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João Neto (Eng. Camin)
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Mensagem por João Neto (Eng. Camin) » 16 Nov 2024, 17:46

Mistureba de assuntos pra convencer o trabalhador que 6x1 é bom pra ele... Estratégia TDAH? kkkkkkk

Sobre PEC das Domésticas: ainda que tenha empurrado para a informalidade, trabalhar como diarista é muito mais rentável e saudável do que a situação anterior, que era morar na casa da patroa trabalhando 24 horas por dia (resquício do Brasil do Séc XIX).

Nos pequenos e médios negócios, já predomina a informalidade. Na academia de bairro onde frequento, não tem quase ninguém de carteira assinada.

O fim da escala 6x1 vai afetar realmente as grandes empresas de serviços, que concentram a maior parte do mercado, que funcionam todos os dias, e que são mais fiscalizadas: supermercados, shoppings, hotéis e farmácias.

Farmácia de bairro já foi engolida pelas grandes redes há muito tempo. Raia, Drogasil, São Paulo, Pague Menos, Nissei... Essas aí tem recorde de lucros todo ano. O mesmo vale para os supermercados: Carrefour, Assaí, Pão de Açúcar, Muffato, Grupo Mateus etc. O mesmo vale para os hoteis Ibis, Mercure, Novotel (todas do mesmo dono), Intercity...

Sobre possível aumento de preços: existe um limite de aumento de preços pela livre concorrência. A menos que exista cartel, as empresas competem pelo preço mais baixo. Uma empresa X pode fechar 1 dia da semana para não ter que contratar mais gente, e assim "não repassar pro cliente", e ganhar fatia de mercado pelo preço mais barato.

O que pode aumentar o preço de verdade é se houver o aumento de contratações (o que é ótimo!). Seria a inflação por demanda: mais gente com dinheiro e tempo para consumir, e poucos produtos para tanta gente comprar.

E vamos fazer o exercício contrário: será que bancos, restaurantes e parques de diversões cobrariam mais barato se abrissem todos os dias?
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Mensagem por E.R » 17 Nov 2024, 01:06

Restaurantes abrem todos os dias (com raríssimas exceções, de alguns que não abrem).

Tem muitos jovens com 18, 19 anos que entram na faculdade, ficam 1 ou 2 anos e depois desistem e prestam vestibular para outro curso. Entrar com 16, 17 ou 18 ou 19 não muda muita coisa, tem pessoas que são convictas do caminho profissional desde jovem e outras não, não faz diferença entrar na faculdade dois anos antes.

Em algumas áreas, tem poucas pessoas qualificadas sim, tanto que algumas empresas são obrigadas a contratar estrangeiros - https://g1.globo.com/jornal-hoje/notici ... pais.ghtml

https://www.cnnbrasil.com.br/economia/m ... -pesquisa/

Para qualificar mais os brasileiros, teria que ter incentivo do governo (como falei na página anterior, um bolsa escola parecido com o bolsa família, para pessoas que comprovarem que estão fazendo ensino técnico e profissional para se qualificar - e existiria um prazo para receber esse benefício, pois esses cursos profissionais teriam um tempo determinado para a pessoa concluir o curso) e mais cursos no país (pois ainda tem poucos, o dinheiro de impostos de empresas poderia ir uma parte para sistema S - Senac, SESC e para institutos de ensino técnico (como Instituto PROA).

Muitos empregos são gerados por pequenos e médios empresários, é o empresário que resolve abrir uma lojinha que vende lâmpadas, abajur, e outros produtos de iluminação, é o outro empresário que resolve abrir uma loja com máquinas de lavar, e aí cria um novo emprego, nesse caso, a mudança de escala para 5 x 2, na prática, o próprio dono da pequena empresa é que vai acabar trabalhando duas vezes por semana em seu negócio e deixar seu funcionário trabalhar 5 vezes.

Em uma farmácia, o que pode acontecer : a farmácia tem 3 caixas, vai demitir uma funcionária e vai fazer com que as duas outras funcionárias trabalhem sozinhas (ao invés de trabalharem juntas), vai revezar com uma trabalhando 4 dias na semana (e na outra semana trabalhando 3 dias) e a outra que numa semana trabalhou 3 dias (na outra semana vai trabalhar 4 dias).

No final da história, a farmácia não vai contratar ninguém, vai demitir uma funcionária e vai dar um aumento salarial (que não vai ser grande, vai ser de acordo com o teto do salário mínimo) para as outras duas funcionárias.

Com relação à doméstica x diarista, a diferença é que a doméstica com carteira assinada, o chefe poderia pagar a previdência dela para quando se aposentar, fazendo o trabalho de diarista, não tem pagamento de previdência, a não ser que a diarista resolva pagar previdência particular por conta própria.

A diarista acaba trabalhando mais, pois se vai a 4 ou 5 casas diferentes, cada cliente vai querer que ela faça o serviço completo (varrer e lavar toda a casa, lavar a roupa, passar a roupa - talvez seja o pior serviço esse de passar roupa), se numa casa ela fazia esse serviço mais pesado uma vez na semana, vai ter que fazer serviço pesado em 4 ou 5 casas diferentes - ou seja, vai ser serviço pesado quase todo dia - pois as pessoas não tem mais uma pessoa todo dia em suas casas - aí quando a pessoa vai uma vez na semana na casa, acaba tendo muito serviço para fazer.

As pessoas sempre associam patrões malvadões com domésticas, eu conheço pessoas maravilhosas, que ajudam financeiramente funcionários idosos que não teriam mais lugar no mercado de trabalho, já vi pessoas bancando a educação de filhas de pessoas que trabalhavam como domésticas em suas casas, que depois conseguiram passar em concursos e ter uma profissão, outras pessoas ricas que levam babás para cuidar de seus filhos em viagens internacionais (e elas acabam usufruindo das viagens também em muitos aspectos), não tem só pessoas más (como a Paula Lavinge) nesse tipo de relação.

