Fanfics CH

Postem aqui suas histórias!

Discuta aqui tudo relacionado aos trabalhos de Chespirito, como Chaves, Chapolin, Chaves em Desenho e Programa Chespirito. Discuta aqui também o trabalho de outros atores, como as séries do Kiko.
Otelo
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Re: Fanfics CH

Mensagem por Otelo » 12 Jun 2017, 15:16

Tufman escreveu:Gostei. Eu só faria uma pequena mudança, mas acho que ficaria mais pesadinho:

-Dona Clotilde puxa seu Madruga para dentro e fecha a porta. Chaves e Chiquinha ficam se olhando.

Chaves: Acho que você já tem um novo irmãozinho. (RISADAS)

-Chiquinha começa a chorar.


:P
Te juro que eu pensei que fosse post do homessa. :vamp:
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Príncipe da Condessa
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Re: Fanfics CH

Mensagem por Príncipe da Condessa » 19 Nov 2017, 23:44

A despedida do Seu Madruga (1979).

Seu Madruga está lendo um jornal na sua casa, quando alguém bate na porta e ele abre.

Seu Madruga: AH, é você.
Chaves: Mais é claroo.
Seu Madruga: O que quer?
Chaves: Não se lembra ontem, você pediu pra mim te fazer um favor?
Seu Madruga: AH, sim. Quero que me faça um favor.
Chaves: Qual?
Seu Madruga: Me ajuda com as bagagens.
Chaves: O que?
Seu Madruga: Me ajuda a fazer as bagagens de colocar roupas.

Chaves olha de modo pensativo.

Seu Madruga: Por favor, Chaves.
Chaves: Mais por que não compra já feitas?
(RISOS)
Seu Madruga: Me ajude a a COLOCAR as roupas nas malas.
Chaves: Tá bom, mais não se irrite.
Seu Madruga: Tá bom, mais não me deixa irritado.
Chaves: E pra que quer colocar roupas na mala?
Seu Madruga: Porque estou decidido que vou procurar um emprego.
Chaves: Verdade?
Seu Madruga: Sim, e volto quando trabalha muito e ganhar muito dinheiro.
Chaves: Então vai voltar só no proximo século?
(Risos)
Seu Madruga: Ai, Chaves, ai Chaves. Vai me ajudar, sim ou não?
Chaves: E o que ganho com isso?
Seu Madruga: Eu paro de te dar cascudos.
Chaves: OK.

Chaves entra na casa do Seu Madruga e no chão estão as 2 malas.

Seu Madruga: Coloca as bagagens na mesa.

Chaves senta na mesa.
(Risos)

Seu Madruga: O que está fazendo?
Chaves: Você pediu pra mim colocar as bagagens na mesa, oras.
Seu Madruga: Eu pedi pra colocar as bagagens de... Quer saber? Vou pedir a minha filha me ajudar com as coisas, e fora da minha casa.
Chaves: Está bem.

Chaves vai embora, mais voltar pra falar:

Chaves: Mais vai parar de me dar cascudos?
(Risos)
Seu Madruga: FORA!!

Chaves sai e fica no meio do pátio, Dona Clotilde sai de sua casa com uma cesta na mão:

Dona Clotilde: O que foi Chaves?
Chaves: É que Seu Madruga vai sair da vila.
Dona Clotilde: O que?
Chaves: Sim, ele vai sair da vila.
Dona Clotilde: O que?
Chaves: É verdade.
Dona Clotilde: Que?
Chaves: AH, vai encher outro.
(Risos)
Dona Clotilde: O que disso, Chaves?
Chaves: É que me escapuliu.
Dona Clotilde: Não pode ser verdade uma coisa dessas.

Dona Clotilde vai a casa de Seu Madruga, entra e ver ele e Chiquinha arrumando as malas.

Dona Clotilde: Seu Madruga, é verdade o que o Chaves disse pra mim?
Seu Madruga: O que ele disse pra você?
Dona Clotilde: Que você vai sair da vila.
Seu Madruga: Sim, verdade.
Dona Clotilde: Por causa dos 14 meses de aluguel?
Seu Madruga: Não, é que eu decidir procurar um emprego. Me dê essas outras roupas, Chiquinha.

Mudando de cena, Chaves está sentado na escada da vila e chega Dona Florinda com o Professor.

Professor: O que foi Chaves?
Chaves: Outra vez a mesma pergunta. É que Seu Madruga vai sair da vila.
Dona Florinda: Ótimo, assim teremos menos gentalha pra aturar.

Professor olha pensativo.

Dona Florinda: O que foi Professor Girafales?
Professor: Nada, é que acho o Seu Madruga uma boa pessoa.
Dona Florinda: Uma boa pessoa? Que não trabalha?

Seu Madruga sai de sua casa.

Seu Madruga: Que não trabalhava.
Professor: O que quer dizer?
Seu Madruga: Quer dizer que irei procurar emprego. Por isso irei sair da vila.
Chaves: Mais vai levar a Chiquinha?
Seu Madruga: Não, por enquanto Dona Clotilde vai cuidar dela.

Chiquinha sai de casa.

Chiquinha: Não, a bruxa não.
(Risos)

Dona Clotilde sai da casa.

Dona Clotilde: O que disse?
Professor: Olha, Seu Madruga, eu fico muito feliz por essa decisão de procurar emprego.
Seu Madruga: Obrigado, Professor Linguiça.
(Risos)
Professor: Tá, tá, tá, tá, TÁ.

Professor chega perto do Seu Madruga.

Professor: Meu nome é PROFESSOR GIRAFALES.
Seu Madruga: Mais carinhosamente as crianças te chamam de Professor Linguiça.
Professor: Olha... deixa pra lá. Vamos Dona Florinda.
Dona Florinda: Vamos, Professor.

Eles vão para a casa da Dona Florinda, quando chega o Senhor Barriga e ver Seu Madruga na porta da casa.

Seu Barriga: Pague o aluguel.

Fim do Bloco 1.
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Anderson silveira
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Re: Fanfics CH

Mensagem por Anderson silveira » 23 Nov 2017, 17:55

Já chegaram a inventar algum do Seu Madruga no restaurante? To pensando em escrever um.
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Tirado Alanís
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Re: Fanfics CH

Mensagem por Tirado Alanís » 22 Fev 2018, 22:41

Estou trazendo o tópico à tona por uma boa causa: vou reeditar a fanfic "O Tiro Que Saiu Pela Culatra" do Chaves, feita lá em abril de 2016. Sei que muitos gostaram dela na época, e agora vou consertar alguns erros de português e de continuidade, reformular algumas piadas, excluir outras e incluir novas situações. Espero que o resultado fique do agrado!

