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Re: DONALD TRUMP

Mensagem por E.R » 24 Jan 2019, 16:17

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Donald Trump visita monumento de Martin Luther King.
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Re: DONALD TRUMP

Mensagem por E.R » 15 Fev 2019, 04:15

O ESTADO DE S.PAULO

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai declarar uma emergência nacional para conseguir os US$ 5,7 bilhões para construir o muro na fronteira com o México, uma de suas principais promessas de campanha.

O anúncio foi feito ontem pela porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders. A medida deve desencadear uma batalha judicial sobre a legalidade do decreto.

A medida, considerada radical até por políticos republicanos como Marco Rubio, Paul Ryan e Rand Paul, permite a Donald Trump passar por cima da decisão do Congresso, que aprovou ontem um orçamento que liberou apenas US$ 1,35 bilhão para o muro, suficiente para construir 88 quilômetros – Donald Trump quer 376 quilômetros de muro. Com o decreto, ele poderá realocar fundos federais para a obra.

Donald Trump prometeu assinar o acordo sobre o orçamento na segunda-feira, para evitar uma nova paralisação do governo. Ele já havia afirmado que não estava satisfeito com a proposta, mas queria evitar a paralisação. A decisão encerra uma guerra de dois meses entre o presidente e o Congresso sobre as verbas para a construção do muro. O impasse provocou a maior paralisação do governo federal na história, por 35 dias.

A líder da oposição e presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, rapidamente reagiu. Ela rejeita a ideia de que haja uma emergência na fronteira dos Estados Unidos com o México e afirmou que tomará medidas judiciais para reverter a decisão. A medida pode criar uma avalanche de decisões judiciais contrárias e certamente provocar uma batalha judicial que chegará à Suprema Corte. “O decreto de emergência nacional nunca foi usado para questões políticas”, afirmou Jeffrey Toobin, analista da CNN. “Sempre que foi usado, ele envolveu questões reais de emergência.”

Aprovada em 1976, a Lei de Emergência Nacional dá ao presidente poderes extraordinários, como proclamar a lei marcial, restringir as liberdades civis, confiscar propriedades privadas, mobilizar a Guarda Nacional e recrutar militares.

Tanto o presidente quanto o Congresso podem declarar uma emergência nacional mesmo sem uma catástrofe.

O presidente Barack Obama declarou uma, em meio ao surto do H1N1, mais conhecido como gripe suína, e suspendeu leis de privacidade para ter acesso a relatórios médicos.

“A ideia é que o presidente seja encarregado de salvaguardar a segurança e a prosperidade de uma nação e, em uma crise, deve ter o poder de agir rapidamente quando necessário”, disse ao Washington Post Andrew Boyle, do Brennan Center. Isso significa que, embora os dados não confirmem o argumento do governo sobre os perigos na fronteira, o presidente pode decidir que isso é uma emergência nacional.

O professor de Direito de Yale, Bruce Ackerman, escreveu no New York Times que não “há como Donald Trump usar os poderes de emergência para construir o muro” sem deixar claro de que maneira vai realocar os fundos ao Congresso. “Além disso, se um dono de terras na fronteira se sentir lesado por uma desapropriação, a batalha legal sobre a legitimidade do decreto se estenderá para um debate constitucional sobre propriedade privada.”

Outro perigo levantado por especialistas é o precedente aberto por Donald Trump. Ao decretar emergência nacional em uma questão controvertida, ele estaria abrindo caminho para um presidente democrata, no futuro, decretar emergência sobre o controle de armas ou questões ambientais. “O decreto é perigosamente adequado para um líder empenhado em acumular ou reter poder”, disse a jurista Elizabeth Goitein, do Centro Brennan. “Estamos em um território político desconhecido e perigoso.”
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Re: DONALD TRUMP

Mensagem por E.R » 28 Fev 2019, 03:00

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/201 ... ider.shtml

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (27) que o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, é um “grande líder” e que a Coreia do Norte tem “um futuro tremendo”. Os dois líderes se cumprimentaram com apertos de mãos e posaram para fotos sorrindo.

