CHespecial #23 - atualizado 13/09 pág.11

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Gustavo Berriel
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CHespecial #23 - atualizado 13/09 pág.11

Mensagem por Gustavo Berriel » 03 Jul 2009, 16:41

CHespecial 25 anos
capítulo 1 - "É, para mim..."

Estimados vizinhos da boa vizinhança! Estamos chegando aos 25 anos de exibição praticamente consecutiva ("todos os anos anualmente") das séries Chaves & Chapolin no Brasil. Nem sei bem por onde começar, mas vamos lá! Senta que lá vem história! Fiquem à vontade para usar os textos, com o devido crédito, em seus sites, blogs ou qualquer outro veículo (um triciclo, por exemplo).

O que vou escrever é informação, mas é antes depoimento. É um pouco do que tenho a dizer sobre os programas humorísticos de maior sucesso da história da televisão. Escrevo como fã, mas dou minha palavra de jornalista que vou usar o máximo de informações objetivas. E escrevo como ator em dublagem das séries a que tanto me dediquei; e que hoje tenho a honra de colaborar com a minha própria voz na interpretação desses personagens tão adorados. Assim como o Chaves no Brasil, tenho 25 anos, cresci com ele e aprendi a ser jovem ainda para sempre.

Copiando e colando uma resposta que dei em uma entrevista quando me perguntaram como é a experiência de dublar "Chaves": a experiência é estranha, louca e fantástica, mas é mais estranha, louca e fantástica ainda porque é um clássico da minha própria infância! Eu cresci vendo Chaves e Chapolin. Aos 21, comecei a dublar uma coisa que eu adorava desde criança. Isso foi possível porque são programas atemporais, que permanecem no ar, conquistando novos públicos. É um fenômeno sem fim. Então eu cresci, me formei como ator, fiz curso de dublagem e "Chaves" ainda estava lá, firme e forte na TV. Muitos episódios inéditos (que nunca passaram no SBT) foram comprados da Televisa para serem lançados em DVD, e foi aí que eu entrei, substituindo dubladores que já morreram. Procurei dar continuidade ao trabalho incrível deles, mas claro, com a minha própria interpretação, o que é fundamental em qualquer dublagem. Não basta fazer uma voz parecida com a original ou com a de outros dubladores. A dublagem é uma interpretação, antes de tudo. Depois, integrei o elenco de dublagem do desenho animado do Chaves, que estreou em 2007 e continua até hoje, com novas temporadas por vir.

O meu maior ídolo é Chespirito.

Também sou fã de Ramón Valdés, de Michael Jackson, do Cazuza, de Chaplin, do meu tio avô e da Claudia Ohana, mas Roberto Gómez Bolaños, mesmo sendo o menor, é o maior de todos!

No início, Chespirito não pensava em atuar. Ele não imaginava que um dia se tornaria o mais talentoso comediante latino americano e um dos melhores artistas do mundo. Mas conquistar esse título não foi nada fácil. Chespirito e os demais atores de "Chaves" deram muito duro para fazer o melhor que podiam.

Hoje, sabemos que há algo no humor de Chaves que mexe com as pessoas de maneira tão profunda que eu diria até espiritualmente.

É isso o que eu procuro, "Chaves" no que tem de mais profundo. Não é apenas "Foi sem querer querendo!" ou "Não contavam com minha astúcia!", mas algo muito mais introspectivo, profundo e inteligente, que "Chaves" proporcionou e que ainda proporciona a várias gerações.

Sem querer querendo, Chespirito e todo o elenco conquistaram o mundo. Isso lhes trouxe muita fama e, claro, dinheiro. "Chaves" é, até hoje, uma grande mina de ouro, fonte inesgotável de lucro. Existe uma lenda criada em torno de "Chaves" que sempre se refere ao programa como uma "produção pobre", o que não corresponde à verdade exata. A série teve início no comecinho dos anos 70 com muito pouco investimento, de fato, mas logo rendeu muita audiência e consequente retorno financeiro. A Televisa investiu em Chaves & Chapolin durante toda a década de 1970. E ambas as séries foram exportadas para dezenas de países. Foi o primeiro passo da exportação desenfreada de outras produções, como as novelas mexicanas que deixaram a Televisa entre as redes de TV mais ricas do mundo.

A vila do Chaves, é claro, continuou pobre. Afinal, quem enriqueceu foram os artistas, não os personagens. A magia de Chaves está também na produção barata, nas casas que balançam quando as portas batem, nos objetos de isopor... Este é, definitivamente, um dos fatores que contribuiu para o sucesso mundial das séries e as tornou ainda mais engraçadas.