Depois, quando tiver mais tempo, faço o mesmo com a "Muito Ajuda Quem Pouco Atrapalha", do Chapolin. Inclusive, colocarei o terceiro e último bloco, que não foi postado até hoje! :P

E futuramente porei mais fanfics inéditas...
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Re: Fanfics CH

Mensagem por Guilherme CH » 22 Fev 2018, 23:30

Resolvi passar as minhas fanfics para PDF por meio do Google Drive, deixando-as em um formato mais adequado para uma leitura.
Chaves
O bolo que deu bolo (1973) - Sinopse: Chaves, em mais uma de suas atrapalhadas, acaba "estragando" um bolo da Dona Clotilde. O menino do oito terá agora que resolver esse problemão.

https://drive.google.com/file/d/1mUpMG7 ... sp=sharing

A casinha da Chiquinha (1975) - Sinopse: Chiquinha decide montar uma casinha de tijolos e lençóis no pátio, e consegue convencer o Chaves a brincar com ela.

https://drive.google.com/file/d/1GpBRjp ... sp=sharing

Chaves vai morar com o Seu Madruga - Parte 1 (1978) - Sinopse: Chaves passa o dia todo fazendo favores para os moradores da vila. É então que Chiquinha tenta convencer o Seu Madruga a tomar uma importante decisão.

https://drive.google.com/file/d/1OfhGTa ... sp=sharing

--
Chapolin
A mistura de mãe e política, o resultado é sogra (1977) - Sinopse: Na cidade de Acapulco, os moradores estão insatisfeitos com o Prefeito Ramón. É então que o Chapolin é chamado para resolver esse caso político.

https://drive.google.com/file/d/1ly6PtS ... sp=sharing

--
Dr. Chapatin
O que você olha tanto para baixo? (1975) - Sinopse: Dr. Chapatin está incomodado com o uniforme que a enfermeira tem usado no trabalho. O problema fica ainda maior quando um paciente com torcicolo entra no consultório...

https://drive.google.com/file/d/16L-6C9 ... sp=sharing

--
Los Caquitos
O pior roubo de todos (1973) - Sinopse: Peterete e Chompiras decidem roubar um edifício no meio da noite. Mas no final as coisas não saem como planejado...

https://drive.google.com/file/d/1nPekQH ... sp=sharing

As joias (1974) - Sinopse: Os dois ladrõezinhos pretendem fazer algo inusitado com as joias roubadas por eles.

https://drive.google.com/file/d/1WgVKlx ... sp=sharing

--
Chespirito
Síndrome do anonimato (1970) - Sinopse: Mococha Pechocha vive a pior fase de sua carreira artística.

https://drive.google.com/file/d/1dfUsZ4 ... sp=sharing

A palestra (1972) - Sinopse: Professor Girafales pretende realizar mais uma de suas famosas palestras, porém ela não sai como planejada devido a um sujeito bastante folgado.

https://drive.google.com/file/d/16EjE1I ... sp=sharing

--

Aos poucos eu atualizo a primeira página.

Tirado Alanís
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Re: Fanfics CH

Mensagem por Tirado Alanís » 23 Fev 2018, 16:51

CHAVES - O Tiro Que Saiu Pela Culatra
Possível ano para o episódio: 1977

Roberto Gómez Bolaños como Chaves
Ramón Valdez como Seu Madruga
Carlos Villagrán como Quico
Florinda Meza como Dona Florinda
Maria Antonieta de las Nieves como Chiquinha
Angelines Fernandez como Dona Clotilde, a Bruxa do 71
e Edgar Vivar como Senhor Barriga

BLOCO 1
Seu Madruga está sentado no sofá, tentando ler um jornal com extrema dificuldade, sem se dar conta de que ele está de cabeça para baixo (RISOS). Chiquinha sai de seu quarto com uma caixa debaixo do braço.

CHIQUINHA - Papi, eu posso ir lá na casa da Pópis?

SEU MADRUGA (sem tirar os olhos do jornal) - Fazer o quê, filha?

CHIQUINHA - É que hoje eu fiquei de mostrar a minha coleção de papéis de carta pra ela! (abre a caixa, despejando o conteúdo em cima da mesa) Eu tenho uns lindos! Olha esse, com desenhos de ursinhos. Aquele verde... O meu preferido é este daqui, tem um casal de namorados se abraçando debaixo de um guarda-chuva, e umas gotinhas douradas caindo em cima deles... (percebe que ele não está prestando atenção, recolhe tudo e vai saindo)

SEU MADRUGA - Ei, ei, ei! Aonde você pensa que vai?

CHIQUINHA - Eu já disse, na casa da Pópis!

SEU MADRUGA - Mas eu não te deixo sair!

CHIQUINHA - E por que não?

SEU MADRUGA - Por que te mandei lavar a louça do almoço, e quando fui ver, o guarda-pratos estava completamente vazio!

CHIQUINHA - Ah, mas eu já lavei!

SEU MADRUGA - E então?

CHIQUINHA - Deixei enxugando!

Ela abre a janela e se vê vários pratos, talheres e panelas pendurados no varal do pátio. (RISOS)
SEU MADRUGA (boquiaberto, levantando-se para tentar recolher tudo) - Mas é incrível! É incrível! Parece que eu estou em um manicômio! Você não sabe que nós temos um pano de prato em casa, menina?

CHIQUINHA - Sei...

SEU MADRUGA - Então por que pendurou a louça no varal?

CHIQUINHA - Bom, o senhor se lembra que também me mandou passar pano no chão? (RISOS)


SEU MADRUGA (parando espantado) - Eu não acredito que você passou o pano de prato no chão, Chiquinha!

CHIQUINHA - Mas é claro que não. Eu usei para lustrar os móveis! (RISOS)

SEU MADRUGA - E para limpar o chão?

CHIQUINHA - “Oho! Ihi! Oho!” Aquela sua toalha já estava tão velha, eu pensei que... (RISOS)

Seu Madruga se zanga e, ao levantar o braço para bater na filha, deixa alguns pratos caírem e se quebrarem. (RISOS) Ela aproveita para se esconder no quarto, enquanto ele fica abaixado, juntando os cacos. Chaves vem chegando da rua, e o vê.

CHAVES - Tão grande e ainda fazendo arte... (RISOS)

SEU MADRUGA (levantando-se bravo, mas relevando e olhando para o chão) - A sorte é que eles se partiram em cacos grandes. Com um pouco de jeito ainda dá pra colar... Chaves, venha cá!

CHAVES (chutando os pés) - Outra vez precisam de um burro de carga! (RISOS)

SEU MADRUGA - Pois esse é um serviço tão banal que até um burro faria, mesmo.

