Livros

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Re: Livros

Mensagem por E.R » 03 Set 2019, 20:16

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Re: Livros

Mensagem por E.R » 06 Set 2019, 04:48

https://blogs.oglobo.globo.com/lauro-ja ... arias.html

Um novo livro da escritora Lya Luft chega às livrarias em outubro.

É o primeiro escrito pela autora após a morte de seu filho, em 2017.

Em "As coisas humanas, uma coletânea de crônicas" (Record), Lya Luft reflete sobre o lado belo e feio da vida, as coisas leves e pesadas, e aquilo com que se lida de modo simples e o que é difícil de suportar.
--
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada ... -rio.shtml

Diversas editoras de livros brasileiras estão se manifestando contra o anúncio do prefeito do Rio da Janeiro, Marcelo Crivella, de que censuraria exemplares do gibi “Vingadores - A Cruzada das Crianças”, expostos na Bienal do Rio, por conterem imagens de um beijo gay.

Acompanhados pelo subsecretário de operações da Secretaria Municipal de Ordem Pública, o coronel Wolney Dias, fiscais visitaram a feira para verificar a denúncia de que livros impróprios para menores de idade estariam à venda.

Poucas horas após a determinação, editoras foram às redes sociais protestar. Em comunicado divulgado à imprensa e publicado também na internet, a Companhia das Letras manifestou seu "repúdio a todo e qualquer ato de censura" e se posicionou "à favor da liberdade de expressão".

A Galera Record, selo do Grupo Editorial Record, publicou uma foto com diversos livros de temática LGBT distribuídos por ela, como o vencedor do Pullitzer "As Desventuras de Arthur Less". "Homofobia é crime e acreditamos que o papel do Estado é incentivar a leitura e não criar barreiras que marginalizem uma parcela da população que já sofre com a intolerância", diz a nota.
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Re: Livros

Mensagem por E.R » 12 Set 2019, 22:05

https://blogs.oglobo.globo.com/lauro-ja ... ltura.html

A situação da Livraria Cultura ainda inspira cuidados. Por causa de atrasos nos pagamentos, algumas editoras, entre elas a Sextante, suspenderam o fornecimento de livros para a segunda maior rede de livrarias do Brasil.
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Re: Livros

Mensagem por E.R » 17 Set 2019, 02:26

https://oglobo.globo.com/cultura/livro- ... a-23939317

O livro "The institute", de Stephen King, já teve seus direitos para TV negociados. Segundo o "Hollywood Reporter", o roteirista David E. Kelley ("Big little lies") e o diretor Jack Bender ("Lost", "Game of Thrones") serão os responsáveis pela futura minissérie da produtora Spyglass Media Group, ainda sem canal ou serviço de streaming definido. Em 2017, Kelley e Bender já levaram à TV outra adaptação de King, "Mr. Mercedes".


"The institute", que chega ao Brasil em 20 de setembro pelo selo Suma, do Grupo Companhia das Letras, parece fazer jus ao apelido do autor americano como mestre do terror : "deve ser o romance mais apavorante de Stephen King até hoje", diz o título da resenha do jornal "New York Times".
--
O ESTADO DE S.PAULO

O ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez prepara livro sobre seus três meses à frente do MEC. Deve estar no mercado no início de 2020.
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Re: Livros

Mensagem por E.R » 21 Set 2019, 21:21

https://cultura.estadao.com.br/blogs/ba ... -criancas/

Editoras do projeto Brazilian Publishers, uma parceria entre a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), estão ampliando seu volume de negócios.

Entre janeiro e junho de 2018, foram exportados US$ 260 mil em direitos e serviços.

No ano passado, nesse mesmo período, o valor ficou em US$ 450 mil – um crescimento de 40%.

O número é ainda maior quando avaliamos a exportação de livros : US$ 470 mil no primeiro semestre de 2018 e US$ 1,2 milhão no primeiro semestre deste ano – 60% a mais.
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Re: Livros

Mensagem por Tirado Alanís » 21 Set 2019, 21:48

Tô juntando grana pra comprar uns darksides (ainda não tenho nenhum) e queria sugestões de qual ser o primeiro. O Médico e o Monstro, Psicose, Geek Love ou O Colecionador?

