Divulgada a primeira imagem da nova animação de Chaves

[JoãoB]

É, meus amigos... As séries CH já foram pro vinagre.

Agora só vão lançar essas animações e produtos para as brilhantes novas gerações com o seu humor politicamente correto.

O lance é guardar tudo o que temos das séries para assistirmos no computador ou celular.

Acho que daqui uns 30 anos, a não ser os fãs mais assíduos, ninguém conhecerá os programas originais.

Discordo um pouco desse pensamento porque os próprios reboots vão fazer as pessoas conhecerem as séries.

Mas não tem como assistirem. Com as séries fora da TV e do streaming (e na maioria dos sites), as pessoas não vão ver as séries originais. Vão ver os reboots (como a série animada de 2006 e essa nova anunciada agora) e provavelmente saber que foram baseados numa série com atores, mas não tem como assistirem a série original, então não vão conhecê-la.

Aqui no Brasil, Chaves é algo cultural passado de geração em geração. Mesmo que não sejam exibidas na TV, as pessoas sempre vão mencionar bordões e etc até pros filhos ou alunos no caso de professores. Do mesmo jeito que Sítio do Pica-Pau Amarelo, por exemplo.

Concordo em parte. Chaves é sim algo cultural no Brasil, que as pessoas sempre mencionam e passam de geração em geração, mas isso, pelo menos em parte, também se deve ao fato de ter ficado no ar durante tanto tempo. Com essa saída mundial, isso deve diminuir. A versão de 1977 do Sítio do Pica-Pau Amarelo, por exemplo, hoje quase não é lembrada, já que saiu do ar há muito tempo. A tendência é que ocorra o mesmo com Chaves, se não voltar (e, ao que parece, não vai voltar mesmo).

Não acho que CH vai ser apagado por completo, porque tem os reboots e também o fato de que, aqui no Brasil, CH faz parte da cultura mais até do que no México. Mas a chance das futuras gerações conhecerem as séries originais, do jeito que está, é remota.

[E.R]

Para quem nasceu no século passado (até 1999 e 2000), como muitos de nós aqui, CH ainda vai ser fortíssimo.

Mas para o pessoal novo que só quer saber de redes sociais, serviços de streaming (e YouTube) e que não assiste muita televisão (mesmo se CH voltar ao SBT nos próximos anos, vai ter um pessoal que não vai assistir).

Meus irmãos mais novos, por exemplo, nunca vi assistindo CH, até viam outros desenhos quando eram crianças (Pokemon, Bananas de Pijama, animações da Disney), mas não viam CH.

Meu primo mais novo, que já tem 19 anos, também não vê CH.

É toda uma geração entre 18 a 25 anos que não é fã de CH. E imagina o pessoal mais novo.

O número de fãs do desenho comparado os fãs que as séries (principalmente Chaves) tinha entre 1984 a 2000 é muito mais baixo.

Quem vai assistir mais televisão é o pessoal mais pobre (para essas pessoas é que Chaves faz mais falta) que é o pessoal que assiste mais televisão - até por não ter dinheiro para fazer outras atividades. Ou quem vê televisão no trabalho (EX : porteiro, atendentes de padarias e bares, acompanhantes de idosos, pessoas que trabalham em casa, etc).

O horário que Chaves tinha mais audiência no SBT era quando passava no horário do almoço (e algumas afilidadas, como o SBT do Rio de Janeiro, cismavam de colocar programação local nesse horário), mas para os paulistas e outros lugares, as pessoas chegavam da escola e almoçavam vendo Chaves e depois iam fazer suas atividades depois na parte da tarde. Era um programa relaxante pra ver e "desligar o cérebro e relaxar" para depois seguir com a rotina.

[YellowVM]

Agora só vão lançar essas animações e produtos para as brilhantes novas gerações com o seu humor politicamente correto.

Vai numa aula em uma escola pública pra tu ver o humor politicamente correto dessas novas gerações.

[Tio Trambique]

É toda uma geração entre 18 a 25 anos que não é fã de CH. E imagina o pessoal mais novo.

Acho que isso é bastante relativo. Eu por exemplo, sou dessa faixa, assim como outros daqui. Acho que o pessoal mais desinteressado em CH tem até 18 anos. São os que mais usam TikTok, porque preferem vídeos de curta duração - e não assistem TV.

[E.R]

O fórum fez uma pesquisa esse ano ou no ano passado - não lembro se pesquisou a faixa de idade dos fãs de CH, mas eu acredito que a maioria deve ser gente ou na faixa dos 30 anos ou na faixa dos 40 anos.

Na faixa dos 20 anos também deve ter um bom número, mas menos que as duas faixas que citei acima.

Claro que tem fãs como você na faixa de 18 anos, mas acredito ser em menor número que o pessoal que nasceu nas décadas de 80 e 90 do século passado.

Tik Tok veio pra ficar mesmo, assim como Instagram, YouTube, Twitter, outras redes sociais, Netflix, outros streamings, a pessoa vê o que quer na hora que quer, não tem que esperar o horário fixo que um programa vai começar na TV.

