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. Uma entrevista coletiva regada a salgadinho e vinho na Gávea, e a assinatura de um protocolo de intenções para incorporar por etapas o CFZ. Eis a ponta de um
ousado passo para modificar o modelo de gestão do clube e cujo ponto alto será trazer Zico para comandar a empresa Flamengo SA (ou Ltda).
A ideia do presidente Marcio Braga surgiu no início deste ano, mas foi colocada na gaveta por causa da turbulência política rubro-negra. No entanto, o lançamento do DVD "Zico na Rede", na última segunda-feira, a ideia renasceu com força. Uma reunião na manhã seguinte formatou o plano.
Desde que voltou à presidência, em 2004, Márcio sempre explicitou o desejo de transformar o futebol em empresa. Esbarrou por diversas vezes em questões técnicas e nos divididos conselhos do clube.
Mas ao unir-se a
Zico, maior ídolo da história do Flamengo, espera driblar os problemas e finalizar seu mandato, no fim deste ano, com uma "tacada de mestre". Primeiro por causa do peso do ex-jogador e atual técnico do CSKA. Ele
é visto como o único capaz de desobstruir o complicado caminho burocrático do clube. Se não bastasse há outras facilidades. O CFZ já é uma empresa e tem dois centros de treinamento, o que agregaria patrimônio imediato.
- A ideia é espetacular, e posso assegurar que no fim o Zico virá para o Flamengo – disse um dirigente que participou da negociação.

No protocolo que será assinado nesta sexta-feira ficará prevista a contratação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para avaliar valores da "compra" do clube de Zico e desenhar uma proposta para a negociação em um prazo máximo de 120 dias.
Posicionado como empresa no mercado, o CFZ faz parte de uma sociedade entre o ex-jogador e o grupo de investimentos MFD. Os sócios do CFZ receberão um percentual - provavelmente 30% - em futuras transferências de jogadores como valor das prestações da venda. A Flamengo SA (ou Ltda) assumiria todo o fluxo operacional, mas repassaria 30% das receitas ao restante do clube.
Durante todo este processo,
Zico seria o executivo e dirigiria o futebol rubro-negro. Quando o Flamengo terminar de pagar e incorporar de vez o CFZ, o ídolo flamenguista se transformaria em um empregado da empresa e poderia ser dispensado.
No relatório que será elaborado pela FGV serão esclarecidos alguns pontos ainda indefinidos, como a gestão da futura empresa e de que forma o clube vai influenciar na direção dela.
São Judas Tadeu, por favor, faça com que isso aconteça !Eu quero o meu
de volta !--
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Lance !
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Flamengo e Zico vão celebrar na sexta-feira uma parceria que vai além da compra do CFZ – clube do maior ídolo da Gávea – pelo Fla.
A intenção é a de usar a imagem do Galinho para superar obstáculos políticos e jurídicos e viabilizar a saída do papel do projeto Flamengo S/A. Mas, para se fundir com o CFZ e posteriormente criar a empresa responsável por gerir o futebol rubro-negro, o clube precisa superar uma série de entraves jurídicos e políticos e, inclusive, realizar uma reforma em seu estatuto.
O problema é que já existe uma comissão permanente de reforma do estatuto, que está parada. E o projeto de modificação anterior está travado, pois um dos artigos precisaria ser votado em Assembleia Geral.
– Uma reforma estatutária só se faz com acordos políticos. E estamos em ano de eleição. Receio que seja impossível neste momento – diz o presidente do Conselho Deliberativo, Walter d'Agostino, em opinião que é compartilhada por outros conselheiros importantes.
Por causa dos entraves, a intenção é a de que, a princípio, seja assinado com o CFZ, um Termo de Ajustamento de Conduta. O Flamengo usará as instalações do clube de Zico como se fosse apenas administrar o local. Uma proposta de fusão simples será levada ao Conselho Deliberativo. Aprovada a união – o que não deve acontecer de imediato, por causa do ano eleitoral –, será a vez de resolver os problemas estatutários para a criação da empresa, que administrará o futebol.
– Só espero que não façam todo o negócio e me levem pronto, para que eu enfrente as oposições e resistências. Não fui comunicado de nada – diz d'Agostino, que preside o poder responsável por aprovar a fusão.
O maior ídolo da Gávea será o responsável por quebrar todas as resistências ao projeto. A intenção da diretoria rubro-negra é a de começar o trabalho já em 2009.
Como opção para criar a empresa, o Fla tem três possibilidades . Zico deverá ter papel fundamental nesta escolha.
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http://www.trivela.com/Conteudo.aspx?secao=44&id=20884
. O Flamengo é uma bagunça política. Isso todo mundo sabe, mas quando alguém que estava lá dentro mostra como acontece tudo, percebe-se que o clube ainda precisa evoluir muito.