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Re: Livros

Mensagem por E.R » 21 Set 2019, 22:59

Churrumín Moscattelo escreveu:Tô juntando grana pra comprar uns darksides (ainda não tenho nenhum) e queria sugestões de qual ser o primeiro. O Médico e o Monstro, Psicose, Geek Love ou O Colecionador?
Psicose.
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Re: Livros

Mensagem por Tirado Alanís » 25 Set 2019, 04:56

Acho que vou comprar Geek Love / O Colecionador primeiro, por questões pe$$oais. Depois parto pros outros dois, e Seres Mágicos e Criaturas Sombrias quando sair da pré-venda. Frankenstein já tenho pela Zahar, e as versões de Drácula ainda me deixam dividido.

Fora isso, o último título que chamou minha atenção foi Leve-me com Você, mas esse não faz muito meu gênero. Quando diminuir a lista de espera, posso cogitar adquiri-lo. Isso encerra, até o momento, meus desejos da editora.

*Sei que há as antologias de Poe e Lovecraft, mas, a não ser que venham os volumes restantes, prefiro esperar por quem publique a obra completa.

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Alguém aí se interessa por livros como os de Charles Berlitz?

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Re: Livros

Mensagem por Victor235 » 25 Set 2019, 20:18

Churrumín Moscattelo escreveu:Alguém aí se interessa por livros como os de Charles Berlitz?
Uma vez que tava na praia li uma parte de "O Triângulo das Bermudas". Tinha numa estante lá do clube.
"Se aproveitaram da minha astúcia" - VELOSO, Caetano

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Re: Livros

Mensagem por Tirado Alanís » 27 Set 2019, 02:19

Gostou?

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Re: Livros

Mensagem por E.R » 28 Set 2019, 02:56

https://www1.folha.uol.com.br/seminario ... ores.shtml

O dia é o mesmo, 18 de agosto de 2019. O lugar também é quase igual: o bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. Inauguradas exatamente na mesma data e com apenas dois quilômetros de distância, a Livraria da Travessa de São Paulo e a nova livraria Mandarina são mais do que coincidências — elas mostram como o mercado livreiro vem se movendo após o tombo de Saraiva e Cultura.

Em crise financeira, as duas maiores livrarias do país entraram com pedidos de recuperação judicial no fim do ano passado, o que representou quase uma hecatombe no setor editorial, com uma série de quebras na cadeia de pagamentos.

A Saraiva anunciou uma dívida de R$ 684 milhões, enquanto a Cultura registrou um rombo de quase R$ 300 milhões.

Enquanto as duas líderes do mercado fechavam lojas e enxugavam as suas operações, outras livrarias enxergaram nesse movimento uma oportunidade de crescer no vácuo deixado pelas concorrentes. Mas não com o mesmo modelo de megastores nem com um leque de produtos que vai de celulares e mouses a mochilas de rodinha e lápis de cor.

As novas livrarias preferem ser pequenas. Perceberam a importância de recuperar a figura do livreiro e de apostar em um atendimento quase personalizado, com uma curadoria de títulos afinada ao gosto de seus clientes.

“Hoje tudo está disponível a qualquer hora na internet. Ir a uma livraria já não é somente um momento de compra, ela deve ser uma experiência”, acredita Rui Campos, fundador da Travessa.

Para ele, o comprador de livros precisa ser visto como um flaneur, que vaga pelas prateleiras aberto a novos autores e a obras inesperadas. Para atendê-lo, uma livraria deveria se preocupar com três letras “A” : acervo, atendimento e arquitetura — não à toa, a Travessa tem um casal de arquitetos entre os sócios.

“Mas a arquitetura não deve ser algo imponente, ela precisa ajudar o varejo”, afirma.

É o que Rui Campos diz ter tentado fazer na Travessa de Pinheiros, primeira loja em São Paulo e décima do grupo, que inaugurou neste ano também uma unidade em Lisboa.

Com 200 m² divididos em dois andares, a loja paulistana é significativamente menor que as irmãs cariocas — a da Barra da Tijuca, por exemplo, ostenta 1.800 m².

Rui Campos diz que a nova livraria tenta falar “pinheirês” : tem bancos na parte da frente, espaço que logo fica ocupado por gente que passeia com o cachorro e por casais que tomam sorvete.

