Racismo no futebol e em outros esportes
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes
http://www1.folha.uol.com.br/esporte/20 ... cefolha%22 - era só o que faltava...
E o pior é já ouvi muitas vezes comentários assim no interior do Estado: "essa negrada só quer as alemoa", "negro tem que se misturar com os seus".
E o pior é já ouvi muitas vezes comentários assim no interior do Estado: "essa negrada só quer as alemoa", "negro tem que se misturar com os seus".
Ex-moderador do Bar do Chespirito
- Barbano
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes
Pois é, não caberia punição ao clube, e sim a quem pratica o ato. Aqui no Brasil tem essa cultura de vitimizar as pessoas físicas, e responsabilizar mais as jurídicas.Chad' escreveu:A questão principal é: porque raios punir o time por algo que a torcida fez e depois apoiou?
A relação é um pouco diferente. A empresa contrata o funcionário, ela estabelece um vínculo direto com ele. Um clube não, ele não escolhe os torcedores. A responsabilização é maior no caso de contratação, e a empresa pode responder sim por atos dos funcionários.Chad' escreveu:É a mesma coisa que punir uma empresa, porque o cara que trabalha no almoxarifado jogou chiclete na calçada.
Se já não concordo com clube sendo responsabilizado por atos de torcedores no estádio, imagine pelas besteiras que eles falam em redes sociais. Aí seria o fim da picada. Nada a ver essa comparação com o Gil...Chad' escreveu:Mas eu repito: se fosse a torcida do São Paulo que tivesse feito isso, teria a mesma repercussão?
Pega esse caso do Gil pra ter uma ideia do que eu estou falando.
E desde quando punir alguém que chama preto de macaco é combater racismo com mais racismo ou dar algum privilégio?Chad' escreveu:Mas não dá pra combater o racismo com mais racismo.
É certo que os negros sofreram e muito com a exploração, mas vai ficar dando privilégio por mais quantos anos? Isso é dívida a ser sanada?
Depende o que você chama de igualar. Você já viu algum jogador ser discriminado em um estádio por ser branco? Ou ainda por ser hétero? Então, igualar é proteger os que sofrem atos de racismo e discriminação, ou seja, os negros e gays.Chad' escreveu:Igualem ambos e ponto. Ou melhor: chama alguém de branquelo e vai ver se tem a mesma repercussão.
- Chad'
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes
O caso do Gil foi um exemplo que eu viajei mesmo. Mas o principal continua ali: se fosse a torcida do São Paulo sendo racista com um jogador corintiano como nesse caso do Aranha, teria a mesma repercussão?Barbano escreveu:Se já não concordo com clube sendo responsabilizado por atos de torcedores no estádio, imagine pelas besteiras que eles falam em redes sociais. Aí seria o fim da picada. Nada a ver essa comparação com o Gil...
E desde quando punir alguém que chama preto de macaco é combater racismo com mais racismo ou dar algum privilégio?
Depende o que você chama de igualar. Você já viu algum jogador ser discriminado em um estádio por ser branco? Ou ainda por ser hétero? Então, igualar é proteger os que sofrem atos de racismo e discriminação, ou seja, os negros e gays.
Esses dois últimos eu vou explicar o ponto de vista: imagine que tenhamos um troll aqui no fórum (no contexto, o racismo).
Punir quem o apoia (torcida de time X) pode até servir e é o correto, mas vai causar mais ira ainda. E vai continuar assim.
Quando começarem a não dar voz, simplesmente isso vai começar a sumir. O que chamam de "não alimentar o troll".
Posso estar falando uma grande bobagem, mas convenhamos: quando o torcedor do Defensor lá no DDNL falou que havia pedido pro Henrique mandar todos os episódios em arquivo ZIP pro e-mail dele, o certo seria continuar dando corda (e ele iria continuar falando bobagem) ou simplesmente deixar pra lá?
