http://vejario.abril.com.br/edicao-da-s ... 7972.shtml

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Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro começa no dia
1 de setembro de 2011 e vai até o dia
11 de setembro de 2011.
Com atrações para todas as idades, é o maior evento literário do país. Durante os onze dias da mostra, segundo as previsões, cerca de 640 000 pessoas deverão passar pelos três pavilhões, com área total de 55 000 metros quadrados.
Depois de desembolsarem
12 reais pelo
ingresso (crianças pagam 6 reais), os visitantes que forem ao Riocentro encontrarão 125 000 títulos distribuídos em 950 estandes de exposição.
Além de conhecerem os lançamentos, garimparem raridades e descobrirem pechinchas, poderão usufruir uma extensa programação cultural, na qual foram investidos 4,2 milhões de reais, quase o dobro da edição passada.
Talk-shows, debates, apresentações, saraus poéticos, leituras dramatizadas e contação de histórias animarão um auditório e cinco espaços destinados aos encontros entre autores e seus leitores. O número de convidados que participarão de conferências e sessões de autógrafos também está mais encorpado. Serão 171, dos quais 21 vindos de outros países. Estarão lá de campeões de vendas nacionais, a exemplo da jornalista Miriam Leitão, a autores de best-sellers globais como William P. Young, de A Cabana e Anne Rice, conhecida por Entrevista com o Vampiro.
Conscientes da disputa duríssima travada com a internet, a televisão e os videogames pela atenção dos leitores infantis, os organizadores se esforçaram para inovar no formato das atrações. A mais vistosa leva o nome de Maré de Livros, um espaço interativo erguido ao custo de 1,5 milhão de reais e com capacidade para receber 4 500 pessoas por dia. Essa novidade promete um mergulho no universo literário com a ajuda de recursos tecnológicos, projeções e efeitos sonoros. O circuito começa em trilhas cujo percurso é pontuado por grandes fitas com palavras impressas que levam a um módulo central, uma espécie de aquário. Rodeado por um painel eletrônico coberto com figuras de inspiração marinha, o visitante pode tocar nas imagens e abrir textos como nos sistemas touch screen dos celulares e computadores portáteis. A experiência termina numa sala com teclados gigantes com sinais de linguagem icônica (símbolos usados na troca de mensagens pela internet) que se transformam em frases. “A ideia é fortalecer o gosto pela leitura a partir de uma ação de impacto”, explica o historiador e filósofo João Alegria, responsável pela instalação. Outra inovação é a área batizada de Bienal Digital, onde será possível experimentar o prazer da leitura num livro eletrônico. Em seus 120 metros quadrados, diversos modelos de tablet estarão à disposição dos interessados. Embora esse mercado ainda seja diminuto, o horizonte é gigantesco. Só o site Submarino, uma das três empresas que comercializam os downloads de obras literárias, já tem disponível um acervo de 5 000 títulos nacionais e cerca de 2 milhões estrangeiros. “Não podemos ignorar a ferramenta. Há dois anos, esse tipo de aparelho eletrônico era apenas uma promessa. Hoje, é uma realidade”, afirma Tatiana Zaccaro, gerente da Fagga, empresa que montou as instalações.
Criada em 1983 como um evento de proporções modestas no Copacabana Palace, a Bienal nasceu com 86 expositores — menos de um décimo do número atual. Ela cresceu e se multiplicou à medida que deixou de ser um encontro voltado unicamente para a promoção do mercado editorial e se transformou em um grande acontecimento para o leitor. A cada edição, ele é brindado com mais atrações que o aproximam das estrelas da festa, os autores. Lançado em 2009, o espaço Mulher e Ponto, que se propõe a discutir temas ligados ao universo feminino, por exemplo, terá neste ano quinze debates. Com a curadoria da jornalista Sonia Biondo, do programa Superbonita, do canal GNT, estarão em pauta assuntos como sexo, bullying, redes sociais, economia e literatura, claro.
A expectativa é que, ali dentro, a presidente Dilma Rousseff fale à jornalista Mônica Waldvogel sobre sua relação com os livros, logo após a inauguração da exposição. Sucesso na última Bienal, a série de leituras dramatizadas também terá uma programação ampliada. Diariamente, textos clássicos serão interpretados por atores conhecidos. Poderão ser ouvidos, entre outros, Rubem Braga na voz de Marcello Antony, Graça Aranha na de Julia Lemmertz e Lima Barreto interpretado por José Wilker. “A leitura é fundamental para o desenvolvimento das pessoas, e eu farei o que puder para estimulá-las a ler mais. Principalmente aqui no Brasil, onde infelizmente ainda se lê pouco”, diz Wilker.