
Os principais títulos dos grandes clubes brasileiros
Neste tópico também comentamos sobre a Copa União de 1987 e a unificação dos títulos brasileiros
- Fábio
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Re: Sobre a unificação de títulos brasileiros
Por isso que acho que a Copa Nilton Santos devia ser o nome do Brasileirão desde 2003.


- Barbano
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Re: Sobre a unificação de títulos brasileiros
Não são erros.Silvester escreveu:Então não se pode reparar os erros da história?Fabão escreveu:Até mudar a fórmula de novo.
Que nada, não precisa reescrever a história. Basta ser o que sempre foi (ou seja, 71 em diante). =)

Não mesmo.Silvester escreveu:E Campeonato e Copa são sinonimos
Por exemplo, ontem eu jantei na copa. Mas jamais poderia dizer que jantei no campeonato. São coisas diferentes...

- Jader
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Re: Sobre a unificação de títulos brasileiros
Hoje fazem 50 anos que o Palmeiras ganhou sua primeira Taça Brasil. Pra CBF, seu primeiro brasileirão, agora.


- Fábio
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Re: Sobre a unificação de títulos brasileiros
Vindo de tu que já deve ter jantado até no Mundial...digo, digo.Fabão escreveu:Não mesmo.Silvester escreveu:E Campeonato e Copa são sinonimos
Por exemplo, ontem eu jantei na copa. Mas jamais poderia dizer que jantei no campeonato. São coisas diferentes...

- Scopel
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Re: Sobre a unificação de títulos brasileiros
Sim, três vezes. E eu uma. E você?Fábio escreveu:Vindo de tu que já deve ter jantado até no Mundial...digo, digo.Fabão escreveu:Não mesmo.Silvester escreveu:E Campeonato e Copa são sinonimos
Por exemplo, ontem eu jantei na copa. Mas jamais poderia dizer que jantei no campeonato. São coisas diferentes...

- Jader
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Re: Sobre a unificação de títulos brasileiros
O Fábio teve a honra de ver seu time ganhar a Copa Peregrino! 





- Fábio
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Re: Sobre a unificação de títulos brasileiros
Ou seja, tem que unificar isso daí com o Campeonato Noruguês. 

- E.R
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Re: Sobre a unificação de títulos brasileiros
http://espnbrasil.terra.com.br/maurocez ... E+POR+2014

. A CBF não oficializa o Flamengo como campeão brasileiro de 1987. Mas resolveu reconhecer vários títulos dos anos 1950 e 1960 como equivalentes ao atual campeonato brasileiro. Se você quiser saber o que aconteceu em 1987, clique a matéria do jornalista Ubiratan Leal sobre a Copa União, o mais completo trabalho a respeito do imbróglio já publicado na imprensa. Se tiver o interesse de analisar o aspecto técnico, comparar os torneios disputados por Flamengo e Sport Recife, que reivindicam o título, veja as listas abaixo, com os participantes dos dois módulos.
MÓDULO VERDE
Esporte Clube BAHIA (Salvador-BA)
GOIÁS Esporte Clube (Goiânia-GO)
Clube ATLÉTICO Mineiro (Belo Horizonte-MG)
CRUZEIRO Esporte Clube (Belo Horizonte-MG)
SANTA CRUZ Futebol Clube (Recife-PE)
CORITIBA Football Club (Curitiba-PR)
BOTAFOGO de Futebol e Regatas (Rio de Janeiro-RJ)
Clube de Regatas FLAMENGO (Rio de Janeiro-RJ)
FLUMINENSE Football Clube (Rio de Janeiro-RJ)
Clube de Regatas VASCO DA GAMA (Rio de Janeiro-RJ)
GRÊMIO de Football Portoalegrense (Porto Alegre-RS)
Sport Club INTERNACIONAL (Porto Alegre-RS)
Sport Club CORINTHIANS Paulista (São Paulo-SP)
Sociedade Esportiva PALMEIRAS (São Paulo-SP)
SANTOS Futebol Clube (Santos-SP)
SÃO PAULO Futebol Clube (São Paulo-SP)
MÓDULO AMARELO
Centro Sportivo Alagoano - CSA (Maceió-AL)
Esporte Clube VITÓRIA (Salvador-BA)
CEARÁ Sporting Club (Fortaleza-CE)
RIO BRANCO Atlético Clube (Cariacica-ES)
ATLÉTICO Club Goianiense (Goiânia-GO)
TREZE Futebol Clube (Campina Grande-PB)
Clube NÁUTICO Capibaribe (Recife-PE)
SPORT Club do Recife (Recife-PE)
Clube ATLÉTICO Paranaense (Curitiba-PR)
BANGU Atlético Clube (Rio de Janeiro-RJ)
CRICIÚMA Esporte Clube (Criciúma-SC)
JOINVILLE Esporte Clube (Joinville-SC)
GUARANI Futebol Clube (Campinas-SP)
Associação Atlética INTERNACIONAL (Limeira-SP)
Associação PORTUGUESA de Desportos (São Paulo-SP)
Leu o texto do Ubiratan ? Observou atentamente as listas com os times que participaram dos dois torneios paralelos realizados em 1987 ? Então, observando o aspecto técnico, repito, técnico, responda : quem disputou, e ganhou, o torneio equivalente à primeira divisão ?
Por isso, o torcedor do Flamengo que se irrita com a cartolagem e briga pelo reconhecimento da CBF age de forma tola. O que importa um decreto a mais ou a menos do presidente da Confederação ? Você dá valor ao que diz, determina ou pensa o comandante da CBF ? Acha mesmo relevante alguma decisão futebolística tomada por esta pessoa ?
Que tal se preocupar com o que realmente interessa ? Protestar contra os grandes absurdos que envolvem o futebol no Brasil ? Se a CBF dará mais uma canetada ou não, dane-se. Torcedores do Flamengo e demais clubes deveriam cobrar CBF por 2014, por exemplo, não por 1987, pois o que aconteceu em campo ninguém muda.
PS
/color] após tanto tempo, como já deixei claro várias vezes, acho que seria razoável decretar os dois rubro-negros campeões nacionais daquele ano. Afinal, se o Sport se contenta e se convence de que foi, realmente, de fato, campeão e melhor time do país naquele ano enfrentando as equipes acima relacionadas no módulo amarelo... Ok, paciência, né? Pessoalmente acho que o grande e verdadeiro triunfo técnico do Leão da Ilha do Retiro no âmbito nacional foi registrado há pouco mais de dois anos, quando o clube ganhou a Copa do Brasil após eliminar Palmeiras, Internacional, Vasco e bater o Corinthians na final. Adversários de peso, de elite no futebol brasileiro, e que em 1987 disputaram o outro módulo, o verde, vencido pelo Flamengo.
PS 2
/color] aos que questionam as ausências de Guarani, vice em 1986, e América do RJ, semifinalista, de fato absurdas, vale frisar que pelo campeonato de 1986 o Sport estaria rebaixado à Série B, ou seja, não poderia disputar e muito menos ganhar o título da primeira divisão. Vários absurdos, mas o argumento apresentado por alguns é equivocado, como podem observar.

