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Depois do anúncio, por parte de Donald Trump, de que irá taxar produtos importados do Brasil em 50%, empresas, importadores e supermercados americanos estão se vendo obrigados a fazer cálculos sobre quanto terão de gastar para garantir um simples ritual : o cafezinho do começo do dia.
Como maior mercado de café do mundo, os Estados Unidos consomem quase US$ 20 bilhões do produto todos os anos. O Brasil abastece entre 20% e 30% desse total, com cerca de 8,1 milhões de sacas anualmente.
Não por acaso, o anúncio de Donald Trump já mexeu com o mercado, e o setor importador admite que, com uma taxa de 50 %, o produto brasileiro elevaria o preço geral do segmento.
Ciente de que não tem alternativas, o governo Donald Trump indicou em junho que abriria exceções nas tarifas para commodities consideradas estratégicas. O café seria uma delas.
Mas, com a crise política com o Brasil, não há sinalizações, por enquanto, de que haja espaço para uma negociação.
O setor, portanto, já pensa no impacto que um fracasso nas negociações poderia ter. Ainda em abril, o CEO da Keurig Dr Pepper, Tim Cofer, admitiu que o café teria uma elevação de preços no segundo semestre. Mas ninguém imaginaria que a taxa sobre o Brasil seria de 50%.
Uma análise publicada pela TD Cowen indicou que a nova tarifa, caso entre em vigor em 1º de agosto, significaria um aumento de 0,5% no custo da Starbucks —22% de seu café vem do Brasil. Alguns produtos poderiam ver um incremento de preço de 3,5%. No geral, as novas tarifas podem prejudicar os lucros da Starbucks em 1,4%.
Uma alternativa seria ampliar a importação do café do Vietnã, país que fechou um acordo com Donald Trump. Mas os asiáticos abastecem apenas 8 % do mercado americano.
Outro setor que começa a fazer os cálculos é o de laranja. Hoje, mais da metade do suco de laranja vendido nos Estados Unidos vem do Brasil, e a nova taxa representaria um encarecimento imediato do produto nas prateleiras.
Jorge Viana, presidente da Apex, considera que as tarifas também teriam um efeito negativo para os americanos e cita justamente o segmento da laranja como exemplo. "A dependência [dos americanos] é absurda", disse. Sua avaliação é de que uma saída negociada terá de ser encontrada.
A tarifa contra a laranja brasileira ainda vem num momento ruim para o setor nos Estados Unidos. No começo do ano, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos previu que a colheita de laranja dos Estados Unidos atingiria o nível mais baixo em 88 anos.
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A possível perda de US$ 23 bilhões em negócios com os Estados Unidos — segundo maior destino das exportações brasileiras — até 2026 está levando empresários a pressionar o governo de Lula (PT) a buscar negociações diplomáticas para reverter o tarifaço de Donald Trump.
Mas os empresários devem enfrentar a relutância do petista, que pretende aplicar a Lei de Reciprocidade Econômica.
A sobretaxa de 50 % em todos os produtos importados do Brasil a partir de 1º de agosto pode reduzir as exportações do país em cerca de US$ 6,5 bilhões neste ano e outros US$ 16,5 bilhões em 2026, totalizando US$ 23 bilhões em perdas até o fim do ano que vem, segundo cálculos da XP Investimentos.
Os exportadores de produtos de maior valor agregado devem sentir mais os efeitos negativos da medida de Donald Trump.
"Siderurgia, automotivo, mineração, aeronáutico e petróleo estão entre os mais afetados, devido à alta dependência do mercado norte-americano", diz Jackson Campos, diretor de relações institucionais na AGL Cargo e especialista em comércio exterior.
“O aumento das tarifas eleva custos, reduz competitividade e gera insegurança comercial. O empresariado brasileiro precisará diversificar mercados, buscar acordos bilaterais mais robustos e adotar estratégias de mitigação de risco para enfrentar o novo cenário geopolítico e comercial mais protecionista", diz Jackson Campos.