E não, as empresas não vai querer ter aumento da inflação com aumento de consumo, o que mais se vê na prática é pacote de biscoitos diminuindo de tamanho, é pasta de dente diminuindo de tamanho para manter o preço, caixa de bombons com menos bombons para manter o preço, e as empresas que vão reduzir os quadro de funcionários e mudar a escala de trabalho dos que ficarem na empresa para cumprir uma possível exigência de uma nova lei.

Exemplo : a padaria que tinha 2 funcionários todos os dias para atender os clientes vai ficar com 1 funcionário por dia sobrecarregado de trabalho para atender a todos (esse funcionário que trabalhava 5 ou 6 dias na semana vai passar a trabalhar 4 dias na semana, porém vai trabalhar muito mais e com mais pressão e o funcionário que trabalhava ao lado dele, vai passar a trabalhar na mesma empresa nos dias de folga do companheiro de trabalho).

Os clientes da padaria vão demorar mais tempo para serem atendidos.

O mesmo vale para as caixas da padaria, se antes tinha duas caixas para receber o pagamento, vai passar a ter apenas uma caixa por dia (a mesma também vai estar mais sobrecarregada de serviço) e se der algum problema no sistema da caixa (e precisar reiniciar o computador), a demora para atender os clientes vai ser ainda maior. As duas caixas vão manter o emprego porém iriam trabalhar menos dias na semana, e a sobrecarga de trabalho seria muito maior em cada dia trabalhado.

Na prática, o cliente é que vai se dar mal na história, que é o que sempre acaba acontecendo aqui no Brasil.

A demora no atendimento será maior, e dependendo da falta de tempo do cliente (EX : estudantes que resolvem comprar alguma coisa para comer ou beber antes da aula, mas enxergam uma fila grande para pagar, desistem de comprar pois tem que entrar na escola na hora; o mesmo para funcionários de uma empresa que ainda batem ponto na carteira ao entrar na empresa, também podem desistir de comprar algo, e por aí vai).

Falaram "que feche se não tem condição de bancar", muitas lojas de pequenos empresários às vezes são as únicas lojas daquele bairro que fornece um determinado tipo de serviço ou que vende determinado tipo de produto naquele bairro, se uma loja como essa fecha, a pessoa vai ser obrigada a comprar determinado produto só se for a outro bairro. Ás vezes, pode ser uma loja de conserto de computador e de celular, ou um local que conserta calçados, pois o pequeno empresário geralmente monta seu negócio buscando o que falta naquele bairro.

Na prática, o que vai acontecer se tiver mudança na legislação : os funcionários podem trabalhar menos dias na semana, porém nos dias em que trabalharem vão trabalhar muito mais (pois um possível companheiro de trabalho vai estar folgando no dia em que ele trabalhar).
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Mensagem por Barbano » 19 Nov 2024, 14:33

Louca da Escada escreveu:
16 Nov 2024, 10:08
E, se a empresa não tem competência pra montar uma escala razoável para todos dentro de um 5x2 ou não tem como pagar um salário digno para todos, que ela pereça mesmo. É a meritocracia a todo vapor, ué 😜
Famoso capitalismo selvagem.

Mas as consequências para a economia, para os trabalhadores e para a sociedade não seriam das melhores. Boa parte dos funcionários trabalha em empresas pequenas...
João Neto (Eng. Camin) escreveu:
16 Nov 2024, 17:46
Nos pequenos e médios negócios, já predomina a informalidade. Na academia de bairro onde frequento, não tem quase ninguém de carteira assinada.

O fim da escala 6x1 vai afetar realmente as grandes empresas de serviços, que concentram a maior parte do mercado, que funcionam todos os dias, e que são mais fiscalizadas: supermercados, shoppings, hotéis e farmácias.

Farmácia de bairro já foi engolida pelas grandes redes há muito tempo. Raia, Drogasil, São Paulo, Pague Menos, Nissei... Essas aí tem recorde de lucros todo ano. O mesmo vale para os supermercados: Carrefour, Assaí, Pão de Açúcar, Muffato, Grupo Mateus etc. O mesmo vale para os hoteis Ibis, Mercure, Novotel (todas do mesmo dono), Intercity...
Muito reducionista essa análise. Mercado de trabalho no setor de serviços tá bem longe de se resumir às grandes redes de supermercados, farmácias e hotéis.

O que mais tem é estabelecimento que abre 6 dias na semana, e que é empresa pequena (mas que tem trabalhadores formalizados). É o caso de açougues, padarias, barbearias, adegas, lanchonetes, sorveterias, bares, cafeterias, pet shop, etc. Fim da escala 6x1 afetaria muitos pequenos negócios.
João Neto (Eng. Camin) escreveu:
16 Nov 2024, 17:46
Sobre possível aumento de preços: existe um limite de aumento de preços pela livre concorrência. A menos que exista cartel, as empresas competem pelo preço mais baixo. Uma empresa X pode fechar 1 dia da semana para não ter que contratar mais gente, e assim "não repassar pro cliente", e ganhar fatia de mercado pelo preço mais barato.
Não tem milagre. Se a empresa fecha um dia da semana, o faturamento cai. Se o faturamento cai e o custo com mão de obra segue o mesmo, ela vai ter um peso maior no custo operacional da empresa, e isso vai ser repassado ao consumidor.

Vai ter empresa optando por abrir menos dias, vai ter empresa optando por contratar mais gente, mas no final o resultado é o mesmo: custo sendo repassado ao consumidor.
João Neto (Eng. Camin) escreveu:
16 Nov 2024, 17:46
E vamos fazer o exercício contrário: será que bancos, restaurantes e parques de diversões cobrariam mais barato se abrissem todos os dias?
E não abrem todos os dias?

Banco tá lá fisicamente de segunda a sexta, mas tá 24 horas no online. Você acha mesmo que para você poder fazer um pix no domingo nenhum funcionário do Itaú vai estar lá de plantão, garantindo que os serviços vão estar de pé?

Restaurante e parque de diversões precificam de acordo com a demanda. No domingo a demanda é maior e o preço sobe. Mas vale o que eu disse acima: abrindo um dia a menos o faturamento cai. Se o custo com mão de obra se mantém, o valor rateado por cliente aumenta, e isso vai ser repassado.

