosse baseada na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

São estabelecidos critérios como jornada mínima, valor fixo da hora com base no salário mínimo, além de contribuição previdenciária – deduzida na fonte e recolhida pelas empresas – e criação de sindicato da categoria. O texto também define parâmetros para o desligamento ou suspensão do motorista da plataforma.

"A conclusão é que tem tanta amarra, tanta regra, que o trabalhador não é um autônomo coisa nenhuma. É uma relação ultrarregulada, com carga horária, remuneração e Previdência", disse o advogado.

Bruna Pereira Longhi, do Rocha Pombo & Andrade Advogados, avalia que o projeto tem "cara de CLT e restrições de CLT, mas tenta camuflar uma relação com as mesmas consequências trabalhistas, sem trazer todos os benefícios da modalidade".

O projeto explicita que não deve existir uma relação de exclusividade do motorista com a plataforma. Mas, ao estabelecer jornada mínima de oito horas e máxima de 12 horas, o texto não deixa claro como a carga horária pode ser dividida entre duas ou mais plataformas.

"Há muitos pontos que geram dúvida. A aplicação da não exclusividade é frágil, traz contradições. Autonomia seria os motoristas terem a possibilidade de trabalhar quantas horas quiserem e para qual aplicativo desejarem. "Se o motorista quiser fazer oito horas numa plataforma e quatro em outra, pode? Se quiser fazer oito em cada uma, como você faz ? Como você consegue, inclusive, computar ? Porque tem todo um mecanismo de controle de jornada para poder adquirir esses direitos".

Para o consultor, o trabalhador pode acabar trabalhando 12 horas para uma só plataforma, o que vai abrir brechas para a judicialização. "O motorista pode sentir que, na prática, está sendo exclusivo e reivindicar o vínculo empregatício", afirma. "Exatamente o ponto que o projeto deveria pacificar".

Outro ponto que restringe a independência dos motoristas, é a criação das entidades sindicais de trabalhadores e patrões, que deverão celebrar os acordos coletivos e representar as partes em ações na Justiça.

"A lei estabelece que as cláusulas negociadas em convenções e aprovadas em assembleia não poderão ser revogadas em caráter individual. Ou seja, o trabalhador vai ficar submetido ao que for estabelecido nas negociações, refém de regras firmadas em acordo coletivo. A autonomia aí já fica comprometida", explica.

O especialista lembra que sindicatos representam trabalhadores celetistas, não autônomos. "É outro paradoxo, outra contradição. O governo está tentando aproximar esse trabalhador dos sindicatos, que vão fazer negociação coletiva, buscar mais direitos. E vão cobrar a parte deles, com contribuições. Os próprios motoristas da Uber dizem não querer isso. Para eles está bom do jeito que está, ganhando bem. Não querem pagar sindicato", diz.

As alíquotas previdenciárias também são ponto de questionamento. O trabalhador pagará 7,5% sobre o “salário de contribuição” (25% da renda bruta) e empresa pagará 20%.

Na avaliação do advogado, trata-se de um custo alto para as plataformas, especialmente porque motoristas, ao contrário de entregadores de motocicletas, se acidentam pouco e requerem menos o uso do Sistema Único de Saúde (SUS) e de auxílios pagos pelo INSS. "Pagar 20% de Previdência Social para esse povo todo pode inviabilizar o negócio. É uma pancada forte", afirma.

Bruna Longhi acredita que é muito improvável que as empresas arquem com este custo previdenciário, o que deve reduzir o valor da corrida para os motoristas e, em último caso, aumentar o valor do serviço ao consumidor. O projeto prevê R$ 32,09 por hora de trabalho, sendo R$ 8,02 relativos às corridas e R$ 24,07 referentes aos custos do motorista. Assim, a remuneração mensal será de, ao menos, um salário mínimo (R$ 1.412).

"O valor estabelecido é por hora trabalhada, e não por hora que ele fica disponível no aplicativo. O motorista vai sair de cobrança de viagens para receber o valor de hora rodada, com limitação de tempo. O valor pode variar no final dependendo da quantidade de horas que ele vai trabalhar. A empresa, justamente, pode pensar, 'eu vou diminuir o valor de viagem, e garantir que apenas o mínimo seja pago'. Assim vai repassar esses 20%. Estas disposições ficaram muito imprecisas no projeto", diz o especialista.

Denis Moura, diretor da Federação dos Motoristas por Aplicativos (Fembrapp), que congrega 30 associações e representa cerca de 100 mil motoristas no país, diz que o projeto limita os ganhos do motorista e tira a autonomia, "que já era pouca". "A empresa vai dividir as corridas entre os motoristas de forma que todos vão receber só a hora mínima", afirma.

Para ele, o projeto é "extremamente" ruim para o trabalhador e o usuário, que vão acabar arcando com as contribuições.

"Que fique claro que essa história de que a empresa vai pagar 20% do INSS é 'conversa fiada', pura, porque as empresas não declaram quanto que é a tarifa. Você, como passageiro, não sabe o quanto paga de tarifa pela corrida. O motorista também não sabe", diz.

"A taxa descontada em cada corrida varia de 20% a 40%, às vezes até 50% do valor pago pelo usuário. Se a empresa manipula o preço da viagem, porque ninguém sabe qual é a tarifa dos aplicativos, obviamente ele vai manipular os 20% e quem vai pagar isso é o motorista e também o passageiro", acrescenta.

Além disso, o especialista alega que a alíquota total de 27,5% dá ao motorista direito à mesma seguridade que ele teria sendo Microempreendedor Individual (MEI). Mas este recolhe muito menos : nas atividades de comércio, serviços e indústria, a contribuição previdenciária do MEI é de 5%; para o MEI caminhoneiro, 12%.

"O projeto torna o governo o "sócio majoritário" dos aplicativos [por conta das contribuições previdenciárias]", diz o diretor da Fembrapp.

Para o diretor da Fembrapp, os termos do projeto foram estabelecidos com anuência das empresas e de sindicatos que não têm representatividade efetiva dos trabalhadores.

"Quando criou o grupo de trabalho, o governo visava conversar só com os sindicatos estabelecidos, a maioria esmagadora sem motorista de aplicativo no seu corpo. Mas era com quem o governo gostaria de falar. Eles se transformaram artificialmente em sindicatos da categoria. Nós [da Fembrapp] tivemos que forçar nossa entrada no grupo do Ministério [do Trabalho]", afirma.

Protestos de motoristas contra o projeto tem acontecido em cidades do país, como Goiânia, Belo Horizonte, Manaus e Brasília.

No Rio de Janeiro, há mobilização marcada para 26 de março e em São Paulo, para o dia 2 de abril.

O diretor da Fembrapp informa que um grupo de motoristas vai visitar os gabinetes de parlamentares em Brasília para tratar do tema.

O projeto tramita em regime de urgência constitucional, o que significa que Câmara e Senado terão 45 dias cada para votar a matéria.

A prioridade do grupo é tentar retirar o pedido de urgência, que é uma forma de atropelar as discussões. "Demoraram um ano para fazer e agora querem votar com urgência ? É para não dar tempo de reagir. Mas a gente vai tentar derrubar o projeto", diz. "Não compensa nem fazer emendas", afirma o diretor da Fembrapp.
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Mensagem por E.R » 20 Mar 2024, 04:26

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