CHAVES - Então por que não faz o senhor? (RISOS)

SEU MADRUGA (zangando-se mais) - O que disse???

CHAVES - Que... Qual é o serviço?

SEU MADRUGA - Está vendo esses pratos aqui (e aponta para os cacos no chão)? Quero que os deixe iguais a estes (e aponta para os que ainda estão no varal).

CHAVES (com uma expressão aérea) - Sim, sim.

SEU MADRUGA - Certo.

CHAVES - Sim, sim.

SEU MADRUGA - Certo!

CHAVES (ainda parado) - Sim, sim.

SEU MADRUGA (inquisidor) - CERTO! (RISOS)

Chaves - Sim, sim. (RISOS)

SEU MADRUGA - Então se mexa, ora, comece a trabalhar!

CHAVES (estendendo a mão) - O senhor não está esquecendo nada?

SEU MADRUGA (remexendo os bolsos) - Ah... Tem razão, Chavinho, tem razão. Toma! (e lhe entrega um tubo de supercola) (RISOS) Enquanto isso, eu vou ali resolver um probleminha muito especial... (volta para casa e entra no quarto da Chiquinha) CHIQUINHA!!!

CHIQUINHA (voz debaixo da cama) - Não está! (RISOS)

SEU MADRUGA (ameaçando tirar o cinto) - Vamos ver se não está...

CHIQUINHA (saindo alvoroçada debaixo da cama) - Não, papaizinho, não! Não, não, papaizinho...

SEU MADRUGA - Muito bem! Agora escute, fruto do meu pecado (RISOS), quero que você explique direitinho que ideia foi essa de pôr a louça no varal.

CHIQUINHA - Mas eu já lhe disse, nós não temos panos o suficiente aqui em casa! Por isso eu tive que usar o de prato para lustrar os móveis, e a toalha para passar no chão.

SEU MADRUGA - Certo... E aposto que nem pretendia me contar o que fez com a toalha.

CHIQUINHA - Bem... Bom...

SEU MADRUGA - Já pensou se eu usasse aquela imundície? Graças a Deus hoje não é sábado, mas se fosse, como é que eu ia tomar banho? (RISOS)

CHIQUINHA - Se o senhor quisesse, eu poderia cortar um pedaço da cortina, e... (RISOS)

SEU MADRUGA (tirando o cinto de vez) - Você vai ver o pedaço da cortina!

Nesse momento, ouve-se um barulho de coisas quebrando.

SEU MADRUGA (saindo do quarto e olhando pela janela) - O que foi isso?

Chaves está parado e todos os pratos estão espedaçados aos pés dele.

SEU MADRUGA (saindo de casa abismado) - Mas o que você fez, seu animal?

CHAVES - O que o senhor mandou, deixei todos os pratos iguais! (RISOS)

SEU MADRUGA - Mas que ótimo... Agora eu vou fazer o mesmo com a sua cabeça, e vamos ver se gosta! (RISOS)

Seu Madruga levanta o boné do Chaves e lhe dá o clássico cascudo. O menino vai se esconder no barril, chorando.

SEU MADRUGA (abaixando-se) - Só não te dou outra porque... Tenho que dar um jeito nesse desastre. (ele então percebe Chiquinha fugindo pelo corredor que liga os pátios e corre atrás dela) Chiquinha, volte aqui! Chiquinha!!!

Dona Florinda chega da rua carregando uma cesta. Quico vem atrás dela.

DONA FLORINDA (parando no meio dos cacos) - Mas o que é isso? Quem fez essa sujeira?

CHAVES (voz de dentro do barril) - Foi o Seu Madruga!

SEU MADRUGA (voltando com o cinto na mão, olhando para trás) - Vamos ver se assim aprende a ser gente!

DONA FLORINDA (aproximando-se dele, com as mãos na cintura) - Muito bonito!

SEU MADRUGA - Ah, vizinha, se a senhora fosse a primeira a dizer isso... (RISOS)

PAFF! (RISOS)

Com o tapa, ele se vira e acaba dando uma cintada no Quico, que estava perto.

QUICO - Mamãe!!!

DONA FLORINDA - Atacando meu filho, hein? E á traição!

SEU MADRUGA - Á traição?

DONA FLORINDA - Pela retaguarda!

RE-PAFF! (RISOS)

Novamente, com o tapa, Seu Madruga se vira e acerta o Quico.

DONA FLORINDA - Outra vez?

SEU MADRUGA (tentando fazer um carinho no garoto) - Mas eu aposto que não doeu nada, veja, é couro sintético! (RISOS)

DONA FLORINDA (tomando o cinto das mãos dele) - Ah, é? Vamos ver se dói ou não!

Ela corre atrás do Seu Madruga pelo corredor. Após uma transição de cena, ele está novamente no sofá de sua casa tentando ler o jornal, que continua de cabeça para baixo. Chiquinha chega com a mesma caixa nas mãos.

CHIQUINHA - Papai, será que agora eu posso ir na casa da Pópis?

Seu Madruga abaixa o jornal, e pode-se ver sua cara com um olho roxo. (RISOS)

SEU MADRUGA - Não!

CHIQUINHA - E por que não?

SEU MADRUGA - Por que é muito longe!

CHIQUINHA - Mas são só duas quadras, pai! Além do mais, a casa dela é de esquina!

SEU MADRUGA - Continua sendo longe. Você é uma criança, e desacompanhada ainda por cima!

CHIQUINHA - Mas a distância de lá pra cá é a mesma, e a Pópis sempre vem brincar comigo!

SEU MADRUGA - Por que os pais dela não devem saber do perigo que é deixa-la sair sozinha! Saiba que a cada dez minutos, uma criança é atropelada na cidade.

CHIQUINHA - Então quer dizer que daqui a alguns dias só vão restar os adultos por aqui? (RISOS)

SEU MADRUGA - Não é possível! Não é possível! São cidades diferentes, minha filha, no mundo todo!

CHIQUINHA - Ah... Eu não acredito!

SEU MADRUGA - Pois pode acreditar. Deu aqui no jornal.

CHIQUINHA - Se é por isso mesmo que eu não acredito!

SEU MADRUGA - Como? Ousa então discordar da imprensa jornaleira, que tantos favores tem prestado á nossa nação? Que com suas reportagens de alto teor informativo e catastrófico aplaca a sede de saber que enlouquece as mentes diariamente? Que nos dá nestas simples linhas o conhecimento necessário para continuar nosso existismo sobre a face da terra? Que...