Dessa sacada até a varanda do andar superior, onde é servido um cafezinho, o cliente passa por estantes temáticas que servem de guia de compra e leitura.

Com faturamento na casa dos R$ 80 milhões em 2018, Rui Campos espera um aumento de 15% a 20% nas cifras deste ano e já planeja a décima primeira unidade, a ser inaugurada em 2020 em Niterói (RJ).

Mas a Travessa não está sozinha na tentativa de ganhar o protagonismo ou até a hegemonia que pertenciam à Cultura e à Saraiva.

Redes como a Leitura e as Livrarias Curitiba também vêm aumentando o número de lojas, seguidas de outras pequenas iniciativas.

É o caso da Mandarina. “Muita gente perguntou se a gente estava louca em abrir justo agora, mas é na crise que podemos tentar fazer algo diferente”, conta Daniela Amendola, sócia da nova livraria ao lado de Roberta Paixão.

Quem entra no sobrado onde a Mandarina foi montada provavelmente será atendido por uma das sócias, sempre disponíveis para conversar e indicar um dos títulos de ficção ou de humanidades que formam o acervo — lá, não há livros de negócios, autoajuda ou religiosos, por exemplo.

“Primeiro, porque não temos espaço. Mas também porque, durante o planejamento, descobrimos que esse não era nosso público”, reforça .

A Mandarina, como a tangerina é chamada em espanhol e em algumas regiões do sul do Brasil, é toda pintada de laranja, tem cheiro de mexerica, oferece bolos feitos da fruta e vende um blend de café que leva mandarina no pó.

As sócias projetam um faturamento de R$ 1 milhão e, no primeiro mês de funcionamento, estão vendendo uma média de 20 a 25 livros por dia. “Além da venda, temos também o café e um espaço para cursos”, explica Daniela Amendola sobre o modelo de negócios.

A vocação artesanal, quase de butique, é replicada em outras partes da capital paulista.

Um exemplo é a Tapera Taperá, que aposta em curadoria e em encontros com nomes da literatura contemporânea.

Outro é a Zaccara, aberta em 1982, onde os clientes são recebidos pelos donos.

Mas há também a Novesete e a PanaPaná, especializadas em livros infantis.

E a Loplop, recheada de títulos de arte e apresentações de DJs.

Também ilustram esse estilo artesanal a Banca Tatuí e a Banca Curva, livrarias abertas em bancas de jornal.

Já a Patuscada, sede da editora Patuá, oferece só títulos independentes.

Segundo Bernardo Gurbanov, presidente da ANL (Associação Nacional de Livrarias), o fenômeno se repete em outras cidades, apesar de a crise no setor persistir.

Dados da pesquisa Painel do Varejo de Livros no Brasil mostram que o faturamento caiu 14,5%, se compararmos o primeiro semestre deste ano com o do ano passado.

“Há uma redistribuição da demanda, com destaque para livrarias pequenas, já que elas têm capacidade de adaptação mais rápida”, diz Gurbanov.

Desde 2014 a associação não faz pesquisas sobre o número de livrarias no Brasil. Em 2012, eram 3.481. Em 2014, 3.095. Hoje, a ANL estima algo em torno 2.500 lojas.
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Re: Livros

Mensagem por Victor235 » 28 Set 2019, 03:30

Churrumín Moscattelo escreveu:Gostou?
Sim, pois o tema me é interessante. Mas tem muita coisa que ele tenta te convencer que é altamente desconfiável. Se tiver oportunidade leio inteiro algum dia, pois na ocasião só puder ler uma parte.
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Re: Livros

Mensagem por E.R » 29 Set 2019, 01:09

https://www1.folha.uol.com.br/seminario ... dade.shtml

Em um país com baixos indicadores de leitura, a evolução na primeira metade desta década parece oferecer algum alento.

Entre 2011 e 2015, a estimativa de brasileiros que consomem livros passou de 50% para 56%, totalizando 104,7 milhões de pessoas.

A quantidade anual média de livros lidos por habitante passou de 4 para 4,96.

Esses dados estão na última edição da pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", de 2016 — o mais amplo estudo sobre o tema, realizado pelo Instituto Pró-Livro a cada quatro anos. A entidade prevê divulgar uma nova versão do levantamento em 2020.