Aí é questão de escolha da nossa sociedade: topamos ter um poder de compra menor em troca de trabalhar menos e ter mais qualidade de vida? Se sim, tá tudo certo.
E.R escreveu:
17 Nov 2024, 01:06
Com relação à doméstica x diarista, a diferença é que a doméstica com carteira assinada, o chefe poderia pagar a previdência dela para quando se aposentar, fazendo o trabalho de diarista, não tem pagamento de previdência, a não ser que a diarista resolva pagar previdência particular por conta própria.

A diarista acaba trabalhando mais, pois se vai a 4 ou 5 casas diferentes, cada cliente vai querer que ela faça o serviço completo (varrer e lavar toda a casa, lavar a roupa, passar a roupa - talvez seja o pior serviço esse de passar roupa), se numa casa ela fazia esse serviço mais pesado uma vez na semana, vai ter que fazer serviço pesado em 4 ou 5 casas diferentes - ou seja, vai ser serviço pesado quase todo dia - pois as pessoas não tem mais uma pessoa todo dia em suas casas - aí quando a pessoa vai uma vez na semana na casa, acaba tendo muito serviço para fazer.
Eu duvido que alguém prefira o trampo de doméstica do que de diarista. Só se a pessoa for muito acomodada. :lol:

Diarista consegue tirar 4k por mês brincando. A minha vai trabalhar de IX35. Já doméstica quando ganha 2k é muito.

E sim, INSS é só pagar por fora. Se abrir MEI vai dar coisa de 80 reais por mês, é irrisório comparado ao ganho de renda.
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Mensagem por João Neto (Eng. Camin) » 20 Nov 2024, 18:20

Barbano escreveu:
19 Nov 2024, 14:33
Não tem milagre. Se a empresa fecha um dia da semana, o faturamento cai. Se o faturamento cai e o custo com mão de obra segue o mesmo, ela vai ter um peso maior no custo operacional da empresa, e isso vai ser repassado ao consumidor.

Vai ter empresa optando por abrir menos dias, vai ter empresa optando por contratar mais gente, mas no final o resultado é o mesmo: custo sendo repassado ao consumidor.

Banco tá lá fisicamente de segunda a sexta, mas tá 24 horas no online. Você acha mesmo que para você poder fazer um pix no domingo nenhum funcionário do Itaú vai estar lá de plantão, garantindo que os serviços vão estar de pé?

Restaurante e parque de diversões precificam de acordo com a demanda. No domingo a demanda é maior e o preço sobe. Mas vale o que eu disse acima: abrindo um dia a menos o faturamento cai. Se o custo com mão de obra se mantém, o valor rateado por cliente aumenta, e isso vai ser repassado.

Aí é questão de escolha da nossa sociedade: topamos ter um poder de compra menor em troca de trabalhar menos e ter mais qualidade de vida? Se sim, tá tudo certo.

Diarista consegue tirar 4k por mês brincando. A minha vai trabalhar de IX35. Já doméstica quando ganha 2k é muito.
Primeiro mito é achar que o faturamento dos pequenos comércios vai cair... Afinal, se os seus clientes estão tendo 2 dias de folga no trabalho deles, a tendência será consumir mais!

Por exemplo, uma funcionária 6x1 de farmácia não tem tempo de fazer unha no salão, fazer luzes no cabelo etc. Agora vai ter!

Vai ter tempo de conhecer gente no Tinder, comprar uma roupa nova para sair, ir numa pizzaria na terça-feira etc.

Aqui perto de casa tem uma pizzaria nova que começou abrindo toda noite, de domingo a domingo... Depois passou a fechar na segunda pelo baixo movimento... Agora já está fechando na terça... Falta gente para consumir nestes dias. Falta demanda. Eles gastam mais deixando a loja aberta do que fechada nesses dias (é como abrir o Maracanã para um show de Gretchen... melhor deixar fechado e evitar o prejuízo).

Com o aumento da demanda que deve acontecer após o fim do 6x1, será a oportunidade de a pizzaria e o salão de beleza montarem um bom plano de negócios, e avaliarem se vale a pena chamar um empregado freelancer para quebrar o galho na segunda e/ou na terça. Nos outros 5 dias de funcionamento garantido, é certo que o movimento vai aumentar (vão faturar mais do que faturavam).

Sobre PIX, é um serviço do governo federal. O Itaú não ganha nada com PIX. Pelo contrário: o Banco Central cobra do Itaú para liquidar a operação. O que o Itaú fatura mesmo é com os novos empréstimos durante os 5 dias de agência aberta. O lucro do Itaú foi de R$ 35,6 bilhões em 2023.

Sobre diarista ter carro próprio, isso é coisa de grandes centros do Sul/Sudeste. A realidade do Brasil não é essa. Faxina é o serviço mais básico e é muito mal pago no Brasil.

E finalmente, quem trabalhava 6x1 vai ter tempo para fazer um curso de qualificação. Agora é torcer para que façam cursos que valham a pena, porque o que vai ter de Youtuber aproveitando essa nova demanda pós-6x1 para vender curso vagabundo...

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Mensagem por Barbano » 22 Nov 2024, 11:50

João Neto (Eng. Camin) escreveu:
20 Nov 2024, 18:20
Primeiro mito é achar que o faturamento dos pequenos comércios vai cair... Afinal, se os seus clientes estão tendo 2 dias de folga no trabalho deles, a tendência será consumir mais!

Por exemplo, uma funcionária 6x1 de farmácia não tem tempo de fazer unha no salão, fazer luzes no cabelo etc. Agora vai ter!

Vai ter tempo de conhecer gente no Tinder, comprar uma roupa nova para sair, ir numa pizzaria na terça-feira etc.
O teu mito começa em achar que consumo está relacionado à disponibilidade de tempo. No caso do brasileiro está mais relacionado à renda. Não tem como consumir mais se a renda do brasileiro médio não permite isso.