. A CBF não oficializa o Flamengo como campeão brasileiro de 1987. Mas resolveu reconhecer vários títulos dos anos 1950 e 1960 como equivalentes ao atual campeonato brasileiro. Se você quiser saber o que aconteceu em 1987, clique a matéria do jornalista Ubiratan Leal sobre a Copa União, o mais completo trabalho a respeito do imbróglio já publicado na imprensa. Se tiver o interesse de analisar o aspecto técnico, comparar os torneios disputados por Flamengo e Sport Recife, que reivindicam o título, veja as listas abaixo, com os participantes dos dois módulos.
MÓDULO VERDE
Esporte Clube BAHIA (Salvador-BA)
GOIÁS Esporte Clube (Goiânia-GO)
Clube ATLÉTICO Mineiro (Belo Horizonte-MG)
CRUZEIRO Esporte Clube (Belo Horizonte-MG)
SANTA CRUZ Futebol Clube (Recife-PE)
CORITIBA Football Club (Curitiba-PR)
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Clube de Regatas FLAMENGO (Rio de Janeiro-RJ)
FLUMINENSE Football Clube (Rio de Janeiro-RJ)
Clube de Regatas VASCO DA GAMA (Rio de Janeiro-RJ)
GRÊMIO de Football Portoalegrense (Porto Alegre-RS)
Sport Club INTERNACIONAL (Porto Alegre-RS)
Sport Club CORINTHIANS Paulista (São Paulo-SP)
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SANTOS Futebol Clube (Santos-SP)
SÃO PAULO Futebol Clube (São Paulo-SP)
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ATLÉTICO Club Goianiense (Goiânia-GO)
TREZE Futebol Clube (Campina Grande-PB)
Clube NÁUTICO Capibaribe (Recife-PE)
SPORT Club do Recife (Recife-PE)
Clube ATLÉTICO Paranaense (Curitiba-PR)
BANGU Atlético Clube (Rio de Janeiro-RJ)
CRICIÚMA Esporte Clube (Criciúma-SC)
JOINVILLE Esporte Clube (Joinville-SC)
GUARANI Futebol Clube (Campinas-SP)
Associação Atlética INTERNACIONAL (Limeira-SP)
Associação PORTUGUESA de Desportos (São Paulo-SP)
Leu o texto do Ubiratan ? Observou atentamente as listas com os times que participaram dos dois torneios paralelos realizados em 1987 ? Então, observando o aspecto técnico, repito, técnico, responda : quem disputou, e ganhou, o torneio equivalente à primeira divisão ?
Por isso, o torcedor do Flamengo que se irrita com a cartolagem e briga pelo reconhecimento da CBF age de forma tola. O que importa um decreto a mais ou a menos do presidente da Confederação ? Você dá valor ao que diz, determina ou pensa o comandante da CBF ? Acha mesmo relevante alguma decisão futebolística tomada por esta pessoa ?
Que tal se preocupar com o que realmente interessa ? Protestar contra os grandes absurdos que envolvem o futebol no Brasil ? Se a CBF dará mais uma canetada ou não, dane-se. Torcedores do Flamengo e demais clubes deveriam cobrar CBF por 2014, por exemplo, não por 1987, pois o que aconteceu em campo ninguém muda.
PS

