A nova temporada da Escolinha do Professor Raimundo vai estrear na Globo no dia 17 de setembro.
Antes disso, vai estrear no Viva.
Globo (1990-2001) / Canal Viva (2015)
Estamos aqui com João Elias, humorista com um vasto currículo. O senhor poderia nos falar por onde passou?
Comecei na Rádio Difusora de Catanduva (SP) em 1958. Em 1964 fui para a TV Record e de lá a todas outras tevês abertas, agora no Canal VIVA, na reprise da Escolinha do Professor Raimundo.
E como foi sua vida antes da entrada na mídia? Chegou a pensar em trilhar outro caminho?
Sem trabalho, pois comecei a trabalhar em rádio e jornal muito cedo, aos 14 anos.
Como o senhor chegou ao rádio e a televisão?
Ao rádio porque, já conhecido como o garoto metido a piadista, fui interpretar um engraxate no programa Olha a Graxa. À televisão fui, pela mão do Adoniran Barbosa, interpretar o Zé Vitrola no programa Papi Sabe Nada do Renato Corte Real.
O senhor já chegou a participar de filmes do cinema brasileiro?
Não.
Dos anos 1990 para cá o senhor chegou a participar da Escolinha do Prof. Raimundo e da Escolinha do Barulho como o Salim Muchiba e o Zé Bento. De onde veio a inspiração para esses dois personagens? Outros também foram criados nesse período?
O Salim eu criei somente para a abertura do vídeo de um show meu e a produção da Escolinha da Globo aproveitou. O caipira Zé Bento, o bêbado Mamadinho da Silva, e outros eu criei para shows.
Adicionando, se não me engano, foi a partir dessa época que o senhor começou a trabalhar com o Marcos Plonka (Samuel Blaustein), não somente na televisão, mas também fora dela. Como era trabalhar com ele?
Comecei a parceria com o Plonka em 1992 com o show Dois Pelo Preço de Um. Viajamos por todo o Brasil e éramos como irmãos. Sinto muita saudade dele.
Ainda quanto a questão dos companheiros de trabalho... como era trabalhar com vários mitos do humor (Walter D'Ávila, Geraldo Alves, Chico Anysio) e ao mesmo tempo com o pessoal novo que começava ali a sua carreira? Tinha alguma amizade mais forte com algum deles?
Para um comediante é o ápice trabalhar com os gênios, especialmente Chico Anysio. Amizades mais fortes: Marcos Plonka, Orival Pecini (Patropi), Zé Vasconcelos, Antônio Carlos Pires (Joselino Barbacena), todos.
O senhor já foi confundido com o Levy Fidelix ou o PC Farias?
Com o PC Farias muitas vezes. Como o Levy Fidelix, antes que me achassem parecido com ele, eu me achei.
Quanto a qualidade dos programas de humor atuais... o que o senhor acha dessa geração nova de humoristas?
Há muitos talentosos, excelentes intérpretes do humor. Todavia, cometem o erro do excesso de exposição. Menos é mais.
Futebol: o senhor acompanha? Se sim, torce pra qual time?
Sou corintiano. Não preciso dizer mais nada.
Caso possa, poderia nos contar algum caso curioso durante o período em que esteve atuando na televisão?
O Plonka era explosivo. Certa vez ele esbravejou e disse que ia embora, naquele dia não gravaria mais. Saiu vociferando e o ceguinho Magela comentou sobre o Plonka precisar de calma, pois passara por seis enfartes. Plonka ouviu seu nome e não o que dissera o ceguinho. Voltou, encarou o cego Magela e, apontando o dedo ao nariz do colega, desafiou:
- Consegue repetir o que disse olhando na minha cara?!
Disse o Magela:
- Repetir eu consigo... Mas olhando na sua cara é muito difícil...
Pelo que li, o senhor também é escritor... poderia nos falar sobre algum livro que escreveu?
Tenho dezesseis livros publicados. No momento assinei com a Editora Nelpa e ela acabou de lançar dois: Casos de Tonico Bento, Verdadeiros ou Quase e Operação Dom. Logo lançará o infantil: Uma Sonora Eleição na Lojinha do Salim Muchiba.
A entrevista acabou, uma pena. Se quiser, pode mandar uma mensagem para os leitores.
A todos eu desejo a vida mais alegre. Alguém disse: A vida é tão perigosa que ninguém sai vivo dela.