Boa parte dos brasileiros está endividada, estamos falando aí em quase 30% das famílias inadimplentes, e quase 80% com endividamento.

https://economia.uol.com.br/noticias/es ... iz-cnc.htm

Ter tempo sem ter grana tem zero impacto no consumo.
João Neto (Eng. Camin) escreveu:
20 Nov 2024, 18:20
Aqui perto de casa tem uma pizzaria nova que começou abrindo toda noite, de domingo a domingo... Depois passou a fechar na segunda pelo baixo movimento... Agora já está fechando na terça... Falta gente para consumir nestes dias. Falta demanda. Eles gastam mais deixando a loja aberta do que fechada nesses dias (é como abrir o Maracanã para um show de Gretchen... melhor deixar fechado e evitar o prejuízo).

Com o aumento da demanda que deve acontecer após o fim do 6x1, será a oportunidade de a pizzaria e o salão de beleza montarem um bom plano de negócios, e avaliarem se vale a pena chamar um empregado freelancer para quebrar o galho na segunda e/ou na terça. Nos outros 5 dias de funcionamento garantido, é certo que o movimento vai aumentar (vão faturar mais do que faturavam).
Mais provável outras pizzarias também passarem a abrir apenas nos dias de maior demanda, até para se adequarem à nova jornada de trabalho dos funcionários. É cultural as pessoas consumirem mais pizza no final de semana, até porque ninguém tem bolso e saúde pra comprar pizza todo dia, né?
João Neto (Eng. Camin) escreveu:
20 Nov 2024, 18:20
Sobre PIX, é um serviço do governo federal. O Itaú não ganha nada com PIX. Pelo contrário: o Banco Central cobra do Itaú para liquidar a operação. O que o Itaú fatura mesmo é com os novos empréstimos durante os 5 dias de agência aberta. O lucro do Itaú foi de R$ 35,6 bilhões em 2023.
O serviço é do Governo Federal, mas o app do banco precisa estar de pé pra você conseguir usar. E obviamente isso demanda uma equipe de plantão sempre, para garantir que esse e outros serviços fiquem de pé.

O banco não ganha diretamente com o PIX feitos por PF, mas ganha de PJ, além das taxas de conta das pessoas que utilizam o serviço.

E até empréstimo você pode fazer pelo app, inclusive de finais de semana. Você acha mesmo que se o grande lucro dos banco viessem das agências físicas eles estariam fechando agências a rodo? Olha aí os bancos digitais com uma fatia cada vez maior do mercado, sem uma agência física sequer.
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Mensagem por João Neto (Eng. Camin) » 24 Nov 2024, 19:38

Barbano escreveu:
22 Nov 2024, 11:50
Ter tempo sem ter grana tem zero impacto no consumo.
É óbvio... Como você mesmo já disse, as grandes empresas de comércios e serviços vão precisar contratar mais gente com o fim do 6x1. Todo trabalhador é um consumidor. Logo, no 5x2, haverá mais consumidores com dinheiro (e tempo) para consumir.

Com isso, as pequenas empresas de bairro (que são: bares, mercadinhos, salões de beleza, barbearias, armarinhos, estúdios de tatuagem, pizzarias etc) deverão aumentar o faturamento (clientela e até ticket médio) mesmo abrindo só 5 vezes na semana.

O Bolsa Família contribui no mesmo sentido: se uma beneficiária compra uma calça de R$ 300, isso é ótimo para o dono da loja de calças. Ruim é deixar de consumir para gastar com bets e Tigrinho.

É preciso traçar uma linha aqui: para as empresas do setor de EXPORTAÇÃO, não há nada de positivo no fim da escala 6x1 ou em qualquer benefício trabalhista. Quanto menor o custo da mão-de-obra, melhor. Se puder ser trabalho escravo, melhor ainda. Por isso uma roupa da Zara é costurada em Bangladesh (a um salário de menos de 100 dólares/mês, 46 horas semanais): porque o consumidor da Zara não mora em Bangladesh.

Já uma empresa que vive do mercado INTERNO brasileiro, como são os comércios de bairro, só tem a ganhar se mais brasileiros tiverem renda estável (e tempo) para se tornarem consumidores.

A empresa de bairro não tem opção de pintar a unha de uma americana, ou fazer tatuagem em um chinês (a não ser que sejam turistas ou imigrantes, né? kkkkkk). Quem trabalha 6x1 tende a comprar sapato na Shopee, pois não tem tempo de ir na loja de sapatos do bairro...

Você certamente já comprou um produto made in Bangladesh, mas provavelmente nunca comprou um produto made in Islândia. A Islândia é basicamente mercado interno. Por isso, lá faz todo o sentido na cabeça das pessoas enxergar como a escala 4x3 ajuda a economia interna. Ainda mais naquele frio: no 1º dia de folga, a pessoa pode até preferir ficar em casa... No 2º dia, também... Mas no 3º dia de folga, ninguém aguenta mais ficar em casa! kkkkkkkk. Vai pra rua consumir.

Sei que é difícil pensar dessa forma no Brasil porque nossa cultura econômica sempre foi focada em exportação (e mão-de-obra escrava ou semiescrava). Pau-brasil, depois cana-de-açúcar, depois ouro, café, borracha... Agora, soja, minério de ferro etc.

A ideia de formar um mercado consumidor no Brasil precisou vir de fora: veio da Inglaterra, que pressionou pelo fim da escravidão no Brasil justamente para ter novos consumidores no Brasil, e escoar o gigantesco estoque da sua nova produção em escala industrial.

Até hoje não nos acostumamos com a ideia de que 220 milhões de brasileiros (em sua maioria pobres) representam um potencial imenso de mercado consumidor de produtos e serviços feitos no Brasil... Enquanto isso, Trump, Xi Jin Ping e União Europeia brigam exatamente por isso nos seus países (reduzir importações e proteger mercados internos).

Sobre o Itaú fazer empréstimos via APP, é como a Polishop: megaempresa omnichannel. Podem até reduzir a quantidade de lojas, mas a estratégia é um canal preenchendo a lacuna do outro. Inclusive, os bancos têm interesse em abrir agências no sábado para aumentar os lucros já bilionários, mas são proibidos por lei.

Quem "fica de plantão" no APP do Itaú certamente não é um bancário do Itaú, e sim um terceirizado de alguma empresa de T.I. Vale lembrar que para plantonista existe a escala de 12hx36h, que em geral é elogiada por porteiros, vigilantes e policiais.