No entanto, há pouco o que se comemorar, na avaliação de Zoara Failla, socióloga e coordenadora da pesquisa. "Acho que essa elevação não é qualitativa, é quantitativa", afirma.

Para ela, o estudo é generoso ao apontar que mais da metade da população brasileira lê, já que a metodologia abarca todos os que afirmam ter lido pelo menos um trecho de livro nos três meses anteriores à aplicação do questionário.

Da média anual de 4,96 livros por habitante, apenas 2,43 foram lidos do começo ao fim.

Isolando as obras lidas por vontade própria do entrevistado, o índice é de 2,88 e despenca para 1,26 se apenas as obras de literatura forem consideradas — incluindo os livros lidos em partes.

As definições de livro e leitor usadas na pesquisa cobrem uma ampla gama de gêneros, muitos deles distantes do universo da produção literária consagrada.

Livros didáticos, técnicos ou universitários, religiosos, de autoajuda e mesmo enciclopédias entram na conta.

A pesquisa apontou que a Bíblia é o gênero mais lido no país, alcançando 42% dos leitores. Em seguida, aparecem obras religiosas, contos e romances (22% cada).

Zoara Failla considera que o crescimento da leitura da Bíblia e de outros livros religiosos por adultos é parte importante da explicação da alta de livros lidos e de leitores. Para ela, o aumento de evangélicos no país explica o fenômeno — eles são 32% da população brasileira, segundo o Datafolha.

"Nada contra religião e autoajuda, que contribuem para o hábito de ler, mas não são leituras que levam a construir uma crítica sobre a realidade e a desenvolver empatia, que é o que a literatura possibilita."

De 2006 a 2018, o desempenho dos livros religiosos se distanciou ainda mais do mercado em geral : enquanto o faturamento do setor editorial recuou 25%, houve queda de 4% no montante comercializado de obras religiosas.

João Luís Ceccantini, doutor em letras e professor de literatura brasileira na Unesp, compartilha a avaliação pessimista dos níveis de leitura no país, mas se contrapõe à ideia persistente de que os jovens não leem.

"Se tem alguém que lê no Brasil são os jovens, e não só porque estão na escola. A pesquisa mostra que se lê menos com o aumento da faixa etária, e esse é um dado desastroso", afirma.

Crianças e adolescentes concentram as maiores proporções de leitores na população. Na faixa de 5 a 10 anos, 67% são leitores. O topo do índice está na faixa de 11 a 13 anos, com 84%, e diminui para 75% entre os jovens de 14 a 17 anos.

A partir dos 18 anos, a taxa de leitores cai continuamente, até ser ultrapassada pela proporção de não leitores na faixa de 40 a 49 anos, em que 52% da população se declara como não leitora.

Entre os brasileiros de 70 anos ou mais, apenas 27% afirmam ler livros.

João Luís Ceccantini argumenta que há uma cultura escolar estabelecida de incentivo à leitura nos primeiros anos do ensino fundamental, mas que a partir do 6º ano as aulas de português costumam se tornar mais teóricas e distantes dos interesses dos alunos.

"É muito comum falar da língua e não praticar. Vejo todos os dias os professores gastarem uma aula inteira para explicar o uso da crase", diz.

Para ele, a escola ignora o que os estudantes gostam de ler, como best-sellers, prejudicando sua formação autônoma. "Nunca vou ser contra a leitura de obras canônicas, mas há um divórcio muito grande entre cultura de massa e cultura erudita. Quanto mais você expulsar o cânone e aproveitar o imaginário da criança e do jovem para estabelecer pontes com a cultura erudita, melhor."

Já que parcela importante dos pais e mães não são leitores e crianças são alfabetizadas com pouco contato com a literatura, é preciso promover um trabalho de base, defende Roberta Estrela D'Alva, pioneira no país dos slams, batalhas de poesia falada.

"Não adianta impor autores clássicos goela abaixo na garotada. Eles acham que literatura não é para eles."

Em sua opinião, "os slams possibilitam encontros literários que abrem portas primeiro para a literatura e depois voos para outros universos", afirma.

"Talvez não se tenha na escola esse encontro entre a pessoa e a literatura", completa.

