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Espaço para debates sobre assuntos que não sejam relacionados a Chespirito, como cinema, política, atualidades, música, cotidiano, games, tecnologias, etc.
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Mensagem por E.R » 19 Jun 2022, 22:14

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Mensagem por E.R » 21 Jun 2022, 21:38

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Mensagem por E.R » 22 Jun 2022, 13:28

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Mensagem por E.R » 26 Jun 2022, 00:34

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Mensagem por E.R » 28 Jun 2022, 08:45

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Mensagem por E.R » 30 Jun 2022, 09:42

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A Anatel acaba de iniciar uma consulta pública para a proposta de tornar carregadores USB-C obrigatórios para todos os celulares vendidos no Brasil.

A consulta vem na esteira da decisão da União Europeia de adotar o USB-C como padrão universal para smartphones e outros eletrônicos até 2024.

Senadores dos Estados Unidos também estão pressionando para a adoção de um carregador universal.

“Atenta aos referidos movimentos do mercado internacional, a área técnica da Anatel avaliou o tema e apresentou uma proposta com abordagem similar para aplicação no mercado brasileiro”, diz o texto no blog da agência.

A adoção de um padrão de carregamento tipo USB-C tem o maior impacto sobre a Apple, já que iPhones ainda usam o carregador Lightning da própria companhia.

Há rumores de que a Apple já está trabalhando para passar seus produtos para carregamento USB-C, talvez já no iPhone 15.

As vantagens do USB-C obrigatório citadas na consulta incluem reduzir o lixo eletrônico e oferecer mais conveniência aos consumidores brasileiros. A Anatel diz ainda que vem trabalhando na padronização de carregadores para celular há anos.

Em 2019, por exemplo, a agência conseguiu a aprovação da Recomendação L.1000, que define o USB-C como protocolo para terminais móveis de carregamento.

Fonte : https://olhardigital.com.br/2022/06/29/ ... celulares/
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Mensagem por E.R » 06 Jul 2022, 01:51

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Mensagem por E.R » 06 Jul 2022, 22:20

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Mensagem por Fola » 07 Jul 2022, 19:40

Não sei se aqui é o melhor tópico para perguntar isso, mas lá vai.

Não estou conseguindo acessar o VKontate (site russo que eu uso para baixar filmes) pelo navegador Opera, apenas pelo Google Chrome. Aparentemente, nenhum outro site entre os que eu costumo acessar com mais frequência está com o mesmo problema. E, repito, é apenas no navegador Opera. O Google Chrome acessa o VK sem maiores problemas. Alguém tem alguma ideia do que possa ser?
"Um governo que não aparece faz o povo feliz. Um governo que tudo quer determinar faz o povo infeliz." - Lao Tsé

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Mensagem por E.R » 09 Jul 2022, 05:24

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Mensagem por Chapolin Gremista » 11 Jul 2022, 16:44

Soberania
Serpro: A “Petrobras” das empresas de TI
Bolsonaro ameaça privatizar o braço direito do Estado nacional.

ImagemO Serpro – Reprodução

OBrasil possui uma das maiores empresas públicas de TI do mundo, o Serpro. Essa empresa chegou a ter mais de 11 mil empregados no final dos anos 2010, com 10 regionais, 31 escritórios, 2 centros de dados em instalações subterrâneas, protegidas por murros de concreto resistentes a ataque aéreos, sala-cofre, também é gestora de uma das maiores infraestruturas de redes públicas do mundo espalhados em todo o País.

O Serviço Federal de Processamento de Dados, Serpro, foi criado em 1964 para atender a Secretaria da Receita Federal, rapidamente passou a ser a empresa de TI de Ministério da Fazenda e hoje atende a boa parte do Governo Federal, presta serviços para empresas e para o cidadão diretamente.