O tarifaço de Donald Trump pegou de surpresa muitos setores. Um dos mais preocupados é a indústria de petróleo e derivados. A commodity é o principal produto exportado para a maior economia global.
O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, entidade representativa do setor, defende o diálogo aberto entre as lideranças brasileiras e norte-americanas para encontrar uma solução diplomática e preservar o fluxo comercial entre as duas maiores economias do continente.
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) também se manifestou em defesa do diálogo e entendimento entre Brasil e Estados Unidos. “É fundamental que os canais diplomáticos e institucionais sejam mobilizados para restabelecer o ambiente de confiança e previsibilidade que sempre caracterizou a relação bilateral. O caminho do entendimento sempre é o mais construtivo e duradouro”, diz nota da Abit.
A preocupação em relação ao tarifaço de Donald Trump também tomou conta do agronegócio brasileiro, apesar de os Estados Unidos não serem um dos principais clientes. Há risco de aumento de custos de insumos e, consequentemente, inflação para o consumidor.
A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) diz que, se a nova tarifa for de fato implementada, haverá “efeitos profundos no campo e na mesa dos brasileiros”.
“Os Estados Unidos são um parceiro estratégico do Brasil, principalmente no setor agropecuário. Exportamos carnes, café, suco de laranja, etanol de milho e aeronaves da Embraer, que dependem de peças americanas. O aumento nas exportações de carnes influencia diretamente o consumo de soja e milho, já que a engorda de aves e suplementação nutricional com rações e o confinamento bovino são cada vez mais utilizados no Brasil”, afirma a nota da Aprosoja.
“Importamos dos Estados Unidos combustíveis prontos, como óleo diesel, gasolina e nafta, essenciais para a produção agrícola e o transporte de alimentos, desde a lavoura até os centros de distribuição. Um encarecimento desses insumos elevará os custos de produção e poderá impactar os preços dos alimentos, agravando a inflação", enfatiza a associação.
A entidade ressalta ainda que o Brasil importa máquinas agrícolas de alta tecnologia e componentes como chips, processadores e sistemas avançados, fundamentais para a competitividade do agro brasileiro. “Barreiras comerciais podem dificultar esse acesso e travar a inovação no campo.”
Com a inflação em alta, a Aprosoja alerta ainda para um risco de novo aumento da taxa básica de juros (Selic), encarecendo ainda mais o crédito rural, que já está entre os mais caros da história recente. “Isso desestimula o produtor, que enfrenta margens negativas e uma das maiores crises do setor nos últimos 20 anos.”
O presidente da Sociedade Rural Brasileira, Sérgio Bortolozzo, afirma que a decisão causa apreensão e exige atenção imediata do governo brasileiro. “Não é bom para o Brasil, nem para os Estados Unidos. Temos uma posição confortável, já que somos o principal fornecedor de café e carne bovina para o país, mas será necessário um acordo muito bem coordenado para reverter isso”, diz. O caminho, segundo ele, passa por negociações diplomáticas.
O presidente interino da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Eduardo Perin Meneguette, também defende que o governo aja para garantir a segurança do setor. “A sobretaxa dos Estados Unidos às exportações brasileiras acende um sinal de alerta […] Essa medida pode prejudicar nossos produtores e comprometer a presença do Brasil no mercado internacional”, declarou.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, a decisão do governo americano reflete uma “falta de diplomacia brasileira e de visão estratégica do governo”. Ele considera que faltou agilidade por parte do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em buscar o diálogo com a gestão de Donald Trump.
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https://www.estadao.com.br/politica/col ... com-china/
A ausência do presidente da China, Xi Jinping, na Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, frustrou acordos bilaterais previstos pelo governo de Lula (PT).
A expectativa no governo brasileiro era de que Xi Jinping aproveitaria a visita em nível de chefe de Estado para destravar desde aberturas de mercado a anúncios de investimento e acordos de cooperação técnica entre os países.
Em infraestrutura, havia a previsão de investimento bilionário da China em ferrovias no Brasil, o que acabou se concretizando apenas em memorando para realização de pesquisa e planejamento sobre um sistema de transporte integrado no Brasil.