CHIQUINHA - O jornal está de cabeça para baixo, pai... (RISOS)

SEU MADRUGA (finalmente se tocando e virando o jornal) - Ah, sim! Mas é que... É que... Nós devemos analisar as notícias por todos os ângulos, não? (RISOS)

CHIQUINHA - Que seja. Mas o senhor me manda ir lá na venda, que é até mais longe! E manda o Chaves também.

SEU MADRUGA - É diferente. E só em casos de muita necessidade.

CHIQUINHA - Como naquele dia em que eu fui comprar os seus cigarros? (RISOS)

SEU MADRUGA - Olha, Chiquinha, eu vou lhe dizer uma coisa, e preste muita atenção, por que só vai ser uma vez: aconteça o que acontecer, nunca me desminta, entendeu?

CHIQUINHA - Sim, papi.

Os dois se calam. Chiquinha senta-se numa cadeira com os cotovelos na mesa e as mãos nas bochechas, desapontada. Seu pai começa a ler o jornal da maneira correta, balançando a cabeça negativamente.

SEU MADRUGA (só para si) - Eu devo ser mesmo um burro.

CHIQUINHA (sem sair de sua posição) - Com toda a certeza! (RISOS)

SEU MADRUGA - O que disse?

CHIQUINHA - O senhor quem falou que eu nunca poderia lhe desmentir. (RISOS)

SEU MADRUGA (ameaçando tirar o cinto) - E desde quando você tem que dar ouvidos ao que o primeiro estúpido lhe diz? (RISOS) Digo, digo... Repita, menina, repita se quiser levar umas cintadas outra vez!

CHIQUINHA - Não, não, papaizinho, eu vou ficar no meu quarto!

Chiquinha volta para o quarto, e Seu Madruga finalmente lê o jornal. Em dado momento, ele se espanta. Chaves bate na porta.

CHAVES (do lado de fora) - Posso entrar?

SEU MADRUGA (com o jornal) - Não!

CHAVES - Não?

SEU MADRUGA - Sim?

Chaves entra.

SEU MADRUGA - Não!

Chaves sai.

SEU MADRUGA - Sim?

Chaves entra.

SEU MADRUGA - Não!

CHAVES - Ora, não seja palhaço! (RISOS)

SEU MADRUGA (se levantando bravo) - O QUÊ?

CHAVES - O senhor estava aí feito barata tonta dizendo "não, sim, não, sim"... (RISOS)

SEU MADRUGA - É que eu estava lendo uma coisa que... (olha de novo o jornal) Não!

CHAVES - Já vai começar outra vez! (RISOS)

SEU MADRUGA (balançando as pernas e se sustentando na parede) - Chaves, me faz um favor? Vai lá no quarto e me traz um travesseiro, sim?

Chaves dá de ombros e entra no quarto. Volta com o travesseiro, acompanhado da Chiquinha.

SEU MADRUGA - Ótimo, agora deixe ele aí no chão!

CHAVES (pondo o travesseiro no chão) - Assim?

SEU MADRUGA - Não, mas um pouquinho para lá.

CHAVES (afastando o travesseiro) - Assim?

SEU MADRUGA - Perfeito! Agora, com licença!

Dizendo isso, ele cai duro, extasiado, com o jornal nas mãos, em cima do travesseiro. (RISOS)
BLOCO 2
CHAVES (tremendo um pouco) - Se-será que ele morreu?

CHIQUINHA (mais calma, mas também apreensiva) - Não, deve estar só desacordado...

CHAVES - E como a gente faz para ele ficar desdormido de novo? (RISOS)

CHIQUINHA - Bom, com um pouco d'água se pode fazer os desmaiados voltarem. Eu vou ver o que consigo arranjar. Enquanto isso, você coloca ele em cima do sofá!

CHAVES - Isso, isso, isso!

Chiquinha entra na cozinha, e Chaves tenta, comicamente, arrastar o Seu Madruga para cima do sofá, em várias posições diferentes e sem êxito. (RISOS) Chiquinha volta com um copo e uma jarra com água, e percebe tudo.

CHIQUINHA - Tá, tá, tá, Chaves, deixa ele assim mesmo!

CHAVES - Mas nessa posição de minhoca contorcida? (RISOS)

CHIQUINHA - Não faz mal, eu já trouxe a água. Tome!

CHAVES - (bebendo a água) Obrigado! Sabe, eu cansei mesmo. Nunca pensei que o seu pai pudesse pesar tanto... Olhando assim, ninguém diz! (RISOS)

CHIQUINHA - Mas não era pra você beber, tonto! Era pra jogar nele, e ver se ele se recuperava da desmaiecência! (RISOS)

CHAVES - Ah!...

CHIQUINHA (imitando) - "Ah!..." Mas parece que não pensa!

CHAVES (pegando a jarra que havia ficado sobre a mesa) - Em primeiro lugar, não se diz "desmaiecência", e sim desmaiecimento! (RISOS) E em segundo lugar, eu sim penso. Tanto que ficou um pouco de água ali, e eu vou usar pra curar ele, você vai ver.

CHIQUINHA - Tudo bem... Mas não vá despejar tudo, Chaves!

CHUÁÁÁÁÁ.... (RISOS)

SEU MADRUGA (acordando assustado, pulando e gritando) - Casco furado, casco furado, abandonar navio!!! (RISOS)

CHAVES - Viu só como funcionou? Ele já voltou ao normal! (RISOS)

Há uma transição de cena. Madruga está recuperado, sentado em uma das cadeiras da mesa, Chiquinha e Chaves estão do seu lado. Quico também está lá.

CHIQUINHA - Agora que tudo já passou, acho que o senhor pode contar pra gente por que ficou daquele jeito, papai!

SEU MADRUGA (se animando) - Foi de emoção, filhinha! Só de ver uma nota...

CHAVES - Ah, então está explicado por que o senhor não trabalha! Se vendo uma nota já desaba assim, quando recebesse o primeiro salário ia morrer na hora! (RISOS)

SEU MADRUGA - Uma nota no jornal, Chaves! E que me deixou bambeando!

QUICO - Mas pra isso não precisa muito! É só bater um vento mais forte... (RISOS)

SEU MADRUGA - Quero dizer que a nota me deixou chocado!

QUICO - Então lhe vai nascer um pintinho? (RISOS)

SEU MADRUGA (zangado) - Olha, Quico, o que você está fazendo aqui?

QUICO - Bom, é que a minha mamãe me mandou ver se o senhor já tinha melhorado!

SEU MADRUGA (espantado e incrédulo) - Como? A Dona Florinda quer saber se eu já melhorei?

QUICO - Sim!

SEU MADRUGA - A Dona Florinda?

QUICO - Pois sim.

SEU MADRUGA - Quer mesmo saber?

QUICO - Quer.

SEU MADRUGA - Se... Eu já melhorei?