O Serpro desenvolveu soluções únicas e de ponta como a Conta Única do Tesouro Nacional e o SIAFI, que desde a década de 1980 dão conta com máxima eficiência, precisão e segurança das finanças de um país continental, tornando-se um modelo em todo o mundo. No início deste século o Serpro foi o principal fomentador da política de software livre e dados abertos do Governo Federal, corresponsável pela elaboração da ePing e do projeto Software Público. A empresa desenvolveu o Portal da Transparência, o GovBr, o Siscomex, o Importo de Renda, apenas para citarmos alguns. Diz-se que o Serpro é o principal responsável pela governança do Estado, seria como um cockpit, um painel de comandos pelo qual se administra o País.

No Relatório Integrado Anual de 2021 lemos que o Serpro apoiou “o Ministério da Economia para posicionar o Brasil no ranking da ONU que avalia os 20 países que oferecem melhores serviços públicos online do mundo. Somos o 1º país da América do Sul e o 2º das Américas. Também comemoramos a posição brasileira na avaliação do Banco Mundial, que nos indicou como o 7º país do mundo com a maior maturidade em governo digital, o único com mais de 100 milhões de habitantes”. O que nos dá uma ideia do tamanho e importância do Serviço.

A capacidade de inovação do Serpro é muito grande e hoje ele produz soluções em áreas como big data, inteligência artificial, processamento de linguagem natural, visão computacional, dentre outras.

A importância de ter uma empresa pública com esta capacidade é enorme, ela guarda dados vitais para o País e controla sistemas que dizem respeito diretamente à soberania nacional. Seria extremamente danoso para o Brasil ter o sistema que gere a contabilidade pública invadido ou destruído. Com as perdas dos danos não seria possível saber, por exemplo, quanto dinheiro o Governo possui, onde foi gasto, se foi pago ou se está empenhado. Os danos seriam catastróficos se perdêssemos a capacidade de cobrar impostos ou de controlar a balança comercial.

Em um mundo cada vez mais conectado e dependente da tecnologia, no qual ataques cibernéticos ocorrem diariamente, é espantoso que estes sistemas mencionados acima estejam praticamente imunes. Se, por um lado, não se ouve falar de tentativas de invasão do território nacional, são constantes as tentativas de invasão de sistemas públicos brasileiros. O Serpro é, nesse sentido, um dos, senão o maior, garantidor da soberania nacional.

A pergunta que nos fazemos é: por que essa empresa continua desconhecida da maioria dos brasileiros? A resposta não é simples. Por um lado, o Serpro não é uma empresa comercial, pelo menos não deveria ser, assim não se faz propaganda dela, mas de seus produtos. Outro aspecto é que o sucesso de muitos produtos do Serpro são atribuídos ao contratante, como por exemplo o SIAFI da Secretaria do Tesouro Nacional, o Siscomex do Ministério do Comercio Exterior, ou ainda o Imposto de Renda da Secretaria da Receita Federal. Uma empresa de TI aparece mais nas falhas que nos acertos e pra nossa sorte o Serpro acerta muito mais do que erra.

Mesmo tendo um faturamento relativamente alto, sendo R$ 390,9 milhões, o lucro do último ano, o Serpro tem mais valor e importância por questões estratégicas do que pelo lucro que produz, afinal, qualquer grande empresa de TI poderia prestar os serviços que o Serpro presta, contudo colocaria a soberania nacional literalmente nas mãos de empresas privadas ou pior ainda, estrangeiras. Algo impensável em qualquer lugar do mundo.

Contradição e entreguismo

O Conselho de Administração do Serpro afirmou no mesmo Relatório Integrado Anual de 2021: “A segurança da informação está no seu DNA. A Empresa ampliou ainda mais seus investimentos, e por isso, a expertise do Serpro foi novamente reconhecida pelos seus clientes por meio do apoio constante e no sucesso das operações cotidianas e extraordinárias quando da prestação dos serviços. Para além disso, novos serviços da empresa nessa área de atuação reforçam essa posição de destaque na segurança da informação.” Mas logo em seguida se contradiz: “Incluído no Programa Nacional de Desestatização – PND desde 2020, o Serpro segue realizando sua finalidade, garantindo a disponibilidade e segurança de todos os seus serviços, alcançando resultados positivos para suas partes interessadas.”