Para desatar os nós dos hábitos de leitura de jovens, especialistas concordam que é imprescindível investir na formação de professores e outros profissionais que conectam leitores e livros.

Mas 16% dos professores não leem no Brasil, e a média de livros lidos é de 5,21.

"No Brasil, os professores não são provocados a ler em sua formação. Se você próprio não lê, não incentiva a leitura em seus alunos", afirma Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação.

"Para achar os livros que possam interessar ao jovem e promover conexão com outras atividades culturais, precisa ter um professor mergulhado no mundo da cultura. A gente compra livros e põe nas escolas públicas, mas não tem mediador, biblioteca, sala de leitura com alguém formado", afirma João Luís Ceccantini, da Unesp.

Esse cenário tem também impactos sobre o setor editorial, de acordo com Zoara Failla. A baixa taxa de leitores mantém o tamanho reduzido do mercado consumidor e aumenta os custos de editoras.

O presidente do Snel (Sindicato Nacional de Editores de Livros), Marcos da Veiga Pereira, destaca a ausência histórica de políticas educacionais no Brasil nesse contexto.

"Para a criação de um mercado editorial forte e saudável, são necessárias duas condições essenciais, que são papel do Estado : educação e renda", diz Marcos da Veiga Pereira.
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Re: Livros

Mensagem por E.R » 02 Out 2019, 20:56

https://www1.folha.uol.com.br/seminario ... ivro.shtml

Uma "roda de distorções". Esse foi o termo usado por José Castilho Marques Neto para descrever o que está acontecendo no mercado do livro no Brasil.

A definição foi aceita, de certa forma, pelos demais palestrantes que participaram do debate sobre economia da arte, mas não houve consenso sobre as causas nem sobre as medidas a serem tomadas para enfrentar a crise pela qual passa o setor.

Ao lado de José Castilho, que foi secretário-executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura, instituído em 2006, e dirigiu a editora da Unesp por 27 anos, estavam Vitor Tavares, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Flávio Moura, editor da Todavia.

O debate fez parte do seminário Economia da Arte: Livros, promovido pela Folha e pelo Itaú Cultural na quarta-feira (25), na sede do Itaú Cultural, na avenida Paulista, em São Paulo. Foi o terceiro da série de eventos sobre economia da arte organizados neste ano.

Como exemplo de distorção, José Castilho citou o fato de uma livraria comprar de uma editora com 30% de desconto e uma outra livraria, maior, obter desconto de 70%. Segundo ele, isso faz com que as editoras joguem o preço para cima.

Já Flávio Moura, da Todavia, lembrou que parte considerável das negociações é feita em consignação. Dessa forma, a livraria devolve à editora o que não foi vendido. Além disso, a parte consumida pelos leitores é paga, em média, em 90 dias. "É um prazo muito longo. Para as editoras, não é o melhor dos mundos."

A prática, para José Castilho, é um problema relevante, mas ele a considera apenas um fator entre vários envolvidos. "Quando temos uma crise e estamos no contexto atual de falta de regulação no relacionamento entre atores do mercado, buscamos um bode expiatório. Nos últimos meses, a compra em consignação tem sido o problema que apontamos para não trabalharmos com o que de fato tem de ser feito", disse. "A verdade é que temos de ter modelos de livrarias sustentáveis."​

Vitor Tavares, da CBL, criticou algumas práticas, como a venda de livros com grandes descontos em feiras, a exemplo da Festa do Livro da USP. "Lógico que, como consumidor, eu vou comprar o mais barato, mas temos de encontrar caminhos que possibilitem a sobrevivência da indústria."

Vitor Tavares e Flávio Moura afirmaram que há uma percepção errônea do público a respeito do preço dos livros, já que ele não aumentou em termos reais nos últimos anos. "Quando foi vendido em 2004, 'O Código da Vinci' custava R$ 34. Se fosse hoje, em valores corrigidos, ele custaria R$ 89, mas ninguém vende um best-seller a esses valores", disse Flávio Moura.

A falta de diálogo e consenso comercial entre os atores não diz respeito apenas a preços.

José Castilho lembra de quando dirigia a editora da Unesp e, diante de um best-seller acadêmico, tentou vendê-lo para uma rede de livrarias de aeroportos. "Levamos seis meses para conseguir colocar o livro. Vendeu tudo em três dias, mas não houve reposição", disse.