PS 2

E o América também não jogou o módulo amarelo. Deveria ter jogado, pela campanha que fez em 1986, mas não quis. E a Ponte Preta é que foi sacaneada e o Sport, beneficiado.
--
http://trivela.uol.com.br/Conteudo.aspx ... 5&id=16544
. As autoridades até hoje não equacionaram a disputa entre Flamengo e Sport para definir o campeão brasileiro de 1987. Uma história que muitas vezes é reduzida à validade de um cruzamento entre os melhores do Módulo Verde (formado pelos grandes clubes) com o do Amarelo, mas que envolveu briga política, mudança de regulamentos e até traição.
Capítulo 1: CBF em crise institucional
. Na metade da década de 1980, já não havia mais condições de manter os Brasileirões inchados, com até 94 participantes. A própria CBF determinou que, em 1987, o campeonato seria reduzido para 24 clubes, definidos pelas posições na segunda fase do torneio no ano anterior. Seria simples, se os problemas não começassem ainda na Copa Brasil 1986.
No final da primeira fase, o Joinville pediu os pontos do empate em 1 a 1 com o Sergipe alegando que um jogador do adversário foi pego no exame antidoping. O CND (Conselho Nacional de Desportos) contrariou a CBF e determinou que os catarinenses tinham a vitória, o que agradou ao então ministro da educação Jorge Bornhausen. A decisão, porém, tiraria da segunda fase o Vasco. A confederação ainda envolveu a Portuguesa na discussão e, para agradar a todos, nenhum desses três clube foi eliminado. Pior, sob influência do chefe da Casa Civil, o pernambucano Marco Maciel, foram abertas mais três vagas na segunda fase, o que beneficiou Náutico, Santa Cruz e Sobradinho-DF.
A falta de autoridade da CBF para impor suas decisões não era gratuita. A entidade vivia grande confusão administrativa desde a eleição à presidência da entidade no início de 1986. Nabi Abi Chedid e Medrado Dias eram os candidatos e havia a expectativa de empate. Se isso ocorresse, Dias seria eleito pelo critério de idade. Assim, momentos antes da votação, Nabi inverteu a chapa com seu vice Octávio Pinto Guimarães, mais velho que o concorrente. Guimarães venceu por um voto e assumiu a presidência da CBF.
Esperava-se que Guimarães fosse presidente apenas formalmente, pois o comando seria de Nabi. “Cheguei a participar de uma reunião que discutiu se Guimarães deveria renunciar meses depois de assumir”, revela Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo na época, em entrevista à Trivela. Isso não ocorreu e o presidente eleito resolveu fazer valer seu poder, o que desagradou o vice. Sem comando forte, o poder da CBF se deteriorou rapidamente. Os reveses se acumulavam – incluindo a derrota para Estados Unidos e Marrocos na concorrência para sediar a Copa de 1994 – e até a situação financeira da entidade era delicada.
Capítulo 2: nasce o Clube dos 13
Enquanto a CBF estava à deriva, os clubes já se organizavam para fazerem valer seus interesses. No caso, a maior preocupação era fazer lobby para incluir na pauta da Assembléia Constituinte – que se formaria em 1988 – um artigo que lhes desse autonomia de organização e funcionamento. A campanha foi bem sucedida e a união de clubes ganhou força. Em abril, Flamengo e São Paulo se negaram a ceder seus jogadores para uma excursão da Seleção Brasileira à Europa e tiveram respaldo do CND. Márcio Braga, presidente do Flamengo na época, saiu da reunião que anulou a convocação da Seleção dizendo, triunfante, que era o “fim do autoritarismo no futebol brasileiro”.
Em junho de 1987, Octávio Pinto Guimarães anunciou : “a CBF não tem condições de organizar o Campeonato Brasileiro deste ano”. O motivo era a falta de dinheiro para arcar com as viagens dos times e outras despesas da competição. Sob o risco de ficar sem a competição que já era a mais importante do calendário, os grandes clubes resolveram tomar as rédeas da situação. “Liguei para o Nabi e perguntei se era sério o que o Octávio falava. Ele disse que era e ‘deu a bênção’ para que organizássemos o campeonato se quiséssemos”, conta Aidar.
O dirigente são-paulino propôs a comandantes de outros times tradicionais a formação de uma associação de clubes para organizar o Brasileirão. Foram convidadas as equipes mais tradicionais de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Para evitar o rótulo de elitista, também foi convidado um representante do Nordeste, o Bahia. Assim, surgiu a União dos Grandes Clubes Brasileiros, conhecida como Clube dos 13. O presidente são-paulino passou a comandar também a associação.
Capítulo 3: a Copa União ganha forma
Quando foi formatado o novo Campeonato Brasileiro, a intenção foi transfornar a competição em um grande produto para o mercado. O principal atrativo era haver apenas confrontos entre clubes de grande torcida. Por isso, não houve critérios técnicos para a definição dos participantes. Guarani e América-RJ, pela ordem, vice-campeão e semifinalista no ano anterior, foram preteridos. “Nossa idéia era romper os vínculos com modelo antigo do torneio, começar uma nova história”, comenta Márcio Braga, presidente do Flamengo. “Priorizamos os clubes que viabilizariam financeiramente uma competição à beira da falência”, acrescenta.
Ainda assim, o Clube dos 13 contava com o apoio da CBF. “A única exigência da entidade para oficializar nosso Campeonato Brasileiro foi a inclusão de mais três clubes de outros Estados”, comenta Aidar. Assim, foram chamados Coritiba, Santa Cruz e Goiás, clubes mais populares e donos de melhor histórico nacional entre paranaenses, pernambucanos e goianos na época. Novamente, não se podia falar em critérios técnicos, pois o Coritiba não era campeão paranaense (perdera o título para o Pinheiros) e fora 43º na Copa Brasil de 1986.
