Considerações
Uma grande oportunidade foi desperdiçada. Ainda sem preço e data para chegar ao Brasil, o jogo do desenho animado “Chaves” não aproveita as características do personagem. Em teoria reunir a turma da Vila em um ‘party game’ poderia ser uma ideia bacana, entretanto são apenas dois os modos de jogo: livre e o de campeonato.
As cenas de corte não utilizam as falas ou as características dos personagens. O game como um todo é descartável, pois não incentiva o retorno do jogador para uma segunda ou terceira partida – faltam extras, colecionáveis e mais opções de modos de jogo. Copiou a fórmula de "Mario Party" mas não fez o dever de casa.
Seja você fã da série ou não, é melhor passar longe do jogo do Chaves. A impressão que ficou é que faltou vontade para aproveitar o legado da vila. No lugar de “El Chavo” considere as opções de se divertir com “Street Chaves” ou ir ‘assistir ao filme do Pelé’.
Introdução
“Chaves”, uma das mais carismáticas séries mexicanas (e idolatrada por brasileiros) recebeu um jogo para Wii. Algo que poderia ser encarado como uma bela oportunidade para celebrar os 40 anos da obra máxima de Roberto Gómez Bolaños, mas foi terrivelmente desperdiçada.
“El Chavo” é uma coletânea de minigames, bem no estilo “Mario Party” com os personagens da vila do Seu Barriga. São dois modos de jogo, o Campeonato de 10 ou 15 rodadas, ou o Modo Livre, no qual o jogador pode escolher uma brincadeira.
Kiko, Chaves, Nhonho ou Pópis são as estrelas do game e durante as provas é possível ver outros personagens como o Professor Girafales, Dona Florinda, Seu Madruga, Jaiminho e até mesmo a Bruxa do 71.
O game foi totalmente localizado para o português, inclusive com dublagem - que não é a mesma da televisão. Entretanto, “El Chavo” ainda não tem data e preço definidos para o mercado nacional.
No total são 30 brincadeiras com a trupe de Bolaños, algumas meio bobas, outras mais engraçadas, porém nenhuma aproveita a história ou as características dos personagens.
Pontos Positivos
Direto ao ponto
Terminar algumas vezes modo de campeonato libera uma série de atividades para brincar. Algumas, bem simples, lembram até mesmo os jogos de parques de diversão do interior, como jogar argolas, arremessar de dardos ou mesmo um simples jogo da memória. São brincadeiras simples, mas com as quais o público brasileiro pode se identificar.
Simples de jogar
Todos os jogos podem ser aproveitados usando apenas o Wii Remote ou acompanhado do Nunchuck. Os movimentos são bem básicos, como chacoalhar o controle e apertar um botão no momento certo, ou simplesmente controlar o trajeto de um tronco rolando ao mover o controle para os lados.
E para facilitar ainda mais as coisas, são mostrados tutoriais que explicam quais são os comandos para participar da brincadeira – e tudo em português.
Pontos Negativos
Modo campeonato
Uma das coisas mais chatas do game é o modo Campeonato: nele os jogadores devem percorrer um tabuleiro que tem casas-chave que marcam brincadeiras, bônus e penalidades. No final da rodada os jogadores devem participar de um minigame.
O maior problema é que existem muitas paradas “vazias”, sem tarefa alguma. Assim, algumas rodadas passam sem nenhuma brincadeira, o que dificulta o acúmulo das moedas que garantem a vitória ao final da partida.
Nenhum colecionável
Em jogos de brincadeira, como “Mario Party”, o que não faltam são itens colecionáveis, que instigam os jogadores voltarem sempre no modo principal. Isso não existe em “El Chavo”. Na verdade, essa ausência até torna o título descartável, afinal, faltam incentivos para continuar jogando e liberar todas as atividades.
Cenas de corte deploráveis
O jogo usa como inspiração o desenho de Chaves, entretanto não existe uma cena sequer que use a animação mexicana. Todas as cenas de corte são feitas com imagens estáticas que lembram recortes de papel dos personagens.
Para piorar a situação, não existem diálogos e em nenhum momento é explorada a relação entre Chaves, Kiko, Pópis e Nhonho, o que é muito desapontador para os fãs.
Dublagem estranha
Mesmo com pouquíssimas falas é possível notar que nenhuma das vozes do jogo corresponde às que ouvimos no desenho animado de Chaves. A mais estranha de todas é a voz de Kiko, que parece uma taquara rachada.
A dublagem se resume a gritos de comemoração ou lamentos de derrota. Vez ou outra aparece um personagem convidado, como Seu Barriga ou Dona Clotilde, que faz uma interjeição. Faltou atenção nesta parte, pois o que não faltam são bordões dos personagens, como o “foi sem querer querendo” de Chaves, o “conta tudo pra sua mãe Kiko” da Pópis ou o gritinho “olha ele, olha ele!” do Nhonho. E nada disso foi aproveitado.
esse vou poder jogar 
