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A disparada no preço do café nos Estados Unidos e a pressão das principais torrefadoras do país ajudaram a empurrar o tema das tarifas sobre o produto para o centro da agenda da Casa Branca.
Após semanas de lobby empresarial, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu "baixar algumas tarifas sobre o café" em entrevista à Fox News.
A promessa de Donald Trump ocorre em meio à maior inflação do café em duas décadas: o café subiu 21 % em outubro, nove vezes a média geral da inflação no país, pressionando consumidores e indústrias que dependem do grão importado.
"Nós vamos baixar algumas tarifas sobre o café e vamos ter algum café entrando [nos Estados Unidos]", disse Donald Trump à Fox News, sem citar o Brasil especificamente. "Vamos cuidar de tudo isso muito rápido".
De acordo com o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, a fala de Donald Trump é positiva, mas não resolve a crise. Os produtores brasileiros, responsáveis por 40 % das exportações globais, ainda esperam uma medida concreta.
"O que pedimos é que Brasil e Estados Unidos anunciem [formalmente] ao mercado que a negociação efetivamente começou, com o exemplo da isenção de grandes e importantes produtos, como o café. Isso é factível, e ambos os países querem", afirmou.
O lobby dos importadores americanos, liderado pelas quatro principais indústrias torrefadoras dos Estados Unidos, tem sido dirigido diretamente ao Departamento de Comércio e ao USTR (órgão da Casa Branca responsável por formular e executar a política comercial americana, e que define tarifas de importação).
Nesta quarta-feira, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou que haverá redução em tarifas sobre determinados produtos que têm pressionado as finanças domésticas dos norte-americanos. Entre elas, estaria o café do Brasil.
Um terço do todo o café consumido nos Estados Unidos é importado do Brasil.