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"Game of Thrones" cativa o público há seis temporadas com suas intrigas espetaculares, seu erotismo e, sobretudo, sua extrema violência.
Seu êxito fenomenal deve-se a sua narrativa repleta de suspense com personagens que são inesperadamente eliminados, situações complexas ou sobrenaturais, muito erotismo e interpretações magistrais salpicadas de efeitos especiais.
Mas o que a define é sua violência desenfreada : mortes sangrentas, torturas, mutilações, decapitações, suicídios, envenenamentos e uma brutalidade nas cenas de estupro bastante chocante.
"O sexo e a violência têm um papel-chave na série", afirma Jonathan Kuntz. Para ele, o fato de o universo de "Game of Thrones" ser fictício e situado em um passado feudal com costumes primitivos permite que os roteiristas tomem liberdades para escrever selvagerias sem limites. "Mas elas não são gratuitas. Contribuem para a história, para a elaboração das personagens", afirmou Jonathan Kuntz.
O realismo das cenas sangrentas deve muito aos efeitos especiais, mas os diretores explicaram à revista "Time" que utilizam carne de verdade despedaçada para evocar melhor na tela os corpos massacrados.
Esta irrupção da brutalidade seria um sintoma da sociedade americana ?
Para Robert Thompson, professor de cultura popular na Universidade de Syracuse, "sempre vivemos uma sociedade violenta". "A Bíblia, a Ilíada, são histórias cheias de brutalidade; Shakespeare era violento. Lady Macbeth não pode lavar o sangue das mãos", lembra.
Mas para Jonathan Kuntz, "Game of Thrones" tem encantado milhares de espectadores porque seu universo fantástico evoca o mundo atual. "Fala de intrigas políticas e de problemas que lembram os atuais nos Estados Unidos e na Europa, como o das famílias que lutam para permanecer no poder, os conflitos entre diferentes etnias, etc".
Enquanto isso, o impacto das imagens sobre os espectadores é motivo de controvérsi a: seis organizações médicas escreveram ao Congresso americano em 2000 que "a violência no entretenimento pode aumentar as atitudes agressivas".
No entanto, para Flanagan, os filmes oferecem ao público um "lugar seguro" para liberar os impulsos mais sombrios da natureza humana.