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Mensagem por E.R » 24 Nov 2024, 20:56

A maioria das empresas não vai contratar mais, as empresas vão mudar a escala de trabalho dos funcionários e o serviço vai piorar para os clientes.

Em uma padaria, onde tinham 2 atendentes e 2 caixas, vai ter apenas um atendente e um caixa por dia, já que os outros funcionários estarão de folga para voltar ao trabalho nos dias em que seus companheiros de trabalho ficarem de folga. Neste caso, a padaria vai continuar com os mesmos 4 funcionários, mas na maioria dos dias, apenas 2 funcionários vão trabalhar, apenas uma ou duas vezes por semana que os 4 funcionários vão trabalhar no mesmo dia.

Em um supermercado que tem 4 caixas e 1 atendente (aquele funcionário que corta o presunto, a mortadela e o queijo), o supermercado vai demitir um caixa e contratar mais um atendente, para ficar com 3 caixas e 2 atendentes (para sempre ter um atendente, já que eles teriam que revezar os dias de trabalho, para cumprir a escala 4 x 3), os 3 caixas também fariam revezamento e o supermercado, que antes tinha 4 caixas, vai ficar com 2 caixas por dia (já que um dos caixas sempre vai ficar de folga, para cumprir a escala). Apenas uma ou duas vezes por semana, que os 3 caixas do supermercado vão trabalhar no mesmo dia.

No final das contas, a empresa continuará com o mesmo número de funcionários, porém o tempo de atendimento ao cliente será pior.
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Mensagem por Barbano » 26 Nov 2024, 16:53

João Neto (Eng. Camin) escreveu:
24 Nov 2024, 19:38
É óbvio... Como você mesmo já disse, as grandes empresas de comércios e serviços vão precisar contratar mais gente com o fim do 6x1. Todo trabalhador é um consumidor. Logo, no 5x2, haverá mais consumidores com dinheiro (e tempo) para consumir.
A gente tá falando de um país com desemprego na casa dos 6%, chegando a 2% em alguns estados. É praticamente pleno emprego. Então não, não vão contratar mais gente, porque simplesmente não tem mais gente querendo trabalhar.

Alguns setores teriam que contratar, outros baixariam as portas, e o mercado de trabalho chegaria a um novo ponto de equilíbrio. Com renda real média mais baixa, claro.
João Neto (Eng. Camin) escreveu:
24 Nov 2024, 19:38
Com isso, as pequenas empresas de bairro (que são: bares, mercadinhos, salões de beleza, barbearias, armarinhos, estúdios de tatuagem, pizzarias etc) deverão aumentar o faturamento (clientela e até ticket médio) mesmo abrindo só 5 vezes na semana.
A conta simplesmente não fecha. Se o custo das empresas vai subir é meio óbvio que isso vai ser repassado, o que resultaria em perda do poder de compra. Qual a lógica de uma população com menos poder de compra consumir mais?
João Neto (Eng. Camin) escreveu:
24 Nov 2024, 19:38
O Bolsa Família contribui no mesmo sentido: se uma beneficiária compra uma calça de R$ 300, isso é ótimo para o dono da loja de calças. Ruim é deixar de consumir para gastar com bets e Tigrinho.
Para o país é péssimo. Quanto mais gente encostada no governo e menos gente no setor produtivo, pior.

Um peão que corta frango na Sadia agrega muito mais ao PIB do que um beneficiário do Bolsa Família que faz bico vendendo brigadeiro na esquina.
João Neto (Eng. Camin) escreveu:
24 Nov 2024, 19:38
A empresa de bairro não tem opção de pintar a unha de uma americana, ou fazer tatuagem em um chinês (a não ser que sejam turistas ou imigrantes, né? kkkkkk). Quem trabalha 6x1 tende a comprar sapato na Shopee, pois não tem tempo de ir na loja de sapatos do bairro...
O pessoal compra sapato na Shopee porque é mais barato, não por falta de tempo. Isso é falácia. Eu mesmo não compro calçado em loja física há pelo menos uns 15 anos.
João Neto (Eng. Camin) escreveu:
24 Nov 2024, 19:38
Sobre o Itaú fazer empréstimos via APP, é como a Polishop: megaempresa omnichannel. Podem até reduzir a quantidade de lojas, mas a estratégia é um canal preenchendo a lacuna do outro. Inclusive, os bancos têm interesse em abrir agências no sábado para aumentar os lucros já bilionários, mas são proibidos por lei.
Bela referência a Polishop, empresa que estava com a corda no pescoço e entrou em recuperação judicial. Se o Itaú for seguir esse modelo como referência, tá lascado.
João Neto (Eng. Camin) escreveu:
24 Nov 2024, 19:38
Quem "fica de plantão" no APP do Itaú certamente não é um bancário do Itaú, e sim um terceirizado de alguma empresa de T.I. Vale lembrar que para plantonista existe a escala de 12hx36h, que em geral é elogiada por porteiros, vigilantes e policiais.
Sistema bancário mexe com dados bem sensíveis, dificilmente vão arriscar terceirizar essa área.
E.R escreveu:
24 Nov 2024, 20:56
Em um supermercado que tem 4 caixas e 1 atendente (aquele funcionário que corta o presunto, a mortadela e o queijo), o supermercado vai demitir um caixa e contratar mais um atendente, para ficar com 3 caixas e 2 atendentes (para sempre ter um atendente, já que eles teriam que revezar os dias de trabalho, para cumprir a escala 4 x 3), os 3 caixas também fariam revezamento e o supermercado, que antes tinha 4 caixas, vai ficar com 2 caixas por dia (já que um dos caixas sempre vai ficar de folga, para cumprir a escala). Apenas uma ou duas vezes por semana, que os 3 caixas do supermercado vão trabalhar no mesmo dia.
Supermercado já trabalha próximo do limite, não tem como reduzir o número de operadores sem que isso cause filas enormes e perda de clientes.