QUICO - Exato.

SEU MADRUGA - Mas é impressionante!... A Dona Florinda? (RISOS)

QUICO - Ela mesma.

SEU MADRUGA - Então realmente...

QUICO - Ai cale-se, cale-se, cale-se, você me deixa louco!!! (RISOS)

Seu Madruga fecha a cara.

QUICO - Quer dizer, sim, Seu Madruguinha, minha mamãe está perguntando se o senhor já ficou bom!

SEU MADRUGA - Mas... Mas por quê?

QUICO - É que ela espera que o senhor se recupere depressa...

Seu Madruga abre um sorriso.

QUICO - ...Para que possa ir limpar aquela sujeirada que ficou no pátio! (RISOS)

Ele continua com o sorriso no rosto.

CHIQUINHA - Papai! Se eu fosse o senhor, não deixava barato! Ia correndo pedir uma carta de alforria! (RISOS)

Ele permanece alegre, com o olhar perdido.

CHIQUINHA - Ainda está contente? Será que a queda lhe fez mal para os miolos?

CHAVES - Uh... Se depender de queda, então ele já deve ter caído do berço! (RISOS)

Chiquinha o sacode, preocupada.

SEU MADRUGA (entusiasmado) - Hã? Calma, calma, filhinha. É que com o dinheiro que eu vou conseguir, posso até ter a Dona Florinda ajoelhada aos meus pés!

CHAVES - Ela vai engraxar os seus sapatos? (RISOS)

SEU MADRUGA - É um modo de falar, Chaves. Quer dizer que eu vou ser superior a ela.

QUICO (rindo-se) - Vai usar um salto maior que o dela? (RISOS)

SEU MADRUGA - Vou ser superior financeiramente, Quico! Terei mais dinheiro, muito mais!

QUICO (parando subitamente de rir e saindo com raiva) - Ah, é? Pois vai ver só! Eu vou já pedir pra minha mãe comprar todo o Palácio de Versalhes! (RISOS)

CHIQUINHA - Escuta, papai, como o senhor vai conseguir isso tudo?

SEU MADRUGA - Ah, eu ainda não falei? Hoje uma senhora grã-fina pôs uma notícia, dizendo que estava procurando uma caixinha de música, que é a única lembrança da infância dela, e que foi perdida no cais.

CHAVES - E daí?

SEU MADRUGA - E daí que gente desse tipo paga muito para conseguir certas coisas. E com um valor sentimental, ainda por cima, é um negócio estupendo!

CHIQUINHA - Mas o senhor está com ela?

SEU MADRUGA - Você não imagina, Chiquinha! Um tempo atrás eu estava no cais, para cumprir uma aposta que tinha feito com um marinheiro.

CHAVES - Como assim?

SEU MADRUGA - O marinheiro era um companheiro antigo, nós servimos juntos. E olha que eu quase cheguei a ser cabo!

CHAVES - De vara de pesca? (RISOS)

SEU MADRUGA - Mas não consegui sair do raso.

CHAVES - Não sabia nadar? (RISOS)

SEU MADRUGA - Chaves, vai continuar interrompendo, sim ou não?

CHAVES - Não.

SEU MADRUGA - Muito bem. Era uma amizade longa. Nós ainda éramos entusiasmados por qualquer besteira. Claro, era a época da nossa juventude.

CHAVES - Mas já haviam inventado os navios? (RISOS)

SEU MADRUGA - CHAVES!

CHAVES - Perdão.

SEU MADRUGA - E a mulher dele estava grávida. Então, no calor de uma discussão, eu apostei a nossa casa aqui, que seria uma menina. E ele apostou o próprio barco que seria um menino!

CHAVES - Caramba! E nunca tentou acabar com a aposta?

SEU MADRUGA (com a mão no peito) - Nunca. Havia algo de especial em mim. Dessas coisas raras que acabam desaparecendo com a vida.

CHAVES - Era a sua palavra de homem? (RISOS)

SEU MADRUGA (desfazendo a pose) - CHAV... Er... Era. (RISOS)

CHIQUINHA - E o senhor não teve medo de perder?

SEU MADRUGA - De jeito nenhum, me mantive firme até o final!

CHAVES - Até por que, perder uma casa com quatorze meses de aluguel atrasado não é lá grande coisa! (RISOS)

SEU MADRUGA - Ah, não? E aonde você acha que eu iria morar?

CHAVES - Ora, em outra vila, enganando outro senhorio! (RISOS)

SEU MADRUGA - Olha, Chaves, eu só não te dou uma porque... Tenho que continuar a história.

CHIQUINHA - Isso, papai, e aí, quem ganhou?

SEU MADRUGA - Ninguém, filhinha, nasceu um casal de gêmeos! (RISOS) Mas estávamos com o sangue quente!

CHAVES - E não entraram em erupção? (RISOS)

SEU MADRUGA - Nós estávamos agitados com a aposta! E foi aí que eu cometi a maior loucura da minha vida.

CHAVES - Também se casou? (RISOS)

SEU MADRUGA - Será possível!

CHAVES - Me desculpe...

SEU MADRUGA (imitando) - “Me desculpe...” Bom, como eu dizia, foi aí que eu cometi a segunda maior loucura da minha vida. (RISOS) Eu pus a casa á sorte, de novo, e ele o barco, dessa vez num jogo de baralho. Imaginem. Num simples, num mero jogo de baralho. E eu ganhei!

CHIQUINHA - Pai! Então quer dizer que o senhor tem um barco lá no cais e nunca me disse nada?

SEU MADRUGA - É que eu não tenho mais, Chiquinha. Passei adiante.

CHIQUINHA - Por quê?

SEU MADRUGA - Por que eu descobri que ele estava com quinze meses de aluguel atrasado. (RISOS)

CHAVES - Bom, mas eu ainda não entendi aonde entra a caixinha de música nessa história toda.

SEU MADRUGA - É que no dia eu a encontrei abandonada por lá, e... Bom... Cabia um ás ou outro lá dentro... (RISOS) Mas ela me deu sorte! Então eu a trouxe para cá, com a promessa de que ia guardar muito bem.

CHIQUINHA - E onde está agora?

SEU MADRUGA - Bem ali, filha, calçando o pé do sofá! (RISOS)

Chaves e Chiquinha dão pulos de alegria, enquanto Seu Madruga tira a caixinha de baixo do sofá, que fica em falso.

CHAVES - Então o senhor não vai mais me cobrar os partos pratidos? (RISOS)

SEU MADRUGA - O quê?

CHAVES - Digo... Os pratos partidos?

SEU MADRUGA - Não, Chaves!

