As cópias feitas por Roberto

[Marquês de Sade]

No sketch da Guerra Civil, Roberto copiou Al Jolson e sua performance no primeiro filme falado da história, The Jazz Singer, de 1927.

Cópia:

Original:

O curioso desse fato é que poder-se-ia chamar isso de "inspiração", caso houvesse sido dado um crédito à fonte, que está implícito em episódios que fazem paródias de personalidades ou peças históricas. 

[Eduardo Godinez]

Excelente o tópico! Pensava nisso em relação à escolinha e às citações de histórias e personagens clássicos existentes em esquetes e episódios principalmente do Chapolin.

[Antonio Felipe]

Gorro usado por Tin Tan no filme "El Sultán Descalzo":



O menino em 8:06 (o vídeo é da década de 1950):

[Seu Mundinho]

Legal, Antonio! Roupas inspiradas é uma coisa rara de se ver, essa do Quico, fiquei espantado.

[Eduardo Godinez]

eu sempre me perguntei se esse gorro do Chaves não foi uma peça de roupa "comum" no México

tem os que os povos andinos usam e é muito similar, no caso o que o Roberto acrescentou foi a estampa xadrez que ficou marcante para o personagem

[Seu Mundinho]

Mas Roberto foi esperto pra tirar a ideia de escolinha e levar pra TV, depois de estar uns 20 anos no rádio.

[Chapeta]

Essa do figurino me deixou abobado. Muito bom.

[Soares]

Não esqueçamos que eram outros tempos. Naquela época, não existia a Internet, então o acesso às produções antigo de cinema era escasso, se restringindo apenas aos canais de televisão. Era comum a inspiração em filmes e programas de rádio porque a televisão ainda estava sendo construída.

No Brasil, existiam as radionovelas, que foram a base das telenovelas. Silvio Santos, por exemplo, lembra Ed Sullivan, um animador muito famoso nos EUA. O próprio Silvio trouxe o formato de "Wheel of Fortune" sob o nome "Roletrando' (posteriormente, "Roda a Roda"). As "candid cameras" americanas já eram imitadas pela Globo em 1966. "Aqui Agora" foi uma cópia do telejornal argentino "Nuevediario".

A Rádio Nacional do Rio de Janeiro exibia o programa PRK-30, que nada mais era que uma imitação dos programas de rádio, o que fariam muito tempo depois o "TV Pirata", "Casseta e Planeta" e o recente "Tá no Ar".

Então, Chespirito usava de uma prática comum naquele tempo. Acredito que ainda não existia a ideia de plágio e as leis de direitos autorais como hoje. Mas a televisão sempre está copiando/inspirando, isso é fato. O Chacrinha estava certo mesmo em sua afirmação: "Na televisão nada se cria, tudo se copia".

[Seu Mundinho]

O boné do Chaves não é criação de nenhum escritor de TV ou cinema, é parte comum da vestimenta de meninos ou garotos paupérrimos.

[Marquês de Sade]

Os programas do Raul Gil é que são mais parecidos aos do Ed Sullivan.

E sim, muito da televisão está baseado em inspirações ou cópias não autorizadas, mas a proposta do tópico é justamente 'desgenializar' o Roberto, mostrar que ele, com muita frequencia, copiava na cara dura.

Aquela rotina das milhares de colheradas de açúcar no café é uma exata cópia de algo que eu já vi...provavelmente com O Gordo e o Magro. E falando nisso, todas as cenas de confusão onde personagens tentam fazer um bolo também é cópia do Gordo e o Magro. E o mesmo com bolos atirados contra as pessoas.

Sobre a frase do Chacrinha, é ilógica.

[Seu Mundinho]

Como ilógica? Tudo tem um pouco de cópia. Até essa do açúcar que tu viu no Gordo e o Magro, podia já existir no circo.

[Fellipe]

Ah mano, mas na boa, que se dane se ele inspirou ou copiou na cara dura outros programas, o importante pra mim é que eu gosto de assistir mesmo assim e foda-se o resto.

[Daniel Brito]

A escolinha era cópia de alguma coisa ou foi criação dele?

[Rogério Juvenales]

Dizem que as escolinhas já existiam desde os anos 50 no rádio

[Marquês de Sade]

A escolinha era cópia de alguma coisa ou foi criação dele?

É um formato mega antigo no rádio.

Nos EUA, se tem notícias de programas assim já na década de 30. No Brasil, a partir dos anos 50.