O que vão fazer é automatizar cada vez mais. Self checkout até para compras maiores.
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Mensagem por Barbano » 27 Nov 2024, 08:56



Sobre o que eu falei acima de automatizar cada vez mais. Em um modelo desses o mesmo vendedor pode atuar em mais de uma concessionária, otimizando o uso da mão-de-obra. Mas pro consumidor é horrível.
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Mensagem por João Neto (Eng. Camin) » 29 Nov 2024, 10:37

Barbano escreveu:
26 Nov 2024, 16:53
A gente tá falando de um país com desemprego na casa dos 6%, chegando a 2% em alguns estados. É praticamente pleno emprego. Então não, não vão contratar mais gente, porque simplesmente não tem mais gente querendo trabalhar.

Alguns setores teriam que contratar, outros baixariam as portas, e o mercado de trabalho chegaria a um novo ponto de equilíbrio. Com renda real média mais baixa, claro.
Essa ilusão de "pleno emprego" é resultado da mudança de mensuração do IBGE. O que você chama de desemprego de 6%, o IBGE chama de "taxa de desocupação" de 6%.

O emprego é formal. A ocupação, não necessariamente. Grande parte das pessoas está "ocupada" em subempregos, vendendo água no semáforo, ou sendo flanelinha cobrando pra estacionar na rua, ou ganhando R$ 50 para "dormir na fila do SUS para pegar uma senha e vender o lugar pra outra pessoa".

Hoje a informalidade está praticamente empatada com a formalidade no Brasil desindustrializado e agroexportador de material cru:
NOTÍCIAS
Em 2014 a distância maior entre pessoas ocupadas CLT e a pessoa empregada sem carteira assinada era de 10 pontos percentuais.

Em 2022, o Brasil chega a 1.2 p.p. Para o analista do IBGE, esse é um indicador de que o emprego informal vem crescendo de forma constante no país nos últimos dez anos e chega agora em 2022 no maior nível.
https://exame.com/carreira/ibge-nivel-d ... -pandemia/
Sei que em Curitiba (talvez em São Paulo) a empresa coloca um cartaz na porta dizendo "Contrata-se". Mas em muitas capitais do Brasil, isso significaria pessoas fazendo fila na porta da sua empresa (o que afasta clientes), em busca de um emprego formal para que "possa ficar doente", que tenha uma renda garantida, um plano de saúde, um FGTS e multa para sacar caso fique desempregado.

No caso de Salvador, existem dois serviços de intermediação de mão-de-obra para evitar essas filas na porta da sua empresa: o SINEBAHIA (estadual) e o SIMM (municipal). As pessoas se cadastram nesses serviços e ficam esperando ser chamadas para concorrer a uma vaga disputadíssima.

Aí voltamos à questão do micro: para os considerados MEIs (manicure, tatuador, ferreiro, marceneiro etc) ou pequenos lojistas de bairro, o importante é ter cliente com dinheiro no bolso (ou com crédito disponível para consumir), venha esse dinheiro de onde vier.

Engraçado ter que explicar isso no Fórum Chaves, mas "não há nada mais trabalhoso que viver sem trabalhar"! O povo sabe disso por experiência própria (e o herdeiro não sabe disso, pois para ele funciona ao contrário).

Seria ótimo se a Sadia contratasse todo mundo que só tem a renda do Bolsa Família, consumidores de bairro que sonham em ter um emprego de carteira assinada (ao contrário do que diz a lenda que faz sucesso entre marçalistas). O problema é que a Sadia (e qualquer empresa privada) não é obrigada a contratar ninguém. Inclusive, pode substituir por máquinas se achar melhor.

No 1º mundo (Europa, Canadá etc) já se discute a renda mínima universal para salvar o comércio interno (e até mesmo a produção em massa), pois assim como o escravo do passado não consumia, o robô do futuro também não consome. Esse modelo do presente, baseado em trabalhadores = consumidores, provavelmente não vai durar muito tempo.

Sei que o olhar de São Paulo (centro industrial e financeiro da América Latina, portanto, "bolha") é mais focado em grandes empresas com lucros bilionários, e a conversa acaba desviando do foco dos pequenos serviços (setor que mais emprega no Brasil) e que, segundo diz a lenda de terror, seriam os maiores prejudicados com aumento de custos de mão-de-obra numa escala 5x2. Mas o dono da lojinha de calça jeans, se por acaso realmente contrata via CLT, terá o aumento de custo compensado pelo aumento de demanda (mais gente com dinheiro no bolso e com tempo para consumir).

E voltando à importância da presença física do cliente: no feriado de 20/11/2024, vi pessoalmente muitas lojas de sapato abertas na rua. É o tipo de comércio em que o real gasto é o estoque não-perecível. Ao contrário de você, muita gente prefere provar um (ou vários) sapatos fisicamente antes de comprar. Vale a pena arriscar abrir num feriado, pois o gasto é luz elétrica, um vigilante e um vendedor (freelancer ou não).

Diferente dos restaurantes de buffet livre (todos fechados no feriado): neste tipo de comércio, "abrir" significa cozinhar Kg e mais Kg de comida. Não vale a pena arriscar abrir num feriado e jogar comida fora por baixa demanda. Eles já fazem escala 5x2, às vezes 4x3 por ajuste à demanda.

Ou seja, não vamos cair nesse lobby das megempresas que funcionam 7x0 e dizem que "estão no limite" com lucros bilionários todo ano. Se vamos pensar nas empresas de bairro, vamos nos colocar primeiro no lugar delas e pensar como podemos aumentar a DEMANDA delas, até para que não sejam engolidas por Shopee ou multinacionais.

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Mensagem por Barbano » 29 Nov 2024, 17:54

João Neto (Eng. Camin) escreveu:
29 Nov 2024, 10:37
Essa ilusão de "pleno emprego" é resultado da mudança de mensuração do IBGE. O que você chama de desemprego de 6%, o IBGE chama de "taxa de desocupação" de 6%.

O emprego é formal. A ocupação, não necessariamente. Grande parte das pessoas está "ocupada" em subempregos, vendendo água no semáforo, ou sendo flanelinha cobrando pra estacionar na rua, ou ganhando R$ 50 para "dormir na fila do SUS para pegar uma senha e vender o lugar pra outra pessoa".

