José Prata Araújo (*)
O candidato José Serra e o PSDB querem convencer a população brasileira de que o ponto fraco da nossa economia são as contas externas, que chegam a caracterizar de “herança maldita”. Como assim? Que números o PSDB e seu candidato a presidente têm a apresentar aos brasileiros na questão crucial das reservas internacionais em dólares, principal indicador da saúde das contas externas? Os números dos governos Lula e FHC estão expressos na tabela abaixo. O governo Lula, para blindar a nossa economia contra as crises externas de grande magnitude, conseguiu acumular reservas em dólares como nunca antes nesse país, num total de US$ 257,298 bilhões.
Já o governo FHC, mesmo com todas as gentilezas oferecidas aos grandes capitalistas internacionais – taxa de juros de 45% ao ano, privatizações selvagens, dolarização de parte da dívida interna, dentre outras barbaridades - nunca conseguiu acumular reservas expressivas em dólares. Elas eram de apenas US$ 17 bilhões no final de 2002, sem os empréstimos do FMI. Foi por não possuir uma posição robusta nas reservas em dólares que o Brasil quebrou duas vezes com FHC, em crises de pequena intensidade e que não serão mais que notas de pé de página na história econômica, tendo o Brasil recorrido ao FMI e aceito suas políticas recessivas e privatistas.

O Brasil entre dois caminhos nas contas externas: seguir com Dilma e Lula com mais desenvolvimento econômico, fortalecimento das reservas internacionais e FMI nunca mais. O outro caminho é o retorno do neoliberalismo de Serra e FHC, com mais vulnerabilidade de nossa economia e o retorno ao FMI e seus ajustes privatistas e antipopulares.
(*) Economista mineiro e autor dos livros "O Brasil de Lula e o de FHC" e "Guia dos Direitos Sociais"
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