Com participantes definidos, o Clube dos 13 correu atrás de apoio financeiro. João Henrique Areias e Celso Grellet, diretores de marketing de Flamengo e São Paulo, comandaram o projeto comercial. O torneio foi batizado de “Copa União” para ter uma marca que enfatizasse a nova fase do futebol brasileiro e pudesse ser licenciada por diversas empresas. Além disso, a organização obteve o patrocínio oficial de Rede Globo, Coca-Cola e Varig.
A Coca-Cola colocou seu logotipo nas camisas de todos os clubes que não tivessem patrocinadores (apenas Flamengo, Palmeiras e Corinthians tinham contratos a cumprir) e no círculo central do gramado (depois, a Fifa vetou essa idéia e a marca ficou dentro dos gols). A Rede Globo transmitiu o campeonato com exclusividade, com a permissão de passar as partidas na cidade em que eram realizadas. A condição era que, minutos antes de a rodada começar, a emissora fizesse um sorteio de qual jogo seria visto por todo o país (o que gerou a curiosa situação de, em uma tarde com São Paulo x Corinthians e Flamengo x Fluminense, o Brasil inteiro viu Bahia x Goiás, que acabou sendo a despedida de Mário Sérgio).
Capítulo 4: traição, e a CBF volta à cena
A forma como surgia a Copa União deixou vários clubes descontentes. Os líderes do movimento eram América-RJ, Guarani e Portuguesa se sentiam injustiçados, pois teriam direito de estar na elite pelo desempenho no Brasileirão de 1986. “Não dá para aceitar um Campeonato Brasileiro em que os clubes grandes viram a mesa só porque não querem dividir o torneio com ninguém”, brada Homero Lacerda, diretor de futebol do Sport e presidente do clube em 1987. “Os dirigentes de todos os outros clubes sempre foram contra essa atitude autoritária do Clube dos 13 na época.”
O sucesso comercial da competição organizada pelo Clube dos 13 também saltou aos olhos da CBF. Desse modo, a entidade decidiu organizar uma competição com 16 clubes que estavam de fora da Copa União. Usou como critério a classificação do Brasileirão de 1986, apesar de deixar de lado a Ponte Preta em favor do Sport
, e conseguiu o apoio do SBT. Depois, a CBF mudou seu discurso e deixou de considerar a Copa União como o Brasileirão. Naquele momento, o torneio dos grandes seria o Módulo Verde e o outro, o Amarelo. Os dois melhores de cada módulo se enfrentariam para definir o campeão nacional.
O Clube dos 13 decidiu boicotar o cruzamento. No entanto, a CBF contou com um apoio de dentro da união de clubes. “O Eurico Miranda era vice-presidente de futebol do Vasco e ficou como nosso interlocutor na CBF”, comenta Aidar. “Ele nos traiu e deu sinal verde para a CBF virar a mesa, mesmo contra a determinação dos outros 12 clubes de não fazer cruzamento com o Módulo Amarelo.” O Clube dos 13 não assinou o regulamento proposto pela confederação, mas já estava aberta a brecha para a confusão.
Os dois torneios caminharam e não se falava em cruzamento. Para a mídia, o título brasileiro se decidia na Copa União. O Flamengo conquistou o torneio ao surpreender o invicto Atlético-MG de Telê Santana na semifinal e ao bater o Internacional na decisão.
O Módulo Amarelo teve percalços. Nem a possibilidade de cruzamento contentou América-RJ e Portuguesa, que decidiram boicotar o torneio. A Lusa voltou atrás posteriormente, mas os rubros, de fato, não jogaram uma partida sequer.
No final do Módulo Amarelo, Guarani e Sport dividiram o título após empate em 11 a 11 na disputa de pênaltis.
Em janeiro daquele ano, a CBF impôs seu regulamento e determinou que seria realizado um mata-mata entre Flamengo, Internacional, Sport e Guarani. Flamenguistas e colorados confirmaram a decisão de boicotar o cruzamento e não compareceram às semifinais. Assim, Sport e Guarani fizeram a final, vencida pelos pernambucanos. As duas equipes representaram o Brasil na Copa Libertadores e foram oficializadas pela CBF como campeão e vice do país em 1987. O CND tinha outra visão e deu o título ao Flamengo. Anos depois, o Rubro-Negro de Recife ganhou o campeonato na Justiça.
Capítulo 5: legado
Não demorou para o Clube dos 13 se aliar à CBF e o movimento não teve continuidade. “Não chegamos a tomar o poder na época por falta de continuidade do caráter político do movimento”, avalia Carlos Miguel Aidar. Hoje, a associação de clubes tem como principal função negociar os direitos de transmissão do Brasileirão.
A confederação voltou a organizar o Brasileirão, apesar de o nome Copa União ter sido mantido em 1988. “A Globo apoiou com força o torneio de 1987 e se sentiu traída pelos clubes no ano seguinte”, afirma o jornalista Juca Kfouri, comentarista da emissora carioca na época e notório entusiasta da Copa União de 1987.
Ainda assim, não se pode dizer que o torneio não deixou seus rastros. A competição organizada pelos grandes clubes teve público médio de 20.877 pagantes, o segundo maior da história do campeonato nacional. Com o dinheiro vindo de patrocinadores, os clubes arrecadaram o equivalente a uma média de público de cerca de 40 mil pagantes. Ficou evidente a demonstração de força dos clubes, que ganharam mais voz nas discussões sobre o destino do futebol brasileiro.
Desde então, o principal torneio de clubes do país passou a prever sistema de promoção e rebaixamento (as exceções foram em 1993, com uma virada de mesa para resgatar o Grêmio, e em 2000, com a criação da Copa João Havelange após a batalha jurídica entre Gama e CBF). “O que era para ser uma revolução se transformou em uma transição, mas não deixou de ter sua importância histórica”, comenta o jornalista Celso Unzelte, pesquisador da história do futebol brasileiro.