As pretensões entreguistas do Governo Bolsonaro colocaram o Serpro na lista das empresas a serem privatizadas, um crime contra o País, equivalente a privatizar as forças armadas. Um golpe do qual o país pode levar décadas para se recuperar. O povo brasileiro precisa se erguer e defender o patrimônio que construiu ao longo de décadas ao custo de muito sofrimento. É hora dos partidos de esquerda, das organizações sociais e das lideranças sindicais despertarem e agirem para mobilizar as massas em defesa do Brasil, de seu patrimônio e de sua soberania.

https://www.causaoperaria.org.br/artigo ... sas-de-ti/
Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

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Mensagem por E.R » 14 Jul 2022, 16:06

NOTÍCIAS
https://link.estadao.com.br/noticias/em ... 0004114781

O cenário de crise que afeta startups no mundo inteiro tem deixado seu rastro no caminho das grandes empresas de tecnologia.

Nesta semana, 12, Google e Microsoft anunciaram planos para desacelerar a operação em 2022 : enquanto a Google vai pausar contratações, a Microsoft se viu obrigada a demitir parte de seus funcionários nesta semana.

Sundar Pichai, presidente do Google, enviou uma carta aos seus funcionários, avisando que a companhia está diminuindo o ritmo de contratações até o final de 2022. Ele disse que ainda há posições abertas na empresa e que áreas como engenharia e cargos técnicos serão preenchidos. Outras funções, porém — consideradas menos urgentes — terão vagas congeladas.

“As perspectivas econômicas globais incertas têm sido uma das principais preocupações. Como todas as empresas, não estamos imunes aos ventos contrários no cenário econômico. No balanço entre 2022 e 2023, focaremos nossa contratação em engenharia, funções técnicas e outras funções críticas, e garantiremos que os grandes talentos que contratamos estejam alinhados com nossas prioridades de longo prazo”, disse.

Já a Microsoft demitiu parte de seu quadro de funcionários, de acordo com a agência de notícias Bloomberg.

A empresa não revelou quais foram as áreas afetadas nem a quantidade exata de funcionários que deixaram a companhia. Segundo a Bloomberg, porém, o número não chegou a 1% — a Microsoft tem, hoje, 180 mil funcionários.

1% dos funcionários da Microsoft seriam, aproximadamente, 1,8 mil pessoas.

"Recentemente eliminamos um pequeno número de posições. Como todas as empresas, avaliamos nossas prioridades de negócios regularmente e fazemos ajustes estruturais de acordo com essas análises. Continuaremos a investir em nossos negócios e a aumentar o número de funcionários, em geral, no próximo ano”, afirmou a Microsoft em nota ao Estadão.

Além das duas gigantes, outras empresas de tecnologia já fizeram cortes ou desaceleraram a operação para absorver o impacto da crise. O Twitter, recentemente, demitiu 30% do seu time de aquisição, depois que Parag Agrawal, presidente da empresa, afirmou que estava diminuindo as contratações.

A Meta, holding do Facebook, também já anunciou que vai pisar no freio na hora de contratar funcionários em 2022.
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Mensagem por E.R » 26 Jul 2022, 00:32

NOTÍCIAS
https://jovempan.com.br/programas/jorna ... lista.html

Apesar da chegada do 5G ao Brasil, a popularização não deve ser imediata pois a maioria dos consumidores terão que trocar o aparelho de celular para ter acesso à nova tecnologia.

Consultado pela reportagem da Jovem Pan News, o engenheiro Eduardo Tude, presidente da Teleco, avalia o atual estado desa fase de transição. “Como se trata de uma nova tecnologia, você precisa ter um aparelho que funciona nessa nova tecnologia. Como aconteceu nas outras gerações de de celulares. A gente em abril já tinha 2,2 milhões de pessoas que tinham um aparelho com 5G no Brasil. A troca vai ocorrer de maneira lenta”, argumenta.