Hoje a informalidade está praticamente empatada com a formalidade no Brasil desindustrializado e agroexportador de material cru:
Informalidade não é necessariamente sinônimo de sub-emprego. Pelo contrário, muitas pessoas trabalham na informalidade justamente porque conseguem uma renda maior do que nos empregos formais mais simples.

De qualquer forma, a geração de empregos formais também tem crescido mês a mês, é só ver os números do Caged.
João Neto (Eng. Camin) escreveu:
29 Nov 2024, 10:37
Sei que o olhar de São Paulo (centro industrial e financeiro da América Latina, portanto, "bolha") é mais focado em grandes empresas com lucros bilionários, e a conversa acaba desviando do foco dos pequenos serviços (setor que mais emprega no Brasil) e que, segundo diz a lenda de terror, seriam os maiores prejudicados com aumento de custos de mão-de-obra numa escala 5x2. Mas o dono da lojinha de calça jeans, se por acaso realmente contrata via CLT, terá o aumento de custo compensado pelo aumento de demanda (mais gente com dinheiro no bolso e com tempo para consumir).
De novo você insistindo nesse papo por não enxergar o óbvio. :pancada:

Mais custo com mão-de-obra = preço maior na calça jeans = redução do poder de compra do trabalhador = menos vendas. Boa sorte pro dono da lojinha.

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Mensagem por João Neto (Eng. Camin) » 30 Nov 2024, 11:09

Barbano escreveu:
29 Nov 2024, 17:54
De qualquer forma, a geração de empregos formais também tem crescido mês a mês, é só ver os números do Caged.
Ou seja, cai por terra a crença de que "não vão contratar mais gente, porque simplesmente não tem mais gente querendo trabalhar". kkkkkk
Barbano escreveu:
29 Nov 2024, 17:54
De novo você insistindo nesse papo por não enxergar o óbvio. :pancada:

Mais custo com mão-de-obra = preço maior na calça jeans = redução do poder de compra do trabalhador = menos vendas. Boa sorte pro dono da lojinha.
Para a megaempresa que funciona todo dia, está corretíssimo!

Para a manicure de bairro é diferente:

Mais custo com mão-de-obra nas outras empresas com o fim da escala 6x1 = mais vizinhas com renda fixa e com tempo livre = mais unhas feitas.

O mesmo vale para tatuador, cabeleireiro, barbeiro, esteticista, loja de sapato, bar, restaurante, vendedor de algodão doce em parquinho etc. Até mesmo igreja.

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Mensagem por Barbano » 02 Dez 2024, 10:21

João Neto (Eng. Camin) escreveu:
30 Nov 2024, 11:09
Ou seja, cai por terra a crença de que "não vão contratar mais gente, porque simplesmente não tem mais gente querendo trabalhar". kkkkkk
Tem um teto, né? Desemprego já está na casa dos 2% em pelo menos três estados. Em uma redução de jornada é insuficiente essa mão-de-obra disponível. 2% é, a grosso modo, pleno emprego, já que nem sempre esse percentual remascente atende os requisitos das vagas disponíveis.

Em SC o que algumas empresas já estão fazendo para tentar preencher as vagas é adotar jornadas alternativas, para que as pessoas possam trabalhar em dois empregos:

https://ndmais.com.br/empregos-e-concur ... de-semana/

Mas aí qual seria a vantagem da redução de jornada? Na prática, trabalhando em dois empregos, as pessoas passam a ter uma jornada ainda maior.
João Neto (Eng. Camin) escreveu:
30 Nov 2024, 11:09
Para a megaempresa que funciona todo dia, está corretíssimo!

Para a manicure de bairro é diferente:

Mais custo com mão-de-obra nas outras empresas com o fim da escala 6x1 = mais vizinhas com renda fixa e com tempo livre = mais unhas feitas.

O mesmo vale para tatuador, cabeleireiro, barbeiro, esteticista, loja de sapato, bar, restaurante, vendedor de algodão doce em parquinho etc. Até mesmo igreja.
Não se injeta dinheiro na economia simplesmente aumentando o custo com mão-de-obra pra produzir a mesma coisa, isso aí é invencione criativa de esquerdista.

Na prática é custo sendo repassado ao consumidor, que vê seu poder de compra reduzido e passa a comprar o esmalte e fazer a própria unha. Ou seja, ela ganha um cliente de um lado, perde outro de outro pela redução no poder de compra.

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Mensagem por João Neto (Eng. Camin) » 03 Dez 2024, 00:13

Barbano escreveu:
02 Dez 2024, 10:21
Tem um teto, né? Desemprego já está na casa dos 2% em pelo menos três estados. Em uma redução de jornada é insuficiente essa mão-de-obra disponível. 2% é, a grosso modo, pleno emprego, já que nem sempre esse percentual remascente atende os requisitos das vagas disponíveis.

Em SC o que algumas empresas já estão fazendo para tentar preencher as vagas é adotar jornadas alternativas, para que as pessoas possam trabalhar em dois empregos:

https://ndmais.com.br/empregos-e-concur ... de-semana/

Mas aí qual seria a vantagem da redução de jornada? Na prática, trabalhando em dois empregos, as pessoas passam a ter uma jornada ainda maior.

Não se injeta dinheiro na economia simplesmente aumentando o custo com mão-de-obra pra produzir a mesma coisa, isso aí é invencione criativa de esquerdista.

Na prática é custo sendo repassado ao consumidor, que vê seu poder de compra reduzido e passa a comprar o esmalte e fazer a própria unha. Ou seja, ela ganha um cliente de um lado, perde outro de outro pela redução no poder de compra.
Nesses estados com desocupação de 2% (e não "desemprego de 2%"), existe muito espaço para informais viraram formais. Vale lembrar que, quando falamos de fim do 6x1, estamos falando somente de empregos formais.

E mesmo que não existissem catarinenses à procura de emprego CLT, existem migrantes de outros estados, ou do Haiti, ou da Venezuela (Manaus e Curitiba são as cidades que mais absorveram a mão-de-obra venezuelana). Soluções de migração, aliás, que a própria economia da Europa, dos EUA, do Canadá encontraram.