"Chaves" ainda tem uma qualidade e uma "alquimia" (dublagem, atuações, boa direção - mesmo com as limitações da época) acima da média, mas nem isso segura determinado pessoal da geração mais nova.

Na TV atual só dá ibope uma novela ou outra (as audiências das novelas estão cada vez menores), alguns reality shows e alguns jogos de futebol. E só.

[Polegar]

O problema é a qualidade de tela também.

A primeira temporada de Chaves acabou de completar 50 anos. O cenário era limitado, artesanal, alguns erros de gravação passavam na edição final, os efeitos especiais são extremamente datados, o figurino simplista, a iluminação não é das melhores e pra "ajudar", o que era distribuído vinha com um tratamento de imagem e som catastrófico.

A nova geração é criada no ultra HD. Tudo em streamings, redes sociais, tv, é numa definição absurda se comparada à de 10, 15 anos atrás, mas que agora já é tida como o normal.

Qualquer coisa abaixo disso pra eles é até desconfortável de ver. Digo isso eu que quando tento passar um programa "antigo" pros meus primos mais novos, pra ver se gera interesse, o primeiro motivo de rejeição é o fator visual.

Abaixo eu me excedi e continuei um textão fazendo reflexões... Lê quem quiser.

► Exibir Spoiler

Não importa a qualidade do texto, das interpretações, o valor histórico. Pode ser algo rico em vários sentidos, mas primeiro se vende pela capa. E nessa a gente tem que admitir que Chaves, Sítio do Picapau Amarelo, Castelo Rá-Tim-Bum, etc, já perderam. Mas sempre podem ter sobrevida nos reboots.

E eu não julgo. Não acho frescura, se não estaria sendo hipócrita. Afinal, quem da nossa geração teria coragem de ver os faroestes do John Wayne na infância? Aquele Vila Sésamo em preto e branco? Coisas que nossos pais viam, mas que a gente ia dispersar se fosse levado a ver.

E os nossos pais? Será que enquanto crianças aguentariam ver Os Três Patetas? O Gordo e o Magro? Produções da época dos nossos avós.

Quem vê aquelas séries antigaças da Rede Brasil? Vamos falar a verdade. E os mofos que o SBT soltou na programação de madrugada um tempo atrás? Lassie, Rim-tim-tim... Na época geral chamou o Silvio Santos de louco.

É isso. A roda do mundo gira, épocas passam. A molecada não sabe mais quem é Vovó Mafalda, os Cavaleiros do Zodíaco, ou porque é tão difícil pra turma de Caverna do Dragão voltar pra casa. E é natural que um dia não saibam quem é Chaves. Pelo menos com a cara e a interpretação do Bolaños.

Não é um cenário triste. Acontece. Fiz um textão enorme, mas se forem ver, todas as produções que eu citei permanecem vivas e são cultuadas, procuradas, assistidas. Só que por gente grande. Fãs de audiovisual que nunca foram forçadas a ver nada disso na infância, mas que procuraram conhecer naturalmente depois que cresceram, porque as obras sempre mantiveram um status de relevância e marco da sua época. Se tornaram cults. E isso é bonito.

Basta marcar a época certa, e CH marcou. Não precisa fazer um sucesso avassalador o tempo todo. A saída foi forçada? Foi. Mas já não era esse fenooômeno todo quando tiraram do ar. Era mais um praxe televisivo de audiência estável. Um curinga. E tem que ser liberado novamente pra ser assistido pelos fãs que sempre vão existir.

Mas sabe... Não precisa voltar pra tv aberta. Não precisa de um horário de honra, e a galerinha de agora não tem obrigação de conhecer. Pelo menos não enquanto não virar uma galerona. Deixa eles com os Ladybugs e Patrulhas Caninas da vida. Deixa viver a era deles pacificamente e aproveitar com tudo que tem direito.

[Rogério Juvenales]

Confesso que achei uma gracinha os traços tomara que façam algo que apesar de infantil,não seja muito "bobinho",ou genérico demais. Poderia ser mais como os desenhos e séries antigos da TV Cultura,que não subestimavam a inteligência das crianças.

Sobre isso das gerações mais novas,acho que CH ainda consegue mais tempo de "sobrevida" ,pq é algo que já se consagrou na cultura popular (tanto hispânica/latina,mas mais ainda brasileira), acho que as séries conseguem se sobressair mesmo em tempos digitais e das redes sociais.Só ver a quantidade de memes,referências na cultura pop,nas conversas informais e pessoas que usam camisas dos personagens,por exemplo.(Muito mais raro é ver alguém com camisa dos Três Patetas )

Pra mim,as séries ficam na mesma categoria de Pica Pau,que mesmo antigo e com muitas coisas politicamente incorretas ainda consegue ser muito popular até hoje no Brasil. Mas é claro,que isso não vai se manter se as séries não voltarem ao ar...acho que esses produtos novos ajudam um pouco em manter o legado vivo (Mas como as crianças da geração mais nova vão conhecer a série clássica se ela não estiver no ar,nem disponíveis nos streamings da vida?)