No agronegócio, eram esperados pelo menos alguns quatro grandes anúncios: a abertura de mercado da China para miúdos suínos do Brasil e para cálculo biliar bovino (pedra de fel); a revisão do protocolo de exportação de carnes entre os países (assinado em 2015); a retomada da compra de frango brasileiro após o encerramento do caso de gripe aviária no Brasil; e a habilitação de frigoríficos para exportação de carne suína e farinhas de aves e suínos.
Foi a primeira vez que Xi Jinping não participou da cúpula do Brics.
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https://www.cnnbrasil.com.br/politica/b ... -diz-apex/
O presidente da Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), Jorge Viana, afirmou que o governo brasileiro pode solicitar aos Estados Unidos um prazo de 90 dias para discutir a tarifa de 50 % anunciada por Donald Trump sobre produtos brasileiros.
E, de acordo com o jornalista da CNN Brasil, Gustavo Uribe, o governo brasileiro trabalha com cenários de negociações.
Um desses cenários seria um pedido de adiamento da imposição da nova tarifa, que entraria em vigor a partir do dia 1º de agosto de 2025.
O Brasil também avalia discutir a redução da tarifa, de 50 % para 30 %, e a criação de cotas de exportação para, pelo menos, café e laranja.
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https://www.gazetadopovo.com.br/economi ... da-brasil/
Produtores brasileiros que exportam para os Estados Unidos podem encontrar alívio ao tarifaço de 50 % anunciadas por Trump com uma ajuda de empresários norte-americanos.
Temendo o aumento imediato nos preços de insumos brasileiros, eles tendem a negociar cotas e exceções com Washington, o que pode beneficiar a produção brasileira.
Segundo Oliver Stuenkel, professor da Escola de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas, a mobilização do setor privado americano será fundamental.
Com as novas tarifas, projeta-se alta nos preços em várias atividades — como construção civil, manufatura, alimentos e bebidas.
Já há expectativa de mobilização por parte de empresários e governos estaduais da Flórida, Geórgia, Michigan, Ohio e Texas.
Associações produtoras de café, por exemplo, buscaram suas similares americanas para chegar a uma solução negociada.
“A grande esperança é que os compradores [americanos] possam fazer esse trabalho para o Brasil”, afirma o professor.
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e a National Coffee Association (NCA) — entidade norte-americana que representa torrefadores, varejistas, fornecedores e grandes empresas — estudam uma solução alternativa para o setor.
O objetivo da negociação é incluir o café em uma lista de exceções às tarifas, com o argumento de que o produto não é produzido nos Estados Unidos, país que é o maior comprador mundial da commodity.
No Brasil, o café lidera as exportações do agronegócio para os Estados Unidos.
No setor de alimentos, a alta de preços afetaria itens como café, suco de laranja e carne enlatada.
A indústria da construção civil americana deve ser uma das mais atingidas. Insumos como cimento, aço, madeira, pedras ornamentais, parafusos e materiais de acabamento terão aumento imediato de custos. Empresas da Flórida e Geórgia, por exemplo, podem ver os preços do cimento dispararem, o que afetaria obras públicas e obras privadas.
A indústria automotiva pode ser afetada, ainda que não compre peças prontas do Brasil. A alta do aço importado pressiona os custos das montadoras.
Relatório do analista Andrew Charles, da TD Cowen, estima que o lucro da Starbucks pode cair 1,4% com a alta do café — produto no qual o Brasil lidera as exportações para os Estados Unidos, com 22 % do total em 2024. No entanto, William Castro Alves lembra que commodities como o café podem ser facilmente substituídas por produtos da Colômbia, Etiópia ou Indonésia.
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https://noticias.uol.com.br/politica/ul ... arifas.htm
Os setores do agronegócio mais afetados pelo tarifaço de Donald Trump contrataram escritórios de lobby nos Estados Unidos.
Eles vão se unir ao setor privado norte-americano para tentar costurar uma solução.
A iniciativa foi adotada por produtores de açúcar, café, carne e suco.
