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Foi lançado o YouTube Space no Rio de Janeiro, um complexo voltado à realização de vídeos para a internet instalado no Armazém 1, junto à Praça Mauá.
Em uma área de 3.000 metros quadrados, funcionarão três estúdios e ilhas de edição, tudo recheado de equipamentos moderníssimos. “Queremos estimular a produção e aumentar a qualidade dos vídeos para a internet”, explica Livia Marquez, diretora do local.
O YouTube e sua empresa-mãe, o Google, mantêm sob sigilo absoluto o valor do investimento na estrutura, que deverá atrair produtores de conteúdo audiovisual para a web de todo o Brasil.
Nona unidade de YouTube Space inaugurada no mundo, a versão carioca é a maior fora dos Estados Unidos e só perde em tamanho para a de Los Angeles (a de São Paulo, de 2015, tem um décimo do tamanho).
A ambição do projeto é justificada pela relevância do Rio de Janeiro para a indústria audiovisual. Além de ser a sede da maior emissora de TV brasileira, a Globo, e concentrar milhares de prestadores de serviços ligados ao setor, a capital fluminense é a base de três dos dez youtubers mais seguidos do país — Felipe Neto, Porta dos Fundos e Parafernalha. “Faço sucesso há sete anos porque estudo tendências de mercado e comportamento desde sempre. Muita gente acha que para ser youtuber é só entrar no site e começar a ganhar dinheiro. Se a pessoa não encarar o seu canal como uma empresa, nada acontecerá”, diz Felipe Neto, cujo canal tem mais de 12 milhões de seguidores.
Criado há doze anos nos Estados Unidos, o YouTube tornou-se um colosso global ao ser comprado pelo Google por 1,65 bilhão de dólares um ano depois de sua fundação (seu valor de mercado hoje ultrapassa 100 bilhões de dólares).
Transformado em plataforma de exibição de registros de todo tipo, com tentáculos em 88 países e uma audiência que assiste a mais de 1 bilhão de horas de vídeos diariamente, o site passa por um processo de readequação de seu conteúdo.
O raciocínio é simples : vídeos de qualidade atraem mais parceiros comerciais — e (muito) dinheiro.
Ao valorizar os aspectos técnicos das produções, o site aproxima-se da linguagem da televisão. E, nessa estratégia, o YouTube Space tem um papel: mostrar aos jovens como fazer vídeos melhores.
No galpão do porto do Rio de Janeiro, por exemplo, haverá aulas e workshops gratuitos para ensinar a estruturar a forma e o conteúdo dos filmes, a desenvolver habilidades técnicas, gerenciar as redes sociais, pensar a construção da própria marca e criar engajamento com os fãs.
Para isso, conta-se com um time fixo de quatro professores e com palestrantes convidados. “Os eventos sociais como happy hours e festas promovidas no espaço são outro ponto alto, pois ajudam a fomentar o networking”, afirma Otávio Albuquerque, um dos gerentes do local.
O esforço do Google para alavancar o YouTube no país, o segundo maior mercado da marca, é parte de uma arrojada estratégia comercial.
De acordo com a consultoria ComScore, 98 milhões de brasileiros estão conectados com o YouTube, um volume que cresceu 54% nos últimos dois anos.
A maioria (96%) é de jovens de 18 a 35 anos das classes A, B e C.
Nos Estados Unidos, o site já é maior do que a TV a cabo para a faixa etária de 18 a 49 anos.
Graças à popularização das smart TVs, em que se navega na internet no próprio televisor, o tempo de visualização de vídeos on-line cresce 90% por ano.
Detalhe : quem assiste a conteúdos de moda, beleza e games é mais propenso a gastar dinheiro com compras, um dado que faz brilhar os olhos dos anunciantes. “Uma grande vantagem do mundo digital é a segmentação. Na internet, a marca pode escolher exatamente com qual nicho quer falar, enquanto na TV, por exemplo, o público está mais disperso”, compara o publicitário Washington Olivetto.