CHAVES - Nem os lençóis para fazer uma cabaninha? (RISOS)

SEU MADRUGA (parando, surpreso, e depois se recuperando) - Não, Chaves, não!

Chaves entra no quarto da Chiquinha e sai de lá arrastando um punhado de lençóis.

CHAVES - Obrigado! (RISOS)

Seu Madruga se zanga um pouco, mas deixa ele sair.

CHIQUINHA - Papai, vai deixar ele ir embora com os nossos lençóis?

SEU MADRUGA - Vamos comprar vinte, no lugar, filha! Agora nós teremos dinheiro até para picar e usar como confete!

SENHOR BARRIGA (aparecendo na janela) - Não me diga! (RISOS)
BLOCO 3
Dona Florinda sai de sua casa simultaneamente com Dona Clotilde, e as duas param para conversar:

DONA FLORINDA - Boa tarde, Dona Clotilde!

DONA CLOTILDE - Boa tarde! Ouça, é verdade o que andam dizendo por aí, que o Seu Madruga vai ficar rico?

DONA FLORINDA - Pelo que o Quico me contou, sim.

DONA CLOTILDE - Mas como, isso?

DONA FLORINDA - Eu não sei, ele não explicou direito... Parece que uma senhora perdeu algo que ele achou. E como essa senhora é muito rica, vai oferecer uma grande recompensa.

DONA CLOTILDE - Hum! Não será um embuste do seu menino?

DONA FLORINDA - O que é isso? De jeito nenhum! O Quico nunca diria uma mentira!

DONA CLOTILDE - Então a senhora o manda mesmo á padaria para comprar pão dormido, só por que é mais barato! Pois foi o que eu ouvi ele dizer ao Chaves! (RISOS)

DONA FLORINDA (disfarçando) - Bom... Há que se levar em conta que as crianças são muito inventivas... (RISOS) Olhe, aí vem a Chiquinha!

Chiquinha vai saindo de sua casa, e Dona Clotilde anda até ela.

DONA CLOTILDE - Espere, menina! Estão espalhando por aí que o seu pai vai ganhar um bom dinheiro. Isso é mesmo verdade?

CHIQUINHA (animada) - Mas é claro! E vai receber hoje mesmo!

DONA CLOTILDE - Não me diga!

CHIQUINHA - Sim, pois é, pois é, pois é! E agora eu estou indo avisar o carpinteiro!

DONA CLOTILDE - Ué, mas por quê?

CHIQUINHA - Por que ele falou que o meu papai lhe dá calote a tanto tempo, que da próxima vez que o visse, era capaz até fazer uma porta com a sua cara de pau! (RISOS) Mas agora ele vai quitar a dívida toda, e até com juros! E também a do confeiteiro, a do açougueiro, a do leiteiro, a do verdureiro... Ah, são tantos, tantos, que eu acho que só vou voltar à noitinha! (RISOS)

Chiquinha sai pulando, contente, enquanto Quico vem entrando. Dona Florinda o vê e o chama.

DONA FLORINDA - Quico!

QUICO - Sim, mamãe?

DONA FLORINDA (entregando algumas moedas ao garoto e falando alto, para Dona Clotilde escutar) - Olhe, tesouro, quero que você vá à padaria para mim, e me traga tudo isso aqui de pães fresquinhos!

QUICO - Pães fresquinhos? Vamos receber visita hoje, mamãe? (RISOS)

A cena passa, então, para a casa do Seu Madruga, que está lá com o Chaves e o Senhor Barriga.

CHAVES - Sabe, eu ainda não entendo como alguém paga tanto assim por uma simples caixinha de música!

SEU MADRUGA - Mas não é só a caixinha, são todas as lembranças que ela traz, Chaves!

CHAVES - Pois as minhas lembranças eu guardo na cabeça, e não em uma caixa! (RISOS)

SENHOR BARRIGA - Você não vai levar nada da sua infância, Chaves?

CHAVES - Sim!

SENHOR BARRIGA - O quê?

CHAVES - Esse arranhão bem aqui, na perna. Foi quando eu caí de um muro... (RISOS)

SENHOR BARRIGA - Mas não é disso que eu estou falando!

CHAVES - E então?

SEU MADRUGA - Deixe, Senhor Barriga, eu acho que ele ainda não consegue entender. E o senhor, não tem nada da sua infância?

SENHOR BARRIGA - Eu até hoje guardo um pijaminha que minha madrinha me deu, quando eu tinha apenas uns meses de vida!

SEU MADRUGA - Não me diga! Pois o senhor não sabe que eu durmo de roupa? Se pudesse me dar esse pijama...

SENHOR BARRIGA - Mas eu já disse que era de quando eu tinha apenas alguns meses.

SEU MADRUGA - Sim, mas o senhor com poucos meses devia vestir o número que eu visto hoje! (RISOS)

SENHOR BARRIGA - O quê?

SEU MADRUGA - Digo...

SENHOR BARRIGA - Não diga. Se contente apenas em pagar os quatorze meses de aluguel que me deve!

CHAVES - E depois, agora o senhor pode comprar uns dez pijamas!

CHIQUINHA (entrando) - Pois eu acho que não. Com o tanto que o meu pai deve, o dinheiro que sobrar só vai dar para comprar um caramelinho! (RISOS)

SEU MADRUGA - Ah, Chiquinha, que bom que você chegou! Eu não consigo lembrar aonde pus a chave da caixinha!

CHIQUINHA - Ora, a única chave que nós temos aqui em casa é a que fecha a porta do banheiro! (RISOS)

SEU MADRUGA - É mesmo! Como é que eu pude me esquecer! ( vai até o banheiro e volta com a chavinha. Põe na caixa de música e dá corda) Há algo errado.

CHAVES - O quê?

SEU MADRUGA - A bailarina não está rodando bem.

CHAVES - Não estará mal calibrada? (RISOS)

SEU MADRUGA - Deve ser algum problema na corda.

CHAVES - Colocando outra talvez melhore. Eu posso pegar a do varal... (RISOS)

SEU MADRUGA - Olha, Chaves, você quer mesmo ajudar? Então vá comprar uma lanterninha.

CHAVES - Uma lanterninha?

SEU MADRUGA - É, daquelas pequenininhas, porque eu vou ver se consigo mexer nas engrenagens.

CHAVES - Então está bem.

Chaves sai e, no pátio, se encontra com o Quico.

QUICO - Ei, Chaves, o Seu Madruga já foi buscar o dinheiro?

CHAVES - Ainda não, ele está precisando de uma luz e eu tenho ir pegar.

Ele vai para a rua e Dona Florinda sai de sua casa.

DONA FLORINDA - Quico, vai chamar o Chaves pra mim?

