Recentemente, encontrei num sebo o número que passou a ser meu gibi mais antigo de
Tio Patinhas: #22, de maio de 1967.
Esta edição trouxe algumas histórias americanas e italianas mais longas. Em "O gigante de Patópolis", os Metralhas cantam uma paródia de "Saudades de Matão": "Neste mundo eu choro a dor de uma prisão sem fim".
Nesta mesma história, o jornal A Patada detona Donald, dizendo em letras grandes na capa, com foto e tudo, que ele enganou a polícia (o que depois se provou ser mentira). Independente da comprovação, deveriam ter usado outro jornal no roteiro. O jornal da sua família, que ele mesmo trabalha, não iria detoná-lo de modo rasteiro.
Em "O cavalo de Tróia", não entendi o trocadilho de Donald: "Baixem as vigias - digo - as velas!".
Tem também uma história longa da série "Maravilhas da Natureza" (daquelas clássicas que foram publicadas primeiramente pela extinta editora RGE).
No final, coube ainda um clássico de Carl Barks: "O progresso". Desde 1957, esta história foi publicada no Brasil uma vez em cada década, sendo 7 publicações até agora.
Não entendi esta anotação no canto da propaganda do concurso do Toddy: "Cart.Pat.Clarão-320". Aliás, a cada concurso desses a Nescau respondia com outro, cada um dando prêmios mais caros. Era uma guerra.
Já em uma propaganda de uma coleção de contos infantis, vemos que "A dama e o vagabundo" antigamente era chamado no Brasil de "Lady e o vagabundo".
Por fim, esses gibis antigos são uma verdadeira fonte de vocabulário e frases interessantes. Só de fazer umas anotações enquanto lia saiu tudo isso: cheque-brinde (uma espécie de vale-presente), azular (fugir), sibilar, abrigo antiaéreo, bergantim, implume, colhereiro, maguari, fossar, carões (aves), pirupiru, narceja, melro, andrajo, peitilho, Dralon, "Dê-se por feliz", "Oh, Terra, abra-se e me engula". Uma outra HQ cita um tal de "crime dos morangos", mas não anotei a página e não achei o contexto para poder pesquisar melhor.