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes
Quem sabe? Não tem como saber. O fato é que aconteceu com torcedores do Grêmio.Chad' escreveu:O caso do Gil foi um exemplo que eu viajei mesmo. Mas o principal continua ali: se fosse a torcida do São Paulo sendo racista com um jogador corintiano como nesse caso do Aranha, teria a mesma repercussão?
Times "do eixo" já forum punidos por "bobagens", como torcida atirando copo de água no campo.
Pelo que entendi o que você defende é que a vítima de racismo finja não ligar, para que com isso o torcedor perceba que praticar o racismo foi em vão, e não o pratique mais. Da mesma forma, o melhor que a vítima de bullyng nas escolas tem a fazer é se calar, pois aí os colegas vão perceber que ela não liga, e não tem porque continuar praticando.Chad' escreveu:Esses dois últimos eu vou explicar o ponto de vista: imagine que tenhamos um troll aqui no fórum (no contexto, o racismo).
Punir quem o apoia (torcida de time X) pode até servir e é o correto, mas vai causar mais ira ainda. E vai continuar assim.
Quando começarem a não dar voz, simplesmente isso vai começar a sumir. O que chamam de "não alimentar o troll".
Posso estar falando uma grande bobagem, mas convenhamos: quando o torcedor do Defensor lá no DDNL falou que havia pedido pro Henrique mandar todos os episódios em arquivo ZIP pro e-mail dele, o certo seria continuar dando corda (e ele iria continuar falando bobagem) ou simplesmente deixar pra lá?
Isso para mim é tapar o sol com a peneira. Vítima nenhuma tem que sofrer calada. E o efeito pode ser o oposto também (ou seja, os agressores aumentarem a carga, ao perceberem que um simples "macaco" não surte mais efeito e também não dá problemas para o agressor).
- Giovani Chambón
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes
Se o @Chad' chamar um ruivo de "ferrugem", todo o fórum chaves merece ser punido por racismo e excluído da internet?
Pensem nisso.
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- Barbano
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes
Não. E nem se chamar um negro de macaco. Ele que responda por seus atos.
- Giovani Chambón
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes
Isso que eu quis dizer, o ruivo foi exemplo. O ponto é punir o clube, que JÁ PUNIU E AFASTOU os responsáveis. Sentido 0.
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes
Não é só esse o ponto.
Já disse várias vezes aqui que não concordo com a punição ao clube, que não tem como se responsabilizar pelo que cada torcedor fala ou faz no estádio. Esse é um ponto.
Outro ponto são as manifestações lamentáveis da torcida gremista que vimos no último jogo contra o Santos. Não é algo comum e do futebol, como tentam defender. É racismo e é lamentável sim.
Já disse várias vezes aqui que não concordo com a punição ao clube, que não tem como se responsabilizar pelo que cada torcedor fala ou faz no estádio. Esse é um ponto.
Outro ponto são as manifestações lamentáveis da torcida gremista que vimos no último jogo contra o Santos. Não é algo comum e do futebol, como tentam defender. É racismo e é lamentável sim.
- Riddle Snowcraft
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes
O cara fez bosta generalizando geral e foi merecidamente vaiado... só depois que ele foi inventar pra midia que 'foi uma repetição do racismo' quando o mais preconceituoso ali foi ele...
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes
Então cara, é exatamente o que eu disse, estamos concordando!Barbano escreveu:Já disse várias vezes aqui que não concordo com a punição ao clube, que não tem como se responsabilizar pelo que cada torcedor fala ou faz no estádio. Esse é um ponto.
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes
http://globoesporte.globo.com/futebol/b ... -avai.html
X
O atacante Francis, do Boa Esporte, afirmou ter sido vítima de injúria racial durante a derrota por 2 a 0 para o Avaí, neste sábado, pela 26ª rodada da Série B do Brasileirão. O supervisor Marco Antonio Gomes disse que o jogador chegou ao vestiário revoltado, após a partida, relatando a ele e ao presidente Rone Moraes que havia sido chamado de macaco pelo zagueiro Antônio Carlos. O jogador foi a uma delegacia em Florianópolis, ainda na noite de sábado, para registrar um boletim de ocorrência.