QUICO - Agora ele não pode, mamãe. Está muito ocupado!

DONA FLORINDA - Com o quê?

QUICO - Ele foi dar a luz! (RISOS)

DONA FLORINDA (espantada) - A quem?

QUICO - Ao Seu Madruga! (RISOS)

DONA FLORINDA (cochichando) - Olha, tesouro, deixe de falar bobagens e vá você lá no padeiro, trocar esses pãezinhos pelos dormidos (lhe entrega o saco de pães). (RISOS)

QUICO - Pode deixar.

DONA FLORINDA - E traga a diferença! (RISOS)

Há uma transição de cena. Seu Madruga está em casa, terminando de consertar a caixinha. Senhor Barriga, depois de andar um pouco pela sala, senta-se no sofá em falso, afundando toda a parte onde ficou e empinando o outro lado do assento. Chaves e Chiquinha, que estão no chão vendo os papéis de carta espalhados, olham-se espantados e fazem, simultaneamente, um gesto de “gordura”. (RISOS)

SENHOR BARRIGA - Quer dizer que o senhor já foi marinheiro?

SEU MADRUGA - E dos bons!

SENHOR BARRIGA - Então não sei por que saiu da profissão.

SEU MADRUGA - Sinceramente, nem eu sei... Eu não me entregava à barriga, Senhor Ócio. (RISOS)

SENHOR BARRIGA - O que disse?

SEU MADRUGA - Digo, digo... Eu não me entregava ao ócio, Senhor Barriga!

SENHOR BARRIGA (descrente) - Não diga...

SEU MADRUGA - Falo sério! Fazia de tudo para não sentir preguiça ao ver todas as obrigações que eu teria que cumprir. Deixava até de comparecer ao trabalho para que isso não acontecesse! (RISOS)

CHIQUINHA (mostrando um papel ao Chaves) - Olha, Chaves, esse aqui é o meu preferido! Um casal de namorados com um guarda-chuva, e umas gotinhas douradas caindo...

CHAVES - Como são bobos, não?

CHIQUINHA - Bobos?

CHAVES - Claro! Se fosse eu que estivesse aí, virava o guarda-chuva de cabeça para baixo e tentava pegar quanto ouro eu conseguisse! (RISOS) E por que você coleciona esses papéis?

CHIQUINHA - Para passar o tempo. Tem quem colecione selos, ou moedas...

SENHOR BARRIGA - Ou meses de aluguel... (RISOS)

SEU MADRUGA (se levantando entusiasmado) - Pois fique sabendo que eu já terminei! A caixa está funcionando perfeitamente!

Chiquinha e Chaves também se levantam, vibrando.

CHIQUINHA - Vai entregá-la agora, papai?

SEU MADRUGA - Vou, filha, o endereço é per-(ic)... per-(ic)... Perto!

CHAVES - Chiquinha, eu acho que dessa vez a engrenagem que está com defeito é a do seu pai! (RISOS)

SEU MADRUGA - Não é nada dis-(ic)-so! O que acontece é que eu fiquei com so-(ic)... com so-(ic)...

CHAVES - Consolado? (RISOS)

CHIQUINHA - Consorte! (RISOS)

CHAVES - Consomido? (RISOS)

SEU MADRUGA - Com soluço! Deve ter (ic) sido de tanta emoção...

CHIQUINHA (beijando-o na bochecha) - Ah... Boa sorte, pai!

SEU MADRUGA - Vou ter, filha! Eu sinto que, as-(ic)... assim que passar por essa porta, minha vida vai (ic) mudar.

Assim que Seu Madruga cruza a porta, é abraçado por Dona Clotilde, que estava de tocaia, esperando.

DONA CLOTILDE - Meu amor! (RISOS)

SEU MADRUGA - Dona...

DONA CLOTILDE - Agora que a sua situação financeira não é mais um problema, você não precisa se envergonhar!

SEU MADRUGA - Mas se envergonhar do quê?

DONA CLOTILDE - De me pedir em casamento! Mamá, por tanto tempo eu esperei! (RISOS)

SEU MADRUGA - Mas eu...

DONA CLOTILDE - Não diga nada! Não vamos estragar com palavras esse momento que é só de sentimentos!

SEU MADRUGA - Realmente, a senhora é incapaz de imaginar o que eu estou sentido agora... (RISOS)

DONA CLOTILDE (abraçando-o com mais força) - Nós viveremos juntos o resto de nossos dias! Teremos tata paz! Paz! Oh, Mamá, agora eu descobri por que branco é a cor das noivas!

SEU MADRUGA - E eu, por que preto é a dos noivos! (RISOS)

DONA CLOTILDE - Seu coração está batendo tão apressado! Diga-me, qual é a sua sensação agora?

SEU MADRUGA - Alívio!

DONA CLOTILDE (estranhando) - Alívio?

SEU MADRUGA - É sim, muito obrigado! Com esse susto a senhora fez passar o meu soluço. (RISOS)

DONA CLOTILDE (largando-o e indo para sua casa, zangada) - Insensível! (RISOS)

Seu Madruga ainda fica no pátio por alguns momentos, tendo alguns calafrios, mas logo se lembra do embrulho e sai para entregá-lo. Quico volta da rua e sua mãe, abrindo a janela, o vê.

DONA FLORINDA - Quico!

QUICO (aproximando-se da janela) - Sim, mamãe?

DONA FLORINDA - Entregou os pãezinhos como eu mandei?

QUICO - Claro, mamãe, fiz tudo certinho como a senhora falou!

DONA FLORINDA - Que bom menino! E trouxe a diferença?

QUICO - Não se preocupe que depois eu trago.

DONA FLORINDA (estranhando) - Depois? Como assim depois?

QUICO - A senhora não me disse para trocar os pães frescos pelos dormidos?

DONA FLORINDA - Disse.

QUICO - Pois então? A diferença entre eles é de um dia todinho! Então esses que eu deixei lá hoje, vou buscar amanhã! (RISOS)

Há, então, uma transição de cena e pode-se ver Seu Madruga voltando ainda com o embrulho. Chaves e Chiquinha estão no pátio, esperando-o.

CHIQUINHA - Como é que foi, papai?

SEU MADRUGA - Foi péssimo, minha filha. Imagine que, quando eu cheguei lá, já haviam entregado uma caixinha de música para a grã-fina, e ela reconheceu como sendo a que estava perdida!

CHIQUINHA - Mas e a sua?

SEU MADRUGA - Não vale nada! Agora o que eu quero entender é como duas pessoas perdem um mesmo objeto, num mesmo local, e praticamente na mesma data!

Dona Clotilde sai de sua casa com um cesto de roupas sujas e se dirige para o tanque. Acaba escutando um pouquinho da conversa e começa a chorar baixinho. Todos olham para ela.

