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Vitorioso. Extremamente vitorioso. Ora zagueiro, ora volante. Marcador implacável, mas sem deixar de lado o jogo limpo. Foram 18 anos de carreira. Cinco clubes defendidos, além da seleção brasileira. Três Copas do Mundo disputadas. No currículo, se destacam os títulos da Série B do Brasileiro, o Campeonato Grego, o Campeonato Inglês, a Taça Libertadores, e a Copa do Mundo de 2002. Além das taças, tem também no currículo o respeito de todos por onde passou. Agora, o fim.
Aos 39 anos, Gilberto Silva anunciou, em coletiva de imprensa concedida em Belo Horizonte,
o fim da carreira vitoriosa como jogador de futebol. Muito emocionado, ele falou sobre todos os clubes em que passou, sobre a trajetória de vida, sobre os títulos que venceu e sobre o futuro.
- A partir de hoje, dou por encerrada minha carreira como atleta. É uma coisa difícil. No mundo, a gente não pede pra nascer. Quando a gente nasce, a gente não quer morrer. Já ouvi uma frase que diz que jogador de futebol morre duas vezes. Eu discordo. Acho que o jogador de futebol morre uma vez, e faz uma transição do campo pra uma nova etapa. Para mim, é um momento de transição, não uma primeira morte. Por mais dolorido que seja, é um momento que eu poderia ver como tristeza, momento difícil, mas vejo com muita alegria. São 20 anos de muita alegria. É isso que fica pra mim e pra minha família.
- Nesses dois anos fora dos gramados, o que eu tenho feito é me preparado bastante pra uma nova etapa da minha vida, e eu não sabia quando chegaria o momento. Chegou o momento de fazer essa transição. Nessas últimas semanas eu estive em Londres, visitando o Arsenal, minha velha casa. Vi que tem uma forma bacana de continuar no futebol, de um jeito diferente, que é com a questão da consultoria internacional. Me intitulo dessa forma, um consultor internacional, para clubes e atletas. Vou fazer um trabalho dentro do que eu aprendi.
O fim e o início. Uma transição. Fim do ciclo como jogador profissional, início do ciclo como consultor internacional. Gilberto Silva ainda parece muito disposto a colaborar pelo futebol, e o futebol ainda precisa muito dele.
- Todos nós podemos contribuir com o futebol. Nós queremos um futuro melhor para o torcedor. Tem muita gente matando a paixão pelo futebol, e elas precisam ser punidas. As crianças têm que ir pro campo para torcer, vibrar, sem desconfiança. Nunca tinha assistido um momento desses, como está hoje, com essa quantidade de corrupção. Isso tem que mudar. Nunca vou deixar de dar minha opinião.
Desde 2013, Gilberto Silva não entra em campo. De lá pra cá, tem se preparado, estudado, e pensado na melhor maneira de continuar a carreira. Ele decidiu deixar os gramados, mas continua no futebol. Agora, como consultor internacional, como ele mesmo define.
Currículo vitorioso
Em 1997, começava a carreira de Gilberto Silva como atleta profissional, no América-MG. Já no ano de estreia, o primeiro título, a Série B do Campeonato Brasileiro. Em 1999, a transferência para o Atlético-MG, onde se tornou ídolo e conseguiu projeção internacional. Em 2002, o ápice da carreira. Como titular da Seleção Brasileira, conquistou o pentacampeonato mundial, na Coréia do Sul/Japão, sob comando de Felipão. No mesmo ano, a transferência para a Europa, onde faria sucesso na Inglaterra, com a camisa do Arsenal, e na Grécia, defendendo o Panathinaikos. Em 2011, o retorno ao Brasil, onde defendeu o Grêmio e, novamente, o Atlético-MG. Na última temporada em campo, em 2013, importante na conquista da Taça Libertadores com o Galo. A última competição, o Mundial de Clubes, em Marrocos. Torneio internacional, assim como é o internacional Gilberto Silva. Nesta sexta-feira, dia 11 de dezembro de 2015, ele anunciou o fim da carreira como jogador profissional.