A verdade é que CHAVES e CHAPOLIN, todos os atores e a maneira como o programa foi pensado e idealizado, além de toda a produção (cenário, maquiagem, figurino, iluminação etc.) - tudo isso significa muito para a história do humor na arte.

Seguindo a linha do mestre Chaplin, passando pelos eternos Gordo e Magro e os clássicos Três Patetas, "Chaves" desenvolveu o seu próprio estilo, sempre com base na pureza e na inocência das piadas, que funcionam em qualquer época e que são saudáveis para pessoas de todas as idades.

Essa linha de humor é, por vezes, criticada por pseudo intelectuais, defensores do humor "refinado" e "inteligente" que surgiu nos Estados Unidos quando a televisão começou a priorizar os números de audiência em detrimento da qualidade da programação. Os enlatados americanos, com seu humor apelativo e piadas de duplo sentido, geralmente impróprias para menores, sempre tiveram um tempo de vida bem curto, efêmero. Infelizmente, para as novas gerações, existe um tipo de humor que eu chamo de humor vendido, que quer mostrar que as pessoas inteligentes não devem rir de tortas na cara, nem de tombos, o que eles chamam de "piadas de criança", ou, no pior dos casos, "piadas de retardado".

A história, no entanto, prova que o humor clássico e puro prevalece, nunca sai de moda e que, quando o elenco é bom, quando os artistas que o elaboram têm talento de verdade, sempre funciona, com público fiel e recordes de audiência. É o humor eterno, atemporal.

Muitos pais já proibiram seus filhos de ver "Chaves", assim como muitos pais um dia proibiram seus filhos de ouvir os Beatles.

A verdade é que Chaves & Chapolin representam um marco que influenciou as gerações de humoristas pós anos 70 em todo o mundo.

Dentro desse especial darei ênfase ao histórico dos episódios dublados, sua estreia no Brasil e também seu desaparecimento - os famosos "episódios perdidos". A ideia é fomentar o movimento "Volta Perdidos CH & CH".

Acompanhem com atenção todo o CHespecial e vamos comemorar desde já os 25 de CH no Brasil!!! Leiam, guardem todos os capítulos... E mandem suas críticas, elogios e sugestões!

Em outras palavras, enquanto estiverem lendo este especial, serão como eu!

(Estamos apresentando...)
Editado pela última vez por Gustavo Berriel em 13 Set 2011, 02:16, em um total de 24 vezes.
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Re: CHespecial 25 anos

Mensagem por Antonio Felipe » 03 Jul 2009, 16:50

E vai ter evento CH comemorativo?
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Re: CHespecial 25 anos

Mensagem por Filipe Chambón » 03 Jul 2009, 17:38

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Re: CHespecial 25 anos

Mensagem por Chápulo » 03 Jul 2009, 18:47

É incrível como são fanáticos no Brasil... As séries CH, no Brasil, tem 25 anos no ar numa empresa que não lhes dá o respeito merecido.

Em Equador (e mesmo com muitíssimos países de Latinoamérica) as séries CH já tem mais de 30 anos no ar (em Equador estão, acho, desde 1974), respeitando-as, exibindo temporadas completas, e ninguém lhes faz um tratamento especial, como um documental ou algum texto nos diários. :triste:
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Re: CHespecial 25 anos

Mensagem por Brnochavesmaníaco » 03 Jul 2009, 20:38

Parabéns ao Gustavo, pelo ótimo texto! :joinha:

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Re: CHespecial 25 anos

Mensagem por Jader » 04 Jul 2009, 18:35

Olha, quando entrei no Meio CH - mais precisamente no dia 1 de Janeiro de 2005, no então recém criado Fórum Turma do Chaves -, estavamos com 20 anos de Chaves e Chapolin no Brasil, e de lá para cá ja se passaram 5 anos, foi rápido demais. Quanto a afirmação do Chápulo, é verdade, apesar de todo o mal tratamento que os seriados recebem no Brasil, e tendo menos anos de exibição em relação a outros os países, aqui no Brasil temos sem dúvida o maior fã-clube virtual sobre as obras de Chespirito, hoje em dia não temos tantos sites, mas em 2006 eram mais de 30, sendo pelo menos 6 de ótima qualidade, sem contar os eventos, enfim, é algo para ser comemorado, e quem sabe com um evento, como o Antônio perguntou...
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Re: CHespecial 25 anos

Mensagem por Seu Rampeiro » 04 Jul 2009, 19:13

Ótimo texto Gustavo e concordo com várias idéias expostas no mesmo.
Chespirito realmente é um grande comediante, está sem dúvida a nível de um Chaplin, só não tem o mesmo reconhecimento pelo fato de ser latino americano.
100 anos de Raul "Chato" Padilla, nosso Jaimito


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Re: CHespecial 25 anos

Mensagem por Gustavo Berriel » 06 Jul 2009, 05:05

Antonio Felipe escreveu:E vai ter evento CH comemorativo?
A resposta: Vai!
O "Chespecial" é a apenas uma de muitas comemorações que estão por vir!