O especialista lembra que a velocidade do 5G será em média 100 vezes mais rápida do que a tecnologia atual e ressalta que o consumidor terá à disposição novos recursos: “É uma velocidade muito mais alta, né? Então, o que a gente tem encontrado nas implantações e as medidas é uma velocidade no entorno de 300 a 400 Mbps. É claro que quando a rede está vazia a velocidade é maior. Quando todo mundo estiver na rede do 5G a velocidade vai ser um pouco menor. O que a gente espera inicialmente é isso. Mas pra quê uma velocidade maior? Na realidade, existem uma série de aplicações que hoje a gente não usa no celular porque elas não são viáveis. Um exemplo: realidade aumentada. À medida que existe essa plataforma com essa conectividade com essa velocidade, elas ficam viabilizadas”.

De acordo com o engenheiro, os preços dos pacotes de internet atuais devem se manter os mesmos com o 5G e ele aponta ainda que operadoras regionais vão ajudar a retransmitir o sinal da nova tecnologia no Brasil.
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Mensagem por Chapolin Gremista » 27 Jul 2022, 11:35

Rússia
A visão de um desenvolvedor russo sobre TI em seu país
A política de Estado, a busca por soberania e a interferência imperialista.

ImagemGeorge Lyakhov – Reprodução

Por Emmanuel Ferro – do ColTec (Coletivo de Tecnologia do PCO)

Através da rede matrix conheci George Lyakhov, um desenvolvedor russo independente formado pela Universidade Nacional de Pesquisa Nuclear, MEPhI (Instituto de Física de Engenharia de Moscou). Lyakhov tem 13 anos de experiência como desenvolvedor e compartilhou seu conhecimento sobre a realidade russa no que diz respeito à tecnologia da informação. Abaixo, reproduzo trechos de nossas conversas.

A política de Estado russa para tecnologia da informação.

Sobre a política do Estado, de fato, esse programa foi lançado na Rússia em 2010. É verdade que não saiu como planejado, naquela época, o Estado já havia acumulado um legado que não poderia ser abandonado tão facilmente. E não importa o quão estranho possa parecer, até mesmo a introdução do software livre custa dinheiro. E, naqueles anos, o país tinha muitos problemas mais importantes. Além disso, aparentemente também houve lobby de empresas estrangeiras como a Microsoft. Mesmo agora, quando a Microsoft anunciou que não venderia mais o Windows na Rússia, depois de um tempo observou discretamente seu uso para além de empresas que não estão sob sanções, como escolas e hospitais (leia), acontece que, de fato, os produtos Microsoft ainda estão sendo vendidos. Por quê? Sim, porque a Rússia é um mercado enorme e deixá-lo prejudicaria suas carteiras (como disse Thomas Dunning, “não existe tal crime que o capital não cometa por causa de 300% de lucro”. E, na Rússia, muito é comprado pelo Estado. Ao mesmo tempo, as versões piratas são rigorosamente monitoradas e punidas. Então, tudo é licenciado, um mercado saborosamente conveniente.

A busca russa por autonomia e como o imperialismo age para frustrá-la.

Tudo em geral está em um plano diferente do que parece. Vou dar um exemplo. Você provavelmente conhece sistemas ERP1 como o SAP Alemão? Bem, na Rússia, há 30 anos, seus sistemas ERP começaram a aparecer. Eles foram desenvolvidos para a realidade russa, geralmente em cidades acadêmicas (estas são cidades soviéticas com cientistas), ou seja, software do mais alto nível. Alguns acabaram sendo usados em grandes empresas como a Lukoil 2. Eles [os ERPs russos] são lindos, a implantação em grandes empresas levou de 3 a 5 meses (contra muitos anos de utilização do mesmo SAP [alemão]), além disso, trouxeram muitas funcionalidades [novas]. Mas em algum ponto eles começaram a ser abandonados, mesmo a Lukoil regressou ao SAP [alemão] em 2006, ela [Lukoil] o utilizou até recentemente, gastando dezenas de milhões de dólares e, para 2018, especificamente, o SAP era pior do que os análogos russos da amostra do ano 2003. Não parece haver lógica nisso, certo? Quem vai gastar muito dinheiro enquanto introduz o que é pior e não funciona como deveria?

