Eng. Pudim escreveu: ↑25 Jan 2025, 11:10
JoãoB escreveu: ↑25 Jan 2025, 09:12
Respeito sua opinião mas discordo um pouco. Acho que, dependendo do novo produto, os dubladores clássicos da Maga tem que ser mantidos, mesmo que não seja a série clássica.
Mesmo se for um produto pensando pra funcionar a longo prazo? Sem querer ser insensível, mas pensando pelo lado prático da coisa, não é muito viável escalar um dublador de mais idade pra dublar uma criança num desenho com possibilidade de muitas temporadas, por exemplo.
A Isaura é um bom exemplo. Ela teve um desempenho esplendoroso na dublagem pra Globo, conquistou a nossa imediata simpatia, mas faleceu pouco tempo depois. Agora imagina se fosse um desenho, por exemplo. Ela dublaria uma ou duas temporadas, e já seria substituída – como será em uma eventual futura dublagem de mais material clássico.
Fora a possibilidade de uma falta de match dos dubladores clássicos com atores mais jovens, ou design que remeta a isso, no caso de animações, e uma escalação com base em saudosismo, mesmo sem combinar.
É uma discussão muito complicada, porque já puxa questões de etarismo, que está muito em voga no atual contexto.
Por esse critério, então a Helena Samara não deveria ter dublado a primeira temporada do desenho do Chaves. Aquela foi a melhor interpretação dela como Dona Clotilde, isso não existiria. E não teríamos episódios como "A Casa da Bruxa" no desenho na voz clássica da Helena. Isso seria bom? Acho que não.
Ou, se o Gastaldi estivesse vivo, ele não poderia dublar o novo desenho que está para ser lançado. Isso seria bom? Também acho que não.
Mesmo se um dublador não dublar um desenho até o fim, pode ser melhor mantê-lo no elenco do que descartá-lo de cara.
Isso não é saudosismo, é uma questão de costume: querendo ou não, as vozes clássicas dos atores de Chaves são as da Maga, o público está acostumado com essas vozes, as vê há mais de 40 anos na televisão. Se os dubladores clássicos estiverem em condições de dublar e combinarem com o novo projeto, não há necessidade de trocar. Sempre que o dublador de um personagem muda, causa estranhamento e isso não é só em CH, é em qualquer projeto. Trocar nesse caso só geraria estranhamento e muito críticas a dublagem desnecessariamente, como ocorreu na dublagem da Rio Sound.
Outro exemplo: o filme
Lightyear. Mesmo ali não sendo o mesmo brinquedo do Toy Story, o público sentiu muita falta do Guilherme Briggs dublar o Buzz. Queremos que o mesmo ocorra em CH? Eu, particularmente, não.
O ideal é manter os dubladores sempre e só trocá-los em três hipóteses: 1) quando morrerem; 2) quando estiverem doentes ou sem condições de dublar; 3) quando não combinarem com o novo projeto.
Os dubladores, a princípio, tem que ser mantidos sempre porque mudar a voz sempre causa estranhamento, por mais que o dublador novo duble bem.
Além disso, imagine a situação: uma pessoa vai procurar trabalho. E o chefe diz: "não vou te dar trabalho porque você corre o risco de morrer antes de concluir o trabalho". Isso é impensável! No fim das contas, todos correm esse risco, mesmo os mais novos. Se fosse por isso, então no final ninguém trabalharia.
Isso não significa que uma hora não vai ter gente nova dublando os atores, mas tem que ser na hora certa.
Enfim, como já disse antes, acho que tem que ver se os dubladores clássicos combinam com os atores nesse projeto. Se combinar, mantém; se não combinar, troca. Mas trocar sem nem ver antes se combinam, só por querer renovação de vozes ou por temer que os dubladores clássicos não vão dublar o projeto até o fim, é arriscado demais.