O fato de sempre haver um asterisco quando se fala no campeão brasileiro de 1987 não abala o Sport, detentor de direito do título. “Essa confusão toda até foi boa para a gente, pois todos se lembram que somos os campeões de 1987. Ninguém fala no título do Bahia em 1988”, ironiza Lacerda.
OS ATORES DA PEÇA
Clubes grandes
Estavam dispostos a se unirem para ganhar autonomia e mudar a estrutura do futebol de modo que explorassem melhor seu potencial econômico. Aproveitaram a desistência da CBF em organizar o Brasileirão de 1987 e criaram o Clube dos 13.
Clubes pequenos
Alguns, como América-RJ, Guarani e Portuguesa, se sentiram prejudicados pela falta de critério técnico na definição dos participantes da Copa União e muitos falaram que era uma “virada de mesa”.
CBF
Com presidente e vice que não se entendiam, a entidade estava desgovernada, sem força política e em crise financeira. Não tinha mais condições de segurar a vontade dos clubes de se organizarem por conta própria.
CND
O Conselho Nacional de Desportos foi criado por Getúlio Vargas para regular os esportes de competição no Brasil. Era o meio de o governo interferir no esporte, mas, na metade da década de 1980, o CND era presidido por Manuel Tubino e tinha uma visão mais progressista, incentivando o aumento de autonomia dos clubes. O órgão foi extinto em 1993, no governo de Itamar Franco.
Patrocinadores
Globo, Coca-Cola e Varig viram na Copa União o primeiro Campeonato Brasileiro em torno do qual haveria uma grande mobilização nacional. Assim, apoiaram o Clube dos 13 e criaram diversas ações de marketing específicas para a competição.
UM PARA LÁ, DOIS PARA CÁ
A dança de clubes que participariam do Brasileirão de 1987 foi bastante confusa. Veja como seu time fez parte desse vaivém :
Pela Copa Brasil 1986, os seis primeiros de cada grupo da segunda fase teriam vaga no Brasileirão do ano seguinte. Com a briga na Justiça entre Joinville, Vasco e Portuguesa, a CBF determinou que seriam os sete primeiros de cada chave.
V
América-RJ, Atlético-GO, Atlético-MG, Atlético-PR, Bahia, Bangu, Ceará, Corinthians, Criciúma, Cruzeiro, CSA, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio, Guarani, Internacional-RS, Internacional-SP, Joinville, Náutico, Palmeiras, Portuguesa, Rio Branco-ES, Santa Cruz, Santos, São Paulo, Treze e Vasco
V
Com a desistência da CBF organizar a competição, o Clube dos 13 decidiu realizar seu próprio campeonato
V
Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco
V
O Clube dos 13 ainda convidou as três equipes mais populares de Estados que não tinham vaga na Copa União para tornar a competição mais nacional.
V
Coritiba, Goiás e Santa Cruz
V
A CBF decidiu organizar o Módulo Amarelo com os clubes que se classificaram entre os 28 da Copa Brasil 1986 e não estavam na Copa União. Ainda convidou Sport e Vitória.
V
América-RJ, Atlético-PR, Atlético-GO, Bangu, Ceará, Criciúma, CSA, Guarani, Internacional-SP, Joinville, Náutico, Portuguesa, Rio Branco-ES, Sport, Treze e Vitória. Em protesto pela exclusão na Copa União, o América-RJ não disputou o Módulo Amarelo.
V
Para definir os 24 participantes da Copa União de 1988 (já organizada pela CBF), foram utilizados os participantes do Módulo Verde de 1987 e dos oito primeiros do Módulo Amarelo. A exceção foi o América-RJ, que ficou com a vaga da Internacional-SP como compensação pelo ano anterior.
V
América-RJ, Atlético-MG, Atlético-PR, Bahia, Bangu, Botafogo, Corinthians, Coritiba, Criciúma, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio, Guarani, Internacional, Palmeiras, Portuguesa, Santa Cruz, Santos, São Paulo, Sport, Vasco e Vitória
Obs.: reportagem originalmente publicada na edição nº 15 (maio de 2007) da revista Trivela.
. As autoridades até hoje não equacionaram a disputa entre Flamengo e Sport para definir o campeão brasileiro de 1987. Uma história que muitas vezes é reduzida à validade de um cruzamento entre os melhores do Módulo Verde (formado pelos grandes clubes) com o do Amarelo, mas que envolveu briga política, mudança de regulamentos e até traição.
Capítulo 1: CBF em crise institucional
. Na metade da década de 1980, já não havia mais condições de manter os Brasileirões inchados, com até 94 participantes. A própria CBF determinou que, em 1987, o campeonato seria reduzido para 24 clubes, definidos pelas posições na segunda fase do torneio no ano anterior. Seria simples, se os problemas não começassem ainda na Copa Brasil 1986.
No final da primeira fase, o Joinville pediu os pontos do empate em 1 a 1 com o Sergipe alegando que um jogador do adversário foi pego no exame antidoping. O CND (Conselho Nacional de Desportos) contrariou a CBF e determinou que os catarinenses tinham a vitória, o que agradou ao então ministro da educação Jorge Bornhausen. A decisão, porém, tiraria da segunda fase o Vasco. A confederação ainda envolveu a Portuguesa na discussão e, para agradar a todos, nenhum desses três clube foi eliminado. Pior, sob influência do chefe da Casa Civil, o pernambucano Marco Maciel, foram abertas mais três vagas na segunda fase, o que beneficiou Náutico, Santa Cruz e Sobradinho-DF.
A falta de autoridade da CBF para impor suas decisões não era gratuita. A entidade vivia grande confusão administrativa desde a eleição à presidência da entidade no início de 1986. Nabi Abi Chedid e Medrado Dias eram os candidatos e havia a expectativa de empate. Se isso ocorresse, Dias seria eleito pelo critério de idade. Assim, momentos antes da votação, Nabi inverteu a chapa com seu vice Octávio Pinto Guimarães, mais velho que o concorrente. Guimarães venceu por um voto e assumiu a presidência da CBF.