Nada poderia se aproximar mais da realidade brasileira. Aqui tivemos um programa semelhante ao russo em 2002, este programa impulsionou a disseminação de software livre em setores do governo, ensejou a criação da ePing3 e legislação favorável ao desenvolvimento tecnológico brasileiro, entretanto o golpe de 2016 rapidamente fez refluir tudo isso e hoje empresas como Microsoft, Google e Amazon estão entrando onde há pouco tempo seria impensável e ao custo de uma sangria desnecessária aos cofres públicos.

A lógica é simples, na Rússia é que às vezes se chama de Sistema Neocolonial Moderno4 (acho que esse termo será o mais claro possível para você). A essência é simples: para uma empresa entrar em um IPO5 , você precisa que ela seja auditada, mas não por uma empresa aleatória, apenas pelos chamados quatro grandes6. Para passar na auditoria, o auditor pergunta a você qual é o seu sistema ERP. O porquê de utilizar algum SAP russo e não Alemão etc. E o auditor colocará no relatório que você é uma empresa com riscos. Como resultado, a empresa tem que implementar um SAP pior, e a auditoria é realizada na Grã-Bretanha. Até mesmo empresas de defesa com um alto nível de sigilo estavam envolvidas nisso, o que sempre pareceu um absurdo completo.

Qual o maior desafio russo na busca por autonomia?

A única dificuldade real é a produção de processadores. A Rússia tem seus próprios processadores, não apenas ARM7 licenciados, mas produtos com arquitetura completamente própria. E eles foram feitos em Taiwan. Agora, estão descontinuados. O que vai acontecer não está claro para ninguém. Em geral, temos uma fábrica (estrangeira, comprada) que pode produzir processadores de acordo com os padrões de 90 nm (e até 60 nm é possível no mesmo equipamento, se desejado). Mas isso é adequado apenas para o exército, para a tecnologia moderna já está atrasado. Agora, o governo ordenou a invenção e produção de suas próprias litografias/steppers8 100% russas, de acordo com os padrões de 130-65 nm. Eles estarão prontos apenas em 2026. Isso é suficiente para eletrodomésticos, mas não para processadores modernos. Portanto, provavelmente haverá um atraso até 2030-35. Enquanto isso, nossos processadores serão produzidos na amigável China. Então, a esse respeito, parece haver um problema, mas parece que não. A transferência da produção para outra fábrica levará cerca de 2 anos, ou seja, essa é a única dificuldade. Mas dizem que há estoques de processadores, então haverá o suficiente para os próximos anos. E processadores estrangeiros como a Intel não podem ser bloqueados assim, tudo se compra facilmente. Mas com o tempo, vamos deixá-los. A China neste ano começou a se afastar dos processadores dos EUA.

No Brasil há uma forte presença da Microsoft e da Apple entre os usuários domésticos, isso dificulta qualquer política estatal que priorize software nacional ou livre, isso ocorre na Rússia? Como superaram isso?

Bem, na Rússia da mesma forma. A classe média adora a Apple (a propósito, sou programador e escrevo programas para Mac há 10 anos), mas a maioria das pessoas usa o Windows [em casa]. Mas há uma razão banal para isso, o Windows é praticamente um console para jogos, não há como fugir disso.