Obrigado pelos comentários e elogios, isso me anima a escrever mais rápido.
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Capítulo 2 - "Chênesis ou a origem"

Mensagem por Gustavo Berriel » 06 Jul 2009, 05:09

CHespecial 25 anos
capítulo 2 - "Chênesis ou a origem"

Antes de falar de CH no Brasil, vou fazer uma retrospectiva recontando toda a história das séries, dando ênfase aos detalhes e curiosidades menos conhecidos do público e aos fatos mais importantes, seguindo uma linha de tempo. A ideia é também criar novos pontos de vista e interpretações mais claras sobre todo o universo de Chespirito.

Para Roberto Gómez Bolaños, um jovem mexicano de mente ao mesmo tempo criativa e metódica, que cresceu feliz, mesmo enfrentando com sua família duras crises de uma classe pouco favorecida da sociedade mexicana, a arte foi a sua vida, sua grande paixão e também sua razão.

Aos seis anos, perdeu o pai, de quem herdou suas aptidões artísticas. Francisco Gómez Linares era um mestre das artes plásticas. Sua mãe, Elsa Bolaños, teve de se virar sozinha com os três filhos - Francisco, Roberto e Horacio. A família passou por dificuldades financeiras. No entanto, Roberto conta que sua infância, apesar de tudo, foi muito feliz. Nunca teve brinquedos eletrônicos, porém nunca lhe faltou uma bola. Certamente, Chespirito e seus irmãos cresceram fazendo aquilo de que ele mais entende: muita arte! De modo que ele pintava o sete... E apanhava!

Para trilhar um caminho tão bem sucedido, Chespirito não contava apenas com criatividade; para ele, isso não basta. Um de seus maiores ensinamentos é que o êxito se faz com 10% de inspiração... E 90% de transpiração! Ou seja, é necessário muito trabalho para colocar em prática as boas ideias.

Que que foi, que que foi, que que há? Seu Madruga foi o primeiro de todos do elenco a iniciar carreira artística. Claro, praticamente toda a sua família era artista! Seu irmão mais velho, Germán Valdés, conhecido como Tin Tan Valdés, já era, nos anos 40, um dos atores de comédia mais famosos do México. A fama de Tin Tan só cresceria nas décadas seguintes e ele se tornaria um verdadeiro "Titã" da comédia latina. Ramón o acompanhou em dezenas de filmes, até ser convidado por Chespirito para fazer televisão.

Em 1959, apostando no talento de seu irmão Ramonzinho, ou melhor, "Monchito", Tin Tan o convidou para viver o personagem Willy em seu filme "Calabacitas Tiernas". Ramón se saiu bem e foi convidado para outro filme de Tin Tan: "Soy Charro de Levita". Foram só os primeiros dos mais de 50 filmes em que Ramón atuaria.

Don Ramón Gómez Valdés y Castillo, ou simplesmente "Seu Madruga" nasceu em 2 de setembro de 1923, na Cidade do México. Ainda aos dois anos, mudou-se com a família para Ciudad Juarés, Chihuahua. Foi lá que ele começou a seguir os passos do irmão artista.

A Bruxa do... Digo, a Dona Clotilde começou no teatro em 1950, aos 28 anos, no espetáculo "Un Corazon com Freno y Marcha Atras". Angelines Fernández Abad nasceu em 9 de julho de 1922, em Madri, na Espanha (claro, afinal a Espanha é a capital de Madri...). Para fugir da ditadura espanhola, em 1947, foi para o México, onde se naturalizou, tornando-se cidadã mexicana. Nos anos 50, assim como Ramón, ela participou de muitos filmes. E também atuou em telenovelas.

Ramón se destacou muito nos filmes e foi convidado por Pedro Almendriz para filmar "Mulata" (1954). Logo depois, o cineasta Pedro Infante o convidou para participar de "La Vida no Vale Nada" (1955). Neste mesmo ano, Angelines Fernández atua em "Maternidad Imposible". O destino de Ramón e Angelines já preparava um primeiro encontro ainda no cinema.

Em 1956, María Antonieta de las Nieves, a Chiquinha, estreava como atriz mirim, com apenas seis aninhos, pois é, pois é, pois é! Foi no programa de TV "Teatro Fantástico": montagens infantis especiais para a televisão criadas por Enrique Alonso "Cachirulo".

