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Quando antecipou as eleições legislativas, Emmanuel Macron esperava que sua aliança de centro ganhasse as eleições na França.
Mas o tiro saiu pela culatra. Foi a esquerda que conseguiu cooptar esse eleitorado com a Nova Frente Popular.
E o presidente da França deve ficar refém da oposição nos três anos de mandato que tem pela frente.
O seu bloco de centro deve ficar em segundo lugar com 166 cadeiras assentos na Assembleia Nacional, espremido entre a maioria esquerdista (182 a 199) e a direita (143 a 150).
Macron deve ter mais dificuldades para governar com um Parlamento dividido, sem maiorias claras, dizem analistas.
“Perde Macron, não só porque a estratégia de chamar as eleições se mostrou um erro, um tiro no pé, mas porque agora ele terá ainda mais dificuldade de governar”, afirma a analista Carolina Pavese, doutora em Relações Internacionais pela London School of Economics.
“Ele está refém da oposição e não vai poder manter a estratégia que tem adotado de ignorá-la. Porque as oposições agora são maiores que ele. Isso vai obrigá-lo a estabelecer o diálogo para assegurar alguma governabilidade”, acrescenta.
Como nenhum dos blocos terá a maioria absoluta (289) para indicar o primeiro-ministro, o cenário é de incerteza e Emmanuel Macron ainda não indicou o que fará a partir de agora.
O presidente pode convocar a Nova Frente Popular para nomear o primeiro-ministro, mesmo sem maioria absoluta; compor um governo de especialistas sem vínculos partidários; ou buscar um governo de coalização.
O primeiro-ministro da França, Gabriel Attal, anuncionou que deixará o cargo na segunda-feira.
O resultado eleitoral mostrou um crescimento da esquerda e também da direita (já que na eleição passada teve 89 assentos e agora pode passar para 150) e o enfraquecimento do centro liderado por Emmanuel Macron.
Em 2022, a esquerda teve 130 cadeiras e em 2024 pode ter entre 182 a 199 cadeiras.
Em 2022, a direita teve 89 cadeiras e em 2024 pode ter entre 143 a 150 cadeiras.
E o grupo de Centro de Macron, terá menos cadeiras do que em 2022. Lembrando que foi ele que convocou as eleições legislativas nesse ano.
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