Esperava-se que Guimarães fosse presidente apenas formalmente, pois o comando seria de Nabi. “Cheguei a participar de uma reunião que discutiu se Guimarães deveria renunciar meses depois de assumir”, revela Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo na época, em entrevista à Trivela. Isso não ocorreu e o presidente eleito resolveu fazer valer seu poder, o que desagradou o vice. Sem comando forte, o poder da CBF se deteriorou rapidamente. Os reveses se acumulavam – incluindo a derrota para Estados Unidos e Marrocos na concorrência para sediar a Copa de 1994 – e até a situação financeira da entidade era delicada.
Capítulo 2: nasce o Clube dos 13
Enquanto a CBF estava à deriva, os clubes já se organizavam para fazerem valer seus interesses. No caso, a maior preocupação era fazer lobby para incluir na pauta da Assembléia Constituinte – que se formaria em 1988 – um artigo que lhes desse autonomia de organização e funcionamento. A campanha foi bem sucedida e a união de clubes ganhou força. Em abril, Flamengo e São Paulo se negaram a ceder seus jogadores para uma excursão da Seleção Brasileira à Europa e tiveram respaldo do CND. Márcio Braga, presidente do Flamengo na época, saiu da reunião que anulou a convocação da Seleção dizendo, triunfante, que era o “fim do autoritarismo no futebol brasileiro”.
Em junho de 1987, Octávio Pinto Guimarães anunciou : “a CBF não tem condições de organizar o Campeonato Brasileiro deste ano”. O motivo era a falta de dinheiro para arcar com as viagens dos times e outras despesas da competição. Sob o risco de ficar sem a competição que já era a mais importante do calendário, os grandes clubes resolveram tomar as rédeas da situação. “Liguei para o Nabi e perguntei se era sério o que o Octávio falava. Ele disse que era e ‘deu a bênção’ para que organizássemos o campeonato se quiséssemos”, conta Aidar.
O dirigente são-paulino propôs a comandantes de outros times tradicionais a formação de uma associação de clubes para organizar o Brasileirão. Foram convidadas as equipes mais tradicionais de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Para evitar o rótulo de elitista, também foi convidado um representante do Nordeste, o Bahia. Assim, surgiu a União dos Grandes Clubes Brasileiros, conhecida como Clube dos 13. O presidente são-paulino passou a comandar também a associação.
Capítulo 3: a Copa União ganha forma
Quando foi formatado o novo Campeonato Brasileiro, a intenção foi transfornar a competição em um grande produto para o mercado. O principal atrativo era haver apenas confrontos entre clubes de grande torcida. Por isso, não houve critérios técnicos para a definição dos participantes. Guarani e América-RJ, pela ordem, vice-campeão e semifinalista no ano anterior, foram preteridos. “Nossa idéia era romper os vínculos com modelo antigo do torneio, começar uma nova história”, comenta Márcio Braga, presidente do Flamengo. “Priorizamos os clubes que viabilizariam financeiramente uma competição à beira da falência”, acrescenta.
Ainda assim, o Clube dos 13 contava com o apoio da CBF. “A única exigência da entidade para oficializar nosso Campeonato Brasileiro foi a inclusão de mais três clubes de outros Estados”, comenta Aidar. Assim, foram chamados Coritiba, Santa Cruz e Goiás, clubes mais populares e donos de melhor histórico nacional entre paranaenses, pernambucanos e goianos na época. Novamente, não se podia falar em critérios técnicos, pois o Coritiba não era campeão paranaense (perdera o título para o Pinheiros) e fora 43º na Copa Brasil de 1986.
Com participantes definidos, o Clube dos 13 correu atrás de apoio financeiro. João Henrique Areias e Celso Grellet, diretores de marketing de Flamengo e São Paulo, comandaram o projeto comercial. O torneio foi batizado de “Copa União” para ter uma marca que enfatizasse a nova fase do futebol brasileiro e pudesse ser licenciada por diversas empresas. Além disso, a organização obteve o patrocínio oficial de Rede Globo, Coca-Cola e Varig.
A Coca-Cola colocou seu logotipo nas camisas de todos os clubes que não tivessem patrocinadores (apenas Flamengo, Palmeiras e Corinthians tinham contratos a cumprir) e no círculo central do gramado (depois, a Fifa vetou essa idéia e a marca ficou dentro dos gols). A Rede Globo transmitiu o campeonato com exclusividade, com a permissão de passar as partidas na cidade em que eram realizadas. A condição era que, minutos antes de a rodada começar, a emissora fizesse um sorteio de qual jogo seria visto por todo o país (o que gerou a curiosa situação de, em uma tarde com São Paulo x Corinthians e Flamengo x Fluminense, o Brasil inteiro viu Bahia x Goiás, que acabou sendo a despedida de Mário Sérgio).
Capítulo 4: traição, e a CBF volta à cena
A forma como surgia a Copa União deixou vários clubes descontentes. Os líderes do movimento eram América-RJ, Guarani e Portuguesa se sentiam injustiçados, pois teriam direito de estar na elite pelo desempenho no Brasileirão de 1986. “Não dá para aceitar um Campeonato Brasileiro em que os clubes grandes viram a mesa só porque não querem dividir o torneio com ninguém”, brada Homero Lacerda, diretor de futebol do Sport e presidente do clube em 1987. “Os dirigentes de todos os outros clubes sempre foram contra essa atitude autoritária do Clube dos 13 na época.”
O sucesso comercial da competição organizada pelo Clube dos 13 também saltou aos olhos da CBF. Desse modo, a entidade decidiu organizar uma competição com 16 clubes que estavam de fora da Copa União. Usou como critério a classificação do Brasileirão de 1986, apesar de deixar de lado a Ponte Preta em favor do Sport