“Eu acho que o seu país tem um potencial econômico tremendo”, afirmou o presidente americano, olhando para Kim. “Eu acho que vocês têm um futuro tremendo para o seu país, você é um grande líder”, continuou. “Nós vamos ajudar isso a acontecer.”
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Re: DONALD TRUMP

Mensagem por E.R » 04 Mar 2019, 21:05

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Re: DONALD TRUMP

Mensagem por Victor235 » 16 Mar 2019, 21:27

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EUA: ex-candidato ao Senado Beto O’Rourke anuncia que concorrerá à Presidência
O democrata texano se junta a outros 15 pré-candidatos à Presidência. Confira lista:
Cory Booker, democrata – senador por Nova Jersey, ex-prefeito de Newark;
Julián Castro, democrata – ex-secretário de Habitação e ex-prefeito de San Antonio;
Kamala Harris, democrata – senadora pela Califórnia, ex- procuradora-geral do estado;
Beto O’Rourke, democrata – ex-congressista pelo Texas;
Pete Buttgieg, democrata, prefeito de South Bend, Indiana;
Elizabeth Warren, democrata – senadora por Massachussetts;
Amy Klobuchar, democrata – senadora por Minnesota;
Tulsi Gabbard, democrata, deputada pelo Havaí;
John Delaney, democrata – ex-congressista por Maryland e empresário;
Marianne Williamson, democrata – escritora de autoajuda;
Donald Trump, republicano – atual presidente;
Andrew Yang, democrata – ex-executivo e empreendedor;
Kirsten Gillibrand, democrata – senadora por Nova York;
Bernie Sanders, independente – senador por Vermont;
Jay Inslee, democrata – governador de Washington;
William Weld, republicano – ex-governador de Massachusetts.
https://www.poder360.com.br/internacion ... esidencia/
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Re: DONALD TRUMP

Mensagem por E.R » 10 Mai 2019, 13:01



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Re: DONALD TRUMP

Mensagem por E.R » 14 Mai 2019, 03:40

O ESTADO DE S.PAULO

O acirramento da crise entre Estados Unidos e China espalhou medo nos mercados de ações de todo o mundo e derrubou moedas de países emergentes, incluído o Brasil.

O dólar chegou a ser cotado a R$ 4 na manhã de ontem e recuou depois ligeiramente. Sombras continuaram sobre os mercados durante todo o dia. O índice da bolsa paulista caiu para menos de 92 mil pontos, numa queda de 2,69%.

Entre sustos e fases de alívio, os mercados de capitais podem seguir alternando tombos e etapas de recuperação insegura, enquanto exibições de força continuarem prevalecendo sobre as negociações civilizadas e regidas pelas normas internacionais. Será esse o padrão enquanto o comércio da maior potência, os Estados Unidos, estiver subordinado ao estilo truculento do presidente Donald Trump.

No fim da semana passada, a Casa Branca havia posto em vigor tarifas de 25% sobre importações de origem chinesa no valor de US$ 200 bilhões. As tarifas anteriores eram de 10%.

A segunda-feira começou com bolsas em queda na Ásia, antes mesmo de confirmada por Pequim a retaliação sobre produtos americanos no valor de US$ 60 bilhões. Quando a resposta chinesa foi oficializada, os mercados já estavam em queda também no Ocidente.

Ao mesmo tempo, autoridades europeias esperavam qualquer nova iniciativa americana relativa a outra ameaça, a de impor barreiras à importação de carros fabricados na Europa. “Estamos preparados para o pior”, disse ontem a comissária de Comércio da UE, Cecília Malmström.
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Re: DONALD TRUMP

Mensagem por E.R » 23 Mai 2019, 19:50

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Re: DONALD TRUMP

Mensagem por E.R » 25 Mai 2019, 21:46

https://www.meups4.com.br/noticias/prec ... s-dos-eua/

Na última sexta-feira (24), o escritório de Comércio dos Estados Unidos publicou um documento detalhando a aplicação de novos impostos em diversos produtos importados da China.

O memorando indica um acréscimo de até 25% em mercadorias importadas da daquele país, o que pode impactar diretamente nos preços dos videogames.

Segundo o site Gamerant, o documento lista claramente novos impostos para – consoles e máquinas de videogame.

As novas normas poderão forcar as empresas como Sony e Microsoft a readaptar os preços dos produtos. O aumento é em razão de uma “guerra comercial” entre Estados Unidos e China. As duas potências vem se enfrentando em uma acirrada disputa sobre taxas em produtos importados. Ambas nações vem se retaliando mutuamente com aumento de impostos em várias áreas.

Nem tudo está acertado ainda. Uma audiência está marcada para 17 de junho, onde serão debatidos os impactos e prováveis consequências. Mas, se aprovada, a nova medida entrará em vigor já no dia 24 do mesmo mês. A ESA, associação de representante de companhias de computadores e e videogames, já posicionou-se contra a nova medida.

A justificativa é que os videogames são uma importante parcela excedente da economia norte-americana. A aplicação de tarifas adicionais sobre os produtos serviria apenas para prejudicar os consumidores e estúdios de jogos. Embora a conflito pareça restrito somente aos chineses e norte-americanos, a medida impactaria diretamente aos jogadores brasileiros.