O lance ocorreu aos 39 minutos do segundo tempo (veja no vídeo acima), quando o placar apontava 1 a 0. Francis perdeu uma disputa no ataque e foi ao chão, reclamando em seguida. Ele se aproximou do zagueiro e ouviu o que teria sido o xingamento. Segundo a assessoria de imprensa do Avaí, o zagueiro de 21 anos nega ter chamado Francis de macaco.
O supervisor do Boa afirmou que o jogador preferiu não se manifestar ainda em campo por respeito às homenagens prestadas ao torcedor João Grah, morto por uma pedrada na quarta-feira passada, quando retornava da partida do Avaí contra o Paraná, em Curitiba.
Antônio Carlos está no Avaí desde o início do ano, emprestado pelo Corinthians. Foi capitão do time paulista na conquista da Copa São Paulo de Futebol Júnior e tem vínculo até o fim de 2015.
O caso de injúria racial de maior repercussão neste ano envolveu o goleiro santista Aranha, xingado por torcedores do Grêmio durante partida em Porto Alegre, pela Copa do Brasil. Uma torcedora foi flagrada por câmera na arquibancada falando "macaco", e o Tricolor gaúcho foi a julgamento no STJD. Foi excluído da competição, recorreu e no Pleno conseguiu mudar a pena (para perda de três pontos), mas não evitar a eliminação.
X
O atacante Francis, do Boa Esporte, afirmou ter sido vítima de injúria racial durante a derrota por 2 a 0 para o Avaí, neste sábado, pela 26ª rodada da Série B do Brasileirão. O supervisor Marco Antonio Gomes disse que o jogador chegou ao vestiário revoltado, após a partida, relatando a ele e ao presidente Rone Moraes que havia sido chamado de macaco pelo zagueiro Antônio Carlos. O jogador foi a uma delegacia em Florianópolis, ainda na noite de sábado, para registrar um boletim de ocorrência.
O lance ocorreu aos 39 minutos do segundo tempo (veja no vídeo acima), quando o placar apontava 1 a 0. Francis perdeu uma disputa no ataque e foi ao chão, reclamando em seguida. Ele se aproximou do zagueiro e ouviu o que teria sido o xingamento. Segundo a assessoria de imprensa do Avaí, o zagueiro de 21 anos nega ter chamado Francis de macaco.
O supervisor do Boa afirmou que o jogador preferiu não se manifestar ainda em campo por respeito às homenagens prestadas ao torcedor João Grah, morto por uma pedrada na quarta-feira passada, quando retornava da partida do Avaí contra o Paraná, em Curitiba.
Antônio Carlos está no Avaí desde o início do ano, emprestado pelo Corinthians. Foi capitão do time paulista na conquista da Copa São Paulo de Futebol Júnior e tem vínculo até o fim de 2015.
O caso de injúria racial de maior repercussão neste ano envolveu o goleiro santista Aranha, xingado por torcedores do Grêmio durante partida em Porto Alegre, pela Copa do Brasil. Uma torcedora foi flagrada por câmera na arquibancada falando "macaco", e o Tricolor gaúcho foi a julgamento no STJD. Foi excluído da competição, recorreu e no Pleno conseguiu mudar a pena (para perda de três pontos), mas não evitar a eliminação.
ANDRÉ-LUIZ
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes
Vamo tirar 6 pontos do Avaí agora.
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes
Pois é, né, não deu em nada.
Eu prefiro nem ficar frisando muito nesse assunto, pois "a mídia nos ensinou que devemos acabar com a vida de um racista que é a melhor forma de punir".
Eu prefiro nem ficar frisando muito nesse assunto, pois "a mídia nos ensinou que devemos acabar com a vida de um racista que é a melhor forma de punir".