O Clube dos 13 decidiu boicotar o cruzamento. No entanto, a CBF contou com um apoio de dentro da união de clubes. “O Eurico Miranda era vice-presidente de futebol do Vasco e ficou como nosso interlocutor na CBF”, comenta Aidar. “Ele nos traiu e deu sinal verde para a CBF virar a mesa, mesmo contra a determinação dos outros 12 clubes de não fazer cruzamento com o Módulo Amarelo.” O Clube dos 13 não assinou o regulamento proposto pela confederação, mas já estava aberta a brecha para a confusão.
Os dois torneios caminharam e não se falava em cruzamento. Para a mídia, o título brasileiro se decidia na Copa União. O Flamengo conquistou o torneio ao surpreender o invicto Atlético-MG de Telê Santana na semifinal e ao bater o Internacional na decisão.
O Módulo Amarelo teve percalços. Nem a possibilidade de cruzamento contentou América-RJ e Portuguesa, que decidiram boicotar o torneio. A Lusa voltou atrás posteriormente, mas os rubros, de fato, não jogaram uma partida sequer.
No final do Módulo Amarelo, Guarani e Sport dividiram o título após empate em 11 a 11 na disputa de pênaltis.

Em janeiro daquele ano, a CBF impôs seu regulamento e determinou que seria realizado um mata-mata entre Flamengo, Internacional, Sport e Guarani. Flamenguistas e colorados confirmaram a decisão de boicotar o cruzamento e não compareceram às semifinais. Assim, Sport e Guarani fizeram a final, vencida pelos pernambucanos. As duas equipes representaram o Brasil na Copa Libertadores e foram oficializadas pela CBF como campeão e vice do país em 1987. O CND tinha outra visão e deu o título ao Flamengo. Anos depois, o Rubro-Negro de Recife ganhou o campeonato na Justiça.
Capítulo 5: legado
Não demorou para o Clube dos 13 se aliar à CBF e o movimento não teve continuidade. “Não chegamos a tomar o poder na época por falta de continuidade do caráter político do movimento”, avalia Carlos Miguel Aidar. Hoje, a associação de clubes tem como principal função negociar os direitos de transmissão do Brasileirão.
A confederação voltou a organizar o Brasileirão, apesar de o nome Copa União ter sido mantido em 1988. “A Globo apoiou com força o torneio de 1987 e se sentiu traída pelos clubes no ano seguinte”, afirma o jornalista Juca Kfouri, comentarista da emissora carioca na época e notório entusiasta da Copa União de 1987.
Ainda assim, não se pode dizer que o torneio não deixou seus rastros. A competição organizada pelos grandes clubes teve público médio de 20.877 pagantes, o segundo maior da história do campeonato nacional. Com o dinheiro vindo de patrocinadores, os clubes arrecadaram o equivalente a uma média de público de cerca de 40 mil pagantes. Ficou evidente a demonstração de força dos clubes, que ganharam mais voz nas discussões sobre o destino do futebol brasileiro.
Desde então, o principal torneio de clubes do país passou a prever sistema de promoção e rebaixamento (as exceções foram em 1993, com uma virada de mesa para resgatar o Grêmio, e em 2000, com a criação da Copa João Havelange após a batalha jurídica entre Gama e CBF). “O que era para ser uma revolução se transformou em uma transição, mas não deixou de ter sua importância histórica”, comenta o jornalista Celso Unzelte, pesquisador da história do futebol brasileiro.
O fato de sempre haver um asterisco quando se fala no campeão brasileiro de 1987 não abala o Sport, detentor de direito do título. “Essa confusão toda até foi boa para a gente, pois todos se lembram que somos os campeões de 1987. Ninguém fala no título do Bahia em 1988”, ironiza Lacerda.
OS ATORES DA PEÇA
Clubes grandes
Estavam dispostos a se unirem para ganhar autonomia e mudar a estrutura do futebol de modo que explorassem melhor seu potencial econômico. Aproveitaram a desistência da CBF em organizar o Brasileirão de 1987 e criaram o Clube dos 13.
Clubes pequenos
Alguns, como América-RJ, Guarani e Portuguesa, se sentiram prejudicados pela falta de critério técnico na definição dos participantes da Copa União e muitos falaram que era uma “virada de mesa”.
CBF
Com presidente e vice que não se entendiam, a entidade estava desgovernada, sem força política e em crise financeira. Não tinha mais condições de segurar a vontade dos clubes de se organizarem por conta própria.
CND
O Conselho Nacional de Desportos foi criado por Getúlio Vargas para regular os esportes de competição no Brasil. Era o meio de o governo interferir no esporte, mas, na metade da década de 1980, o CND era presidido por Manuel Tubino e tinha uma visão mais progressista, incentivando o aumento de autonomia dos clubes. O órgão foi extinto em 1993, no governo de Itamar Franco.
Patrocinadores
Globo, Coca-Cola e Varig viram na Copa União o primeiro Campeonato Brasileiro em torno do qual haveria uma grande mobilização nacional. Assim, apoiaram o Clube dos 13 e criaram diversas ações de marketing específicas para a competição.
UM PARA LÁ, DOIS PARA CÁ
A dança de clubes que participariam do Brasileirão de 1987 foi bastante confusa. Veja como seu time fez parte desse vaivém :
Pela Copa Brasil 1986, os seis primeiros de cada grupo da segunda fase teriam vaga no Brasileirão do ano seguinte. Com a briga na Justiça entre Joinville, Vasco e Portuguesa, a CBF determinou que seriam os sete primeiros de cada chave.
V
América-RJ, Atlético-GO, Atlético-MG, Atlético-PR, Bahia, Bangu, Ceará, Corinthians, Criciúma, Cruzeiro, CSA, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio, Guarani, Internacional-RS, Internacional-SP, Joinville, Náutico, Palmeiras, Portuguesa, Rio Branco-ES, Santa Cruz, Santos, São Paulo, Treze e Vasco
V
Com a desistência da CBF organizar a competição, o Clube dos 13 decidiu realizar seu próprio campeonato
V
Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco
V
O Clube dos 13 ainda convidou as três equipes mais populares de Estados que não tinham vaga na Copa União para tornar a competição mais nacional.
V
Coritiba, Goiás e Santa Cruz
V
A CBF decidiu organizar o Módulo Amarelo com os clubes que se classificaram entre os 28 da Copa Brasil 1986 e não estavam na Copa União. Ainda convidou Sport e Vitória.
V
América-RJ, Atlético-PR, Atlético-GO, Bangu, Ceará, Criciúma, CSA, Guarani, Internacional-SP, Joinville, Náutico, Portuguesa, Rio Branco-ES, Sport, Treze e Vitória. Em protesto pela exclusão na Copa União, o América-RJ não disputou o Módulo Amarelo.
V
Para definir os 24 participantes da Copa União de 1988 (já organizada pela CBF), foram utilizados os participantes do Módulo Verde de 1987 e dos oito primeiros do Módulo Amarelo. A exceção foi o América-RJ, que ficou com a vaga da Internacional-SP como compensação pelo ano anterior.
V
América-RJ, Atlético-MG, Atlético-PR, Bahia, Bangu, Botafogo, Corinthians, Coritiba, Criciúma, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio, Guarani, Internacional, Palmeiras, Portuguesa, Santa Cruz, Santos, São Paulo, Sport, Vasco e Vitória
Obs.: reportagem originalmente publicada na edição nº 15 (maio de 2007) da revista Trivela.