Os PS4 Pro e PlayStation VR “nacionais” na verdade são importados. E o maior agravante : os preços dos jogos tendem a subir, já que as licenças de produção são lastreadas em dólar.

Talvez só o PS4 SLIM possa escapar um pouco, já que ele é montado na Zona Franca de Manaus.

E claro, os futuros novos consoles chegariam ainda mais caros por aqui.
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Re: DONALD TRUMP

Mensagem por E.R » 31 Mai 2019, 05:53

O ESTADO DE S.PAULO

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou ontem a adoção de tarifas progressivas contra o México, a partir do dia 10, até que o país vizinho detenha o fluxo de imigrantes ilegais que entram nos Estados Unidos pela fronteira sul.

“A partir do dia 10 de junho, os Estados Unidos estão prontos para impor uma tarifa de 5% sobre todos os bens que entram em nosso país a partir do México”, escreveu Donald Trump no Twitter. “As tarifas aumentarão gradualmente até que se resolva o problema da imigração ilegal, quando serão eliminadas”, disse.

De acordo com o presidente americano, as tarifas seriam progressivas e aumentariam para 10%, no dia 1.º de julho, para 15%, no dia 1.º de agosto, para 20%, no dia 1.º de setembro, e para 25%, no dia 1.º de outubro. “O México pode muito bem dar conta desses imigrantes, até mesmo mandá-los de volta a seus países de origem”, escreveu Trump.

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, enviou uma carta a Donald Trump na qual assegura que não quer uma “confrontação” e o convida a conversar para resolver a questão da imigração.

Na carta, divulgada pelo Twitter ontem à noite, Andrés Manuel López Obrador anuncia que hoje uma delegação, liderada pelo chanceler Marcelo Ebrard, viajará para os Estados Unidos para dialogar “sobre um acordo em benefício das duas nações”. Na carta de suas páginas, que ele assina como “seu amigo”, o presidente mexicano não menciona a imposição de tarifas.

“Não creio na Lei de Talião, no ‘dente por dente nem no ‘olho por olho’ (...) Creio que dois homens de Estado, ainda mais de nações estão obrigados a buscar soluções pacíficas às controvérsias”, acrescentou López Obrador.

Segundo o jornal Washington Post, o presidente pretende anunciar oficialmente as tarifas para o México hoje. No entanto, alguns assessores ainda tentam convencê-lo a mudar de ideia, argumentando que a medida significaria novas turbulências nos mercados financeiros e poderia prejudicar a tramitação do novo acordo comercial regional, firmado com México e Canadá.

O México tem os Estados Unidos como seu principal parceiro comercial, ao qual destina mais de 80% de suas exportações. Os dois países compartilham 3.200 km de uma fronteira pela qual passam numerosos imigrantes ilegais, armas e drogas.

Desde outubro, o México foi tomado por ondas de emigrantes, a maioria centro-americanos, que tentam chegar aos Estados Unidos fugindo da violência em seus países.

Para justificar a medida, o presidente disse ontem que agentes da Patrulha de Fronteira prenderam o maior grupo de migrantes ilegais. “Ontem (quarta-feira), agentes apreenderam o maior grupo de estrangeiros ilegais já detido : 1.036 pessoas que cruzaram a fronteira ilegalmente em El Paso por volta das 4 horas”, anunciou Donald Trump, também pelo Twitter.

O maior risco político que corre o governo americano é perder a cooperação do México no combate ao narcotráfico.

Na parte econômica, muitos produtos importados pelos Estados Unidos do México são feitos por empresas americanas, o que torna a medida prejudicial também para os americanos.
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Re: DONALD TRUMP

Mensagem por Barbano » 31 Mai 2019, 08:58

Esse Trump é uma piada. Não consegue controlar esse fluxo migratório, e tenta jogar a responsabilidade para o vizinho, que tem bem menos condições de fazer isso.

Quem tá incomodado que banque alguma forma de controlar melhor isso.
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Re: DONALD TRUMP

Mensagem por Victor235 » 31 Mai 2019, 20:22

"Se aproveitaram da minha astúcia" - VELOSO, Caetano

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Re: DONALD TRUMP

Mensagem por E.R » 06 Jun 2019, 20:17

. Como as tarifas anunciadas por Donald Trump afetam a economia do México - https://exame.abril.com.br/mundo/como-a ... do-mexico/
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Re: DONALD TRUMP

Mensagem por E.R » 11 Jun 2019, 21:15

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Re: DONALD TRUMP

Mensagem por E.R » 13 Jun 2019, 03:54

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/201 ... ncia.shtml

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Joe Biden entendeu o recado. Aos 76 anos, o ex-vice-presidente dos EUA decidiu adaptar o discurso e acenar à esquerda para não perder o favoritismo no Partido Democrata na disputa pela Casa Branca.

