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No primiro pronunciamento depois da demissão do Santos, o técnico Dorival Júnior atribuiu a uma falha de comunicação o fato de a direção do Santos afirmar que havia um entendimento para Neymar enfrentar o Corinthians : "Em nenhum momento houve essa conversa.
Há um mal entendido aí. Desde o princípio, eu afirmei que a punição seria por tempo indeterminado",
disse Dorival Júnior em conversa telefônica ao meio-dia.
Dorival Júnior está em Santos e até agora não há nenhuma informação confirmada do interesse do São Paulo. Seu filho Lucas, em Florianópolis, afirma que quem disser que há conversa com o São Paulo está mentindo.
O ex-treinador do Santos também não fala nessa possibilidade. Na conversa da tarde de quarta-feira, Dorival Júnior voltou a dizer que Neymar é um ótimo garoto. "Ele é muito gente boa. É claro que houve uma mudança recente, mas isso é natural."
Por causa desse comportamento recente é que o treinador julgava necessário mantê-lo fora da equipe. "A diretoria julgou que apenas a punição administrativa resolveria. São duas coisas diferentes. Ere preciso aplicar a punição disciplinar também."
No resumo da história, está claro que houve uma falha grave de comunicação. Bastava haver uma reunião na quinta-feira, antes do anúncio da multa, e outra na segunda, antes de definir o afastamento ou não da partida contra o Corinthians. Essas duas reuniões entre comissão técnica e diretoria faria com que as duas partes tomassem a decisão em comum acordo. A saída de Dorival Júnior é ruim para o Santos e para Neymar, que pode julgar ter moral suficiente para bancar outros problemas como o da semana passada. Também é ruim para Dorival Júnior. A não ser que o desfecho da novela leve-o ao São Paulo.
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. A diretoria do Santos agora abre um leque de argumentos para tentar justificar a polêmica decisão de ficar do lado de Neymar e preferir a queda de Dorival Júnior. Veja se você concorda com essas justificativas.
Uma das queixas dos cartolas é a de que o treinador foi egoísta. Só pensou em construir uma imagem de técnico com pulso firme e não ligou para a necessidade do Santos de ter um time mais forte no clássico. Na cabeça dos dirigentes, ele também não ligou para a pressa do clube em recuperar a imagem do jogador tratado como uma mina de ouro pelo departamento de marketing santista. Afastado, Neymar é menos atraente para possíveis patrocinadores.
Outra reclamação é a de que Dorival deu mais bola para a opinião do auxiliar Ivan Izzo, que bateu-boca feio com Neymar, do que para o que diziam os dirigentes. Essa é a explicação dos cartolas para ele ter descumprido o acordo que teria feito com a diretoria para escalar o atacante contra o Corinthians. Antes da saída de Dorival, parte dos dirigentes pedia a cabeça de Ivan.
O presidente Luís Álvaro também ficou irritado porque teve de recuar e anunciar, por meio de uma nota, que Neymar estava afastado do jogo com o Guarani. Isso depois de o dirigente dizer que a única punição seria uma multa.
A diretoria também ficou incomodada com o fato de a cada dia aparecer uma punição nova para Neymar. Foi como se a cada 24 horas um arranhão novo fosse feito na imagem que o clube mais tenta vender.
Julgamento final dos patrões de Dorival : o treinador transformou o Santos num time capaz de perder para ele mesmo, pois por vontade própria ficou desfalcado de seu jogador mais importante. Então, chegou o momento de ir ao mercado e procurar um novo comandante. Nas palavras de um dos cartolas, “hora de trazer um Abelão da vida”.
Enquanto a briga entre Dorival Júnior e Neymar se arrastava, as negociações que o Santos mantinha com empresas interessadas em associar sua imagem ao jogador pararam. Os cartolas preferiram primeiro cuidar da crise. Esse é um dos motivos para nenhum contrato ter sido fechado às vésperas do primeiro pagamento do atleta após seu novo acordo.
O Santos ficou de dar a Neymar R$ 125 mil mensais referentes a futuros contratos de marketing. Se a situação não mudar nos próximos dias, terá de tirar dinheiro de outro lugar para honrar o compromisso com o jogador. Os cartolas afirmam que isso não será problema, mas não escondem que a crise não fez bem aos negócios.
A diretoria tinha pressa de ver Neymar voltar a jogar por acreditar que uma bela atuação bastaria para apagar os problemas e acelerar as negociações. Os contatos do Santos com patrocinadores ajudam a explicar parte da irritação da diretoria com Dorival. Enquanto o Santos tentava vender a imagem de um craque com enorme potencial publicitário, principalmente diante do público infantil, o treinador a cada dia esticava o caso de indisciplina. Assim, o menino prodígio que a diretoria tentava vender cada vez mais se transformava em bad boy. Se bem que Neymar já começou a construir esse perfil de indisciplinado antes de trombar com Dorival.
Em meio ao conflito, o Santos tentou proteger seu patrimônio dizendo aos possíveis patrocinadores que o jogador que desrespeitou o técnico não era o verdadeiro Neymar. A confusão também surpreendeu a Panasonic, que lançou uma campanha com o atacante justamente durante a crise.
A diretoria diz que o caso não prejudicará as negociações, pois conversa com empresas interessadas em contratos longos, de três anos. E que não estão preocupadas com questões momentâneas.
Mas hoje a situação é semelhante à de Robinho em seu primeiro mês na volta ao Santos. Os acordos publicitários demoraram para serem assinados e o clube teve de tirar do bolso cerca de R$ 1 milhão.
