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O que de fato a direita teme?
Estadão mostra que o “Fora Weintraub” não conflita com os golpistas
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Estadão mostra que o “Fora Weintraub” não conflita com os golpistas
A consigna “Fora Weintraub”, que tem sido defendida por alguns setores da esquerda nacional, especialmente os ligados ao movimento estudantil, está agora defendida pela direita.
Em artigo de opinião do Estado de S. Paulo, publicado no dia 11 de março, a burguesia mostrou que não se opõe à saída de Abraham Weintraub do Ministério da Educação (MEC). O texto, intitulado Um homem doente, coloca isso claramente desde seu início:
A cada dia que Abraham Weintraub permanece como ministro da Educação, desmoraliza-se esta que é uma das principais — se não a principal — forças motrizes para o desenvolvimento sustentável e para a redução da brutal desigualdade no País. Consumido por desvarios persecutórios e pendor revanchista que só sua alma é capaz de explicar, Weintraub permanece não dispor de tempo em seu dia útil para dedicar questões que realmente interessam à causa da educação, supondo, evidentemente, que o ministro seja capaz de diagnosticá-las.
No meio do artigo, o Estado de S. Paulo chega a falar que nem considera Weintraub um ministro da Educação de fato e sugere que o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro o substitua:
Para que fosse substituído, bastaria que seu chefe, o presidente Jair Bolsonaro, quisesse ter entre seus auxiliares diretos um ministro da Educação, e não só um vulgar propalador de suas próprias convicções.
A esquerda que defende o “Fora Weintraub”
O que chama particular atenção no caso do artigo do Estado de S. Paulo é que a palavra de ordem de “Fora Weintraub”, que sintetiza a política expressa no texto, tem sido veementemente defendida por alguns setores da esquerda nacional — sobretudo os ligados ao movimento estudantil, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), comandada pela juventude do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Agora, com o artigo de um dos principais e mais reacionários órgãos da imprensa burguesa, fica claro que não se trata de uma palavra de ordem que ameace o regime político.
A burguesia não se incomoda com a palavra de ordem de “Fora Weintraub” porque, no fim das contas, a troca periódica de ministros da Educação em governos de direita é algo bastante comum. O cargo não necessita da mesma estabilidade de um Ministério como o da Economia, por exemplo, e pode ser ocupado por qualquer nazista que esteja disposto a fazer todo tipo de maracutaia para minar a Educação. Nesse sentido, substituir Abraham Weintraub por Olavo de Carvalho, Luiz Felipe Pondé ou qualquer outro vigarista não fará diferença alguma — na verdade, acabará por dando um novo fôlego a uma pasta que inevitavelmente entra em uma série de atritos com os estudantes, professores e a população em geral.
Uma prova disso é que Abraham Weintraub não é o primeiro comandante do MEC no governo Bolsonaro. Ainda em seu primeiro ano de mandato, Bolsonaro destituiu o colombiano Ricardo Vélez Rodríguez para colocar o atual ministro. Nada mudou: Weintraub se mostrou tão inimigo do povo quanto Rodríguez.
Uma reforma no que não pode ser reformado
Além de a mudança de ministros da Educação ser parte da rotina dos governos de direita, é preciso levar em consideração que, de qualquer modo, a consigna de “Fora Weintraub” é uma proposta de reforma do governo Bolsonaro. Isto é, uma proposta que implicaria na manutenção do governo Bolsonaro, desde que apenas uma peça sua fosse removida.
Essa política só faria sentido se o governo Bolsonaro fosse um governo de base operária — isto é, um governo apoiado pelos trabalhadores — e que tivesse de passar por algumas alterações para que atendesse às reivindicações populares. Como não é o caso, a esquerda deve travar uma luta não apenas contra Weintraub, mas sim contra todos os ministros do governo Bolsonaro — são, todos eles, golpistas, fascistas e capachos da burguesia.