Ele afirma que há preconceito das livrarias com as editoras universitárias. "Mesmo se não existissem problemas de comercialização por parte das editoras, as livrarias não aceitariam 20% do catálogo."

Hoje, o mercado editorial vive uma crise que atingiu todo o setor e tornou-se parte do debate público com os pedidos de recuperação judicial de grandes redes livreiras.

Com baixas mais intensas nos três últimos anos, o mercado perdeu um quarto de seu tamanho desde 2006, segundo pesquisa do início deste ano encomendada pela CBL e pelo Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros).

Outro desafio que vai além da queda nas vendas é a disrupção causada pelo mundo digital em termos comerciais. Tanto a diversidade de canais de venda, que há tempos já não são exclusividade das livrarias (hipermercados e outros estabelecimentos também passaram a vender livros), quanto o comércio eletrônico, trouxeram a necessidade de reorganização dos atores e da indústria como um todo.

"A concorrência predatória pela internet prejudica muito. Um livro de R$ 50 na livraria custa metade na internet", disse Vitor Tavares.

Flávio Moura, no entanto, vê o comércio online como algo positivo e inevitável. Ele afirmou que é importante diferenciar as lojas exclusivamente online das livrarias físicas que também possuem loja digital, já que são modelos de negócio diversos.

Muitas editoras também aproveitam o meio digital para vender diretamente ao leitor, o que foi considerado por Castilho como um problema.

O canal digital de vendas, apesar de significativo, ainda é pequeno no Brasil se comparado a países como os Estados Unidos, onde, disse Flávio Moura, metade das vendas de livros são online.

"Claro que temos que discutir os descontos agressivos nesse setor e entender que é uma estratégia de mercado [dessas empresas] ", afirmou ao comentar a chegada ao Brasil de grandes empresas de comércio digital, como a Amazon.

Além de descontos, a Amazon lançou recentemente o Amazon Prime, serviço que dá acesso a um catálogo restrito de livros digitais e frete grátis para itens selecionados.

"Do ponto de vista do editor, não é ruim ter um site grande que compra logo de saída [em oposição às compras em consignação]. Não acho que o comércio eletrônico seja uma catástrofe", afirmou Flávio Moura.

Mundo digital e lojas físicas podem coexistir, uma vez que a livraria se torna um espaço de encontro cultural e comunitário, com curadoria de especialistas, segundo Flávio Moura. "A compra online é mais prática, mas você não tem a experiência que tem em uma livraria", completou.

Apesar da derrocada de grandes redes e dos números negativos recentes, o editor lembra que novas editoras estão surgindo e livrarias independentes ganhando espaço.

"Não vejo diminuição do interesse pela leitura. Essa crise reflete modelos de negócio e conjunturas de mercado que estão se reorganizando", concluiu.
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Re: Livros

Mensagem por E.R » 04 Out 2019, 14:31

https://veja.abril.com.br/entreteniment ... de-livros/

Protagonistas de uma trama dramática que envolve queda de vendas, fechamento de livrarias e calotes em fornecedores, os livros impressos passam por um momento difícil no Brasil.

Mas um novo capítulo se abriu para o mercado desde que um negócio das antigas, que se julgava morto e acabado, ressurgiu na internet e ganha adeptos sem parar : os clubes de assinatura de livros.

A repaginação começou em 2014, com o lançamento dos pioneiros Leiturinha, para crianças, e TAG. Eles demoraram a engrenar, mas hoje são modelos de sucesso. O Leiturinha tem 170 000 assinantes de zero a 12 anos, impulsionado por muita propaganda e pelo desejo de pais e avós de instilar o hábito de leitura nos pequenos. A TAG está com 50 000, graças a um salto de 67% no número de inscritos em 2018 (neste ano, deve crescer outros 44%).

“Isso prova que a crise no mercado editorial não se explica só pela falta de interesse dos leitores. Ela é resultado da inabilidade administrativa dos grandes varejistas”, avalia Daniela Vitieli, gerente de novos negócios da editora Companhia das Letras.

