O presidente americano, Barack Obama, anunciou na noite deste domingo que chegou a um acordo de última hora com os líderes congressistas para evitar um desastroso default (calote) que levaria caos para a economia mundial.
"Gostaria de anunciar que os líderes dos dois partidos em ambas as câmaras chegaram a um acordo que irá reduzir o déficit e evitar um default que teria efeitos devastadores em nossa economia", disse Obama em pronunciamento na Casa Branca.
No Congresso americano, líderes do Senado - com maioria democrata - e a Câmara - liderada pelos republicanos - informaram que apresentarão para suas bases o rascunho do plano na segunda-feira, antes da votação final para aprovar o acordo.
"Não terminamos ainda: quero pedir aos membros de ambos os partidos que façam a coisa certa e apoiem esse acordo com seus votos nos próximos dias", disse Obama, que corre contra o tempo antes do prazo de meia-noite de terça-feira.
O plano acordado hoje vai ao encontro de apenas uma de suas demandas: aumenta o teto de endividamento a um nível suficiente para afastá-lo da disputa presidencial de 2012. Porém, não inclui o aumento de impostos que tanto pressionou durante a última semana.
O presidente da Câmara, John Boehner, avaliou o acordo como bom o bastante para os objetivos de todos os republicanos.
Sobre os resultados no Congresso, Obama disse que ainda restavam votos importantes para serem conferidos, mas que líderes de ambos os partidos nas duas Casas do Congresso americano acataram um plano que cortaria cerca de US$ 1 trilhão (R$ 1,5 trilhão) dos gastos do governo, o que levaria “ao menor nível de gastos desde o governo Dwight Eisenhower” nos anos 1950.
“Esse era o acordo que eu queria”, Obama perguntou, respondendo logo em seguida que “não”. E ponderou: “O mais importante é que nos permitirá evitar o default (calote) e encerrar a crise que Washington impôs ao resto dos americanos. E vai fazer com que deixemos a nuvem da dívida e da incerteza” que pairou sobre os Estados Unidos durante as últimas semanas.
A economia americana alcançou seu limite de endividamento em 16 de maio e usou ajustes de contabilidade, assim como receitas fiscais mais altas que o previsto, para seguir operando normalmente, mas só pode continuar dessa forma até a meia-noite de terça-feira.
Logo após o pronunciamento, os mercados mundiais mostraram alívio imediato. No Japão, o índice Nikkei teve alta 1,7%, enquanto em Wall Street os papéis futuros também subia.
Líderes empresariais e financeiros advertiram que o não cumprimento dos pagamentos se traduziria em consequências catastróficas para a frágil economia americana, que ainda luta com um persistente desemprego de 9,2% na esteira da crise global de 2008.
Sem o acordo, o governo dos Estados Unidos deverá cortar estimados 40 centavos de cada dólar que gastar, obrigando-o a tomar duras decisões, entre elas abandonar ou cortar programas como os que dão ajuda aos pobres, aos inválidos e aos idosos.