A única política viável para travar uma luta contra todos os funcionários de um governo é a luta contra o próprio governo. Nesse sentido, a política dos trabalhadores e de todos os explorados deve ser a de lutar pelo “Fora Bolsonaro”.
Em artigo de opinião do Estado de S. Paulo, publicado no dia 11 de março, a burguesia mostrou que não se opõe à saída de Abraham Weintraub do Ministério da Educação (MEC). O texto, intitulado Um homem doente, coloca isso claramente desde seu início:
A cada dia que Abraham Weintraub permanece como ministro da Educação, desmoraliza-se esta que é uma das principais — se não a principal — forças motrizes para o desenvolvimento sustentável e para a redução da brutal desigualdade no País. Consumido por desvarios persecutórios e pendor revanchista que só sua alma é capaz de explicar, Weintraub permanece não dispor de tempo em seu dia útil para dedicar questões que realmente interessam à causa da educação, supondo, evidentemente, que o ministro seja capaz de diagnosticá-las.
No meio do artigo, o Estado de S. Paulo chega a falar que nem considera Weintraub um ministro da Educação de fato e sugere que o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro o substitua:
Para que fosse substituído, bastaria que seu chefe, o presidente Jair Bolsonaro, quisesse ter entre seus auxiliares diretos um ministro da Educação, e não só um vulgar propalador de suas próprias convicções.
A esquerda que defende o “Fora Weintraub”
O que chama particular atenção no caso do artigo do Estado de S. Paulo é que a palavra de ordem de “Fora Weintraub”, que sintetiza a política expressa no texto, tem sido veementemente defendida por alguns setores da esquerda nacional — sobretudo os ligados ao movimento estudantil, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), comandada pela juventude do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Agora, com o artigo de um dos principais e mais reacionários órgãos da imprensa burguesa, fica claro que não se trata de uma palavra de ordem que ameace o regime político.
A burguesia não se incomoda com a palavra de ordem de “Fora Weintraub” porque, no fim das contas, a troca periódica de ministros da Educação em governos de direita é algo bastante comum. O cargo não necessita da mesma estabilidade de um Ministério como o da Economia, por exemplo, e pode ser ocupado por qualquer nazista que esteja disposto a fazer todo tipo de maracutaia para minar a Educação. Nesse sentido, substituir Abraham Weintraub por Olavo de Carvalho, Luiz Felipe Pondé ou qualquer outro vigarista não fará diferença alguma — na verdade, acabará por dando um novo fôlego a uma pasta que inevitavelmente entra em uma série de atritos com os estudantes, professores e a população em geral.
Uma prova disso é que Abraham Weintraub não é o primeiro comandante do MEC no governo Bolsonaro. Ainda em seu primeiro ano de mandato, Bolsonaro destituiu o colombiano Ricardo Vélez Rodríguez para colocar o atual ministro. Nada mudou: Weintraub se mostrou tão inimigo do povo quanto Rodríguez.
Uma reforma no que não pode ser reformado
Além de a mudança de ministros da Educação ser parte da rotina dos governos de direita, é preciso levar em consideração que, de qualquer modo, a consigna de “Fora Weintraub” é uma proposta de reforma do governo Bolsonaro. Isto é, uma proposta que implicaria na manutenção do governo Bolsonaro, desde que apenas uma peça sua fosse removida.
Essa política só faria sentido se o governo Bolsonaro fosse um governo de base operária — isto é, um governo apoiado pelos trabalhadores — e que tivesse de passar por algumas alterações para que atendesse às reivindicações populares. Como não é o caso, a esquerda deve travar uma luta não apenas contra Weintraub, mas sim contra todos os ministros do governo Bolsonaro — são, todos eles, golpistas, fascistas e capachos da burguesia.
A única política viável para travar uma luta contra todos os funcionários de um governo é a luta contra o próprio governo. Nesse sentido, a política dos trabalhadores e de todos os explorados deve ser a de lutar pelo “Fora Bolsonaro”.