DONA CLOTILDE - Me desculpem, mas eu escutei vocês falando de objetos perdidos...

SEU MADRUGA - Bom... Mas e daí?

DONA CLOTILDE - É que eu me lembrei de uma caixinha de música que minha mãe me deu, quando eu ainda era criança!

SEU MADRUGA - Puxa! Mas que memória! (RISOS) Digo... Digo...

DONA CLOTILDE - É melhor não dizer nada!... A minha mãe faleceu a algumas décadas...

CHAVES - Décadas? Eu pensei que já se contasse em séculos! (RISOS)

SEU MADRUGA (zangado) - Chaves, quer calar essa boca? Mas prossiga, Dona Mumilde... Digo, Dona Clotilde, Clotilde! (RISOS)

DONA CLOTILDE (já um pouco brava) - Acontece que, um dia, quando eu estava no porto, acabei esquecendo a caixinha no cais.

SEU MADRUGA - Não!

DONA CLOTILDE - Sim! O pior é que eu estava refazendo o caminho para ver se conseguia encontrá-la, quando vi um homem que passou e a levou embora!

SEU MADRUGA - E como era esse homem?

DONA CLOTILDE - Magro, espichado, assim como uma lombriga passada a ferro! (RISOS)

SEU MADRUGA - Mas o que é isso, o que é isso? Ele não era nem um pouco bonito?

DONA CLOTILDE - Era horrível. Quando andava, dava a impressão de uma lesma se revirando no sal. (RISOS) Agora, reparando bem, até que ele era parecido com o senhor.

SEU MADRUGA - Que que foi, que que foi, que que há? (RISOS)

DONA CLOTILDE (se insinuando) - Ah, mas o senhor tem todo um... Charme. (RISOS)

SEU MADRUGA (ficando alegre) - Mas diga, quanto a senhora pagaria para ter a tão estimada caixinha de volta?

DONA CLOTILDE - Pagar? O senhor não me conhece! Se eu reencontrasse esse homem, juro que o estrangularia com a minhas próprias mãos, por ter acabado com a única lembrança que eu tinha da minha mãezinha! (RISOS)

Dona Clotilde sai, nervosíssima, e Seu Madruga volta a ter os calafrios.

SEU MADRUGA - Chaves, venha cá.

CHAVES - Outra vez precisam de um burro de carga! (RISOS)

SEU MADRUGA (lhe entregando o embrulho) - Quer começar de novo? Vá jogar isso aqui no lixo, e rápido.

CHAVES - O que tem nesse saco?

SEU MADRUGA - Nada, não olhe. Simplesmente se livre disso, e de uma vez por todas! (RISOS)

Chaves vai, e Seu Madruga se senta na escadaria, estafado. Chiquinha se aproxima.

CHIQUINHA - Papaizinho, agora que tudo acabou, será que eu finalmente posso ir lá na casa da Pópis? (RISOS)

SEU MADRUGA (tomando a caixa que estava nas mãos dela, pegando os papéis de carta e rasgando em pedaços bem miúdos) - Toma, pra aprender! Foi assim que essa confusão toda se iniciou!

Ele deixa Chiquinha chorando no meio do pátio e entra em casa, aonde está o Senhor Barriga, lendo o jornal.

SENHOR BARRIGA (espantado) - Senhor Madruga, pode se considerar um homem de sorte!

SEU MADRUGA - Por quê?

SENHOR BARRIGA - Logo abaixo do anúncio da caixinha de música tem outro, de um colecionador de papéis de carta! Ele oferece uma verdadeira fortuna por um tipo muito raro, com a estampa de um casal de namorados abraçados, com um guarda-chuva, em meio a uma chuva dourada! Percebe, Senhor Madruga? É o mesmo papel que a sua filha tem! (RISOS)
Misturei papéis de carta com Marinha, caixinha de música e pães dormidos... Mas espero que esteja do gosto de vocês. :D
Editado pela última vez por Tirado Alanís em 23 Fev 2018, 17:03, em um total de 1 vez.

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Re: Fanfics CH

Mensagem por ViniCH » 23 Fev 2018, 16:57

Episódio de 77 sem a Chiquinha?
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Re: Fanfics CH

Mensagem por Tirado Alanís » 23 Fev 2018, 17:02

9374546382 erros qualquer um comete...

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Re: Fanfics CH

Mensagem por Chapado » 23 Fev 2018, 17:04

Churrumín escreveu:9374546382 erros qualquer um comete...
Churrumín, você poderia fazer uma fanfic de como seria "Seu Madruga apaixonado" em live-action?
Riddle Snowcraft escreveu:Um grande, massivo, grosso, veiudo e espumante CARALHO no cu do Don Frederico que "averiguou" o episódio e constatou que "realmente não está em condições". Pau no seu cu, irmão.

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Re: Fanfics CH

Mensagem por Tirado Alanís » 23 Fev 2018, 17:05

Posso, mas vai demorar um tempo. :joinha:

Mas por enquanto me digam o que acharam das melhorias feitas nessa. :D

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Re: Fanfics CH

Mensagem por Barbano » 23 Fev 2018, 20:22

ViniCH escreveu:Episódio de 77 sem a Chiquinha?
Tem episódio de 76 e de 79 sem ela. Pq não um de 77? Imagem
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Re: Fanfics CH

Mensagem por ViniCH » 23 Fev 2018, 20:26

Barbano escreveu:
ViniCH escreveu:Episódio de 77 sem a Chiquinha?
Tem episódio de 76 e de 79 sem ela. Pq não um de 77? Imagem
Quais?
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Re: Fanfics CH

Mensagem por Barbano » 23 Fev 2018, 20:29

O bilhete de loteria (76)
Caça ao rato parte 2 (79)
Reivindicação Salarial para o Chaves (79)
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Re: Fanfics CH

Mensagem por Riddle Snowcraft » 23 Fev 2018, 20:31

Eu leio "Fanfics CH" e me vem na cabeça aquela história de que o Chespirito tava num ônibus e uma criança tirou o dinheiro que tinha no bolso, deu pro Chespirito e disse "toma Chaves, pra você comprar um sanduíche de presunto".

É verdade, eu era o sanduíche de presunto.
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Clique aqui e me ajude a comprar os direitos de Chaves da Televisa!


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When I was young and dreamed of glory
You have no control

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Re: Fanfics CH

Mensagem por ViniCH » 23 Fev 2018, 20:34

Barbano escreveu:O bilhete de loteria (76)
Caça ao rato parte 2 (79)
Reivindicação Salarial para o Chaves (79)
Nossa, que tanto. :rolleyes:
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