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes
http://globoesporte.globo.com/rs/notici ... arena.html
A Polícia Civil indiciou quatro torcedores do Grêmio por injúria racial no inquérito do caso Aranha. Os documentos serão remetidos à Justiça nesta terça-feira. No dia 28 de agosto, em partida entre o time gaúcho e o Santos, pela Copa do Brasil, os gremistas foram flagrados ao gritar ofensas de cunho racista ao goleiro adversário.
Conforme o delegado regional de Porto Alegre, Cleber Ferreira, sete pessoas foram identificadas cometendo supostas injúrias contra o goleiro do Santos, porém, quatro deles foram indiciados. Entre eles, está Patrícia Moreira, a jovem que foi flagrada por câmeras de TV gritando a palavra "macaco". Além de Patrícia, estão nos documentos os nomes de Éder Braga, que é negro, Rodrigo Rychter e Fernando Ascal. Um oitavo torcedor também aparece durante as gravações, mas ainda não teve sua participação comprovada.
Fernando Ascal ainda foi indiciado por furto, por ter levado o boné de um segurança no dia da partida. Os torcedores foram identificados através de análise das imagens das câmeras de segurança do estádio e depoimentos. De acordo com a polícia, foram observadas mais de três horas de gravação. Fonoaudiólogas participaram para fazer a leitura labial e corporal dos gremistas.
- Além da palavra macaco, um dos torcedores falou a palavra "preto". Outros imitavam um macaco, outros tocavam na pele indicando a cor - afirmou a fonoaudióloga Débora Saltiel.
De acordo com a investigação, dos quatro indiciados, apenas Patrícia não é integrante da torcida Geral do Grêmio.
- Inicialmente, a equipe da delegacia buscou imagens de vídeo. Localizou as residências. E chamou eles. Só um deles, o Rodrigo Rychter, nega que proferiu as palavras - disse o delegado Cleber Ferreira.
Com o inquérito concluído, ele é encaminhado à Justiça, que o remete ao Ministério Público. Caso o MP denuncie os indiciados, eles serão julgados pela Justiça. Ainda de acordo com a polícia, as investigações vão continuar para identificar nome e endereço dos outros quatro torcedores que acabaram não sendo indiciados.
- Vamos seguir nas investigações. Podem ser identificados até mais que outros quatro, cinco ou seis. O número pode aumentar - diz o delegado.
A pena para injúria racial é de um a três anos de reclusão. O delegado afirma, porém, que a Justiça irá decidir quem irá cumprir pena e quais torcedores terão de se apresentar em delegacias em horários de jogos.
Em contato com o GloboEsporte.com, o advogado de defesa de Patrícia, Alexandre Rossato, afirmou que a decisão já era esperada.
- Vamos trabalhar e esperar judicializar o processo para preparar a defesa dela - afirmou.
Entenda o caso
O incidente ocorreu aos 42 minutos do segundo tempo, quando Aranha reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio, alegando ter sido vítima de xingamentos por parte da torcida. O juiz mandou a partida seguir, mesmo sendo alertado por jogadores do Santos dos incidentes que ocorriam fora de campo.
A jovem mostrada pelas imagens do canal ESPN foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Patrícia Moreira era funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviços de auxiliar de odontologia na clínica da polícia militar gaúcha. As imagens da torcedora ofendendo o goleiro santista começaram a circular pelas redes sociais logo após a partida. Aranha registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia no dia seguinte à partida. A torcedora, que deixou a casa onde morava, teve parte da residência incendiada por um jovem que confessou o crime.
O clube recorreu ao pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para tentar reverter a exclusão da Copa do Brasil. No julgamento na sexta-feira, porém, o STJD decidiu manter parcialmente a decisão da 3ª comissão disciplinar que retirou o time da competição. Os auditores votaram contra a exclusão e decidiram punir os gaúchos com a perda de pontos, o que acarretou na eliminação da equipe, já que esta havia perdido a partida de ida para o Santos por 2 a 0, pelas oitavas.