Não falta gente querendo trabalhar de carteira assinada. Você antes citou que "muitos preferem informalidade porque ganham mais por fora"... Só que uma das maiores reclamações sobre empregos formais é justamente a escala 6x1. Sendo 5x2, essas vagas já ficam muito mais atrativas.

"Invencionice criativa de esquerdista" seria da Inglaterra? Pois foi a Inglaterra que decidiu que o mundo inteiro deveria aumentar os custos com mão-de-obra (pois escravos vitalícios eram muito mais baratos...) em troca de formar uma massa de consumidores capazes de comprar o que a Inglaterra começou a produzir em larga escala industrial (vamos lembrar que escravo e robô não consomem).

Ou você fala da Islândia? Tem algum palpite sobre o motivo de lá funcionar a escala 4x3? (Já que a diferença de desenvolver mercado interno forte X desenvolver agroexportação foram solenemente ignoradas quando apresentadas... Suponho que você talvez não tenha parado para pensar nisso).

Sobre preços: São Paulo é a cidade com maior custo de vida do Brasil. Por ter preços altos, então São Paulo "está quebrada"? Claro que não, pois em São Paulo tem DEMANDA. Em São Paulo tem gente disposta a pagar R$ 300 mil num quitinete, R$ 80 num hambúrguer etc. O mesmo acontece em Londres, em Berna, em Amsterdam. O aumento dos custos por si só não é um problema; o importante é que os consumidores internos tenham renda para bancar.

E novamente voltando aos pequenos serviços de bairro (que supostamente seriam os coitados da história): Você citou manicure, só que manicure geralmente é trabalho informal! Não há que se falar em "acréscimo de custo de mão de obra" de trabalhador informal com fim da 6x1, pois não os atinge.

Se for um salão de beleza CLT que hoje já funcione 5x2 (por ajuste à baixa demanda), também não há que se falar em nenhum acréscimo de "custo de mão de obra". Há que se falar, sim, em aumento de clientela. Quem trabalha em escala 6x1 pode ter renda para pagar manicure, mas é justamente quem entra na Shopee, compra esmalte e faz a unha em casa por falta de tempo. Serviço de bairro só tem a ganhar com o fim da 6x1... Já empresa de exportação ou multinacional só tem a perder mesmo, pelos motivos que você já repetiu.

Por curiosidade: você sabe citar pelo menos 1 país que foi ficando rico "reduzindo o custo da mão-de-obra" da sua população, em vez de aumentar?

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Mensagem por Barbano » 03 Dez 2024, 16:34

João Neto (Eng. Camin) escreveu:
03 Dez 2024, 00:13
Não falta gente querendo trabalhar de carteira assinada.
Falta:

https://economia.uol.com.br/noticias/es ... s-e-ro.htm
João Neto (Eng. Camin) escreveu:
03 Dez 2024, 00:13
Ou você fala da Islândia? Tem algum palpite sobre o motivo de lá funcionar a escala 4x3? (Já que a diferença de desenvolver mercado interno forte X desenvolver agroexportação foram solenemente ignoradas quando apresentadas... Suponho que você talvez não tenha parado para pensar nisso).
Liberalismo econômico. Não foi implantando escala reduzida que eles chegaram lá, foi chegando lá que eles conseguiram implantar a jornada reduzida.



E Islândia é do tamanho de Piracicaba, não tem como ter comparação mais descabida.
João Neto (Eng. Camin) escreveu:
03 Dez 2024, 00:13
Sobre preços: São Paulo é a cidade com maior custo de vida do Brasil. Por ter preços altos, então São Paulo "está quebrada"? Claro que não, pois em São Paulo tem DEMANDA. Em São Paulo tem gente disposta a pagar R$ 300 mil num quitinete, R$ 80 num hambúrguer etc. O mesmo acontece em Londres, em Berna, em Amsterdam. O aumento dos custos por si só não é um problema; o importante é que os consumidores internos tenham renda para bancar.
Pois é, mas não é reduzindo a jornada numa canetada que os consumidores vão ter renda pra bancar :rolleyes2:

Só para começar precisaríamos de um governo que torrasse menos dinheiro com assistencialismo e alocasse mais recursos para desenvolver a infra-estrutura do país. Também precisaríamos de mais segurança jurídica, redução da burocracia e dos impostos sobre o setor produtivo, etc. Medidas essenciais para o país se desenvolver Não tem como um país sub-desenvolvido querer torrar dinheiro como se fosse um país rico.
João Neto (Eng. Camin) escreveu:
03 Dez 2024, 00:13
Se for um salão de beleza CLT que hoje já funcione 5x2 (por ajuste à baixa demanda), também não há que se falar em nenhum acréscimo de "custo de mão de obra". Há que se falar, sim, em aumento de clientela. Quem trabalha em escala 6x1 pode ter renda para pagar manicure, mas é justamente quem entra na Shopee, compra esmalte e faz a unha em casa por falta de tempo. Serviço de bairro só tem a ganhar com o fim da 6x1... Já empresa de exportação ou multinacional só tem a perder mesmo, pelos motivos que você já repetiu.
Se essa pessoa passar a ter jornada e escala reduzidas, a renda real vai diminuir, e aí é que ela não vai mais atrás de manicure mesmo :lol:

Mas, ainda que ela tenha condições de pagar e passe a ir na manicure, é mera realocação de recursos. É dinheiro que hoje ela gasta pegando uma pizza ou indo no cinema no fim de semana, e vai passar a gastar na manicure. Assim como outros podem fazer o oposto.

O dinheiro só circula, o que faz ele crescer é aumento de produção, não de circulação.
João Neto (Eng. Camin) escreveu:
03 Dez 2024, 00:13
Por curiosidade: você sabe citar pelo menos 1 país que foi ficando rico "reduzindo o custo da mão-de-obra" da sua população, em vez de aumentar?
Nem uma coisa nem outra enriquecem um país, mas aumentar o custo com mão-de-obra, num mundo globalizado, só tende a tornar o país menos competitivo.

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