A intenção é unir forças com o setor privado americano para fazer chegar a Donald Trump que a economia dos Estados Unidos também sairá perdendo com as sobretaxas de 50 %, revelaram parlamentares da bancada ruralista.
O argumento será mostrar que o tarifaço ameaça empregos nos Estados Unidos. Um deputado que representa o agro brasileiro contou que será argumentado a Donald Trump que há risco de aumento de preços nos produtos agrícolas que o país compra do Brasil.
O trabalho já começou. Os escritórios de lobby contratados pelo agro brasileiro estão apresentando estudos para empresários das cadeias de produção de seus setores nos Estados Unidos.
O passo seguinte é visitar congressistas americanos. O país aceita financiamento privado e as associações do agronegócio são bem-organizadas. Financiam campanhas e têm capacidade de pressão.
O plano é essas entidades convencerem os congressistas que ajudaram a eleger sobre os prejuízos para a economia dos Estados Unidos.
O café da manhã dos americanos ficará mais caro porque o suco de laranja e o café serão sobretaxados.
Terminada esta fase, os congressistas americanos acionam o governo do presidente Donald Trump. A expectativa é que eles consigam sensibilizar as autoridades a reverter o tarifaço ou ao menos adiar seu início.
Empresários norte-americanos têm reclamado das tarifas. A maior entidade de empresários do mundo, a Câmara de Comércio dos Estados Unidos, se uniu a empresários brasileiros para pedir o fim das tarifas. A instituição tem hoje quase 3 milhões de associados.
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https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2 ... asil.shtml
Uma distribuidora de suco de laranja nos Estados Unidos acionou a Justiça contra a aplicação de tarifas de 50 % sobre produtos importados do Brasil anunciada pelo presidente Donald Trump.
A sobretaxa está prevista para ser implementada no dia 1º de agosto de 2025.
As empresas Johanna Foods e Johanna Beverages afirmam que Donald Trump usou um argumento na divulgação das taxas que não justifica a aplicação da sobretaxa sem a autorização do Congresso americano.
A ação foi protocolada na última sexta-feira no Tribunal de Comércio Internacional dos Estados Unidos e pede que a corte reconheça que a tarifa foi aplicada de forma irregular e declare sua nulidade. É a primeira contestação de uma empresa americana às tarifas aos produtos brasileiros.
Além disso, a empresa americana afirma que o presidente Donald Trump não declarou emergência nacional nem apontou qualquer ameaça incomum ou extraordinária vinda do exterior que justificasse a imposição da tarifa com base na segurança nacional, política externa ou econômica.
A companhia argumenta que, caso as sobretaxas entrem em vigor, ela teria os gastos com suco de laranja não concentrado importado do Brasil ampliados em cerca de US$ 68 milhões (R$ 380 milhões) no próximo ano.
Segundo a empresa, caso as tarifas vão adiante, ela precisará aumentar os preços para o consumidor final em até 25 %.
"A tarifa ao Brasil resultará em um aumento significativo — e possivelmente proibitivo — no preço de um alimento básico do café da manhã americano", afirma a petição.
A Johanna Foods alerta ainda para possíveis demissões, redução na produção e riscos à continuidade de suas operações, que sustentam cerca de 700 empregos nos estados de Nova Jersey e Washington.
Na petição protocolada no tribunal, a empresa afirma ser responsável pela produção de sucos de fruta e bebidas e iogurtes e são fornecedores de suco a gigantes varejistas, como "Aldi, Walmart, Sam’s Club, Wegman’s, Safeway e Albertsons".
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https://economia.uol.com.br/colunas/ama ... amento.htm
Em reuniões técnicas com autoridades americanas nos últimos dias, o Brasil propôs excluir do tarifaço que deve entrar em vigor no dia 1º de agosto de 2025 os setores mais sensíveis ao aumento da taxação.
Entre eles estão : aço, alumínio, pescados, fruta, carne, suco de laranja, e a Embraer.
A proposta do governo brasileiro é "reduzir a tarifa [de 50%] ou manter em 10% e adiar a sobretaxa.