[E.R]

O fórum fez uma pesquisa esse ano ou no ano passado - não lembro se pesquisou a faixa de idade dos fãs de CH, mas eu acredito que a maioria deve ser gente ou na faixa dos 30 anos ou na faixa dos 40 anos.

Quase 50% dos fãs têm entre 30 e 39 anos. Esse dado vem se mantendo nos últimos anos. Cerca de 20% tem de 19 a 29 anos.

Já no Facebook, são mais de 70% entre 25 e 44 anos.

[Enzitodel8]

O fórum fez uma pesquisa esse ano ou no ano passado - não lembro se pesquisou a faixa de idade dos fãs de CH, mas eu acredito que a maioria deve ser gente ou na faixa dos 30 anos ou na faixa dos 40 anos.

Quase 50% dos fãs têm entre 30 e 39 anos. Esse dado vem se mantendo nos últimos anos. Cerca de 20% tem de 19 a 29 anos.

Já no Facebook, são mais de 70% entre 25 e 44 anos.

Claramente mais um exemplo que mostra CH caindo na categoria "cult", como aquelas séries antigas em petro e bancro..

[Billy Drescher]

Claramente mais um exemplo que mostra CH caindo na categoria "cult", como aquelas séries antigas em petro e bancro..

Demorou para acontecer isso com CH. Diversos programas que fizeram sucesso na mesma época já estão nessa categoria.

[E.R]

Agora só vão lançar essas animações e produtos para as brilhantes novas gerações com o seu humor politicamente correto.

Na verdade a geração atual deve ser uma das mais politicamente incorretas que existe. Obviamente existe o pessoal da censura, porém, você vai ver pra lá e pra cá piadas com temas extremamente sensíveis. Não se pode comparar desenhos de hoje com desenhos dos anos 30/40 porque na época não existia censura alguma e o racismo era muito forte (salvo engano). Fora isso, na época não existia redes sociais para reclamar disso.

[Polegar]

A diferença é que os desenhos dos anos 30/40 são frutos de uma época. O que for feito agora nesse sentido vai ser transgressão à uma época, já que vivemos a era do politicamente correto (até que essa força transgressora se torne o novo normal e o politicamente incorreto volte).

É um fenômeno humano, na verdade. Tudo que nos envolve é cíclico. Os costumes, a moda, o que é político/teológico/socialmente aceitável ou não.

O homem usou saias durante todo o período da antiguidade, e hoje há um moralismo tremendo pro uso dela no vestuário masculino, e tímidos passos sendo dados pra esse uso voltar a acontecer.

Nós avançamos em milhares de aspectos tecnológicos, legislações, união das nações, busca pela paz, pela sustentabilidade. No entanto tá aí uma guerra (mais uma) acontecendo do outro lado do oceano, na véspera de 2024.

No audiovisual é a mesma coisa. É muito comum um produto ser um fracasso na época do lançamento e se tornar cult só com o passar do tempo. Ou ser um fenômeno, marcar era, e caminhar pro esquecimento geração após geração...

...até ser redescoberto e retomar o ciclo.

[E.R]

A diferença é que os desenhos dos anos 30/40 são frutos de uma época. O que for feito agora nesse sentido vai ser transgressão à uma época, já que vivemos a era do politicamente correto (até que essa força transgressora se torne o novo normal e o politicamente incorreto volte).

Sim, praticamente qualquer audiovisual é um fruto da sua época. Mas não é porque uma série aleatória da Disney, Netflix etc fez alguma frase relacionada a ser 100% contra homofobia e racismo que isso significa que tudo é assim. O próprio desenho de 2006 apesar de tudo conseguia capturar um pouco o espírito da série, obviamente mais infantil mas conseguia.

[Polegar]

CH não era racista, mas transmitia o entendimento falho da época no blackface por exemplo.

Mas era sim homofóbico, etarista, machista, gordofóbico, além de aludir à violência infantil e muitos outros istas e fóbicos. E não, não era um produto pra crianças, era um seriado de comédia familiar.

A diferença é que isso era inocente. Não eram ataques gratuitos e não tornavam as piadas grotescas. Apenas transmitia o que tinha no mundo com liberdade. Cigarros, bebidas, porte de armas. É como o período clássico da Turma da Mônica por exemplo, que vigorou por 30 anos, dos 70 aos 90.

Ou como o Sítio do Picapau Amarelo que o Lobato criou nos livros, até as primeiras adaptações televisivas. Como os cartoons da era de ouro, ou até como os contos de fadas que são transmitidos por tradição oral desde que o mundo é mundo.

No fundo, histórias bíblicas são tão violentas quanto histórias infantis. A violência tá intrínseca na humanidade.

O que se criou agora foi uma bolha idiota de proteção na primeira infância que não resolve nada, não é o que vai salvar a próxima geração e o mundo. É uma bolha ilusória e furada, que na verdade só limita a criação artística.

O novo Chaves vai ser forçado em um molde e embobecido, como a Turma da Mônica se tornou, e os cartoons, o Sítio, os contos de fadas...

[E.R]