María Antonieta Gómez Rodríguez nasceu dia 22 de dezembro de 1950, em Nayarit, no México. É a caçula de sete irmãos e a mais jovem do elenco de Chespirito. E também foi a que começou a atuar mais cedo. Já aos sete anos, trabalhou dublando filmes e séries americanas. No mesmo ano (1957), atuou em seu primeiro filme: "Pulgarcito".

1958 foi um ano muito importante porque foi o ano em que, sem querer querendo, Bolaños virou "Chespirito". Convidado por dois grandes comediantes do cinema mexicano, Viruta e Capulina, Roberto escreveu o filme "Los Legionarios", que foi dirigido por Augustin Delgado. Fascinado pelo roteiro de Bolaños, Augustin deu-lhe a alcunha de "Shakespearito", isto é, pequeno Shakespeare. O nome pegou e foi adaptado para CHESPIRITO.

Roberto Gómez Bolaños "Chespirito" nasceu em 21 de fevereiro de 1929, na Cidade do México. Estudou engenharia, mas se dedicou às artes - a todas elas: literatura, música, teatro, desenho, programas de televisão e cinema. Criou, interpretou, escreveu, produziu e dirigiu todo o universo de Chaves & Chapolin.

Após o sucesso de "Los Legionarios", Chespirito foi chamado por Tin Tan Valdés para escrever o roteiro de seu novo filme, "Millonario y vagabundo".

O talento da dupla Viruta e Capulina se somou aos roteiros incríveis de Chespirito em vários outros filmes, até que ele foi convidado também para atuar em "Dos Criados Malcriados". Foi a primeira vez em que Chespirito fez um papel - e não foi de animal!

Chespirito já era fã de Tin Tan e queria escrever mais roteiros para ele. Ramón e Manuel "El Loco" também lhe chamavam a atenção, com suas participações cada vez mais brilhantes nos filmes do irmão. Fascinado pelo trabalho dos irmãos Valdés, Chespirito escreveu dois roteiros especiais para Viruta e Capulina. No primeiro, atuou Manuel "El Loco" Valdés: "Dos Tontos y un Loco" - este "Loco" é o próprio "El Loco" Valdés. O segundo foi "En Peligro de Muerte", no qual atuaram Ramón e Tin Tan. Eis aí o primeiro encontro entre os gênios Roberto Gómez Bolaños e Ramón Valdés. O início de uma parceria fundamental para o sucesso de Chaves & Chapolin.

Nos anos 60, Ramón e Angelines já eram atores de cinema reconhecidos, chegando a trabalhar com Cantinflas, considerado o rei da comédia latina - até então!

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Re: CHespecial 25 anos - capítulo 2 - "Chênesis ou a origem"

Mensagem por Brnochavesmaníaco » 06 Jul 2009, 20:05

Ótimo o texto do Gustavo. Parabéns! :joinha:

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Re: CHespecial 25 anos - capítulo 2 - "Chênesis ou a origem"

Mensagem por Jader » 07 Jul 2009, 16:39

Esse Cantinflas parece que era bom mesmo, mas sem dúvidas o Chespirito lhe ultrapassou como maior humorista da AL. :B):
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Re: CHespecial 25 anos - capítulo 2 - "Chênesis ou a origem"

Mensagem por Chápulo » 07 Jul 2009, 16:53

Barril do Chavinho escreveu:Esse Cantinflas parece que era bom mesmo,
Era excelente, o melhor na sua época.
Barril do Chavinho escreveu:mas sem dúvidas o Chespirito lhe ultrapassou como maior humorista da AL. :B):
Tenho entendido que alí nao conhecem os trabalhos de Eugenio Derbez. :joia:
Ele é um excelente humorista, fa de Chespirito e seu trabalho (ele até usa piadas dele em seus programas), e acho que ele é o melhor humorista mexicano nesta época.
Obviamente, depois do Chespirito.
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Re: CHespecial 25 anos - capítulo 2 - "Chênesis ou a origem"

Mensagem por Zenon CH » 07 Jul 2009, 17:39

Teem um dia especifico do 'aniversário' mesmo, ou é o mês todo?

Muiitoo bom o texto, só me dói um pouco saber que já perdemos alguns deles. :triste:
Maas serão imortais em nossos corações.
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CHespecial - capítulo 3 - "Chespirito apresenta... CHESPIRIT

Mensagem por Gustavo Berriel » 08 Jul 2009, 08:15

A comemoração é durante o ano todo!

25 anos de CH e tb os 80 do Che.

E voltamos a apresentar...