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Re: Sobre a unificação de títulos brasileiros
América deveria ter jogado o módulo Verde. Foi o quarto colocado em 86, não vejo porque seria diferente.E.R escreveu:E o América também não jogou o módulo amarelo. Deveria ter jogado, pela campanha que fez em 1986, mas não quis. E a Ponte Preta é que foi sacaneada e o Sport, beneficiado.
Ponte Preta não foi sacaneada... Tanto ela quanto o Sport foram rebaixados em 86, bem como Botafogo, Coritiba e Vitória. Ela só não foi beneficiada como os outros quatro...
Um módulo verde com 16 clubes deveria ter:
Palmeiras
São Paulo
Corinthians
Guarani
Portuguesa
Inter de Limeira
Fluminense
Flamengo
Vasco da Gama
América-RJ
Cruzeiro
Atlético-MG
Grêmio
Joinville
Criciúma
Bahia
Simples assim. Os 16 clubes que se classificaram para as oitavas de final em 86. Nada de Santos, Inter, Botafogo, Coritiba... Agora, preferiram fazer um catadão selecionando os times por critérios políticos... o resultado taí, até hoje.

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Re: Sobre a unificação de títulos brasileiros
Fabão, o campeonato foi organizados pelos maiores clubes, não tem mesmo lógica respeitarem a lógica de 86 por se tratar de um campeonato da CBF, sendo esta o motivo de toda esta confusão.
Tente enxergar o contexto da época: estava todo mundo puto com a CBF e não iria haver campeonato sem a iniciativa e a criação do Clube dos 13, esses sim, os dinâmicos e estrelas da Copa União que só contou com mais times para completar mesmo. Se houvesse 20 grandes, então nem haveria convidados e de qualquer modo, tudo independeria de quem caiu ou foi campeão em 86.
Tente enxergar o contexto da época: estava todo mundo puto com a CBF e não iria haver campeonato sem a iniciativa e a criação do Clube dos 13, esses sim, os dinâmicos e estrelas da Copa União que só contou com mais times para completar mesmo. Se houvesse 20 grandes, então nem haveria convidados e de qualquer modo, tudo independeria de quem caiu ou foi campeão em 86.
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Re: Sobre a unificação de títulos brasileiros
A CBF que se exploda, o flamenguista tem todo o direito de se considerar hexacampeão brasileiro, depois dessa unificação das Taças "Brasis"...


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Re: Sobre a unificação de títulos brasileiros
Se quem caiu em 86 voltou em 88 é problema da CBF, não da Copa União e dos Clube dos 13.
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Re: Sobre a unificação de títulos brasileiros
Do ponto de vista de Flamengo, São Paulo, Inter, Botafogo, Coritiba, Santos e outros, a história é essa.Scopel escreveu:Fabão, o campeonato foi organizados pelos maiores clubes, não tem mesmo lógica respeitarem a lógica de 86 por se tratar de um campeonato da CBF, sendo esta o motivo de toda esta confusão.
Tente enxergar o contexto da época: estava todo mundo puto com a CBF e não iria haver campeonato sem a iniciativa e a criação do Clube dos 13, esses sim, os dinâmicos e estrelas da Copa União que só contou com mais times para completar mesmo. Se houvesse 20 grandes, então nem haveria convidados e de qualquer modo, tudo independeria de quem caiu ou foi campeão em 86.
Mas e do ponto de vista de Guarani, América, Joinville, e outros tantos que tinham o direito garantido de disputar a primeira divisão e foram deixados de lado?
Você acha mesmo que ficariam quietinhos disputando uma divisão inferior? Claro que teria que haver no mínimo o cruzamento dos módulos. Como houve...

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Re: Sobre a unificação de títulos brasileiros
Entenda de uma vez. Não existiu Campeonato Brasileiro em 1987. Os times oeganizaram e fizeram esse módulo do Clube dos 13. Depois de pirraça a CBF resolveu fazer com os times restantes. Não tem nada a ver com divisões.Fabão escreveu:Do ponto de vista de Flamengo, São Paulo, Inter, Botafogo, Coritiba, Santos e outros, a história é essa.Scopel escreveu:Fabão, o campeonato foi organizados pelos maiores clubes, não tem mesmo lógica respeitarem a lógica de 86 por se tratar de um campeonato da CBF, sendo esta o motivo de toda esta confusão.
Tente enxergar o contexto da época: estava todo mundo puto com a CBF e não iria haver campeonato sem a iniciativa e a criação do Clube dos 13, esses sim, os dinâmicos e estrelas da Copa União que só contou com mais times para completar mesmo. Se houvesse 20 grandes, então nem haveria convidados e de qualquer modo, tudo independeria de quem caiu ou foi campeão em 86.
Mas e do ponto de vista de Guarani, América, Joinville, e outros tantos que tinham o direito garantido de disputar a primeira divisão e foram deixados de lado?
Você acha mesmo que ficariam quietinhos disputando uma divisão inferior? Claro que teria que haver no mínimo o cruzamento dos módulos. Como houve...
A Copa União é uma outra coisa, nada tem a ver com a CBF em termos de organização e iniciativa.
Ciúmes da CBF e invenção posterior de cruzamentos são outros quinhentos e unicamente tem a ver com esta entidade, mas nada com o Clube dos 13 e com a Copa União que foi um campeonato independente.