Pressionado pela ala progressista que embala democratas desde 2016, Joe Biden viu que era preciso fincar os pés na defesa de temas caros a esse grupo para se consolidar como o nome de oposição a Donald Trump em 2020.

O roteiro em que se despiu de parte de seu figurino centrista foi colocado em marcha na semana passada.

Em três dias, o líder das pesquisas democratas — com 32% — lançou ambicioso plano de combate a mudanças climáticas e trocou de posição sobre o uso de verba federal para financiar o aborto : agora ele se diz favorável à medida.

A plataforma do clima promete ir além das políticas do governo Barack Obama, de quem Joe Biden foi vice-presidente, e tem a meta de zerar as emissões de gases do efeito estufa nos EUA até 2050.

Mas o que surpreendeu até mesmo aliados próximos foi revisão de Joe Biden sobre o apoio à chamada Emenda Hyde.

Desde 1976, a regra limita o uso de dinheiro público para financiar aborto em casos de estupro, incesto ou risco de vida da mãe.

Católico, ele é contra interromper a gravidez em qualquer circunstância e apoiou por décadas a regra que impede o governo de pagar pelo procedimento.

A mudança de postura veio forçada por críticas de outros pré-candidatos de oposição, que atacaram Joe Biden por manter o respaldo em meio ao esforço de republicanos aprovarem medidas estaduais que restringem o aborto.

Legalizada nos Estados Unidos, a prática é mais difícil de ser realizada por mulheres pobres, que dependem justamente do dinheiro federal para realizar o procedimento.

Principal expoente progressista e segundo lugar nas pesquisas democratas — com 18% — o senador independente Bernie Sanders fez a contraposição direta e disse que era preciso derrubar a emenda Hyde.

Foi ecoado por Elizabeth Warren, que também disputa a indicação do partido e continua em terceiro lugar, com 7%. "Não apoio a emenda Hyde e lutarei por sua derrubada", afirmou a senadora.

A arena de ataques entre Joe Biden e progressistas alarmou líderes democratas ao ser inaugurada antes mesmo dos debates dentro do partido, marcados para ter início no fim de junho.

A avaliação no Congresso é que a disputa pública antecipada entre os 23 nomes que querem concorrer contra Donald Trump só fragiliza o discurso e expõe o racha da oposição.

O Partido Democrata se moveu para o centro a partir do governo Bill Clinton (1993-2001), mas a campanha de 2016 mudou os paradigmas adotados até então. Há três anos, Bernie Sanders perdeu a nomeação para Hillary Clinton, mas ganhou a agenda que dominou as eleições legislativas do ano passado, na qual os democratas recuperaram o comando da Câmara dos Deputados. Ele levou para o centro do debate eleitoral propostas como saúde e educação grátis para todos, combate às mudanças climáticas e aumento de impostos para os ricos — temas que voltam a figurar neste ano.

A marca pró-trabalhador e anti-establishment, porém, não é mais apenas dele. Elizabeth Warren tem ganhado força entre os eleitores e disputa com Bernie Sanders a retórica mais à esquerda da oposição.

Na economia, a senadora arrasta os democratas para longe do livre-comércio, que sempre foi a marca do partido, e obriga Joe Biden a se adaptar também a esse cenário.

Ainda não está claro qual será o discurso mais eficaz para convencer a oposição a Donald Trump no ano que vem, mas Joe Biden entendeu que não pode abrir mão de certos debates e bandeiras.

De abril para junho, o ex-vice-presidente caiu de 39% para 32% nas pesquisas democratas, enquanto Bernie Sanders se manteve no patamar de 20%.

O cenário da eleição americana é inédito : apesar dos bons índices econômicos e desemprego baixíssimo, o presidente não lidera a corrida para 2020.

Segundo pesquisa divulgada pela CNN esta semana, Donald Trump hoje perderia de pelo menos seis candidatos de oposição, Joe Biden (53% a 40%), Bernie Sanders (51% a 42%) e Elizabeth Warren (49% a 42%) entre eles.

Caso a estratégia de Joe Biden dê certo será interessante observar a disputa entre dois candidatos com mais de 70 anos em uma eleição que era prevista para ser também geracional nos Estados Unidos.
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