CHespecial 25 anos
capítulo 3 - "Chespirito apresenta... CHESPIRITO"

Não, ninguém precisa ler o CHespecial exatamente na ordem dos capítulos... Você pode começar por onde quiser. Estou procurando seguir uma linha do tempo, mas esse não é foco. Claro que é melhor ler tudo seguindo fielmente os capítulos, mas com certeza você vai se interessar mais por alguns que por outros. De qualquer forma, estou procurando fazer capítulos breves para agilizar a leitura, principalmente nesse início. Atenção...

Gravando! Em 1968, Chespirito conquistou um espaço próprio na então TV TIM (canal 8), dentro de um programa semanal ("Sábados de la Fortuna"). Foi aí que começou a sua carreira na televisão, criando logo de cara dois programas que bateram todos os recordes de audiência: "Cidadão Gómez" e "Os Supergênios da Mesa Quadrada", no qual ele formou o seu primeiro grupo de atores, com Ramón Valdés (Seu Madruga), Rubén Aguirre (o Professor Girafales) e María Antonieta de las Nieves, a Chiquinha. Chespirito interpretava o Doutor Chespirito Chapatin, que não era médico e sim doutor acadêmico. María Antonieta, chamada pelos companheiros de "Marioneta", apresentava o programa. Ramón Valdés fazia um bêbado; e Rubén deu vida ao professor Rubén Aguirre Girafales, que foi, portanto, o primeiro personagem de "Chaves" a ser criado, ainda que só fosse um esboço do Mestre Linguiça.

Com o grande destaque desses dois programas, Chespirito ganhou um espaço maior, um programa só pra ele! E assim nasceu, em 1970, o primeiro programa "Chespirito". Foi dentro dele que o Chapolin apareceu pela primeira vez, em 1970. E o Chaves, em 1971. Devido ao enorme sucesso desses dois personagens, eles ganharam um programa próprio cada um. Em 1973 foram ao ar os primeiros episódios de "El Chapulín Colorado" (Chapolin) e "El Chavo del 8" (Chaves). Era "Chaves do 8" por causa do canal 8. E depois que a Televisa comprou a TV TIM, os seriados migraram para o canal 2 - e o número 8 passaria a ser justificado, no programa, pelo número da casa na qual o Chaves supostamente morava. Afinal, como o próprio garoto diz, ninguém pode morar em um barril. No entanto, como em tantos outros mistérios do programa, a tal casa de número 8 jamais apareceu.

CHAVES é um sucesso impressionante em todos, todos, todos os países da América Latina! Foi o único programa que conseguiu ficar, pelo menos uma vez, em primeiro lugar de audiência em cada país em que foi exibido. No Brasil, um dos poucos programas do SBT que já conseguiu bater a Rede Globo no Ibope foi o Chaves - e isso levando em conta que foram reprises! Até hoje, desde que entraram na TV brasileira, em 1984, no programa do Bozo, são repetidos incansavelmente os mesmos cerca de 300 episódios, somando "Chaves" e "Chapolin" - e ainda com altíssimos índices de audiência.

Mas CHAVES não ficou só na América Latina; ultrapassou barreiras inesperadas. Foi dublado em alemão, russo, japonês, árabe, coreano, italiano... E passa legendado em inglês nos EUA até hoje! CHAVES conquistou o mundo - e foi o único programa humorístico latinoamericano que conseguiu isso. CHAVES foi muito além dos mexicanos Cantinflas e Tin Tan Valdés; e muito além dos mais bem sucedidos comediantes brasileiros como Mazzaropi, Oscarito, Grande Otelo, Os Trapalhões, Chico Anysio ou qualquer outra grande referência do humor latino.

Para mim, havia algo que brilhava neles que ultrapassava as barreiras possíveis. Aconteceu com eles na televisão o que aconteceu com os Beatles na música, guardadas as proporções... Mas é uma comparação bem razoável. CHAVES inspira as pessoas até hoje. Os fãs se referem aos atores como deuses do humor. As pessoas se lembram deles ou se referem a eles pelo que representaram: o melhor grupo de atores comediantes dos anos 70 - e de sempre.

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Re: CHespecial - capítulo 3 - "Chespirito apresenta... CHESPIRIT

Mensagem por Chápulo » 08 Jul 2009, 10:29

Excelente coluna, Gustavo. Quero aclarar duas coisinhas:
Gustavo Berriel escreveu: María Antonieta, chamada pelos companheiros de "Marioneta",
Não, ela era chamada de "mococha pechocha". Até o Topo Gigio chamou ela assim.
Gustavo Berriel escreveu: professor Rubén Aguirre Girafales
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