Estima-se que existam hoje cerca de vinte clubes de livros bem estabelecidos e em expansão. A fórmula é a de sempre : o usuário paga uma mensalidade, conforme o clube escolhido, e recebe todo mês um livro (de papel, impresso) pelo correio (isso mesmo, via carteiro). No caso da TAG, a inscrição varia de 45,90 a 62,90 reais, dependendo do serviço, e na caixa também vão mimos como marcador de página, bloco com capa ilustrada e uma revista sobre o autor e a obra. “Notamos a existência de vários clubes de assinatura na rede, de vinhos, de produtos de beleza, e resolvemos criar o do livro”, conta Arthur Dambros, sócio da TAG. O começo foi difícil. “As pessoas não entendiam por que iriam pagar mais caro para ter um livro que nem sequer haviam escolhido”, lembra ele.

Com o tempo, a experiência de integração ao universo literário, aliada à comodidade, prevaleceu e o negócio deslanchou, estimulado pelo trabalho de curadoria — autores e nomes conhecidos que recomendam títulos de sua preferência. A TAG Curadoria, um dos clubes da empresa, só entrega livros de capa dura, em edições luxuosas, que ressaltam a exclusividade do serviço (e fazem boa presença na estante).

Novidade no setor, o Bux Club foi lançado em julho e tem um perfil mais personalizado. Ele trabalha com dezoito curadores, cada um encaixado em algum gênero de literatura. “A ideia de receber um livro-surpresa se mantém, mas os assinantes podem escolher o curador e ler apenas as indicações de sua área de interesse, sejam romances, quadrinhos ou obras feministas”, explica Marcelo Duarte, sócio e também um dos curadores do clube, ao lado da ex-consulesa francesa Alexandra Loras, do escritor Xico Sá e da cartunista Laerte Coutinho, entre outros. O Bux Club nasceu com 1 500 assinantes e espera contar com ao menos cinco vezes mais no fim do primeiro ano de atividade.

O grosso do faturamento dos clubes vem das assinaturas — a previsão da TAG é arrecadar 36 milhões de reais neste ano — embora muitos também tenham lojas virtuais. A favor de sua saúde financeira contam bastante a economia de não manter uma loja física e a previsibilidade do fornecimento.

De olho nesse nicho de mercado, grandes editoras como Intrínseca e Record lançaram os próprios clubes de leitura.

Os dados mais recentes registram o fechamento de 20 000 livrarias no Brasil nos últimos dez anos (cerca de 50 000 permanecem ativas). É no vácuo desse varejo que os clubes de livros ganham espaço : a TAG faz entrega em mais de 2 300 municípios brasileiros. O auge dos clubes de assinatura no país se deu na década de 80, quando o Círculo do Livro, que tinha como sócios as editoras Abril (que publica VEJA) e Bertelsmann, chegou a contar com 800 000 assinantes e vender 5 milhões de exemplares.

Nos Estados Unidos, a apresentadora de TV Oprah Winfrey, grande influenciadora de hábitos e costumes, mantém um animado clube que envia desde clássicos até títulos de autoajuda — e cada livro que Oprah recomenda vira, invariavelmente, um best-seller.

A escritora J.K. Rowling, da saga Harry Potter, e as atrizes Reese Whiterspoon e Emma Watson também emprestam o nome a clubes do gênero. “O público se interessa em ler os livros que alguém que ele admira recomenda, principalmente se for algum escritor ou personalidade”.

Além de propiciarem ao leitor o ato de ler, os clubes criam comunidades engajadas à sua volta: em 2018 foram organizados mais de 600 encontros de leitores da TAG no Brasil. Assinante há dois anos, a psiquiatra Lina Nunes, 44 anos, de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, já leu 28 livros do clube e frequenta há um ano reuniões para debater a obra do mês. “Marcamos os encontros pelo aplicativo, no qual também trocamos ideias sobre os livros. As reuniões acontecem uns quinze dias depois de recebermos a obra em casa”, conta ela. Pois é : até o antigo ritual de um grupo se sentar em torno de uma mesa para debater um livro deixou de ser coisa de senhoras idosas (tema, aliás, da comédia Do Jeito que Elas Querem, de 2018, sobre os efeitos em septuagenárias da leitura do erótico Cinquenta Tons de Cinza) e entra de novo no cotidiano dos leitores. Uma volta ao passado que só faz bem.
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