O que está acontecendo agora? Sim, todo o país está feliz. Agora [com o bloqueio] você não precisa passar por uma auditoria nos quatro grandes. Não há necessidade de sofrer com SAP e muitos outros softwares estrangeiros. O ponto principal é que este é um sistema [neocolonial] e enquanto você estiver incorporado nele, não importa o quão bom e livre você escreva [software], ninguém precisará dele e não será usado. É assim que tudo funciona. Outro exemplo, você chega a uma grande loja russa (rede) e há um sistema de incêndio britânico. Os padrões são diferentes, os britânicos são mais caros e ainda piores que os análogos russos. E a essência é a seguinte: essa rede é negociada na bolsa de valores, para obter um seguro barato; após uma auditoria positiva, a empresa deve implementar o sistema de incêndio Britânico. Pois qualquer outro significa que o auditor britânico escreverá sobre riscos e o seguro aumentará várias vezes.

E agora a Rússia está deixando esse sistema [neocolonial], basicamente não há problemas com isso, temos tudo nosso. Agora, é apenas mais amplamente utilizado. Certamente há problemas, mas nada fundamentalmente complicado. Há muita gente [na Rússia] (148 milhões de cidadãos + 27 milhões de trabalhadores migrantes, estes últimos geralmente não são registrados nas estatísticas, mas vivem e trabalham no país há anos, e essa é a classe mais produtiva, jovens de 20 a 40 anos). As universidades, no ano passado, aumentaram o recrutamento de programadores para formar 100 mil profissionais todos os anos. É muito, na verdade.

No início de março, foi amplamente discutido no país que software pirata deveria ser permitido, dizem eles, em resposta a sanções. Mas o Ministério do Desenvolvimento Digital rejeitou tal proposta, dizendo que seria melhor introduzir software livre (leia), o que está certo, caso contrário, a pirataria prejudicaria a adoção de software livre.

A implementação está progredindo lenta mas seguramente. Em indústrias críticas, como sistemas de processamento de passaportes, tudo já é russo, não apenas software, mas até processadores. Existem regiões do país, por assim dizer experimentais, onde, por exemplo, todas as escolas já têm apenas Linux. Existem escolas onde até os processadores são apenas russos. O ponto principal é que, sim, é um grande programa governamental e não está abandonado. O principal objetivo é a transição para o software russo e livre.

Nesse ponto, como desenvolvedor brasileiro, sente muita inveja (no bom sentido) de meu colega russo. Aqui, temos além do golpe de Estado, uma classe média colonizada, sobretudo no serviço público e inclusive na esquerda, absurdamente resistente a tecnologia nacional ou livre. A luta contra a dominação imperialista jamais será efetiva sem passar por esta etapa de conquista da autonomia tecnológica.

ERP: É um conjunto de aplicativos ou módulos integrados para gestão dos principais processos de negócios de uma empresa, incluindo finanças e contabilidade, cadeia de suprimentos, recursos humanos, procedimentos, vendas, gestão de estoques e muito mais.
Lukoil: Segunda maior empresa de petróleo da Rússia.
Eping: Padrões de Interoperabilidade de Governo Eletrónico – define um conjunto mínimo de premissas, políticas e especificações técnicas que regulamentam a utilização da Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) na interoperabilidade de serviços de Governo Eletrónico.
Sistema Neocolonial Moderno: Se refere a relação com países imperialistas, onde o país colonizado além de depender tecnologicamente ao imperialismo, também submete às regras impostas por este.
IPO: Distribuição inicial de ações em uma bolsa de valores.
Os quatro grandes: São os quatro maiores países imperialistas europeus após a segunda guerra mundial:
Alemanha, França, Itália e Reino Unido.
ARM: Originalmente Acorn RISC Machine, e depois Advanced RISC Machine, é uma família de arquiteturas RISC desenvolvida pela empresa britânica ARM Holdings.
litografias/steppers: São equipamentos usados na técnica homóloga de confecção de circuitos integrados

https://www.causaoperaria.org.br/artigo ... -seu-pais/
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