Após voltar à TV em 2017 com a nova geração de Os Trapalhões, Dedé Santana deve fazer sua próxima aparição pública nos tribunais. O comediante está sendo processado em R$ 285 mil pelo produtor Edvan Ferreira de Araújo, que acusa o trapalhão de prejudicar sua reputação após cancelar em cima da hora os shows que faria no Nordeste.
Ex-funcionário da Record em São Paulo, Araújo alega ter estreitado laços com Santana no fim da década passada, quando tentou levar o trapalhão para a emissora, em um novo programa de humor.
"Conversei com o Honorilton [Gonçalves, então vice-presidente artístico do canal] e com o Paulo Franco [diretor de Programação], mas eles acharam melhor não seguir adiante porque já tinham o Tom Cavalcante, não queriam que um anulasse o outro", lembra.
"Conversei com o Honorilton [Gonçalves, então vice-presidente artístico do canal] e com o Paulo Franco [diretor de Programação], mas eles acharam melhor não seguir adiante porque já tinham o Tom Cavalcante, não queriam que um anulasse o outro", lembra.
Mesmo sem emplacar o programa, Araújo e Dedé Santana mantiveram contato. Depois que saiu da Record, o produtor voltou para João Pessoa (PB) e, ciente de que o humorista só fazia shows no Sul e no Sudeste, sugeriu ajudá-lo em uma turnê pelo Nordeste. "Ele topou e me colocou como agente dele na região, para eu representá-lo com TVs, cinema, comerciais, teatro... Tinha autonomia para negociar por ele", diz.
O produtor conta ainda que, como já tinha trabalhado na cabeça de rede da Record, conseguiu credibilidade com as afiliadas do Nordeste e chegou a negociar um programa estrelado pelo trapalhão com as emissoras do SBT na região.
"Marcamos uma reunião em Fortaleza, com vários representantes das emissoras. O Dedé estava desempregado, reclamando que não tinha nada para fazer. Consegui uma boa vitrine para ele. No dia da reunião, ele não apareceu", recorda Araújo.
Segundo ele, esse foi o primeiro dos furos que levou de Santana. Com shows marcados e entrevistas na TV e em rádios para a divulgação dos espetáculos, Dedé desapareceu. "Com uma apresentação marcada para o sábado, ele me ligou às 23h de sexta e disse que não vinha. Eu já tinha feito acordo com dono de teatro, perdi dinheiro e ainda fiquei queimado", explica o produtor.
Até hoje, Edvan Araújo diz que não recuperou a coragem para trabalhar na área artística novamente. "Já estou com a credibilidade ruim, e ainda tenho medo de tentar de novo e outro artista fazer o mesmo comigo."
Sem conseguir resolver a situação com Dedé amigavelmente, Araújo recorreu à Justiça. Em março de 2016, entrou com um processo em que pede R$ 284.626,39 por perdas e danos. Apenas pelo prejuízo moral e pela exposição negativa no mercado nordestino, quer R$ 250 mil _o resto do valor corresponde a danos materiais, como um carro que alugou e gastos com gráficas para a divulgação.
Até o momento, Santana não foi notificado da ação. Ele não foi encontrado por oficiais em nenhum dos três endereços citados por Araújo no processo.