Eu AMO Chaves e Chapolin no programa Chespirito, porque eu não os assisto pensando "poxa, estou vendo um seguimento da série clássica".
Chaves e Chapolin no programa Chespirito (mais em Chaves que Chapolin) é, pra mim, um mero quadro. Não é o foco, é apenas mais um divertido quadro.
Chaves, lógico, é mais fácil perceber uma decadência do quadro ao longo dos anos, ficando mais no marasmo em 1987, mas Chapolin, poxa vida! Parece que o Roberto reinventou o personagem em vez de deixar a peteca cair.
Nos anos 70, o personagem não me soava como um programa humorístico, mas como um programa normal de aventuras de um super herói e que acabava sendo engraçado pelos seus defeitos. Quando eu vejo o programa dos anos 70, eu vejo as aventuras do Chapolin, assim como era citado no Chaves.
Nos anos 80, ainda há muito dessa fase mais "aventuresca", mas no final da década, eu passo a AMAR o Chapolin como um quadro puramente humorístico, como se fosse um esquete do Zorra Total. É um personagem debochado, sem paciência, mais canastrão, etc., o que me faz achar ainda muito mais engraçado. Os ditados dos anos 70 nunca me arrancaram um sorriso. Bastou o Cassiano falar "papagaio come milho e ferreiro, espeto de pau, então se na casa do ferreiro papagaio come milho, você imagina o que acontece?!" pra eu gargalhar infinitamente. No episódio "Uma morte mal morrida", então, poxa vida! O Chapolin tá excepcional! O humor textual é muito bem criado.
Voltando ao Chaves...
Discordo da galera que diz que o cenário e o figurino pioraram. Poxa vida! Pode ser que justamente sua qualidade fez com que o quadro perdesse o realismo de se passar num ambiente "pobre", mas negar que a qualidade do cenário aumentou exponencialmente me gera espanto. O barril nunca esteve tão perfeito e a vila tão bonita e bem pintada. Se aqui no Brasil os críticos falavam mal de Chaves pelos seus quesitos técnicos, eu imagino o quanto eles elogiariam a fase dos anos 80. Os figurinos, pra mim, ficaram melhores. Mais vivos, tecidos de melhores qualidades, etc. Você não veria nos anos 80-90 um Chaves de gorro rasgado tal qual nos anos 70, por exemplo. E é algo de qualidade tão reconhecida e reafirmada que é utilizada em vários produtos e anúncios oficiais envolvendo os programas no Brasil DESDE os anos 80.
Já sobre o conteúdo do quadro em si... bom, apesar de ter ótimos episódios no início dos anos 80 e alguns muito bons até 1987, é inegável que Chaves virou a Escolinha do Professor Raimundo no Zorra Total do programa Chespirito (o que, pra mim, não é um demérito por si só). Realmente o quadro fica mais lento, cansado e automático, mas ainda assim eu gosto, porque respeito a época em que foi feito. Até nos anos 90 há programas inteiros de 40 minutos que muito me agradam. Um exemplo é o "Pior a emenda que o solado". Aquela piada do Godinez andando de um lado para o outro pra dizer "ele tá jogando beisebol" é sensacional!
Enfim, eu reconheço a queda de qualidade no conteúdo, mas ainda amo os quadros por entender que são apenas quadros de um programa bem maior. Isso me faz admirar a fase dos anos 80-90 e não desanimar de ver nenhum episódio. Pelo contrário: tem episódio de 1978-1979 que eu não consigo nem reassistir, mas nenhum outro episódio do programa Chespirito me causa esse incômodo.
Isso realmente também me incomoda. Ocorria sempre nos esquetes curtos que se passavam na delegacia, e em alguns momentos em que o Botijão tinha que parecer muito inteligente perante a Chimoltrúfia.Riddle Snowcraft escreveu: ↑09 Fev 2024, 14:59Tem um ponto dos anos 90 que quase todo episódio termina com o Chompiras, o Delegado ou o Seu Cecílio explicando o humor do episódio com uns textão pique "veja bem, o que ele quis dizer é que (destrincha a conversa anterior inteira)"