João Henrique Areias assumiu os Esportes Olímpicos do clube no começo do ano. Saiu após o presidente Márcio Braga, na comemoração do título brasileiro do basquete, menosprezar a sua participação e de toda equipe que ele levou para lá publicamente. Nesta entrevista à Trivela, Areias, um dos idealizadores da Copa União, em 1987, fala um pouco sobre os meses que coordenou o departamente no Flamengo.
Por que você decidiu assumir os esportes olímpicos do Flamengo ?Eu disse ao Márcio Braga que iria voltar ao Flamengo para ajudar o clube. Naquele momento, o esporte olímpico estava para acabar. A ginástica estava com muitos problemas, com a Jade Barbosa, Daniele Hypólito e Diego Hypólito sem receber salário, e o basquete ia perder todos os jogadores. Pouco antes a Patrícia Amorim, que cuidava dos esportes olímpicos, pediu o cargo, disse que ia sair e concorrer à presidência. Foi quando o Márcio Braga me pediu ajuda. Levei um grupo de dez ex-estudantes do meu curso para trabalharmos no clube e implantamos um novo modelo de gestão. Íamos ficar de fevereiro a abril, mas esticamos até junho. Tudo isso sem receber nada, esse era o acordo. Basicamente, o que criamos de mais importante foram a Coordenação de Negócios e a Coordenação Econômica na estrutura. Pagamos todos os salários atrasados no basquete, conquistamos o título do NBB
(Novo Basquete Brasil) e acertamos quase todas as premiações. Só faltou a do Brasileiro de 2008.
E o que motivou sua saída ?O Márcio Braga cometeu um deslize político quando o time foi campeão do NBB. Na hora de receber a taça, ele chamou a Patrícia Amorim, que quer ser oposição nas próximas eleições. Não chamou ninguém da nossa equipe, que tinha trabalhado tanto nos últimos meses e que conseguiu reerguer tudo. A questão política se sobrepôs ao aspecto esportivo. Discuti com ele pela imprensa, porque não foi certo. Queria deixar um legado...
Acha que o trabalho vai ser prosseguido ?O Marcos Vaz, que já fazia parte da estrutura, ficou no meu lugar. Ele vai continuar o trabalho, já até renovou o contrato da maioria dos jogadores do time de basquete. Agora, se vai pagar ou não, isso já não sei. Quando eu entrei, disse que ia implantar o meu modelo, sem dirigentes amadores.
Os mesmos problemas de antigamente devem voltar ?Não sei se vai voltar tudo, porque criamos muita coisa. Conseguimos o patrocínio da Companhia do Terno, a Loterj veio na seqüência e também ajudou, as finais na HSBC Arena foram um sucesso. Na decisão contra o Brasília, levamos mais público do que nas partidas dos Jogos Pan-Americanos. Toda essa renda ajudou muito, mas no final sobrou pouco para o Flamengo, por causa de todas as dívidas.
Você esperava continuar no clube ?Não esperava continuar, por isso que a ideia sempre foi criar o Instituto Fla Olímpico. Entreguei o projeto para o Delair Dumbrosck e disse que não teria como implantá-lo por causa das eleições. Ele me disse que, se for eleito, vai criar o instituto em 1º de janeiro. O Flamengo nos esportes olímpicos precisa de uma entidade nova, com CNPJ novo, separada do futebol. É preciso buscar novas fontes de receita. Hoje, de tudo que entra no clube o TRT pega 15% para pagar dívidas trabalhistas. O Márcio disse que tinha a intenção de fazer isso, mas usou tudo politicamente.
No futebol o Flamengo sofre muito também com problemas políticos. Qual é a solução para evitá-los ?Mudar o modelo de gestão.Escrevi um artigo há algum tempo, propondo o “Presidente por um dia”. Toda eleição precisa acontecer dentro do estatuto do clube, por isso proponho que o candidato fale abertamente nas eleições que no dia seguinte que for eleito iria convocar uma reunião com o Conselho Deliberativo para mudar o estatuto. Claro que um dia estou exagerando, porque isso demanda tempo, mas aí criaria um novo conselho de administração, onde ele seria o presidente e teria mais alguns integrantes. Eles escolheriam um CEO no mercado para administrar o clube profissionalmente, que ficaria abaixo dele, um presidente profissional. Claro que teria que ser alguém de fora, porque dentro do Flamengo a cultura é do século passado.
Mas você acha que isso seria viável dentro da cultura futebolística brasileira ?Estou há 22 anos no futebol, desde a criação da Copa União, em 1987, quando fiz parte do marketing. O mercado está mudando, pedindo a profissionalização. Uma hora ou outra os clubes vão ter que mudar. Principalmente os times do Rio de Janeiro. Fluminense e Botafogo já estão bem mal e o Vasco na segunda divisão.
Ainda mantém contato com o Márcio Braga ?Sim, eu mantenho contato, sou amigo dele há 22 anos. Só que eu disse que não trabalho nunca mais com ele. Com a cabeça que tem, o Márcio Braga parou no tempo.