A Polícia Civil indiciou quatro torcedores do Grêmio por injúria racial no inquérito do caso Aranha. Os documentos serão remetidos à Justiça nesta terça-feira. No dia 28 de agosto, em partida entre o time gaúcho e o Santos, pela Copa do Brasil, os gremistas foram flagrados ao gritar ofensas de cunho racista ao goleiro adversário.
Conforme o delegado regional de Porto Alegre, Cleber Ferreira, sete pessoas foram identificadas cometendo supostas injúrias contra o goleiro do Santos, porém, quatro deles foram indiciados. Entre eles, está Patrícia Moreira, a jovem que foi flagrada por câmeras de TV gritando a palavra "macaco". Além de Patrícia, estão nos documentos os nomes de Éder Braga, que é negro, Rodrigo Rychter e Fernando Ascal. Um oitavo torcedor também aparece durante as gravações, mas ainda não teve sua participação comprovada.
Fernando Ascal ainda foi indiciado por furto, por ter levado o boné de um segurança no dia da partida. Os torcedores foram identificados através de análise das imagens das câmeras de segurança do estádio e depoimentos. De acordo com a polícia, foram observadas mais de três horas de gravação. Fonoaudiólogas participaram para fazer a leitura labial e corporal dos gremistas.
- Além da palavra macaco, um dos torcedores falou a palavra "preto". Outros imitavam um macaco, outros tocavam na pele indicando a cor - afirmou a fonoaudióloga Débora Saltiel.
De acordo com a investigação, dos quatro indiciados, apenas Patrícia não é integrante da torcida Geral do Grêmio.
- Inicialmente, a equipe da delegacia buscou imagens de vídeo. Localizou as residências. E chamou eles. Só um deles, o Rodrigo Rychter, nega que proferiu as palavras - disse o delegado Cleber Ferreira.
Com o inquérito concluído, ele é encaminhado à Justiça, que o remete ao Ministério Público. Caso o MP denuncie os indiciados, eles serão julgados pela Justiça. Ainda de acordo com a polícia, as investigações vão continuar para identificar nome e endereço dos outros quatro torcedores que acabaram não sendo indiciados.
- Vamos seguir nas investigações. Podem ser identificados até mais que outros quatro, cinco ou seis. O número pode aumentar - diz o delegado.
A pena para injúria racial é de um a três anos de reclusão. O delegado afirma, porém, que a Justiça irá decidir quem irá cumprir pena e quais torcedores terão de se apresentar em delegacias em horários de jogos.
Em contato com o GloboEsporte.com, o advogado de defesa de Patrícia, Alexandre Rossato, afirmou que a decisão já era esperada.
- Vamos trabalhar e esperar judicializar o processo para preparar a defesa dela - afirmou.
Entenda o caso
O incidente ocorreu aos 42 minutos do segundo tempo, quando Aranha reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio, alegando ter sido vítima de xingamentos por parte da torcida. O juiz mandou a partida seguir, mesmo sendo alertado por jogadores do Santos dos incidentes que ocorriam fora de campo.
A jovem mostrada pelas imagens do canal ESPN foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Patrícia Moreira era funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviços de auxiliar de odontologia na clínica da polícia militar gaúcha. As imagens da torcedora ofendendo o goleiro santista começaram a circular pelas redes sociais logo após a partida. Aranha registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia no dia seguinte à partida. A torcedora, que deixou a casa onde morava, teve parte da residência incendiada por um jovem que confessou o crime.
O clube recorreu ao pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para tentar reverter a exclusão da Copa do Brasil. No julgamento na sexta-feira, porém, o STJD decidiu manter parcialmente a decisão da 3ª comissão disciplinar que retirou o time da competição. Os auditores votaram contra a exclusão e decidiram punir os gaúchos com a perda de pontos, o que acarretou na eliminação da equipe, já que esta havia perdido a partida de ida para o Santos por 2 a 0, pelas oitavas.
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